Esperanza - La Família

By RosanaRodry

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3º Volume Muitas vezes podemos comprovar que o dinheiro não é tudo na vida de uma pessoa. Esperanza comprovou... More

1º Capítulo
2º Capítulo
3° Capítulo
4° Capítulo
5° Capítulo
6° Capítulo
7° Capítulo
8º Capítulo
10° Capítulo
11º Capítulo
12º Capítulo
13º Capítulo
14º Capítulo
15º Capítulo
16º Capítulo
17º Capítulo
18º Capítulo
19º Capítulo
20º Capítulo
21º Capítulo
22º Capítulo
23º Capítulo
24° Capítulo
25º Capítulo
26° Capítulo
27º Capítulo
28º Capítulo
29º Capítulo
30º Capítulo
31º Capítulo
32º Capítulo
33º Capítulo
34º Capítulo
35º Capítulo
36º Capítulo
37° Capítulo
38º Capítulo
39º Capítulo
40º Capítulo
41° Capítulo
42º Capítulo
43º Capítulo
44º Capítulo
45º Capítulo
46º Capítulo
47º Capítulo
48º Capítulo
49º Capítulo
50º Capítulo
51º Capítulo
52° Capítulo
53° Capítulo
54° Capítulo
55º Capítulo
56º Capítulo
57º Capítulo
58º Capítulo
59º Capítulo
Conversando...
60º Capítulo
61º Capítulo
62º Capítulo
63º Capítulo
64º Capítulo
65º Capítulo
66º Capítulo
67º Capítulo
Continua...

9º Capítulo

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By RosanaRodry

No dia seguinte...

Cidade do México...

Mansão Frayze...

Dimitry chega à sala de jantar, não se senta e diz:

- Bon jour.

- Bon jour.

Dimitry serve-se um pouco de suco, pega o jornal, olha, Suéle diz:

- Não vai sentar para tomar café?

Dimitry diz:

- Já estou de saída.

- Esperanza ligou.

Dimitry para de ler o jornal e diz sério:

- O que ela disse?

- Que chega hoje.

- Disse o horário?

- Não.

- Merci. Licence.

Dimitry sai. Suéle diz:

- Eu vi direito? Ele não deu importância com a notícia do retorno de Esperanza?

Adriano diz:

- Deixe-o, ele está tão confuso que nem sabe que dia é hoje.

Hospital...

Dimitry aguarda Dr. Gonzalez no consultório. O médico entra com o resultado do exame e diz:

- Está pronto.

- Então doutor?

- Negativo.

Dimitry respira aliviado e diz:

- Merci. Merci. O doutor não imagina o peso que está tirando das minhas costas.

- Imagino sim Dimitry. Eu vi o estado que Esperanza ficou, tive até que medicá-la. Com isso agora vou dar continuidade a outro passo.

- Qual?

- O processo de investigação interna sobre o caso. O Dr. Mendonça será processado por essa fraude, pode ter certeza. Irei enviar mais essa evidência ao conselho de medicina.

Casa de Vicente...

D. Josefa estava arrumando a sala, Vicente entra com uma caixa e diz:

- Tia, olha o que eu achei na garagem.

D. Josefa olha e diz:

- O que é isso?

- Está com o nome do tio. Deve estar lá desde a mudança.

- Deixa no meu quarto, depois com calma eu abro e verifico. Deve ser as coisas velhas do seu tio, ele adorava guardar dentro dessas caixas.

- Está bem.

Vicente leva a caixa para o quarto de D. Josefa e deixa em um canto do quarto.

À noite...

Mansão Frayze...

Suéle e Adriano estavam na sala, Esperanza chega com Michael e Esperanzinha que dormia no colo do pai. Suéle abraça a irmã e diz:

- Como você está?

- Bem. Oi, Adriano.

Adriano sorri e diz:

- Oi.

- Lívia, ajude Mia com as bagagens. Leve as coisas do Dr. Lokoffe para o quarto.

Lívia diz:

- Sim, senhora.

Lívia sai. Esperanza diz:

- Deixe-me apresentá-los. Minha irmã, Suéle e seu marido, Adriano. Estes são Dr. Michael Lokoffe e sua filha.

Suéle diz:

- Seja bem-vindo, doutor.

Michael diz:

- Obrigado.

Adriano diz:

- Você foi o médico da equipe de vôlei, não foi?

- Meu pai foi. Na época eu era o assistente.

Dimitry sai do escritório, fica surpreso ao ver Michael e diz:

- Boa noite.

- Boa noite.

Dimitry cumprimenta Michael com um aperto de mão dizendo:

- Quanto tempo, Michael?

- Já tem algum tempo sim. Como está?

- Bem. Sua filha?

- Sim.

- Qual o nome dela?

