Um Anjo caiu do Céu

By Cat_Ferrari

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Ariel é uma menina sonhadora, que enche de carisma todos ao seu redor. Seu maior sonho é fugir de casa e desc... More

Prólogo
cap 1. Queda
cap 2. fuga bem sucedida
cap 3. se conhecendo
cap 4. experiências.
cap 5. desventuras
cap 6. confissões
cap 7. identidade
cap 8 . efeitos
cap 10. vigiados
cap 11. capturada
cap 12. herói
cap 13. uma noite inesquecível
14 . voltando pra casa
15. infelizes
16. reinado.
17. fuga
18. humana
19. reencontro
20. fruto de amor
21. escola
HIATOS

cap 9. confinados

186 19 4
By Cat_Ferrari

E naquele momento
Minha alma apaixonou-se pela sua alma.
E não houve nada que poderíamos fazer.
A não ser respeitar nossas próprias emoções.

*****************************

Daniel.

Um mês, Ariel já estava morando comigo a um mês.
E em exatamente um mês minha rotina mudou completamente.
Antes eu não tinha nem um horário fixo para o jantar, ou um jantar decente.
Agora ela me preparava algumas das suas especiarias (que nem sempre eram tão ruins assim), e me esperava ansiosa pra contar sobre o seu dia.
Eu ouvia cada detalhe atento e ficava feliz por essa parte do dia, que agora estava se tornando a minha favorita.
Ariel estava não só mudando minha rotina, ela esta mudando a mim e a minha vida.

******************

2 meses.

Cada dia na presença dela se torna uma coisa rara, especial, e maravilhosa.
Ariel é a pessoa mais doce que eu já conheci na vida.
Cheia de carisma e com aquele jeitinho de menina, ela consegue tudo oque quer apenas com um olhar.
E eu, claro.. sempre me dobro e desdobro pra fazer oque ela quer.

Ela se tornou uma parte de mim e do meu dia.
Melhor que isso, ela se tornou o motivo da volta da minha alegria.
Eu sabia oque estava acontecendo, ela estava fazendo isso a algum tempo já.
Desde que a vi pela primeira vez pra ser mais exato.
Mas ainda sim, eu neguei.
Ela estava me deixando apaixonado de novo.
Eu sabia que estava acontecendo, só não sabia como os dizer isso a ela, e se devia dizer.
Eu sabia que se admitisse não teria mais o controle, mas eu havia me esquecido de um detalhe..
No amor não temos a escolha de nada.
A única pessoa capaz de nos fazer feliz, é a mesma capaz de destruir nossos sentimentos.
E era por isso que fiquei por tanto tempo com receio de me entregar a ela.
Mas foi só no final do terceiro mês, que eu percebi que não valia a pena negar.
Eu já perdera o controle a eras.

— como esta o frango?- perguntei vendo ela lambusar os lábios.

Ariel sorriu com a boca cheia, e riu.

Meu deus como ela é linda.

De repente desviei o olhar, evitando deixar que ela descobrisse.
Ela não pode saber que eu estou apaixonado por ela.
Ela nem deve sentir o mesmo por mim, então como posso continuar vivendo e escondendo isso?
Simples.
Escondendo.
Como eu sempre fiz com todo o resto.

— que foi?- ela pergunta vendo meu silêncio.

— nada.- disse sem olhar pra ela.

— queria sair hoje.- ela suspira.

Olhei pra ela e falei.

— então porque não sai?

— eu posso?- ela me olha esperançosa.

— claro. Mas não vai muito longe.

— obrigada Daniel!- ela pula no meu pescoço e agradece.

Abracei ela de volta e senti o cheiro do perfume dela na minha roupa depois.
Ariel saiu para o quintal dos fundos, e foi no gramado.
Tirei a mesa, e coloquei os pratos para lavar.
Olhei pra ela do lado de fora, e a vi correr e se jogar nos braços do vento.
Ela ficava linda com as asas abertas.

Ela ficou lá fora por um tempo, voando baixo só no espaço sobre o quintal.
Parecia um passarinho numa gaiola, fiquei com pena dela.
De repente pensei na família dela, e porque não tinham vindo procura-la ainda.
Será que eles não se importam?
E se eles não a acharam?
Estremeci com a possibilidade deles a descobrirem aqui na Terra.
De tirarem ela de mim.
Dela voltar para Axtrid e me deixar sozinho outra vez.
Olhei para fora outra vez enquanto lavava a louça, e não a vi mais no quintal.
Parei com os pratos e saí pela porta dos fundos a procura dela.
Passei pela porta e disse:

— Ariel?

Ouvi um grito e corri na direção da floresta.

Ela esta em perigo!
São eles! Vieram busca-la!

Corri mais do que as pernas podiam aguentar, e a encontrei abaixada junto a uma árvore toda encolhida e com medo.
Me aproximei dela e passei a mão no seu rosto.

— oque aconteceu? Você esta bem?

Ela olhou para longe de mim e respondeu.

— tem um monstro aqui! Ele quis me pegar!

Olhei pra trás preocupado com oque poderia ser, e comecei a rir.
Era só um cachorro.

— ah isso? É só um cachorro. Não precisa ter medo.

— ele me viu voando baixo, e quis correr atrás de mim.- ela conta.

— vem, levanta daí. Ele não vai fazer nada.. é só um cachorrinho.

O probre animal era tão pequeno e indefeso, que chegava a ser engraçado o fato dela se assustar.


