No dia seguinte...
Cidade do México...
Mansão Frayze...
Todos tomavam café, Adrienne chega muito feliz:
- Bom dia, família.
Dimitry fica olhando sério para ela que não percebe e abraça a mãe que diz:
- Está feliz, é só olhar para você.
- Muito, mãe. Tudo está bem agora.
Dimitry diz:
- Onde você dormiu?
Adrienne fica séria e diz:
- Não é o que está pensando, pai.
- Não! E qual explicação tem para uma filha que passa a noite fora de casa, em uma cidade do outro lado do golfo do México com o namorado que acabou de se reconciliar?
- Eu não te entendo pai. Juro que gostaria de entender, mas não entendo.
Esperanza se levanta e diz:
- Calma, querida.
- Mãe, eu passo dias pelos cantos da casa chorando, confusa, infeliz porque poderia não ter o amor da minha vida de volta e em vez dele ficar feliz por mim, não, ele quer ser o primeiro a me criticar.
Dimitry diz:
- Olha como você fala, garota. Acha certo o que fez? Passar a noite com um rapaz só porque ficaram alguns dias longe um do outro?
- E se eu estivesse ficado com ele, o que o senhor tem a ver com isso, monsieur Frayze? Muitas garotas da minha idade ou até mais jovens já não são senhoritas há muito tempo. E o monsieur quer me criticar?
- Adrienne, eu sou seu pai.
- Ah é!
Adrienne abra a bolsa, pega uma nota fiscal do hotel, joga em cima de Dimitry e diz:
- Aí está a prova que deveria confiar mais em mim "papai". Eu não passei a noite na casa do André, nem nos braços dele se é isso que te interessa saber. A sua mon petit voltou do mesmo jeito que foi. Agora se me permite eu vou me arrumar para ir para o colégio. Com licença.
Adrienne sai. Dimitry olha a nota fiscal do hotel, entrega a Esperanza, ao sair, ela segura o braço dele e diz:
- Deixe-a.
Dimitry se solta e sai. Esperanza olha a nota. Mitry diz:
- Quando eu falo que está sendo difícil conviver com ele acham que eu estou exagerando. Agora estão vendo que eu não sou o único.
Departamento de polícia federal...
Billy chega, Pacheco entra em seguida na sala dele e diz:
- Bom dia, Brener.
- Bom dia, Pacheco.
- Consegui o que me pediu ontem no fim do dia.
Pacheco entrega uma pasta para Billy que diz:
- Aqui estão de todos?
- Não, só das irmãs Harte.
- Irmãs Harte!
- Esperanza e Suéle quando solteiras usavam o sobrenome Harte. Estranho, não acha?
- Muito. Mesmo assim obrigado.
- Precisando é só chamar. Assim que as outras estiverem prontas eu te entrego. Com licença.
Pacheco sai. Billy senta, abre a pasta e lê as fichas de Esperanza e Suéle, fica surpreso.
Vicente chega e diz:
- Bom dia, Brener.
Billy olha para ele sem reação. Vicente diz:
- Está tudo bem?
- Vicente Harte, não é?
- É meu nome, por quê?
- Seu pai era o agente especial Jose Harte e sua mãe Esmeralda Harte?
- Por que estas perguntas? Por acaso andou investigando minha vida?
- Não. Mas pedi um levantamento da vida de outras pessoas e acho que deveria ver isso?
Billy entrega a ficha de Esperanza para Vicente que surpreso se emociona e diz:
- Que brincadeira é essa? Brener, não tem graça. Minha irmã morreu.
- Não Vicente, sua irmã está viva. Sua irmã e a Sra. Frayze é a mesma pessoa.
- Não pode ser. Não pode ser.
Vicente coloca a ficha sobre a mesa e sai. Billy pega a ficha.
Vicente entra no carro e sai correndo.
Mansão Frayze...
Adrienne estava descendo, Dimitry sai do escritório, a vê e diz:
- Adrienne...
- Estou atrasada.
- Vamos conversar, s'il vous plaît.
- Não temos o que conversar.
- Mon petit, tenta me entender.
- Entender o que pai? Que não confia em mim? É isso?
- Mon petit, você é tudo para mim. Para um pai não é fácil reconhecer que sua menininha está se tornando uma mulher.
- Mas o senhor sabe que um dia vai ter que acontecer, seja com André ou com outra pessoa.
- Eu sei. Perdoa-me.
Adrienne abraça o pai e diz:
- Papa. Je t'aime.
- Je t'aime, mon petit.
- Agora me deixe ir, já vou perder a primeira aula.
- André veio com você?
- Não. Fica em Miami até sexta.
- Está bem. Vai com Deus.
Adrienne sai.
Departamento da polícia federal...
Billy estava na sala quando alguém bate na porta, ele diz:
- Entra.
Era Esperanza que diz:
- Atrapalho?
Billy olha surpresa e diz:
- Esperanza!
- Sei que não imaginava me ver aqui tão cedo, mas não resisti.
Esperanza entrega uma garrafa de vinho e diz:
- Uma lembrança, como agradecimento.
Billy ainda surpreso olha, ela diz:
- É de uma safra francesa 1998. Uma ótima colheita, eu adoro. Guarda, de repente, em uma ocasião especial a use para um brinde.
- Obrigado.
Esperanza observa a sala, vê mais uma mesa e diz:
- Quem divide a sala com você? O delegado?
- Não. Outro agente que está no caso desde o início com Borges.
- Agente Pacheco?
- Não. Agente Harte.
Esperanza surpresa sorri e diz:
- Como!
- Isso mesmo que você ouviu, agente Vicente Harte?
Esperanza se emociona e diz:
- Que brincadeira é essa? Já sei, com as investigações você descobriu o nome dos meus irmãos e agora está querendo brincar comigo, é isso?
Billy pega a plaquinha de identificação sobre a escrivaninha de Vicente e entrega a ela que pega e diz:
- O que é isso?
- Olha.
Esperanza olha, vê o nome de Vicente e assustada deixa a plaquinha cair. Olha para Billy e sai.
Mansão Frayze...
Suéle vai até o escritório, vê Dimitry e diz:
- Dimitry, onde está Esperanza?
- Não está no quarto?
- Não. Mia também não a viu.
- Era só o que me faltava, ter que sair procurando sua irmã.
Sala de estar...
Vicente chega, Mia diz:
- Posso ajudá-lo?
Vicente vê quadro de Esperanza na parede da sala e se emociona. Suéle e Dimitry chegam. Suéle diz:
- Pois não?
Vicente olha para Suéle e diz:
- Quem é você?
Suéle diz:
- Eu deveria fazer essa pergunta, afinal de contas você está na minha casa.
No lado de fora...
O carro com Esperanza chega, ela não espera Luiz abrir e sai rapidamente, emocionada entra chamando por Dimitry:
- Dimitry, Dimitry...
Esperanza vê Vicente e para. Vicente se vira e se aproxima lentamente, ele emocionado ao vê-la diz:
- Então é verdade. Você está viva.
Esperanza diz:
- Vicente, é você?
Vicente ameaça acariciar o rosto da irmã, mas por fim a abraça. Dimitry sem entender nada olha para Suéle. Vicente diz:
- Minha irmã, eu nem acredito. Tão perto este tempo todos.
- Meu irmão. Como descobriu?
- Brener estava com sua ficha e achou coincidência demais os nomes, mesmo pai, mesma mãe e me mostrou. Eu mal pude acreditar quando vi. E você?
- Fui visitar Billy, levar um vinho como agradecimento pelo acidente e ele me mostrou sua mesa, a placa com seu nome. Eu não estou acreditando.
- Nem eu.
Vicente a abraça. Suéle diz:
- Afinal, o que está acontecendo? Esperanza.
Esperanza se controla, olha para Vicente e diz:
- Meu irmão, nosso irmão Suéle. Nosso irmão está vivo.
Suéle se afasta e diz:
- Como assim vivo? Como pode ter certeza disso? Como pode ter certeza que ele é nosso irmão?