- Esperanza.

Dimitry olha para Esperanza e diz:

- E Rebecca?

- Rebecca morreu a um ano em um acidente de carro quando voltava de um jogo em San Diego.

- Sinto muito.

Esperanza disfarça e diz:

- Acho melhor levar Esperanzinha para o quarto, Michael. Eles vão ficar aqui por alguns dias. Espero que não seja nenhum inconveniente?

Dimitry diz:

- De maneira alguma. Amigos são sempre bem-vindos. Fique o tempo que for necessário, a casa é sua, Michael.

Michael diz:

- Obrigado, Dimitry.

Esperanza diz:

- Eu o acompanho, Michael. Com licença.

Esperanza acompanha Michael. Dimitry observa.

Ao chegar ao quarto Esperanza ajuda Michael a colocar Esperanzinha na cama, ele diz:

- Pelo jeito vocês tem muito o que conversar.

- Procure descansar, doutor. Amanhã eu o apresente ao seu futuro chefe.

- Obrigado.

- Eu é que agradeço.

Esperanza sai. Bate na porta do quarto do filho e entra:

- Oi.

Mitry estava no computador, ao ver a mãe a abraça:

- Que bom que chegou, mãe. Já não suportava mais essa casa sem você.

- O que aconteceu?

- O papai está um chato, só para variar.

- Quanto o resto, está tudo bem?

- Esta. Ainda bem que voltou logo. Quero te fazer um pedido.

- Qual?

- A senhora já sabe do concurso de patinação de gelo do clube, é o último do inverno.

- E...

- Quero me inscrever.

Esperanza surpresa senta na cama e diz:

- Tem certeza?

Mitry se aproxima e diz:

- Tenho.

- Mas você não gosta de patinar.

- Eu sei.

- E por que quer fazer isso?

- Sinto que ficou uma coisa inacabada, tenho que terminar o que já tinha começado, só assim posso seguir em frente.

- E o que você quer que eu faça?

- Para se inscrever, menores de dezesseis anos só com a autorização dos pais. Para isso a senhora tem que ir pessoalmente.

- Está bem. Eu faço isso amanhã.

Mitry abraça a mãe e diz:

- Obrigado, mãe. Por isso que eu te amo, você me entende. Ao contrário do papai que só quer usar aquela autoridade dele.

- E nem por isso significa que não deve obedece-lo, ele é seu pai.

- Mas muitas vezes agi como se não fosse.

- Mitry!

- Desculpe-me mãe, mas é verdade.

- Dê uma chance para ele, se não der como pode tentar ser um pai e filho? Pense nisso. Eu vou tomar um banho, estou cansada. Amanhã eu passo no clube antes de ir à empresa.

- Obrigado, mãe.

- Te amo, querido.

- Eu também, mãe.

Esperanza dá um beijo no filho, antes de sair diz:

- Ah, temos hóspedes, um amigo de Los Angeles com a filha, amanhã eu os apresento.

- Está bem.

Esperanza sai. Bate na porta do quarto de Adrienne e entra, ela estava se arrumando para sair, ao ver a mãe a abraça e diz:

- Mãe.

- Oi, princesa. Vai sair?

- Vou, André quer jantar comida chinesa. Posso com esse meu namorado?

- Pelo jeito esse namoro está indo muito bem.

- Graças à senhora que me ajudou muito.

- E ajudarei sempre, princesa. O que eu mais quero é ver meus filhos felizes, só isso.

- E a senhora? Está feliz?

- Por que está me perguntando isso?

- Percebi que dormiram em quartos separados. Está tudo bem?

- Vai ficar. Não se preocupe.

- Tia Mônica já fez as inscrições. Está saindo tudo como o planejado. Paty e eu já encaminhamos os convites. O colégio inteiro estará no ginásio torcendo para ele.

- Que bom. Temos hóspedes, um amigo de Los Angeles com a filha, amanhã eu os apresento.

- Ok. Agora tenho que ir, mãe. Prometo não chegar tarde.

- Que a Virgem lhe acompanhe, filha.

- Amém.

Adrienne dá um beijo na mãe e sai.

No quarto de Esperanza e Dimitry...

Esperanza entra, vê Dimitry sentado na poltrona, sem dizer nada vai para o toalete e fecha a porta.

Minutos depois...

Esperanza sai do toalete de camisola e com o robe aberto. Senta em frente ao espelho e penta os cabelos, Dimitry observando-a diz:

- O que Michael está fazendo aqui?

Esperanza olha pelo espelho e diz:

- Veio conversar com o Dr. Gonzalez para assumir o lugar daquele incompetente que brincava de chefe do laboratório.

- E desde quando a especialidade dele é laboratorial?

