Escolhida || Livro 2 da Trilo...

By gabsel_

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Em um futuro distante, Claire Roberts é forçada a enfrentar uma cidade apocalíptica em busca de uma vingança... More

Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítulo Dez
Capítulo Onze
Capítulo Doze
Capítulo Treze
Capítulo Quatorze
Capítulo Quinze
Capítulo Dezesseis
Capítulo Dezessete
Capítulo Dezoito
Capítulo Dezenove
Capítulo Vinte
Capítulo Vinte e Um
Capítulo Vinte e Dois
Capítulo Vinte e Três
Capítulo Vinte e Quatro
Capítulo Vinte e Seis
Capítulo Vinte e Sete
Capítulo Vinte e Oito
Capítulo Vinte e Nove
Capítulo Trinta
Capítulo Trinta e Um
Capítulo Trinta e Dois
Capítulo Trinta e Três
Capítulo Trinta e Quatro
Capítulo Trinta e Cinco
Capítulo Trinta e Seis
Capítulo Trinta e Sete
Capítulo Trinta e Oito
Capítulo Trinta e Nove
Capítulo Quarenta
Capítulo Quarenta e Um
Capítulo Quarenta e Dois
Capítulo Quarenta e Três
Capítulo Quarenta e Quatro
Capítulo Quarenta e Cinco
Capítulo Quarenta e Seis
Capítulo Quarenta e Sete
Capítulo Quarenta e Oito
Capítulo Quarenta e Nove
Capítulo Cinquenta
Capítulo Cinquenta e Um
Capítulo Cinquenta e Dois
Capítulo Cinquenta e Três
Capítulo Cinquenta e Quatro
Capítulo Cinquenta e Cinco
Capítulo Cinquenta e Seis
Capítulo Cinquenta e Sete
Capítulo Cinquenta e Oito - FINAL
Agradecimentos e Última Obra
ÚLTIMO LIVRO SAI HOJE

Capítulo Vinte e Cinco

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By gabsel_

Já estava quase escuro quando fomos designados para algumas cabanas. Anne insistiu em querer dividir a dela comigo, mas eu recusei. Quero ir para uma cabana na qual eu fique com meus amigos. Por mais que eu tenha gostado de Anne, ainda não confio nela ao ponto de dormir ao seu lado. Aprendi a não confiar tanto assim nas pessoas. Qualquer um pode ser seu inimigo.

Anne me guia até uma cabana perto de um lugar que um dia já foi o Museu de Arte Moderna.

Quando estamos quase chegando, resolvi perguntar:

— Anne, onde está meu arco?

Ela olha para mim, sem parar sua caminhada. Suas sardas destacam seu rosto como se estivessem brilhando.

— Os Buscadores confiscaram todas as suas armas. Mas não se preocupe, Tomás provavelmente irá devolver.

Tomás... Me lembro que ele disse que iria nos chamar para falar sobre o Centro. Bom, até agora ele não chamou. Talvez ele nem chame. Talvez ele até tenha esquecido.

Daqui, consigo ver diversos lampiões elétricos pendurados em galhos de árvores por todo o parque. Vejo pessoas subirem em escadas para acendê-los.

Em cada ponto do parque há um lampião aceso. A luz amarelada deixa o parque ainda mais bonito.

Chegamos na barraca bem na hora que tem alguém acendendo um lampião pendurado no beliche. A menina se vira para nós e então eu vejo o rosto de Demi iluminado pela lâmpada ao seu lado. Ela sorri ao me ver e eu retribuo. Voltamos a ser colegas de quarto.

— Vou voltar para a minha barraca — fala Anne. — Boa noite.

Dou boa noite para ela e ela vai para fora da barraca, me deixando sozinha com Demi.

Estamos juntas de novo. Dormimos no mesmo lugar juntas novamente e não precisamos nos preocupar com alguém tentando nos matar de noite. Eu acho que não...

— Eu fico com a cama de cima — fala ela.

— Gosto da cama debaixo — falo.