Vicente se controla e diz:
- Eu é que pergunto que história é essa de irmã? Nós nunca tivemos uma irmã, nunca tivemos o conhecimento de outra irmã, além de Esperanza.
Esperanza fica no meio dos dois e diz:
- Calma. A última coisa que eu quero é ter os meus irmãos brigando. Vicente, esta é Suéle, te garanto que ela é nossa irmã.
Vicente diz:
- Como pode ter certeza, Esperanza? Ainda mais o papai que nunca sonhou em trair a mamãe.
Suéle diz:
- Coitado, acha que o papai era santo.
Vicente fica nervoso, Esperanza o segura, ele diz:
- Lava a sua boca para falar do meu pai.
Esperanza grita:
- Chega! Para os dois. Se você quer provas, eu te mostro, mas fica calmo. Além do que ela está grávida, não pode ficar nervosa. Esse é meu marido Dimitry.
Dimitry aperta a mão de Vicente que diz:
- Muito prazer.
- Igualmente. Você não estava abraçado com D. Josefa na cerimônia do Sr. Álvaro?
Esperanza diz:
- Claro, era você.
Vicente diz:
- Eu os vi na cerimônia, estavam distantes, não consegui ver Esperanza porque estavam abraçados. Espera aí, você foi marido de Aimée? Esperanza, como pode se casar com o marido da sua melhor amiga?
- Calma, temos muito que conversar ainda. Dimitry, fica aqui com eles, eu vou ao quarto e já volto.
Dimitry se aproxima e diz:
- Você está bem? Não está sentindo dor?
- Já escutou aquela história que o amor faz milagres? Já estava sendo tão mimada por vocês e agora com a chegada de Vicente já não sinto nada.
Vicente se aproxima e diz:
- Já havia se esquecido desse detalhe. O atentado. Meu Deus! Quase te perdi pela segunda vez e sem saber. A hospitalização, o coma.
Esperanza pega na mão dele e diz:
- Calma, agora está tudo bem. Vocês dois não briguem, já volto.
Esperanza sobe. Dimitry diz:
- Como esta D. Josefa? A vê com frequência?
Vicente olha para Suéle que ia se servir de um drinque, Dimitry tira o copo dela e diz:
- Ficou louca? Você está grávida. Nem em sonho vai ingerir bebida alcoólica.
- Fala como se importasse com essa gravidez.
- Pode não parecer, mas me importo sim. Ele é meu...
- Fala, é seu...
- Meu sobrinho.
- Claro.
- Aceita um drinque Vicente?
Vicente diz:
- Não, estou em serviço.
Suéle diz:
- Manda servir um café para o agente, é isso que policial toma o dia inteiro.
- Como tem tanta certeza?
Suéle não responde. Vicente diz:
- Eu vou fazer uma ligação, já volto. Com licença.
Vicente pega o celular e se afasta, Dimitry olha para Suéle e diz:
- Vai devagar. Pode não gostar dele agora, mas vai ter que aceitar que é seu irmão.
Vicente fala ao celular:
- A única coisa que posso dizer é que se trata de um assunto pessoal de máxima urgência. Assim que puder te falo tudo nos mínimos detalhes. Obrigado, Borges.
Vicente desliga. Dimitry diz:
- Está tudo bem?
- Esta, o delegado é um pouco rígido caso alguém da equipe some sem dar notícias.
Esperanza desce com dois envelopes na mão, pega na mão de Vicente, de Suéle e sentam no sofá. Então diz:
- Tenho comigo a carta que o papai escreveu para a mãe de Suéle algum tempo depois que a mamãe morreu. Essa carta, Suéle me mostrou quando veio me conhecer.
Esperanza entrega a carta para Vicente que pega o envelope e diz:
- Uma carta não prova nada, Esperanza. Papai nunca falou sobre uma filha.
- Falou.
- Se tivesse falado, eu me lembraria.
- Ele conversava sobre o assunto só comigo.
Vicente se levanta, anda pela sala e diz:
- Por que só com você?
Esperanza entrega a outra carta para Suéle e diz:
- No dia que minha mãe morreu, horas antes ela leu essa carta que era da sua mãe, para o nosso pai. Foi aí que tivemos o conhecimento que você existia.
Suéle pega a carta, surpresa diz:
- Por que não me disse sobre essa carta?
- Estava esperando o momento certo e esse momento chegou. Leia e depois deixe Vicente lê. Enquanto isso você lê a carta do papai.
Empresa Colaneri...
Presidência...
Adriano estava verificando alguns arquivos no computador, Pither bate na porta e entra:
- Com licença.
- Entra, Pither.
- Sabe me dizer se Suéle vem à empresa?
- Ela ainda não chegou?
- Não. Acabei de passar no departamento dela e me disseram que ainda não chegou, nem ligou.
- Será que aconteceu alguma coisa com Esperanza. Só um minuto.
Adriano pega o telefone e diz:
- Camila, localize o Sr. Frayze, por favor.
Adriano desliga. Em seguida o telefone toca, ele atende:
- Ok. Dimitry, Suéle está em casa? Está tudo bem? Como! Que história maluca é essa? Estarei aí em poucos minutos.
Adriano desliga o telefone. Pither diz:
- Algum problema?
- Não diria que é bem um problema. Parece que um dos irmãos de Esperanza e Suéle está vivo e está nesse momento conversando com elas. Eu tenho que verificar isso pessoalmente. Pither, por favor...
- Não se preocupe, pode ir. Qualquer coisa me liga.
- Obrigado.
Adriano sai.
Mansão Frayze...
Vicente termina de ler a carta. Esperanza diz:
- Se puxar a autenticidade verá que essa assinatura é do papai.
Suéle termina de ler a carta, emocionada entrega para Vicente que pega. Suéle se afasta, fica na janela. Dimitry observa. Vicente lê a outra carta. Adriano chega e observa. Suéle ao vê-lo corre e o abraça chorando, ele diz:
- Calma. Eu estou aqui.
Vicente termina de ler, olha sério para Suéle e diz:
- Foi por causa dela? Responde Esperanza. Foi por causa dela que a mamãe passou mal e foi parar no hospital? Por causa dela que minha mãe morreu?
Esperanza olha para Suéle que chorando diz:
- É o que você pensa, não é?
Vicente furioso diz:
- Eu te mato, garota.
Dimitry o segura, Adriano fica na frente de Suéle e diz:
- Vai ter que passar por cima de mim, rapaz.
Esperanza diz:
- Chega! Solta ele, Dimitry. Sai da frente dela, Adriano. Aqui ninguém vai matar ninguém, para isso acontecer vão ter que passar por cima de mim primeiro. Eu não ganhei meu irmão de volta para começar uma guerra dentro da minha própria família.
Dimitry diz:
- Esperanza tem razão. O pior já passou. Agora o importante é esclarecer os fatos que resultou nessa confusão. Você estava na cerimônia do Sr. Álvaro, ou seja, tinha contato com ele.
Vicente diz:
- Meu tio me criou como se fosse um filho.
Adriano diz:
- Como assim te criou? Até onde eu sei você tinha morrido juntos com seus irmãos, seu pai e seu cunhado na explosão. Era isso que o delegado falava.
Dimitry diz:
- Estou vendo que as peças não encaixam. Vamos começar por partes.
Esperanza senta no sofá, Dimitry senta ao lado, segura sua mão e diz:
- Mon amour, você está bem?
Esperanza diz:
- Estou.
- Acho melhor você se acalmar, pode não parecer, mas está mais agitada do que todos aqui.
- Eu estou bem.
- Imagino que deve ser horrível lembrar-se desse dia agora. Mas temos que lembrar, tudo bem?
- Tudo.
- O que aconteceu naquela noite?
Esperanza lembra-se na saída do restaurante, então diz:
- Eu esqueci o casaco no restaurante, então voltei para buscar. Aimée e D. Josefa foram para o carro de Fernando. Ele por sua vez queria ir comigo então entrou com Gabriel e Marcos no banco de trás, Vicente e papai nos bancos da frente. E quando voltei, papai ligou o carro que...