- Michael estava elaborando estudos em Los Angeles no hospital universitário. Acho que com isso ele já mostra que entende do assunto.

- Desde quando se interessa por esses assuntos?

- A partir do momento que o nome da minha família se envolve em um escândalo hospitalar, o interesse flui naturalmente.

- Nem para escolher o nome da filha, ele esconde que teve realmente uma admiração especial por você.

- Não foi ele que escolheu o nome da menina, sim Rebecca.

- Quem disse isso? Ele? Falar coisas sem ter como provar...

- Foi à menina que disse isso. Criança não mente. Rebecca contava várias histórias para a filha sobre mim.

Dimitry fica quieto. Esperanza se levanta, ele se aproxima, segura a mão dela e diz:

- Senti sua falta.

- Eu também.

Eles se beijam. Dimitry a abraça e diz:

- Je t'aime, je t'aime.

- Eu também te amo muito.

- Eu peguei o resultado hoje.

- Não quero saber. Me beija, me ama.

Dimitry a beija, com a mão nos cabelos dela que estavam molhados diz:

- Que saudade desses cabelos molhados.

- Que bom.

Dimitry tira o robe dela, beija o ombro dela, a pega no colo, a deita na cama e a beija.

No quarto de Suéle e Adriano...

Eles estavam deitados, ele lendo, ela quase dormindo, porem estavam abraçados. Ele fazia carinho nela e diz:

- Está acordada, amor?

- Não.

- Foi ao hospital hoje?

Suéle abre os olhos e diz:

- Não. Desculpe-me.

- Parou de tomar os remédios?

- Parei. Prometo que amanhã eu vou falar com o Dr. Gonzalez.

- Está bem.

Adriano lhe dá um beijo e volta a fazer carinho para ela dormir.

Quarto de Esperanza e Dimitry...

Eles estavam abraçados, Dimitry diz:

- É negativo.

- O que?

- O resultado do exame. O pesadelo acabou, mon amour.

- Que bom.

- Je t'aime.

- Eu também te amo, independente de resultado de exame.

Eles se beijam.

Apartamento...

Alex tomava um drinque e assistia televisão. A campainha toca, ele vai abrir a porta e diz:

- Ah, é você. Trouxe o resto do pagamento?

A pessoa tira do bolso uma arma e atira no peito do médico que cai no meio da sala, se aproxima e atira na cabeça do médico e sai.

No dia seguinte...

Mansão Frayze...

Mia bate na porta do quarto de Esperanza e Dimitry, Esperanza acorda e vai até a porta:

- Bom dia, Mia.

- Bom dia, senhora. Desculpe-me incomodá-la...

Sala de estar...

Borges observa o quadro de Esperanza na sala, Esperanza e Dimitry chegam:

- Bon jour.

- Bon jour.

Esperanza diz:

- Quem morreu dessa vez delegado?

Dimitry surpreso diz:

- Esperanza!

- Ele só vem a nossa casa quando morre alguém, não é delegado?

Borges que a observava pensa:

"Tem a quem puxar mesmo. Não nega que é uma Harte".

Então diz:

- Está certa. Só que não é uma morte qualquer. Por isso preciso que o Sr. Frayze nos acompanhe.

Esperanza não gosta e diz:

- Sobre qual acusação?

- Nenhum... ainda. O Dr. Alex Mendonça foi encontrado pela empregada morto na sala de seu apartamento. A vítima estava com dois tiros, igual às outras vítimas. Não estou prendendo o seu marido, só estou intimando para um esclarecimento.

Mia serve um café a todos, Adriano e Suéle chegam:

- Bom dia.

- Bom dia.

Adriano diz:

- Algum problema?

Borges diz:

- É a pergunta que eu iria fazer para a Sra. Frayze. Tem algum problema que seu marido não posso ir ao departamento? Só quero lembrá-la que o Dr. Mendonça foi responsável pelo escândalo onde envolveu o nome do seu marido. Agora se a senhora tiver algum argumento, eu não levo o seu marido, e levo à senhora. O que acha?

Esperanza fica nervosa e deixa a xícara do café cair. Borges observa e diz:

- Bom o café.

Esperanza diz:

- Eu vou chamar a empregada, com licença.

Esperanza sai. Suéle vai atrás, a alcança na sala de jantar e diz:

- O que está acontecendo?

- Foi um acidente. Só isso.

- Por que ele está aqui? O que aconteceu?

- Mataram o Dr. Mendonça e é claro que ele vem primeiro aqui. Eu já estou de saco cheio com esse delegado.

- Não vai ser ficando assim que vai ajudar alguma em coisa.

Sala de estar...

Borges diz:

- Sua esposa fica nervosa com facilidade, Sr. Frayze.

Dimitry diz:

- Acha pouco o que passamos nos últimos dias, delegado?

