Sam
Jogo mais uma peça de roupa do meu armário no chão a procura de uma calça limpa para sair com o Isaac. Nada. Á noite está fria então nada de shorts ou saia. Todas minhas calças estão sujas, e as limpas estão folgadas de mais – perdi uns bons dois quilos -, olhando para o amontoado de roupa suja que se acumula perto da minha escrivaninha tomo nota mental de lavar roupa amanhã, coisa que detesto. Prefiro cozinhar para um batalhão á lavar roupa. Faço uma rápida oração para que a calça dobrada no canto sirva bem. Confiante pulo para dentro, e diferente das outras não parece como se fosse de outra pessoa.
- Você vai assim? – Molly indaga olhando-me dos pés a cabeça quando alcanço a sala. Repasso o que estou vestida. Calça, blusa de manga e cardigan preto e meu All Star.
- É – ela revira os olhos.
- Pelo menos tenha a decência de soltar esse cabelo – diz, vindo ela mesma liberar minhas madeixas do coque frouxo. – Melhorzinho – percebo que está vestida em jeans também, mas com uma linda blusa colada e sapatilhas – Um pouco de batom não faz mal a ninguém – fala, apanhando de sua bolsa. Nego saindo de sua mira.
- Aonde você vai?
- Tyler vai lutar hoje – conta, me surpreendo. Raramente tem luta nas segundas. – Depois a galera vai pra casa dele – não sabia. Se bem que não nos falamos desde cedo. – E, não me espere, vou dormir com Peter.
- Grande coisa. Vocês sempre dormem juntos – digo, indo até a cozinha tomar água -Achei que você odiasse dormir na casa da fraternidade – comento ao retornar para a cozinha.
- Amor – dá de ombros. Molly apaixonada é uma grande reviravolta. Ela jurava não se apaixonar até se formar. Os caras da faculdade são deliciosos de mais pra se prender. Repetia sem parar, até conhecer Peter no dia da inscrição. Sorrio com a lembrança de como os dois implicavam um com outro, até Peter lhe roubar um beijo. Assim tínhamos uma Molly entregue.
- O bom disso é que não vou ter que ver a bunda do Peter – digo, ela me mostra a língua.
- A bunda dele é maravilhosa – faço cara de nojo – Vadia – rio – Falando sério agora, você soube do Tyler? – pergunta séria e ansiosa. Nego – Ele ameaçou dá uma surra no Isaac na frente de todos no refeitório.
- Eu não o entendo - suspiro inconformada.
- Você sabe o que penso sobre isso – diz vestindo sua jaqueta – Só você que não quer ver. Vamos?
- Vamos.
Descemos juntas, e lá embaixo Isaac está próximo ao seu carro. Molly e ele trocam cumprimentos, e depois abre a porta para mim. Molly segue para o apartamento do Tyler, e tento não imaginar nossa situação, que eu o desejo é claramente óbvio, mas e ele?, Tyler tem a mulher que quer.
- Você está bonita, Sam – Isaac elogia me puxando de meus pensamentos. Olho para o belo rapaz ao meu lado concentrado na estrada, e decido deixar meu amigo de lado por hora. Não é justo com Isaac.
- Obrigada. Você também não está nada mal.
O trajeto não dura muito, e como Isaac é um motorista concentrado seguimos trocando pouquíssimas palavras, no entanto o silêncio não é desconfortável.
Como disse não é uma festa grande, na verdade é somente uma reunião entre amigos, e a tal casa da fraternidade na verdade não passa de uma casa pequena e alugada por cinco garotos. Não é difícil manter conversa com seus amigos, tirando alguns sussurros direcionados a mim, é divertido. Ouço dois caras comentarem sobre a ameaça do Tyler ao Isaac, e o cara alto parece quase maravilhado com a coragem do Isaac de me trazer aqui, sorrio sozinha, e Pâmela a garota gótica em minha frente me olha estranho. Mas, não é seu olhar que me chama atenção e sim de um cara mal encarado encostado na parede que não para de me encarar.
- Seu primo bateu nele – Pâmela conta.
- Foi ele quem atacou a garota? – pergunto. Lembro do Jake envolvido em uma briga dias antes das aulas começarem.
- Sim.- meu estomago embrulha com pânico.
- Voltei – Isaac que saiu para buscar bebidas retorna com uma garrafa de água para mim – Como prometido – me estende.
- Você é amigo daquele cara? – indico o covarde com a garrafa discretamente.
- Brad – diz seu nome olhando-o – Amigos não, mas somos conhecidos. Frequentamos algumas aulas juntas. – responde, algo em mim não me deixa acreditar. – Fomos amigos no passado, mas agora agimos apenas como colegas – confessa.
- Ah. – balbucio, querendo ir pra casa – Já está tarde – digo, olhando em meu celular para enfatizar o que digo. São onze em ponto.
- Claro.