- Está bem. Vicente?
Vicente diz:
- Eu troquei de lugar com Marcos.
Esperanza surpresa diz:
- Como!
- Marcos reclamava que nunca podia ir ao banco da frente, então o papai deixou nós trocarmos, ele ficou na frente, eu estava atrás com Gabriel e Fernando. Lembro que Gabriel jogou um brinquedo pela janela, eu abri a porta do carro e sai para pegar, depois não me lembro do que aconteceu. Você não tentou procurar o tio Álvaro, a tia Josefa?
- Por muitas vezes. Mas nunca os encontrei. Quem teve contato com a tia pela última vez foi Dimitry.
Dimitry diz:
- Quando falei com D. Josefa foi quando Aimée e Gabriel morreram, ela ainda morava aqui na capital.
Vicente diz:
- Gabriel!
- Meu filho com Aimée.
- Depois da morte de Aimée a tia Josefa entrou em uma depressão profunda. Até que o tio Álvaro teve a ideia de levá-la para Monterrey onde eu fiquei internado. A única coisa que o tio Álvaro falava era que eu fui atirado para longe do carro com o impacto da explosão. Com isso fiquei em coma por cinco anos.
Esperanza diz:
- Cinco anos! Quando se recuperou?
- Início de maio. Uma semana depois da morte de Aimée. Foi isso que ajudou a recuperação da tia Josefa. Ela então se dedicou a mim e se casou com tio Álvaro.
- A tia se casou com o tio?
- Se casou e lhe garanto que foram felizes até a morte dele.
- Nesse período eu estava em Los Angeles, já era casada com Dimitry, meus filhos já tinham nascido. Por que ele não veio me procurar? Por que mentiu? Nós não poderíamos saber onde vocês estavam, mas ele como policial saberia nos localizar. Dimitry sempre teve destaque nas colunas sociais, eu com os trabalhos assistenciais deixados pela minha sogra. Não entendo.
Vicente olha para Suéle e diz:
- E você? Onde estava nessa época? Por que não procurou Esperanza?
Suéle mais calma diz:
- Eu não sabia quem era Esperanza. Nunca soube. Fui aos jogos dela, torci como muitos pelo clube que ela representava. Achava bonito ter uma mexicana entre tantas americanas e ser a com maior destaque, não pelo dinheiro, nem a fama do marido, mas sim por merecimento próprio. E mal sabia eu que admirava minha própria irmã.
- Então quando soube?
- Pela carta da minha mãe, ela foi bem clara, tinha ido para Sam Francisco. Meu pai, o que me criou, me deu carinho, trabalhava com o nosso pai. Pelo que eu pude perceber é que eu fui fruto de uma aventura que não durou muito. Como papai era louco pela sua mãe, ela resolveu ir embora.
- Isso eu também já entendi.
- Meu pai era apaixonado pela minha mãe. Mas em uma ocorrência, ele foi baleado e não resistiu. Tempo depois minha mãe adoeceu. Tinha câncer. Lutamos contra a doença dela por dois anos. Apresentou melhoras, foi quando sai de férias. Uma amiga ficou com ela em Sam Francisco. Mas logo, no segundo dia recebi o telefonema que ela havia piorado e voltei. Ao chegar ao hospital só tive tempo de ouvir suas últimas palavras: "olhe no closet, na caixa azul iria encontrar a resposta".
- E o que tinha lá?
Suéle lembra-se rapidamente de Eric, mas disfarça e diz:
- Tinha fotos do papai, uma carta para mim que explicava tudo e essa carta. Foi quando resolvi vir conhecer meu verdadeiro pai, conheci Esperanza e soube que todos haviam morrido. Me casei com Adriano, fiquei grávida, mas com o estado de saúde de Esperanza que estava em coma acabei batendo o carro e perdi o bebê. Agora parece que tudo está dando certo. Estamos esperando nosso primeiro filho.
Adriano abraça e diz:
- Que logo vai estar aqui.
Dimitry diz:
- Ainda está faltando uma coisa. Por que vocês foram separados?
Vicente diz:
- Quem poderia responder não está mais conosco.
Dimitry se lembra quando D. Josefa foi ao hospital quando Esperanza estava em coma:
"D. Josefa controla a emoção e diz:"
"- Ele não pode saber."
"Dimitry estranha e olha para Adriano que diz:"
"- Quem não pode saber, D. Josefa?"
"D. Josefa olha para os dois e diz:"
"- Meu filho, ele gosta muito dela como uma irmã."
"Dimitry diz:"
"- O rapaz que estava com a senhora em Monterrey?"
"- Ele mesmo. A propósito, tenho que ir, ele não estava se sentindo bem."
Esperanza diz:
- Dimitry?
- Vicente, você mora com D. Josefa?
- Moro. Voltamos para a capital há um pouco mais de dois anos. Por quê?
Dimitry olha para Adriano e diz:
- Era ele, era dele que ela estava falando.
Esperanza estranha, olha para Vicente, para Dimitry e diz:
- Do que está falando, meu amor?
Adriano diz:
- D. Josefa esteve no hospital quando você foi hospitalizada. Agora entendo quando ela disse "ele não pode saber".
Dimitry diz:
- D. Josefa disse que se tratava de um filho que gostava muito de você como se fossem irmãos. Achei estranha, pois sabia que os únicos filhos dela tinham sido Fernando e Aimée.
- Mesmo com tudo isso confuso não demos importância devido seu estado de saúde e o assunto ficou esquecido.
Suéle diz:
- Então significa que ela sabia de tudo esse tempo todo.
Vicente diz:
- Espera aí, se ela soubesse dessa história teria me falado.
Esperanza diz:
- Ou talvez não. Só tem um jeito de descobrir.
Casa de Vicente...
Todos chegam, Vicente coloca a chave na mesinha e diz:
- Tia.
D. Josefa entra diz:
- Que bom que chegou Vicente, a...
D. Josefa fica surpresa ao ver Esperanza que sorri, emocionada se aproxima e a abraça:
- Tia.
- Minha querida. O que aconteceu? Como vocês... Meu Deus!
Vicente diz:
- Calma, tia. Está tudo bem.
Esperanza diz:
- Lembra-se de Dimitry, claro.
Dimitry a cumprimenta e diz:
- Como à senhora está?
- Bem.
Esperanza diz:
- Lembra-se de Adriano?
Adriano se aproxima, D. Josefa diz:
- Claro que sim.
Adriano a cumprimenta e diz:
- É um grande prazer revê-la depois de tanto tempo.
- Obrigada.
Esperanza diz:
- Tia, quero que conheça...
D. Josefa olha para Suéle e diz:
- Suéle, filha do José.
Todos olham surpresos, Vicente diz:
- Então a senhora sabia da existência dela?
- Claro que eu sabia, menino. Esqueceu que eu era a melhor amiga dos seus pais?
D. Josefa se aproxima de Suéle, segura a mão dela e diz:
- Agora sim a família está completa como José tanto quis. Seu pai procurou muito por você, minha filha.
Suéle se emociona e diz:
- É muito bom saber disso.
Esperanza se aproxima e diz:
- Tia, precisamos conversar.
D. Josefa emocionada diz:
- Eu sei o que vocês querem saber. Só um minuto, eu já volto.
D. Josefa sai. Esperanza olha para Vicente que diz:
- Não olha para mim.
Suéle diz:
- Sua casa é bonita. Como conseguiu tudo isso? Um policial não ganha tão bem assim.
Vicente diz:
- Eu vendi a casa de Monterrey para comprar essa. Com a morte do tio Álvaro, mais uma reserva que ele tinha e um empréstimo que fiz pude completar. Afinal minha tia merece o melhor.
Esperanza diz:
- Vicente, se estiver precisando de alguma coisa...
- Para Esperanza, a última coisa que eu quero é seu dinheiro. Está tudo sobre controle.
Suéle olha as fotos, vê uma foto de Stéfany e diz:
- Quem é?
Vicente vê e diz:
- Minha noiva.