- Não, claro que não. Já imagino que a reação dela não seria a das melhores se tivesse dito que o senhor é o principal suspeito.

Dimitry não responde. Adriano diz:

- Vou ligar para o Dr. Fonseca, até seu advogado chegar.

Borges diz:

- Faça isso, Sr. Colaneri.

Dimitry diz:

- Não precisa Adriano.

Adriano diz:

- Dimitry...

- Não precisa. Eu não matei ninguém, portanto não preciso de advogado.

Esperanza e Suéle voltam, Borges diz:

- Melhor, Sra. Frayze?

Esperanza diz:

- Estou ótima.

- Que bom. Por que a senhora vai nos acompanhar também.

Suéle diz:

- O senhor tem provas para tê-los como suspeitos?

Borges diz:

- Um fato como o que aconteceu nos últimos dias e da noite para o dia o principal autor desse escândalo é encontrado morto, é o que para a senhora?

- Não é o suficiente.

- Acho melhor irmos. Por favor, gostaria que o Sr. Frayze acompanhasse o agente Pacheco, a Sra. Frayze irá comigo.

- Eu vou também.

Esperanza diz:

- Não. Fica e de atenção aos nossos hóspedes, por favor. Voltamos logo.

- Esperanza...

- Por favor, Suéle.

Adriano diz:

- Eu os acompanho.

Borges diz:

- Então vamos.

Eles saem. Suéle diz:

- Droga! O pior é que eu não posso fazer nada.

Departamento da polícia federal...

Dimitry é levado para uma sala, Esperanza para outra. Borges ao sair da sala onde estava Esperanza encontra Vicente e diz:

- Bom dia.

- Bom dia. O que está acontecendo?

- Lembra do escândalo do Sr. Frayze?

- Claro. Esse povo fala em outra coisa?

- O médico responsável pelo escândalo foi assassinado nessa madrugada.

- E por que não me ligou? Sempre sou a primeira pessoa que liga.

- Saiu daqui ontem tão tarde que achei melhor deixá-lo aproveitar a companhia da sua noiva.

- Obrigado pela sua compreensão. O que eu faço?

- Já estou com os senhores Frayze, Pacheco interroga o Sr. Frayze e eu a Sra. Frayze.

- Ótimo, então vamos lá assim conheço essa mulher logo.

Borges não o deixa entrar na sala e diz:

- Não.

- Por que não? Está tão estranho, Borges.

- É que eu preciso de você no local do crime. Sempre foi bom nisso, por isso preciso do meu melhor homem lá. Fica lá e assim que terminar aqui vou te encontrar lá também.

- Tem certeza?

- Tenho.

- Está bem. Qualquer coisa me liga.

Vicente sai. Borges respira aliviado, entra na sala e diz:

- Podemos começar senhora. A senhora conhecia o Dr. Alex Mendonça?

- Não.

Sala onde estava Dimitry, o agente Pacheco diz:

- Quando foi primeira vez que ouviu falar no Dr. Alex Mendonça, Sr. Frayze?

- Ele foi verificar como Esperanza estava, quando estava em coma.

- Quando foi isso?

- Há um ano.

- Por que ele foi monitorar sua esposa? Não era o Dr. Gonzalez responsável por ela?

- Sim. Mas nesse dia o Dr. Gonzalez tinha viajado para um congresso, então o Dr. Mendonça ficou responsável pelo plantão.

- Como foi à entrada dele no quarto?

- Ele entrou com um medicamento na seringa sobre uma bandeja. Hoje parando para observar lembro que tinha uma alguma coisa de errado.

- O que?

- Ele percebeu que eu estava observando os procedimentos e não aplicou o medicamento.

- Sua esposa recebia dosagem de medicamentos?

- Não. O Dr. Gonzalez tinha interrompido os medicamentos para que ela não continuasse induzida ao coma.

Sala onde estava Esperanza...

Borges diz:

- Por que se comprometeu em trazer outro médico para ocupar essa vaga no hospital?

- Achei justo, já que o Dr. Gonzalez salvou minha vida. Ele merecia ter o melhor profissional na sua equipe.

- E a senhora acredita que trouxe o melhor?

- Sem dúvida.

- Onde estava na noite de ontem?

- Desembarcamos as oito da noite. Chegamos em casa, encaminhei nossos hóspedes para o quarto e fui descansar também.

- A senhora se desentendeu com o seu marido por causa desse escândalo?

- Qual casal não se desentenderia, delegado?

- Eu só quero saber da senhora e do seu marido.

- Sim.

- Então suponho que viajou ainda desentendida com ele?

- Sim.

- E como foi à recepção quando chegou?

- Normal. Meu marido e eu costumamos se discretos.

- E depois?