No carro em um silêncio não tão confortável como da vinda penso na garota que Jake salvou. Céus, o que seria da garota se ele não aparecesse, e por que infernos um merda como ele não está preso?, também penso sobre Isaac mentido sobre sua relação com Brad, e passo apreciar a ameaça do Tyler. Vai que ele seja um nojento como o ex-amigo.
- Sam, eu não sou como o Brad – diz como se lesse minha mente assim que estaciona em frente ao prédio. Tento não olhar pro outro lado da rua – Foi por isso que nos afastamos. No último ano do colégio ele começou a mudar. – conta.
- Desculpa, Isaac – digo, mas não estou envergonhada. No entanto sei que não posso sair por aí julgando os outros – Me diverti hoje á noite. – conto verdadeira.
- Isso é bom – ele sorri animado. Ele sai e abre a porta pra mim. – Até a próxima.
- Até – ficamos nos encarando, e quando vai me beijar viro o rosto, no entanto pega no canto da minha boca.
- Rápido de mais – diz travesso. Assinto. – Boa noite, Sam.
- Boa noite.
Observo-o partir, e quando seu carro desaparece subo para casa. No prédio em frente não há nenhum indício de festa. Tyler provavelmente deve ter mandado todos embora pra se divertir com alguma garota.
Suspiro entrando em casa.
Tyler
Não mexo um músculo sequer quando a porta se abre em seguida a luz da sala é acesa. Demora alguns minutos até que o barulho da água ao lado do quarto da Sam se faça presente. Forço minhas mãos continuarem entrelaçadas em baixo da minha cabeça para não me masturbar enquanto imagino a água quente escorrer livremente por seu corpo nu e delicioso, deslizando por cada dobra de sua pele macia e cheirosa. Meu pau se contorce em minha cueca, travando uma batalha para fugir do tecido que é a única coisa além do cobertor da Sam que me impede de ficar completamente nu. A maçaneta gira, e a porta se abre.
- Ai. Droga, Tyler – grita assustada. Com um blusão de mangas que cai até metade de suas coxas entra me encarado no seu quarto – Você me assustou.
- Percebi – digo, chegando para perto da parede e suspendendo o cobertor para que se junte a mim.
- Tem uma calça de pijama sua no meu...
- Não precisa – a corto – Estou bem assim – de propósito suspendo mais o cobertor, revelando meu corpo. Ela engole seco ao ficar vermelha – Você vem ou não?
- Achei que estivesse com raiva de mim – conta olhando em meu rosto.
- Estava – revelo lembrando-me de vê-la com o babaca – Não gosto de você com aquele cara, mas não posso impedi-la a nada. Só posso quebrar a cara do imbecil caso pise na bola contigo – ela me encara, antes de abrir um sorriso com covinhas. Fico aliviado.
Nem mesmo lutar com Matt ajudou a me livrar da tensão de ter a Sam com raiva de mim, ou os ciúmes do babaca, nem a bebida, mas, seu sorriso com covinhas sim. Quando Molly chegou mais cedo em meu apartamento dizendo que ela estava saindo com Isaac quase surtei, achei que desistiria na última hora como fez com os dois últimos paspalhos que a Molly conseguiu pra ela.
- Eu realmente tô afim de dormir – digo, batendo ao meu lado para que se junte a mim.
- Como foi à luta? – pergunta deitando finalmente. Antes que eu a puxe em meus braços vem de bom grado, e se cola em mim.
- Ganhei – conto, inalando seu cheiro – Como sempre. E o encontro com o babaca? – pergunto escondendo minha raiva.
- Legal – responde fazendo círculos com seu polegar no interior da minha mão. Meu pau se remexe, e Sam se ajeita ao meu lado. – Tyler – murmura sem jeito. Inalo novamente o cheiro do seu cabelo.
- Adoro seu cheiro de morango – a distraio sobre meu pau.
- Não é só morango – rebate – É xampu de frutas. Com várias – diz convicta. Sorrio com o assunto que sempre gera discussões.
- Eu só sinto os morangos. - sorrio em seus cabelos.
- Por que você é incapaz de diferenciar fragrâncias – retruca.
- Não, Carrie eu só ótimos com fragrâncias – nunca confundiria o doce aroma da sua boceta com outra. Engulo minhas palavras, arrastando-a para mais perto. Meu pau se cola a sua bunda. Tão perto.
- O rótulo diz ao contrário – sua voz surge rouca, e me pergunto se a minha está como a sua.
- De qualquer maneira, prefiro morangos – sussurro em seu ouvido – Eles são tão suculentos quanto você – ela estremece.
- Eu fico com frutas – diz ainda rouca e baixo – Elas são uma mistura deliciosa e viciante, como você. – minha respiração se prende em meus pulmões. Repasso mentalmente todos os momentos em que estivemos juntos a procura de algum onde Sam disse algo parecido, mas, nada. Ela nunca disse nada.
- Sam? – chamo querendo que ela repita, esclareça ou faça qualquer coisa que me ilumine.
- Boa noite, Ty. – diz apertando o cobertor sobre seu corpo, e fechando os olhos.
- Boa noite.
Por hora deixarei as coisas como estão.
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