Esperanza surpresa olha a foto e diz:
- Está noivo?
Vicente sorri e diz:
- Sim. Vamos nos casar em dezesseis de julho, aniversário de Stéfany.
Suéle sorri e diz:
- O irmãozinho de bobo não tem nada, é igual à maioria dos homens.
Adriano diz:
- Por que está dizendo isso?
- Escolheu o aniversário dela para se casa, assim não esquece a data do casamento.
Vicente não gosta e diz:
- Engraçadinha.
Esperanza diz:
- Que maravilha, temos que conhecê-la.
- Ela vai ficar louca quando te conhecer.
- Por quê?
- Sabe tudo de você. Eu sem saber quem era confesso que não me interessava.
Dimitry diz:
- Se tivesse ficado curioso já teria descoberto quem ela era.
- Imagino. Mas de certa forma estávamos próximos. Estive várias vezes no hospital, nessa última vez cheguei até a porta do quarto, Brener, sem saber quis nos apresentar, eu é que não quis incomodar depois de tudo que aconteceu.
- O que sua noiva faz para saber tanto de nós?
- É jornalista. Desde que a conheci que está querendo entrevista-la e não consegue falar você. É importante, Sra. Frayze.
Esperanza sorri e diz:
- Olha a brincadeira. Vamos marcar um almoço e a conheço.
- Está bem.
D. Josefa chega com um envelope e diz:
- Antes de entregar isso, quero que saibam que fui contra. Achei um absurdo ter Vicente vivo aquele tempo todo e não ter falado para você. Mas ao mesmo tempo compreendo, pois, a situação era difícil.
Esperanza se aproxima e diz:
- Tia, nós não estamos aqui para encontrar um responsável, sim para ter resposta para o que aconteceu.
D. Josefa olha para Vicente e diz:
- Lembra-se da caixa que achou na garagem?
Vicente diz:
- Lembro. A senhora disse que era alguma coisa do tio Álvaro.
- Eu soube há pouco tempo. Álvaro guardou uma caixa com algumas coisas. Há poucas semanas eu peguei essa caixa e abri. Fui ver o que tinha lá dentro e entre as coisas estava essa carta.
D. Josefa entrega para Esperanza que lê o nome dela e de Vicente. D. Josefa diz:
- Nos últimos anos seu tio sofreu de hipertensão. Pelo conteúdo, ele já previa que não estaria vivo para poder explicar o que aconteceu, então escreveu.
Esperanza abre o envelope, pega a carta, olha no fim a assinatura, olha para Vicente, para Suéle e diz:
- É dele.
Suéle diz:
- Lê.
Esperanza respira fundo e começa a ler em voz alta:
Queridos...
Espero que não demorem muito para encontrar esta carta, pois aqui está a resposta para as dúvidas de vocês. Infelizmente não estou aí para poder dá-las pessoalmente, sinto que o fim para mim está chegando mais rápido do que esperava, mas para vocês agora que se reencontraram está apenas começando.
Espero que algum dia me perdoem pelo que fiz, mas na situação que as coisas se encontravam...
O fato é que tudo começou com o atentado no dia vinte e três de julho. A explicação que obtemos foi que Vicente ao sair do carro foi atingido pelo impacto da explosão sendo assim, não foi atingido diretamente. Esperanza estava fora do carro e com o choque não pode perceber que Vicente também estava, só que do outro lado onde ela não tinha visão por causa do fogo.
Ao dar entrada ao hospital, Vicente tinha poucas chances de sobrevivência devido a força com que foi atirado ao chão. Os médicos na verdade não acreditavam em sua recuperação, diziam que era questão de horas. Então não queria dar esperança falsa para depois ter que anunciar que ele não resistiu. Tudo foi planejado para que o enterro fosse verdadeiro. Com a depressão de Esperanza, as coisas se tornaram mais fáceis, assim não percebeu. Ao mesmo tempo, Vicente surpreendia a equipe médica com sua surpreendente melhora. Até que algo começou a dar errado, Vicente fisicamente estava bem, mas não acordava.
Foi aí que tivemos certeza do coma e veio a dúvida, ele seria o mesmo? Reconheceria a família? Não quis arriscar.
Naquela altura Esperanza já estava começando a refazer sua vida. Já estava trabalhando em uma empresa importante...
Esperanza para, olha para Adriano e continua:
... Já estava namorando, assim esquecendo aos poucos toda aquela tragédia.
Depois veio o medo de que ela fosse a última vítima, com as ameaças que começávamos a receber. Vicente, bom continuava na mesma situação e seguro.
Depois veio o alívio pela vida de Esperanza. Toda minha super proteção não foi o bastante para impedir que o atentado na praça Bellas Artes acontecesse. Até hoje não sei lhe dizer, querida, se conhecer aquele rapaz foi muita sorte ou infeliz azar. Pois ao mesmo tempo em que ele lhe salvou a vida levando aquele tiro no seu lugar, te tirou a paz lhe abandonando...
Vicente diz:
- De quem ele está falando?
Esperanza diz:
- Depois Vicente.
- Eu quero saber.
Adriano diz:
- De mim.
Vicente olha surpreso para Adriano e diz:
- Você abandonou minha irmã?
Vicente olha para Suéle e diz:
- E você? Como teve coragem de casar com esse cara?
Suéle diz:
- Eu não sabia. Está satisfeito?
Vicente olha para Esperanza que diz:
- Você quer me deixar terminar? Depois se você fizer questão conversaremos sobre isso, mesmo não me agradando.
Vicente diz:
- Ah, pode ter certeza que eu vou querer saber a bagunça que essa família se tornou.
Esperanza continua:
... Com a partida de Esperanza para Paris, só me restou a certeza, que algum dia ela iria ser feliz. E isso aconteceu quando li aquele jornal. Nessa época, já havia me mudado para Monterrey, lá poderia cuidar de Vicente até quem sabe um dia ele acordar. De lá pude acompanhar sua felicidade, querida. O casamento mais bonito que já havia visto, mesmo que tenha sido só por fotos de jornal e revista. Como faziam questão de dizer em toda reportagem: O conto de fadas parisiense. Depois veio o nascimento da sua primeira filha, aí a certeza que não deveria incomodá-la, tirar a tranquilidade que havia conquistado. Em seguida veio uma tristeza para nossas vidas, a morte de Aimée, nossa querida Aimée. Ainda não consegui entender como ela se envolveu com o marido de Esperanza, teve um filho dele, que morreu ao nascer. Mas o fato estava ali. Com isso veio a depressão de Josefa que mais desejava morrer do que viver. Eu a convenci a ir para Monterrey comigo, assim vendeu a casa. Foi quando o milagre aconteceu. Vicente acordou, estava tão bem que nem os médicos acreditavam. Contei a verdade para Josefa que com isso encontrou uma razão de viver novamente. Não pensem que ela aceitou tudo isso, por diversas vezes pegou o telefone para ligar para Los Angeles onde Esperanza morava agora com dois filhos e um marido que dava toda atenção merecida.
Concordo se pensarem que foi egoísmo meu ficar com Vicente, mas não sabia o que fazer, então falei para ele que Esperanza estava ao lado de Fernando quando houve a explosão. Claro que você sofreu e sofre até esse momento, meu filho, quando está descobrindo toda a verdade, a verdadeira história, mas não sabia o que fazer.
Bom, deixei por conta do destino. Hoje, anos depois, vocês estão a um passo do reencontro. Um honrado agente federal investigando uma importante empresária sem saber que são irmãos. Mas Deus a de querer que esse sofrimento acabe, assim podendo aproveitar o que a vida reservou para vocês.
O que posso dizer é que mesmo sendo errado o que fiz...
Esperanza se emociona, Dimitry se aproxima e diz:
- Mon cher...
Esperanza termina de ler:
O que posso dizer é que mesmo sendo errado o que fiz, eu os amo muito, como se fossem meus filhos.
Perdoe-me se puderem um dia.
Pode ter certeza que de onde eu estiver, vou estar cuidando de vocês.