- Conversamos. Nos entendemos.

- A senhora saiu do quarto alguma vez durante a noite?

- Não. Estava tão cansada que dormi a noite toda.

- Então se seu marido saísse da cama a senhora não perceberia, correto?

- Errado. Por mais cansada que estivesse, se Dimitry se mexer eu percebo.

- Então tem um sono leve?

- Tenho.

Pacheco bate na porta da sala, Borges sai e diz:

- O que foi?

- Já terminei.

- Segura mais um pouco, vou revisar o depoimento dele antes de liberarmos.

Mansão Frayze...

Michael estava na sala lendo o jornal, Esperanza, Dimitry e Adriano chegam, Esperanza diz:

- Bom dia.

- Bom dia.

Michael diz:

- Desculpe-me ir pegar seu jornal.

Esperanza diz:

- Está tudo bem. Fique à vontade. Eu vou me arrumar e podemos ir ao hospital.

- Não se preocupe, se quiser eu vou sozinho.

- De maneira alguma. Prometi que iria apresentá-lo ao Dr. Gonzalez e faço questão de cumprir.

Suéle entra e diz:

- Como foi?

Dimitry diz:

- Tranquilo.

Esperanza diz:

- E meus filhos?

Suéle diz:

- Foram ao clube. Levaram Esperanzinha.

- E você deixou, Michael. Eles mal sabem cuidar deles mesmos.

Michael diz:

- Fala como se seus filhos fossem crianças, Esperanza. Já são dois adolescentes fantásticos.

Adriano diz:

- Falamos isso para ela, mas insiste em tratá-los como crianças.

Esperanza diz:

- Bom, só um minuto que já desço.

Dimitry diz:

- Eu te acompanho, mon cher. Fique à vontade Michael, licence.

Esperanza e Dimitry sobem abraçados, Michael diz:

- Fico feliz que eles tenham se entendido.

Suéle diz:

- Os conhecem há muito tempo?

- Trabalhei junto com Esperanza na academia World. Sempre mantivemos contato durante o período que moraram em Los Angeles, foram ao meu casamento com Rebecca, que jogou com Esperanza. Todos nós em Los Angeles sempre torcemos por eles.

No quarto...

Dimitry abraça Esperanza que diz:

- Será que vai começar tudo novamente?

- Tenha calma que tudo vai se resolver.

Hospital...

Dr. Gonzalez recebe Esperanza e Michael. Esperanza faz às apresentações:

- Dr. Alejandre Gonzalez, Dr. Michael Lokoffe.

Dr. Gonzalez cumprimenta Michael:

- Muito prazer, doutor.

- Igualmente.

- Bem que Dimitry fala que você é teimosa.

Esperanza diz:

- Ele diz isso?

- Dizia o tempo todo quando estava internada.

- Michael, esse aqui foi meu anjo da guarda. Me acompanhou o tempo todo por quase dois anos. Se não fosse a dedicação desse amigo e profissional, não sei se estaria aqui hoje.

- Claro que estaria, é teimosa.

Todos riem. Dr. Gonzalez diz:

- Fiz só o meu trabalho e com muito prazer, com isso fiz grandes amigos com Dimitry, Suéle, Adriano e é claro essa pessoa tão especial para essa família.

- Bom, acho melhor deixá-los conversar agora.

- Não quer nos acompanhar, Esperanza? Mostro o hospital ao doutor e você conhece outras dependências também, já que está fazendo essa gentileza de nos apresentar um possível chefe de laboratório.

- Está bem. Vou aceitar o convite.

Eles caminham pelo hospital com roupas especiais. Até que passam pelo setor infantil. Esperanza observa as crianças em seus leitos, uma delas acena para Esperanza que corresponde e diz:

- Dr. González.

Dr. González e Michael param. Dr. Gonzalez diz:

- Pois não?

- Que setor é esse?

- Câncer infantil.

- Posso entrar?

- Pode.

Esperanza entra no quarto onde havia várias camas. Dr. Gonzalez e Michael ficam observando na porta. Ela se aproxima da criança que lhe acenou e percebe que era uma menina. Ela diz:

- Oi.

- Oi.

- Qual é seu nome?

- Maria Clara.

- O meu é Esperanza. Tudo bem?

- Tudo.

A enfermeira se aproxima e diz:

- Com licença, senhora. Eu tenho que dar o almoço dela.

- Está bem.

Maria Clara segura a mão de Esperanza e diz:

- Você volta?

Esperanza sorri e diz:

- Volto. Fica com a Virgem.

- Você também.

Esperanza sai emocionada, olha pelo vidro da porta diz:

- O que ela tem?

Dr. Gonzalez diz:

- Leucemia.

- Doutor, você deve conhecer o trabalho pioneiro do Dr. Patty Adams.