Ela ri e pula para a sua cama. Vou para a minha cama.

Talvez as coisas seriam melhores se eu deixasse tudo para trás e viesse morara aqui. Mas isso seria deixar essas pessoas morrerem e deixar minha irmã com a LPB naquele maldito condomínio. Sinto um pouco de medo do que pode acontecer a cada segundo que passa. Foi sorte que ninguém tenha morrido ainda e tomara que essa sorte continue conosco para sempre.

Caminho até o beliche enquanto vou me sentar, a passagem da barraca de abre novamente e eu me viro. Levo um susto ao ver Tomás. Ele está com as mesmas roupas que estava vestindo hoje cedo e parecia que nenhum fio de seu cabelo havia se mexido até agora. Ele parece estar um pouco cansado, mas isso é a única coisa que mudou.

— Me acompanhem — ele fala.

Eu e Demi nos entre olhamos rapidamente. Ele sai sem esperar respostas. Então, nós o seguimos.

***

Caminhamos até uma outra barraca, um pouco maior que as outras.

Quando entramos, não me surpreendo com a presença de Harry, Ari, Dylan e Niall. Eles estão todos sentados ao redor de uma mesa redonda. Eu já sabia que eles estariam aqui e sei do que se trata essa reunião. Mas não esperava Louis sentado em uma das cadeiras. Ele tem o nariz enfaixado e percebo sua tremedeira. Parece que está... Com medo?

Será que ele tem medo de mim agora? Isso não faz muita diferença para mim, mas não tinha a intenção de traumatiza-lo com meu soco.

Vejo três cadeiras vazias e me dirijo a uma delas. Sento ao lado de Harry e Dylan. Comprimento eles e apoio meus baços na mesa. Sinto a mão de Harry raspar em meu braço e segurar minha mão.

A energia que o toque de Harry transmite começa pela minha mão e logo está percorrendo o meu corpo inteiro. Eu gosto de sentir seu toque. Sempre gostei.

Sinto medo de um dia não poder mais senti-lo.

Tomás se senta em uma das cadeiras quase ao mesmo tempo que Demi.

— Então... — ele diz. — Eu gostaria de entender melhor a história de vocês. Depois, eu posso ajudá-los.

Franzo a testa por um segundo. Olho para Harry. Contar tudo? Absolutamente tudo? Isso vai demorar um século. Harry faz um sinal para que eu comece.

Olho para ele novamente. Começo explicando sobre o condomínio. Explico sobre os Sinistros. Explico que eu me tornei uma Sinistra. Explico que eu e Louis encontramos uma casa com informações sobre a LPB. Explico que desconfiávamos de Clarisse. Explico que descobrimos que a LPB foi a causadora de tudo. Explico que descobrimos que a LPB tomava conta do Centro...

Palavras vão saindo de minha boca e ninguém me interrompia. Todos ouviam tranquilamente.

Quando cito cada acontecimento, uma breve lembrança passa pela minha cabeça. Me lembro de quando passei por dutos. Me lembro de quando pensei que minhas respostas seriam respondidas por um velho senhor que vivia em um depósito. Me lembro de quando buscamos Celfato para Demi.

O passado está atrás de nós, mas faz parte do nosso presente. Sem tantas destruições, sem tantas mudanças psicológicas... Ainda estaríamos vivos aqui?

O que sofremos foi uma preparação do que viria a seguir.

— ... passamos esses últimos dias fugindo deles — completo. — Até chegarmos aqui.

Ele nos encara. Parece um pouco em duvida do que falar agora. Então, ele se inclina para frente e se apoia na mesa.

— Vocês invadiram a LPB para conseguir respostas, mas saíram de lá sem nenhuma — ele fala. — Querem voltar para destruí-la. Não querem mais as respostas? Vocês sabem o motivo deles terem feito tudo isso?

Ele me encara, fixamente.

— Não — respondo. — Mas sabemos que destruir a América do Sul inteira não tem uma justificativa. Precisamos acabar com isso tudo.