Mil beijos nesses coraçõezinhos.
Álvaro Cintra.
Esperanza chora. Vicente a abraça e choram juntos. Suéle também emocionada abraça Adriano. D Josefa sentada ao sofá também chorando. Vicente diz:
- Acabou. Estamos juntos agora e ninguém vai nos separar. Eu juro.
No dia seguinte...
Mansão Frayze...
Esperanza dormia, Dimitry estava deitado ao lado observando-a, ela acorda, sorri e diz:
- Bon jour.
- Bon jour. Nem preciso perguntar se está feliz, seu sorriso já respondeu.
- Não foi um sonho? Ele voltou?
- Voltou sim, mon amour.
Departamento de polícia federal...
Vicente chega sorridente, Billy já estava na sala e diz:
- Bom dia.
Vicente o abraça e diz:
- Brener, você não sabe o presente que me deu.
- Imagino.
- Ter minha irmã viva era a última coisa que poderia imaginar.
Borges entra e escuta, então diz:
- Então foi por isso que pediu a folga de ontem?
Vicente olha e diz:
- Borges, meu amigo, um milagre aconteceu.
Borges olha sério. Vicente diz:
- Parece que não está feliz.
Borges diz:
- Vicente, acorda, sua irmã, ou melhor, suas irmãs são suspeita de homicídio qualificado.
- Espera aí, você sabia?
Borges não responde. Vicente diz:
- Você sabia, claro que sabia, está no comando desse caso desde o início. Como pode fazer isso comigo? Eu sempre te falei da minha irmã, sempre te falei do receio que tinha de chegar perto dessa mulher só por causa do nome, quando na verdade você já sabia que ela era minha irmã e não me disse nada.
- Eu não poderia deixar você atrapalhar as investigações. Você estaria investigando a sua própria família.
Vicente vai para cima de Borges, mas Billy entra no meio e o segura:
- Calma, Harte.
- Calma! Eu não posso ter calma com esse cara. Eu sou um profissional e vou te provar isso, vou continuar nesse caso, vou descobrir quem é esse assassino psicopata.
- Você não precisa provar nada nem para ele, nem para ninguém. Borges não está mais no comando do caso.
Vicente surpreso diz:
- Como!
- Eu estou no comando desse caso. Solicitei ontem e o diretor me concedeu.
Borges diz:
- Está satisfeito? Tenha um bom proveito com seu novo parceiro.
Borges sai. Vicente diz:
- Como conseguiu isso?
- Aleguei a falta de profissionalismo do delegado para comandar esse caso.
- Ficou louco. Eu posso ser eternamente grato por ter me falado a verdade assim que a soube, mas isso não lhe dá o direito de duvidar do profissionalismo do Borges.
- O diretor entendeu que o comando desse caso tem que ficar com uma pessoa que não está ligada diretamente com os suspeitos.
- E você não está? A Sra. Lopez é o que então? Seu passatempo?
- A Sra. Lopez é uma amiga até que se prove o contrário. O fato é que eu não tenho nenhum passado com eles, os conheço há pouco tempo, enfim, estou no comando e garanti que mesmo com a sua ligação com essa família, você também é um excelente profissional.
Mansão Frayze...
Todos tomavam café, Mitry diz:
- Mãe, é verdade que o tio Vicente está vivo?
Esperanza sorri e diz:
- É. Foi um verdadeiro milagre. E eu não quero saber da senhora brigando com ele por qualquer coisa.
Suéle diz:
- Demorou. Já estou até vendo agora que o irmãozinho voltou.
Adrienne diz:
- Estou vendo uma nuvem de ciúme pintando no pedaço.
- Ciúme! Eu! Daquilo! É ruim, hein!
Esperanza diz:
- Não é preciso ter ciúmes dele, pois tem bastante espaço para todos aqui nesse coração.
- Na teoria é fácil, quero ver na pratica, com licença.
Suéle sai. Esperanza vai atrás, a alcança na sala e diz:
- Suéle, espera.
Suéle olha para ela que diz:
- Por que isso agora? Eu estou tendo a maior alegria dos últimos tempos e você em vez de estar feliz, fica com essa cara?
- Você não percebeu que eu estou sobrando? Eu sou a filha fora do casamento, vocês não.
- Você está sendo injusta comigo. Tudo que eu fiz até hoje foi para a sua felicidade.
- E agora vai me colocar de lado para dar toda a atenção para ele.
- Não senhora, eu vou ser igual com os dois, assim como quero que os dois sejam comigo.
Esperanza a abraça e diz:
- Eu sempre soube de você, não se tornou minha irmã só porque chegou ao meu escritório com uma carta, mas porque meu pai me deixou esse presente. Não vamos criar uma situação que não existe. Por favor.
Suéle se afasta e diz:
- Eu vou pegar minhas coisas para ir trabalhar, com licença.
Suéle sobe. Dimitry entra, abraça Esperanza que diz:
- O que eu faço?
- Calma. De tempo a ela, não deve ser fácil também, afinal não o conhecia.
No quarto...
Suéle furiosa fala ao telefone com Lee:
- Essa informação não deveria ter falhado, você me garantiu que todos estavam mortos.
- Calma, Suéle.
- Como vou ter calma. Tem um agente da polícia federal dizendo que é meu irmão, droga!
- Eu vou checar a informação e te passo logo que tiver um retorno. Só tem mais uma coisa, a pessoa que está esperando chega hoje.
- Antes tarde do que nunca.
Suéle desliga. Adriano escuta o final dá conversa e diz:
- Antes tarde do que nunca o que, Suéle?
Suéle olha para ele e diz:
- O departamento pessoal me informando que conseguiram o assistente que pedi, depois de tanto tempo.
Adriano a abraça e diz:
- Tenta manter a calma, pensa no bebê.
Empresa Colaneri...
Vice-presidência...
Esperanza e Mônica conversavam, Mônica diz:
- Isso sim é uma boa notícia. Vejo que está feliz.
- Muito. Vicente sempre foi mais que um irmão, sempre foi meu amigo.
- E como esta Suéle com tudo isso?
- Enciumada. Acha que vai perder o seu lugar para ele, imagina isso.
- E você, como está fisicamente depois do susto? Mal pude acreditar quando Dimitry me disse que veio trabalhar hoje.
- Estou bem, viva e feliz. Como foi a reunião?
- Melhor não poderia ser.
- E como esta as coisas com seu marido? Dimitry comentou que Pither conversou com ele. Estão dormindo em quartos separados?
Mônica se levanta e anda pelo escritório, Esperanza diz:
- Eu sei que não deve estar sendo fácil para você, mas desse jeito fica cada vez mais evidente que você tem outra pessoa.
- Estamos assim desde que voltamos de viajem. Ele quer conversar, e eu não sei o que fazer.
- Posso te dar um conselho?
- Por favor.
- Converse com ele, só assim saberá se o que está vivendo com Billy é verdadeiro ou não.
Adriano bate na porta e entra:
- Com licença.
Adriano entra com alguns documentos, entrega a Esperanza e diz:
- Trouxe para dar uma olhada, são para reunião de amanhã. Como veio hoje, acredito que estará presente amanhã e precisa estar informada.
- Obrigada.
- Não acha melhor ficar em casa e se recuperar?
- Eu já disse e repito não sou sua esposa.
- Mas poderia ser se não tivesse me obrigado a se casar com ela.
Mônica surpresa diz:
- O obrigou a se casar com Suéle?
Esperanza diz:
- Como se não soubesse.
- Claro que não. Por que fez isso?
- Adriano tinha que perceber que brincou comigo, mas não poderia brincar com ela.
Adriano a segura e diz:
- Será que nunca vai entender que eu te amo de verdade? Que sempre foi a única mulher que conquistou esse amor?
Esperanza se solta e diz:
- Não é a mim que deve amar. Quantas vezes vou ter que dizer isso. Eu não te amo.
- Mentira. Você dizia que me amava, disse isso na véspera do meu casamento.