- E quem não conhece? É fantástico. Mas o problema às vezes é os pais aceitarem esse tratamento. Muitas vezes as pessoas esquecem que rir ainda é o melhor remédio.

- Eu diria como o próprio Dr. Adams "o riso faz parte de um contexto". E que "a amizade é o melhor remédio". Você aceita minha ajuda?

- De que forma pode ajudar?

- Podemos organizar um grupo pequeno de animadores, trazermos ao hospital e fazemos uma inclusão aos poucos até os pais perceberem que um simples gesto pode ajudar muito. Se conseguirmos que pelo menos a metade aceite já é o suficiente para continuarmos. E passamos para os outros setores.

- Esperanza, sua intenção é ótima. O problema é quem vai querer ser voluntario em um hospital? Com vários vírus pelos corredores. A gripe H1N1 por exemplo.

- Eu vejo da seguinte forma, doutor. Temos que tentar. Se todos tentarem um pouquinho, esse pouquinho pode se tornar um monte. Tudo depende de iniciativa.

Michael diz:

- Ela tem razão. Aliás, Esperanza tem suas obras assistências herdadas da sogra Michelle Frayze, essas obras ajudam muito.

Esperanza diz:

- Mesmo assim não é o suficiente Michael. Muitas vezes as pessoas não têm carência de dinheiro, sim de atenção. E isso é de graça. Olha esse hospital. É um dos mais modernos do nosso país, muitas das pessoas que vem procurar atendimento aqui tem convenio. Podem pagar os melhores especialistas, agora olhem para a Maria Clara. Com certeza os pais dela têm os melhores empregados, no entanto em vez de ser a mãe a ajudá-la se alimentar, é uma enfermeira. Quando ela me viu o primeiro impulso foi acenar para mim, isso já foi um sinal de "eu preciso de atenção".

Dr. Gonzalez diz:

- Ok, você me convenceu. Vamos fazer um teste.

Michael diz:

- Com isso o senhor também já ganhou um novo chefe de laboratório. Eu fico.

Esperanza feliz abraça Dr. Gonzalez, depois Michael e sorri.

Ao chegar ao estacionamento Michael diz:

- Se importa se eu pegar um taxi?

- Eu te deixo em casa, Michael.

- Eu fiz algumas anotações do jornal e quero dar uma olhada em alguns apartamentos. Depois eu vou para sua casa. Não posso ficar lá para sempre.

- Que exagero. Pode ver isso depois com calma.

- E quem disse que eu estou nervoso? Estou muito calmo e quero aproveita e fazer isso sem minha filha, assim já posso ligar para meu pai e deixá-lo mais tranquilo.

- Está bem. Já que quer assim. Nos vemos mais tarde.

Esperanza entra no carro e sai. Michael sai caminhando.

Empresa Colaneri...

Vice-presidência...

Esperanza estava trabalhando no escritório, Adriano entra com alguns documentos e diz:

- Com licença.

- Pode entrar.

- Trouxe alguns relatórios do escritório de Nova York.

- Deixa-me ver.

Esperanza pega os documentos e analisa, então diz:

- Isso não está nada bom. São perdas grandes.

- Com o mercado em crise fica difícil. Às vezes acho que não vamos nos recuperar da crise nunca.

- Temos que pensar o que vamos, caso ao contrário não acabará. Olha os relatórios que Mônica me apresentou de Lima.

Esperanza entrega o relatório para Adriano que analisa e diz:

- Estão muito bons.

- Eu tinha certeza que abrir essa filial no Peru seria um ótimo investimento.

- Estou percebendo que está animada. É bom vê-la assim novamente.

- É como dizia meu pai: "tudo está bem quando acaba bem". Além do que essa visita ao hospital me deu muitas ideias. Me deu a força que tanto precisava para continuar.

- Percebi. Como foi com Michael?

- Bem. Ele aceito a proposta do hospital. Foi andar pela cidade, disse que viu alguns anúncios no jornal sobre apartamentos e foi dar uma olhada.

- Que bom.

Clube...

Mitry estava na pista de gelo patinando com Esperanzinha. Adrienne estava na arquibancada mexendo no celular. Débora chega segurando os patins, escuta o barulho que vem da pista, olha e vê Mitry brincando com a menina, rindo. Esperanzinha brinca dizendo:

- Você não me pega.

- Ah, é!

Mitry tenta pegar Esperanzinha, mas perde o equilíbrio e cai. Débora sorri, mas se esconde e continua observando. Esperanzinha se aproxima e fica olhando para Mitry que estava com os olhos fechados, olha para Adrienne que continua mexendo no celular e diz:

- Dri... Dri... Ele morreu?