Ele encosta suas costas contra a cadeira e respira fundo. Eu o encaro. Por um segundo penso o motivo dele ter perguntado isso. Ele estava defendendo a LPB?

— Você sabe o motivo — fala Harry. — Sabe o motivo deles terem feito isso.

Tomás não responde. E isso obviamente é um "sim". Tomás sabe o motivo. Ele pode ter as respostas que viemos procurando por semanas.

— A LPB foi fundada em 2017. — ele começa. — No começo, era um laboratório que estudava armas biológicas para o caso de guerras, já que o nosso exército era considerado um dos piores do mundo na época. Um laboratório foi criado debaixo da terra para menor risco de escapar um vírus, bactéria, parasita ou qualquer outro tipo de arma biológica estudada no laboratório. Quando um novo presidente começou na LPB, tudo mudou. Vocês já estudaram em história sobre a Era da Isolação, quando a América do Sul foi isolada completamente do resto do mundo para evitar guerras. Bom, não passa de uma mentira. Pelo que eu consegui descobrir lendo os arquivos do Centro, foi que a LPB conseguiu convencer o Brasil e os outros países a se isolarem do resto do mundo. Para isso, a LPB construiu milhões de aparelhos que circulam essa parte do continente. Quando ativados, eles formam uma cúpula que cobre a América do Sul inteira.

Ele faz uma pausa. Eu ergo as sobrancelhas. Uma cúpula? Estamos presos? Sempre estivemos presos?

— O isolamento causou milhões de protestos, mas nenhum com sucesso — ele continua. — Ninguém sabia que estava preso dentro de uma cúpula científica. Não sei como, mas essa cúpula é como vidro. Se quebra-lo, ele irá rachar e suas partes podem cair. Existem duas maneiras de sair de dentro dessa cúpula. Desligando os aparelhos ao redor da América do Sul ou a destruindo.

Sinto meu coração bater fortemente. Não tem como sair daqui. Não tem como sair desse lugar. Nós precisamos desligar a cúpula. Talvez haja uma maneira de fazer isso no Centro. Talvez tenha um jeito de desligar essa coisa.

— Mas... como? — pergunto. — E os outros países? Como eles não veem uma cúpula gigante no lugar onde deveria ter o resto da América?

— Não sei o que acontece fora daqui — fala Tomás. — Mas sei que a LPB tem controle total do clima e pode mudar a imagem do céu por qualquer outra imagem. Vi que eles abrem a cúpula às vezes para que a massa de poluição saia.

— Então... O sol e a lua que vemos não são elas de verdade? — pergunta Ari.

— Bom, pelo que eu li, os raios solares conseguem passar pela cúpula, mas o sol que aparece para nós é uma projeção da LPB.

Se eu já sentia raiva da LPB, agora eu sinto raiva ao quadrado. Nunca vi o sol. Nunca vi a lua. Será que eu já vi nuvens de verdade? Será que não era apenas outra projeção da LPB?

Tudo é uma projeção da LPB. A minha vida toda foi uma projeção da LPB. Eles controlam tudo. Eles controlam o condômino, controlam o clima, controlam o Brasil...

Isso tudo é tão horrível. É tão perturbador e revoltante saber que você nunca viu o céu de verdade. Será que o céu é azul? Será que as vezes ele fica cinza? Será que ele é alaranjado ao pôr do sol?

Por um momento, voltamos para 1400, onde não sabemos nem se a Terra é redonda. Ou talvez nunca tenha tido um "1400". Tudo que eu aprendi, tudo que eu sei, tudo pode ser mentira. Uma mentira planejada pela LPB. Agora, parece tudo tão confuso em minha mente.

— Como a LPB conseguiu tanto dinheiro para tudo isso? — pergunta Dylan.