- Chega! Para com isso. Eu não quero que me ame. Eu quero que me esqueça de uma vez por todas. Eu nunca te amei, nunca poderei corresponder esse amor.
Adriano furioso diz:
- Está bem. Seu pedido vai ser uma ordem, Sra. Frayze. Não quer que eu te ame? Ótimo, pois agora quem não quer te amar sou eu.
Esperanza olha surpresa para ele que diz:
- Já estou cansado de rastejar por um amor que nunca foi correspondido. Estou vendo que amei demais a pessoa errada.
Esperanza séria diz:
- Ótimo, vai ser o melhor.
- É o melhor, com licença.
Adriano sai. Mônica surpresa com a discussão diz:
- O que você fez?
- Se não se importa, eu...
- Claro, com licença.
Mônica sai, Esperanza senta, bate na escrivaninha nervosa.
Presidência...
Adriano andava pelo escritório, Mônica entra e diz:
- Adriano...
- Ela não tem o direito de fazer isso, me manipular como se fosse um brinquedo.
- Vocês ficaram juntos na véspera do casamento?
Adriano senta no sofá, emocionado diz:
- Foi a última vez que a tive nos meus braços de verdade. Nada importava, só ela e eu. Por um instante pensei que poderia desistir de tudo, mas ela não quis. Agora acabou.
Vice-presidência...
Dimitry entra no escritório:
- Licence, Esperanza...
Dimitry percebe que Esperanza estava chorando e diz:
- O que foi, mon cher? Está sentindo alguma coisa?
- Estou bem.
- Não deveria ter vindo trabalhar. Ainda está em fase de recuperação.
- Eu já disse que estou bem. O que iria me falar?
- Soube agora que as bolsas de Paris e Londres fecharam com queda.
- Não se preocupe, eu já cuidei disso.
- Cuido! Como?
Esperanza pega o telefone e diz:
- Samanta, localize o Sr. Colaneri e a Sra. Lopez, por favor.
Esperanza desliga e diz:
- Tomei algumas providencia, eu já explico.
Dimitry senta no sofá e a observa. Esperanza seleciona alguns documentos para imprimir, pega o telefone e diz:
- Samanta, assim os documentos saírem na impressora, traz para mim, por favor. Obrigada.
Esperanza desliga. Adriano e Mônica entram, ele diz:
- A senhora nos chamou?
Dimitry percebe que tem algo diferente e observa. Esperanza diz:
- Sim, sentem-se, por favor.
Adriano e Mônica sentam nas cadeiras a frente de Esperanza. Samanta entra com os documentos e entra a Esperanza:
- Senhora.
- Obrigada. Providencie água, por favor, Samanta.
- Claro, senhora. Os senhores desejam algo mais?
Os demais dizem que não, Esperanza diz:
- É só.
- Com licença.
Samanta sai. Esperanza entrega uma cópia para cada um, Adriano diz:
- O que é isso?
Esperanza em pé diz:
- Um pequeno relatório sobre o que aconteceu com nossas ações hoje. Com a crise que já se arrasta algum tempo, não poderia permitir que tivéssemos mais prejuízos do que já temos. Então retirei uma boa parte das ações e apliquei em outros investimentos.
Dimitry diz:
- Sempre pensando em tudo.
- Acha que me colocou na vice-presidência dessas empresas por que, meu querido?
Adriano sério olha para Mônica. Samanta entra, coloca a bandeja com a jarra e os copos ao lado, serve para Esperanza que pega e diz:
- Obrigada, Samanta.
- Com Licença.
Samanta sai. Esperanza diz:
- Minha maior preocupação agora é com a empresa Colaneri. Mesmo que os prejuízos tenham sido poucos, são prejuízos...
Tempo depois...
Departamento de projetos...
Suéle estava em seu escritório, um rapaz bate na porta e entra:
- Sra. Colaneri, o novo assistente chegou.
- Mande entrar.
O rapaz abre a porta, outro rapaz entra, Suéle o admira e diz:
- Sr. Thomas Miller?
- É um prazer conhecê-la, Sra. Colaneri.
- Acredito que sim. Sente-se.
O rapaz sai. Suéle diz:
- Fala espanhol fluentemente?
- Sim. Francês, um pouco de português e italiano.
- Ótimo. Conversou com Phillip antes de embarcar para o México?
- Sim. Phillip explicou a situação. Não se preocupe, serei discreto.
- Meu propósito é prepará-lo para futuramente ocupar essa cadeira. Observei seu currículo e percebi que é um ótimo profissional. Tenho certeza que não encontrará dificuldade para se encaixar no perfil da empresa. Claro que não preciso dizer que esse também será um segredinho nosso. Eu confio em você, você confia em mim e garanto que no máximo em um ano será diretor de projetos dessa empresa.
- Pode contar comigo, Suéle.
Departamento de engenharia...
Mitry entra no escritório de Dimitry e diz:
- Com licença. O tio Adriano mandou esses documentos para a reunião de amanhã.
Dimitry pega os documentos e diz:
- Merci. Sente-se um pouco Mitry.
Mitry senta. Dimitry diz:
- Sei que nunca conversamos sobre isso. Aliás, nunca conversamos sobre assunto nenhum.
- O que o senhor quer saber?
- Gosta mesmo de Débora ou só está fascinado por ela ser uma garota difícil?
- Por que quer saber disso agora?
- Me responda primeiro.
- Já tem algum tempo que descobri que sou apaixonado por ela. Com o passar do tempo, mesmo indo embora para Lisboa, não consegui esquecê-la. Minha paixão se tornou amor e hoje tenho certeza que a amo.
- Então acho que eu posso te ajudar a conquistar essa garota.
- Obrigado pai, mas nada que foi tentado funcionou.
- Está se referindo à ajuda que sua mãe e sua tia deu? Esquece, o que você está precisando é de uma ajuda especial e eu posso lhe dar.
Mansão Frayze...
Adriano chega e diz:
- Boa tarde, Mia.
- Boa tarde, senhor.
- Suéle já chegou?
- Não, só a Sra. Esperanza. Desculpe-me perguntar, mas aconteceu alguma coisa senhor?
- Por quê?
- A senhora chegou tão diferente.
- Problemas da empresa.
- O senhor precisa de alguma coisa?
- Não, obrigado.
- Com Licença.
Mia sai. Adriano olha para a escada, mas vai até o barzinho e prepara um drinque. Esperanza aparece ao alto da escada, olha para ele que a observa. Ela desce, Dimitry chega, ela sorri ao vê-lo, o abraça, ele lhe dá um beijo e lhe entrega uma rosa vermelha, ela sorri e diz:
- Merci.
- Je t'aime.
- Eu também.
- Samanta me disse que tinha vindo embora, fiquei preocupado.
- Não precisava se preocupar. Luiz estava comigo. Quis vir mais cedo para verificar os preparativos para o jantar.
- Então conseguiu falar com Vicente?
- Sim. Ele vem com a noiva, assim a conhecemos e os garotos o conhece também.
Adriano observa. Suéle chega, observa a felicidade de Esperanza e diz:
- Ao que se deve tanta felicidade?
Esperanza diz:
- Os garotos estão curiosos para conhecer o tio, então pensei, por que esperarmos mais, vamos recebê-lo hoje com a noiva.
- Claro. O Vicente, quem mais a deixaria com esse sorriso, não é?
- Suéle, por favor.
Adriano disfarça e diz:
- Como foi com o assistente, meu amor?
Esperanza estranha e diz:
- Assistente! Qual assistente?
Suéle diz:
- Conheci meu novo assistente, aquele que pedi autorização para contratar.
- Mas já faz tanto tempo, pensei que já tinham contratado.
- Para você ver como se importa comigo, imagina agora com a chega do Vicente.
Adriano diz:
- Mas como foi?
Suéle diz:
- Muito bem, foi indicado pelo Phillip. Lembra-se dele?
- Claro, seu padrinho de casamento, como poderia esquecer.
- É americano, de Chicago. Me pareceu uma ótima pessoa.
- Quando vou conhecê-lo?