Adrienne sem olhar para eles diz:

- Para com isso, Mitry. Vai assustar a menina. Vou falar para a mamãe.

Mitry abre os olhos e rapidamente abraça Esperanzinha que sorri. Ele diz:

- Te peguei.

Esperanzinha ri. Débora também sorri e sai sem ser vista.

Dias depois...

Colégio...

Mitry e Adrienne chegam, Adrienne encontra André e diz:

- Oi, amor. O que faz aqui? Não deveria estar na faculdade?

- Só vim te dar um beijo.

Mitry diz:

- Enquanto vocês ficam aí namorando eu vou ver se já saiu à lista com o horário do concurso.

Mitry sai. André diz:

- Como ele está?

- Bem melhor. Ainda tem os desentendimentos com meu pai, mas minha mãe sabe levar os dois.

No mural...

Débora olha o horário do concurso e fica surpresa ao ver seu nome com o de Mitry:

- O que significa isso?

Mitry chega e diz:

- Com licença.

Ao olhar ele também fica surpreso e diz:

- Que brincadeira é essa? Não tem graça.

Débora diz:

- Não olha para mim, não. Estou tão surpresa quanto você.

Mitry tira a folha no mural e diz:

- Já sei quem pode nos explicar o que é isso. Vem comigo.

- Não vou com você a lugar algum. A aula já vai começar.

- Eu vou buscar explicação sobre isso, se não quer é um problema seu.

Mitry sai. Débora não gosta, mas vai atrás.

Na frente do colégio...

Mitry para um taxi e abre a porta. Débora se aproxima e diz:

- Está bem, eu vou.

Mitry entra primeiro no taxi, Débora faz cara feia, entra e diz:

- Mas você é grosso mesmo.

Empresa Colaneri...

Vice-presidência...

Esperanza chega e diz:

- Bom dia, Samanta.

- Bom dia, senhora.

- Traz um café, por favor.

- Claro.

Esperanza senta, liga o computador e coloca os óculos. Dimitry entra com uma rosa e entrega para ela:

- Para você.

Esperanza pega a rosa e diz:

- Merci, monsieur. Olha que assediar a chefe é crime.

- Por isso não, me rendo agora mesmo.

Dimitry dá um beijo em Esperanza. Mitry e Débora entram sem bater. Dimitry diz:

- Os dois não deveriam estar no colégio?

Mitry coloca o papel sobre a escrivaninha e diz:

- O que significa isso, mãe?

Mônica e Pither entram:

- Com licença.

Esperanza olha o papel. Mônica diz:

- O que aconteceu para nos ligar daquele jeito, Débora?

Esperanza entrega o papel para Mônica que finge estar surpresa e diz:

- Como isso pode acontecer?

Débora diz:

- É o que queremos saber mãe.

Mitry diz:

- O que aconteceu ao fazer a inscrição mãe?

Esperanza olha surpresa para Mônica e diz:

- Não sei, não fui fazer a inscrição.

- Como não! A senhora disse que minha inscrição tinha sido realizada.

- E foi. Eu pedi para Mônica fazer.

Dimitry e Pither sem entender nada observam. Mitry e Débora olham para Mônica que diz:

- Eu fiz tudo como o combinado. As inscrições separadamente. Não sei o que aconteceu.

Mitry diz:

- Se for uma armação das duas para nós competirmos juntos, esquece.

Dimitry diz:

- Isso não é jeito de falar com sua mãe e sua tia.

Esperanza diz:

- Deixa-o, Dimitry. Está nervoso e com razão. Mas dessa vez não temos nada a ver com isso, não é Mônica?

Mônica diz:

- Claro.

Débora diz:

- Eu não vou competir com ele.

Mitry diz:

- Olha quem fala. Se acha que eu quero competir com você está muito enganada. Eu vou ganhar de você.

- Há, Há, Há. Estou pagando pra ver. Se enxerga garoto, nem sabe patinar.

- Aí é que você se engana.

Mônica diz:

- Chega! Se controle os dois. Eu vou verificar o que saiu errado, mas para isso vocês têm que manter a calma.

Débora senta no sofá. Mitry na cadeira. Mônica pega o celular, olha para Esperanza com um leve sorriso, mas disfarça. Pither e Dimitry percebem que tem alguma coisa errado. Mônica diz:

- Bom dia, por favor, uma informação. Há alguns dias fiz duas inscrições para o concurso de patinação de gelo, só que apresentou um problema. Os dois foram inscritos como duplas e a inscrição é individual. Débora Lopez e Dimitry Frayze Junior. Entendo, mas não podemos cancelas essa inscrição e fazer uma nova? Sei, não, não. Por enquanto deixe como esta, eu vou conversar com eles e se for necessário vou cancelar. Obrigada.

Mônica desliga o celular. Débora diz:

- Então mãe?