— Ora, doações de um governo desesperado com medo de guerras — continua ele. — Em 2047, as ameaças de guerras estavam incrivelmente altas por causa da pouca quantidade de água potável. Os países da América do Sul eram os que mais tinham domínio da água potável e isso nos tornava um grande alvo de guerra. A LPB aproveitou o momento e passou sua proposta de isolar essa parte da América do resto do mundo e sem que ninguém soubesse, uma cúpula capaz de nos esconder. E então, fomos isolados. Mas a LPB não nos isolou para criar o vírus zumbi, ela nos isolou para os Estados Unidos não investigarem a pesquisa que estavam fazendo na época. Antes, não se podiam fazer armas biológicas sem a fiscalização dos Estados Unidos. A LPB tinham outro objetivo naquela época e era secreto...

— Quem comandava a LPB nessa época? — pergunta Demi.

— O pai de Max. Ele tomou o poder em 2045 e seu plano já estava completamente formado. Ele tinha apenas 20 anos na época e já era completamente maluco, além de ter uma obsessão: ter a vida eterna. Fiz estudos sobre a família de Max e Jorge Reymond, seu pai, era o cara mais maluco que eu já vi na minha vida. Ele fazia experiências para deixar células imortais com diversos animais e até mesmo com cobaias humanas. Seus experimentos para chegar à vida eterna estavam dando certo. Ele estava com 60 anos quando faleceu. Ele mesmo se matou. Jorge estava tão obcecado pela sua pesquisa, que misturou substâncias mortais e isso causou uma parada cardíaca. Max nasceu da vice-presidente da LPB por fertilização biológica no mesmo ano da morte de seu pai. O filho de Jorge, antes de nascer, já estava destinado a se tornar o presidente do laboratório. Max foi criado no Centro, foi ensinado no Centro e educado pelos cientistas da LPB. Ele foi escolhido para terminar o que o pai começou, encontrar a imortalidade.

Ele se cala por alguns instantes. Max queria encontrar a imortalidade? A LPB queria encontrar a imortalidade? Mas por que criaram vírus zumbi? Por que eles mataram tantas pessoas?

— Se eles queriam a imortalidade, por que os zumbis dominaram a America do Sul? — pergunto.

— Eu não sei — ele responde. — No começo, achei que fosse uma falha de Max. Mas eu sei que não foi um erro. Max tinha isso planejado desde sempre. Ele queria que acontecesse isso.

— Quando você descobriu tudo isso... — Dylan começa, mas é interrompido por ele.

— Eu tentei impedir, mas acabei preso. Escapei por pura sorte. Aquele lugar é cheio de armadilhas e o sistema de segurança é incrivelmente bom. Por isso, eu digo que é suicídio ir até lá.

Suspiro. Ainda tem uma pergunta na minha cabeça. A pergunta principal. A pergunta que eu iria responder quando chegasse no Centro.

— Eu não entendo — falo. — O que eu tenho a ver com tudo isso? Por que eu sou a Escolhida?

Tomás me encara fixamente. Ele sabe a resposta. Ele sabe. Eu já absorvi tanta coisa. Uma cúpula, as mentiras contadas dês do jardim de infância, a busca pela imortalidade... Será que eu aguento mais uma? Será que eu consigo ouvi-lo?

Me ajeito na cadeira. Respiro fundo. Me preparo firmemente para ouvi-lo.

— Você é a Escolhida, Claire, pois se cura, é mais rápida do qualquer outra coisa, é mais forte que qualquer outra pessoa, tem uma agilidade maior, seus sentidos são aguçados... — ele começa. — Claire, você é o que eles procuram. Você fez parte do Projeto Escolhido. Você é um dos 80 bebês que foram submetidos à testes na maternidade com cientistas da LPB disfarçados de médicos pediátricos, onde injetaram o Escolhido em você. Ele cresceu com você. Ele viveu dentro de você. É ele que hoje tenta ter o domínio de seu corpo. Você e as outras 79 crianças que participavam do Projeto Escolhido viveram esses dois anos no condomínio, sendo observados e analisados pela LPB. Mas você... Você deve ter sido a única que sobreviveu até o final do projeto. Você é a única maneira deles conseguirem a cura, Claire. Você é imune. Você é a Escolhida.

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