Suéle se aproxima e diz:
- Quem quer conhecê-lo? O chefe ou o marido?
- Os dois.
Suéle dá um leve beijo e diz:
- Amanhã, amanhã eu o apresento na reunião.
Estúdio de televisão...
Stéfany estava saindo, Vicente a aguardava no estacionamento, ela o abraça e diz:
- Que surpresa boa.
- Você não viu nada ainda.
- Você está diferente. Aconteceu alguma coisa?
- Aconteceu.
- O que?
- Surpresa. O que eu posso dizer é que quero você linda para a noite de hoje.
- Aonde vamos?
- A um jantar muito especial.
À noite...
Mansão Frayze...
Quase todos estavam na sala, Esperanza recebe Mônica, Pither, Débora, Junior e Patrícia:
- Obrigada por terem vindo.
Mônica diz:
- Não poderia deixar se estar ao seu lado nessa noite importante. Para você também Suéle.
Suéle diz:
- Pode ter certeza que para mim não é.
Billy chega. Dimitry o recebe:
- Billy.
- Boa noite.
Esperanza o abraça e diz:
- Obrigado por ter aceitado meu convite.
- Vejo que essa revelação lhe fez muito bem. Está ótima.
- Obrigada. Você não imagina o que isso significa para mim. Você foi um anjo, salvou a minha vida e agora me deu esse presente. Não sei como lhe agradecer.
Mônica diz:
- Não entendi.
Esperanza diz:
- Foi Billy que descobriu que seu companheiro de trabalho era meu irmão.
Billy olha para Suéle e diz:
- Você não me parece feliz, Suéle?
Suéle dá um sorriso falso e diz:
- Deveria?
No lado de fora...
Vicente, Stéfany e D. Josefa chegam, ele abre a porta do carro, elas saem. Stéfany olha para a casa e diz:
- Esta casa é...
- Isso mesmo.
- Por que me trouxe aqui?
- Lembra que eu sempre falo da minha irmã Esperanza. Descobri ontem que a Sra. Frayze e Esperanza Harte, minha irmã é a mesma pessoa.
- Vicente!
- Eu sei. Para mim também foi uma surpresa. Vamos, hoje você vai realizar o seu sonho, vai conhecê-la.
- Espera. Eu estou bem? Será que meu vestido está adequado?
- Você está ótima.
- Vicente, eu vou conhecer a Sra. Frayze. Essa mulher é uma das personalidades mais bem vestida da Europa, tem noção do que é isso?
- Stéfany, calma. Você vai conhecer a minha irmã.
D. Josefa diz:
- Você quer dizer suas irmãs, pois Suéle também é sua irmã.
Vicente diz:
- Obrigado por me lembrar disso tia.
Stéfany diz:
- Por quê? Não gostou dela?
- Essa é outra história que eu conto depois. Agora vamos que já estamos atrasados.
Vicente entra com Stéfany de um lado, D. Josefa do outro. Esperanza o vê-los os recebem, cumprimenta D. Josefa:
- Tia.
- Como está, querida?
- Melhor impossível.
Esperanza abraça Vicente que diz:
- Está linda.
- Você também.
- Minha noiva Stéfany Palhares.
Stéfany a cumprimenta e diz:
- Não sabe que honra é conhecê-la.
Vicente diz:
- Stéfany, menos.
Esperanza sorri e diz:
- Deixe-a. Eu sei sim, Vicente me contou que está tentando falar comigo há muito tempo. Depois conversamos sobre isso.
Esperanza olha para os filhos e diz:
- Queridos.
Adrienne e Mitry se aproximam, Esperanza diz:
- Meus filhos, Adrienne e Mitry. Queridos, seu tio Vicente, Stéfany, sua futura tia e D. Josefa, que é para mim uma segunda mãe.
D. Josefa fica olhando para Mitry e se emociona. Adrienne diz:
- Sejam bem-vindos a nossa família.
Vicente diz:
- Obrigada, linda. É igual a sua mãe quando jovem.
Esperanza diz:
- Mal completou vinte e quatro horas e já começou com suas piadinhas.
Vicente a abraça e diz:
- Sabe que ainda continua linda.
Tempo depois...
Sala de jantar...
Dimitry se levanta com uma taça na mão e diz:
- Eu quero propor um brinde a esse momento tão feliz na nossa família. Hoje a família Harte, de certo modo está completa com Esperanza, Suéle e Vicente. Que outras comemorações também venham como essa. Vicente, mais uma vez seja bem-vindo à família.
Vicente diz:
- Obrigado.
Mitry diz:
- Eu tenho a sensação que já vi nossa tia em algum lugar.
- Na televisão?
- Acho que sim.
- Tenho certeza que viu sim. Stéfany é jornalista, tem um programa de entrevista que vai ao ar toda segunda-feira às vinte e duas horas.
- Não é só isso. Tem outra coisa. Já sei, na transmissão do jogo beneficente, eu não acredito.
Suéle diz:
- O que foi, Mitry?
- Foi você tio? Que cantou Can't take my eyes off of you?
Adrienne diz:
- Você fez isso, tio?
Vicente olha para Stéfany, segura sua mão e diz:
- Vale tudo para conquistar uma mulher quando se ama de verdade. Fiz sim e não me arrependo.
Dimitry diz:
- Já estou vendo de quem Adrienne herdou o lado maluco da família.
- Como assim?
Mitry diz:
- Adrienne fez o mesmo na última terça feira em Miami antes do jogo Miami Heat contra Los Angeles Lakers.
Adrienne diz:
- E faço minhas as palavras do meu tio. Vale tudo para reconquistar a pessoa que ama.
Vicente diz:
- Ele pelo menos vale à pena?
- Com certeza, tio.
- Já não gostei dele. Dimitry, depois você me apresenta.
Todos riem. Junior diz:
- Coitado do André quando souber que o seu tio é um policial.
Vicente diz:
- Vai andar certinho com minha sobrinha. Namoro só na presença dos pais e sentado no outro sofá.
Todos riem. Suéle diz:
- Em que tempo você vive?
- Não reclama não, sua sorte é que te conheci depois do casamento. Queria ver se Adriano teria sido tão rápido como foi.
Esperanza diz:
- Sú, você não queria saber como era o papai? Aí está uma cópia idêntica, não é tia?
D. Josefa diz:
- Confesso que é igualzinho.
Tempo depois...
Todos estavam na sala de estar. Adrienne se aproxima de Billy, Mônica observa, mas disfarça. Adrienne diz:
- Então quer dizer que o agente sem quer desvendou esse segredo de família?
- Foi uma feliz coincidência, só isso. E você voltou com seu namorado.
- Voltei. Triste?
- Por que ficaria?
- Eu percebi o jeito que me olhou naquele dia.
- Não posso negar que é uma garota muito bonita, atraente.
- Eu juro que se não estivesse tão apaixonada pelo meu namorado, poderia ver isso como uma cantada.
Billy sorri. Carlos Eduardo chega, Adrienne o vê e diz:
- Com licença.
Adrienne se aproxima de Carlos Eduardo e diz:
- Oi.
- Desculpe-me aparecer assim sem avisar.
- Tudo bem.
- Posso falar com você?
- Claro, vamos ao jardim
Adrienne e Carlos Eduardo saem. Patrícia vê e mostra para Junior que ao ver diz:
- O que ele veio fazer aqui?
- Boa coisa não é.
- Acha melhor ir atrás?
- Espera só um minuto.
Patrícia vai até a janela e observa.
No jardim...
Adrienne diz:
- O que queria me dizer?
Carlos Eduardo diz:
- Assisti ao jogo. Confesso que fiquei surpreso ao ver o que estava fazendo. Gosta tanto dele assim?
- Seu irmão é tudo para mim.
- E eu?
- Como assim, você?
- O que eu significo para você?
- Você é meu cunhado, um grande amigo que esteve ao meu lado nesses dias difíceis. Não sei como posso te agradecer pela força que me deu.
- Eu sei como. Assim.
Carlos Eduardo a beija. Patrícia fica surpresa, Junior se aproxima da janela e observa.