- Fazer uma nova inscrição é impossível. O prazo já se esgotou. Foi um erro no momento da inscrição que eu confiando não prestei atenção na ficha que me entregaram. Eles lamentam caso queiram cancelar, pois são os únicos que estariam representando o colégio de vocês na categoria em duplas. Essa é a única solução ou cancelar e esperar o próximo inverno.

Esperanza diz:

- Então, o que vocês decidem?

Mitry olha para Débora que diz:

- Não, não e não.

Mitry diz:

- Se um desistir, o outro pode competir?

Mônica diz:

- Não. Ou são os dois ou o cancelamento.

Mitry se levanta, anda pelo escritório, olha para Débora e diz:

- Ok. Eu aceito.

Débora surpresa e diz:

- Não.

- Será que não pode deixar esse seu orgulho guardado na gaveta um pouco, garota? Prefere não competir?

- Prefiro. Mas ao seu lado eu não fico.

Débora sai do escritório. Mitry diz:

- Não cancela, tia.

Mônica diz:

- Tem certeza?

- Tenho. Nem que eu me apresente sozinho na competição e seja desclassificado, mesmo assim ela não vai ter a última palavra.

Mitry sai. Mônica diz:

- Será que conseguimos?

Esperanza sorri e diz:

- Acho que sim.

Pither diz:

- Eu não acredito no que acabei de presenciar.

Dimitry diz:

- É meu amigo, pode acreditar. Essas duas quando se juntam só pode dar nisso.

Mônica abraça Pither e diz:

- Ela vai ceder.

- E se não ceder? A vergonha que ele vai passar diante de várias pessoas.

- Ela vai ceder.

Tempo depois...

Mansão Frayze...

Esperanza, Dimitry, Suéle, Adriano, Mônica e Pither conversavam na sala de estar. Adriano diz:

- Vocês duas só podem estar loucas.

Esperanza diz:

- Não exagera.

- Acha mesmo que eu estou exagerando? Conheço minha sobrinha, ela não vai ceder.

Pither diz:

- Eu disse, mas sua irmã concorda com Esperanza.

Mitry entra e diz:

- Com licença, posso falar com a senhora, tia Mônica!

Mônica surpresa diz:

- Comigo!

- Na verdade com a senhora e com a minha mãe.

Esperanza diz:

- Pode falar, querido. Ou prefere irmos ao escritório?

- Não, o que vou falar não é um segredo de estado. Como todos sabem, Débora não aceita participar da competição de gelo comigo. Como eu disse na empresa, eu vou entrar naquele ringue, nem que seja sozinho. E gostaria que a senhora e minha mãe retornassem os treinos comigo, uma com a coreografia e a outra com o treino na pista de gelo. Claro, se não estiverem com as agendas tão ocupadas.

Suéle diz:

- Querido, tem certeza que quer fazer isso sozinho?

- Tia, a senhora melhor do que ninguém sabe muito bem no que me transformei depois que minha mãe ficou doente. Me buscou várias vezes na delegacia ou recebeu ligações tarde da noite dizendo que precisava de ajuda para voltar para casa, pois não estar bem para fazer isso sozinho. Coisas que não me orgulho em reconhecer que fiz. Mas eu aprendi a lição e principalmente, prometi a mim mesmo que vou encher estar mulher aqui de orgulho.

Esperanza se emociona, abraça o filho e diz:

- Já sinto orgulho de você, meu querido.

- Ainda é pouco, é só o começo. Quero mais.

- Não faça se não é o que quer, ou por pressão. Faça por vontade própria, por prazer.

- Eu quero fazer por mim, não por ela, se é isso que quer saber. Como disse quando voltou de viagem, é algo que ficou inacabado que tenho que encerrar para começar outro ciclo na minha vida.

- Pode contar comigo.

Mônica se aproxima, abraça Esperanza e Mitry dizendo:

- Claro que pode contar comigo também. E você, para de chorar.

Esperanza olha para Mônica que também estava emocionada e diz:

- Olha quem fala.

Todos riem. Suéle se aproxima e diz:

- Posso não saber nada de dança ou técnica de patinação, mas vou estar na torcida e tenho certeza que como um legitimo Harte, você vai fazer uma ótima apresentação.

Dimitry diz:

- Fala como se ele fosse somente um Harte. Como um Frayze, tenho certeza será o melhor.

- Ser um Frayze é apenas um detalhe.

Os dias passam...

Mitry treina a dança com a mãe, patinação com a tia. Ao contrário de Débora que não treina nem a dança, nem a patinação.

No colégio...

Todos apoiam, Débora encontra no chão um panfleto com a indicação do concurso:


Débora olha para o pátio e vê Mitry conversando com os colegas e rindo.

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