No jardim...
André chega e diz:
- É assim que gosta de mim, Adrienne?
Sala de estar...
Patrícia sai, Junior se aproxima de Mitry e Débora e diz:
- Disfarcem e vem comigo.
Eles saem.
No jardim...
Adrienne assustada diz:
- André, não é nada disso do que está pensando.
André furioso diz:
- Não estou pensando, estou vendo.
Patrícia se aproxima e diz:
- Calma, André.
André diz:
- Para que todo aquele teatro, se iria ficar aqui aos beijos com esse aí?
Junior, Mitry e Débora chegam. Carlos Eduardo diz:
- Olha como fala.
André diz:
- Eu falo do jeito que eu quiser. Você sempre quis tudo que era meu, agora completou sua coleção. Está satisfeito?
- Pode ter certeza que sim.
André dá um soco em Carlos Eduardo. Os dois começam a brigar, Adrienne sai correndo. Ao entrar sobe rapidamente, Esperanza estranha e diz:
- O que está acontecendo?
No jardim...
Junior iria separá-los, Patrícia diz:
- Não Junior, deixa-os.
Sala de estar...
Suéle diz:
- Que barulho é esse?
Suéle olha pela janela e diz:
- Meu Deus!
Todos saem, Billy e Vicente os separam, Dimitry diz:
- O que significa isso?
André diz:
- Eu peguei esse idiota beijando sua filha.
Carlos Eduardo diz:
- Idiota é você.
Esperanza sai. Suéle diz:
- Podem ir parando agora com a troca de gentileza. O que é isso? Pensam que estão aonde? Solta eles, Vicente. Billy.
Suéle olha para Carlos Eduardo e diz:
- Você, vai esfriar essa cabeça, garoto.
Carlos Eduardo diz:
- Eu não saio daqui sem falar com Adrienne.
Vicente diz:
- Você quer ir por bem, ou passar algumas horas em uma cela carcerária?
- Quem você pensa que é para falar assim comigo?
- Agente federal do México, além de tio da garota que você beijou. Pouco me importa quem está com a razão, mas se for necessário eu prendo os dois.
- Isso não vai ficar assim. Nos vemos em casa, André?
Billy diz:
- Isso é uma ameaça, rapaz?
Carlos não responde e sai. Vicente olha para André e diz:
- Então você é o André?
Mônica diz:
- Afinal o que aconteceu?
Patrícia se aproxima de André e diz:
- Eu acho melhor irmos.
André diz:
- Eu quero falar com Adrienne.
- Nesse estado o que vai conseguir é brigar com ela. Vamos, André.
Pither diz:
- Sua irmã tem razão, rapaz. Vamos. Eu os levo.
Dimitry diz:
- Vai com Pither, André, depois vocês conversam.
André sai com Patrícia, Pither e Junior. Débora diz:
- Mãe, eu vou ficar, tentar falar com a Dri.
Mônica diz:
- Claro, querida. Dimitry, depois...
Dimitry diz:
- Não se preocupe, Luiz a leva.
- Boa noite a todos.
Mônica vai em direção ao carro, Pither abre a porta, ela entra. Ele dá a volta entra, o carro sai.
No corredor...
Esperanza bate na porta:
- Filha abre a porta. Filha.
Débora chega e diz:
- Deixa-me tentar falar com ela, tia.
- Está bem.
Esperanza sai. Débora bate na porta e diz:
- Dri, sou eu Debi. Abre, vamos conversar.
Adrienne abre a porta chorando, Débora entra e a abraça.
Sala de estar...
Esperanza desce, Dimitry diz:
- Como ela está?
- Débora está tentando falar com ela.
Suéle diz:
- Mas o que aconteceu?
- Isso só vamos saber depois.
Suéle olha para Vicente e diz com tom de ironia:
- Esta é a nossa família. Bem-vindo.
Mansão Colaneri...
Mônica ajuda Patrícia a limpar o rosto de André que diz:
- Eu juro que mato aquele idiota.
Pither diz:
- Não fale bobagem, André. Se isso adiantasse alguma coisa.
Mônica olha sério para Pither. Disfarça e diz:
- Afinal, o que aconteceu?
Patrícia diz:
- André pensa que viu uma coisa e é outra.
André diz:
- Eu não estou pensando, eu vi Paty.
- Não, você não viu. Carlos agarrou Adrienne a força, ela estava feliz, até brinco com o tio sobre o assunto.
- Que tio é esse que apareceu?
Mônica diz:
- A família só soube dele há poucos dias. Vicente é irmão de Esperanza e Suéle, foi dado como morto depois de um atentado que a família sofreu.
Junior diz:
- É meu amigo, agora tem que andar na linha com a sobrinha dele. Eu é que não queria estar na sua pele.
Patrícia diz:
- Bem que já tentou.
Mônica diz:
- O importante é que esclareça tudo isso e logo.
Tempo depois...
Vicente estaciona na frente do prédio onde Stéfany mora, ela diz:
- Que família. Eu nunca imaginei que seria assim.
- Por que não quis ficar lá em casa?
- Vicente, temos que colocar na nossa cabeça que estamos noivos, ainda não casamos.
- Por mim já estaríamos casados.
- Calma, falta pouco e agora será mais especial do que nunca. Vai entrar com sua irmã na igreja?
- Claro.
- Agora a outra parece que não gostou muito. Você nunca me disse dela.
- É por que eu não tinha o conhecimento sobre sua existência. Suéle é filha de um caso do meu pai. Esperanza tinha conhecimento do fato e não teve dúvida quando a conheceu. E ontem a tia Josefa nos entregou uma carta que meu tio nos deixou contando toda a verdade.
- Imagino sua surpresa com tudo isso. Saber que a irmã que tanto venerava estava viva e mais, que tinha uma segunda irmã.
- Suéle não faz o tipo de irmã preferida. Mas tenho que reconhecer que ela é minha irmã. Claro que não preciso pedir para ser discreta quando o assunto se tratar dessa família. Mesmo tendo exclusividade das notícias.
- Hei! Sei ser profissional. Não se preocupe.
Eles se beijam, ela diz:
- Vamos subir um pouco.
- Não me leva a mal, mas estou cansado. Almoçamos amanhã?
- Está bem.
Eles se beijam, Stéfany sai do carro, Vicente vai embora.
Mansão Frayze...
Esperanza, Dimitry, Adriano e Suéle estavam na sala. Débora desce. Esperanza diz:
- Então, querida.
- Depois de tanto chorar acabou dormindo.
Adriano diz:
- Mas o que ela disse?
- Que Carlos a beijou a força e que André nunca vai perdoá-la.
Dimitry diz:
- Eu mato esse rapaz.
Esperanza diz:
- Calma. Não vai ser necessário. Tenho certeza que tudo vai se esclarecer.
Débora diz:
- Eu vou para casa.
Débora cumprimenta os tios, Dimitry diz:
- Luiz vai te levar, já está lhe aguardando.
- Obrigada tio. Boa noite.
- Boa noite.
Ao sair, Mitry estava encostado no carro, ela olha para ele e diz:
- Pensei que já estava dormindo.
- E permitir que a senhorita vá sozinha para casa? De maneira alguma.
Mitry abre a porta do carro, Débora entra, ele entra em seguida.
Mansão Colaneri...
Pither e Mônica estavam no corredor indo em direção do quarto de Mônica, antes dela entrar, ele coloca o braço no meio e diz:
- Pode me dar um pouco de atenção?
- Pither, estou cansada, preciso de um bom banho e da minha cama. Podemos deixar essa conversa para depois?
- Você já está adiando essa conversa há dias.
- Eu sei, mas hoje não, por favor.
- Está bem. Posso te falar só uma coisa?
- Pode.
Ele a beija, ela corresponde, e olha surpresa para ele que diz:
- Eu te amo, não se esqueça disso. Boa noite.
Pither vai em direção ao seu quarto. Mônica o observa e entra no seu quarto. Ainda surpresa diz:
- Ele ficou louco?