— vem, vamos voltar pra casa.- ajudei ela a se levantar e segurei sua mão.

Nós saímos da floresta e andamos de volta ate a fazenda.

Chegando em casa, Ariel disse:

— meu joelho esta estranho..

Fui checar doque ela reclamava, e vi que ela tinha feito um corte.

— isso pode infeccionar, vamos ter que comprar um curativo.

— vai doer?- ela diz preocupada.

— não. Vem, vamos.- peguei as chaves e fui buscar o carro.

Saímos da fazenda, e fomos ate uma farmácia próxima.
Entrei e pedi um kit de emergência.
O atendente no balcão olhou para Ariel meio curioso, e sorriu.
Ariel devolveu o sorriso a ele.
Aquilo me deixou desconfortável.

— vamos Ariel.- a chamei.

Paguei pelos curativos e saímos da farmácia.
No caminho de volta eu passei na oficina para entregar uma peça do motor de um cliente para o meu colega de trabalho, Matthew.

Parei o carro na entrada, e desci.

— fica no carro.- pedi.

Fui ate lá dentro, e encontrei ele mexendo em um carro.
Ele me viu.

— eaí cara. - cumprimentei ele.

— oi, faz oque aqui na sua folga? Achei que fosse estar em casa, ou enchendo a cara..- ele fala.

— vim trazer uma peça para a moto do Kevin.- contei.

Entreguei a ele, e me virei para sair.
Ariel estava atrás de mim.
Matthew a olhou com desejo de cima a baixo, e disse:

— oi princesa posso ajudar?

— Ariel, eu mandei você ficar no carro!- bufei.

— eu não sou uma princesa mais. Eu fug..- ela iria falar besteira, então eu a interrompi.

— vem Ariel, vamos pra casa, temos que cuidar do seu machucado no joelho.- puxei ela dali.

— eaí cara, não vai me apresentar mesmo a gatinha?- Matt protesta.

Ariel ergue a cabeça pra trás e responde.

— eu sou Ariel.

Arrastei ela para fora a força.

— muito prazer gracinha.- Matt diz antes dela sair.

Lá fora eu a olho nos olhos sério.

— eu mandei você ficar no carro!

— estava muito quente lá dentro.- ela reclama.

— vamos embora.- falei abrindo a porta pra ela.

Ariel me olhou com a cara marrada e entrou no carro.
Durante o caminho ela não disse uma palavra, e me perguntei se eu tinha pegado pesado com ela.
Chegamos em casa, e eu fiz um curativo no joelho dela.
Enquanto cuidava dos ferimentos da fuga dela do cachorrinho, puxei assunto meio intrigado.

— estou curioso com uma coisa..

— oque?- ela me olha atenta.

— porque se machucou tão fácil, se na queda você não sofreu um arranhão?- digo sem olhar pra ela.

— eu acho que tem a ver com a aura que nos protege em Axtrid.

— aura?

— é como uma força que nós amanamos..ela nos protege contra o mal e evita que coisas ruins aconteçam.

— hm.

— porque esta intrigado?

— porque você não se machucou antes numa queda a quilômetros por hora, e agora ralou o joelho só de cair no chão.- termino de limpar o machucado.

— ai..- ela se encolhe- eu acho que deve ser porque eu estou fora de Axtrid a muito tempo. Quanto mais tempo eu ficar fora, menos aura protetora eu terei.

Ergui meu olhar finamente ate o dela e indaguei.

— então ....se você continuar na Terra pode se tornar humana?

Ela sorriu com a ideia e respondeu.

— não, eu só deixaria de ser imortal.- deu de ombros.

Ergui uma sobrancelha meio confuso, mas preferi não tocar mais no assunto.
Voltei minha atenção ao curativo e ela mudou de assunto drasticamente.

— aquele seu amigo parece legal.- comentou.

— hm.

— que foi?- ela pergunta.

— nada.- disse sem olhar pra ela.

— ele me chamou de princesa.- ela riu.

— é, aposto que deve ter adorado conhecer você.- disse irônico.

Ela me fitou por um minuto, e então falou:

— Daniel...você esta com ciúme?

Olhei pra ela sem saber como reagir, ate porque nem mesmo eu tinha me dado conta disso.

Eu estava com ciúme.
Morrendo de ciúme.

— não, claro que não!- disse limpando a garganta.

Ela sorriu de um jeito irresistível, e falou.

— esta sim, eu já li a respeito. Você esta se comportando como se estivesse com ciúmes. Mas porque?- ela indaga

Engoli saliva e desviei o olhar dela.

— não to com ciúme Ariel.- respondi.

Mentira, eu estava sim.
Mas odeio admitir.

Ela riu e desceu da mesa.

— okay então. Obrigada pelo curativo.

Balanceia a cabeça e acabei rindo também.

Ela se virou pra mim na saída da cozinha e disse:

— olha só ele sabe rir.- zombou.

— eu não to rindo.- disse segurando mais um riso.

Ela abriu um sorriso e eu não resisti, sorri também.

— ta vendo, esta sim. - ela ri.

Sorri e falei.

— sua culpa.

Ela sorriu de novo e saiu.

Suspirei e falei sozinho.

Ate quando eu vou aguentar viver desse jeito?

**************

Mais tarde naquele dia, eu decidi ir para o galpão mexer no carro e ficar um pouco sozinho com meus pensamentos confusos.
Ariel não pensava o mesmo, e resoveu aparecer.

— ainda esta acordada?- falei com a cabeça dentro do capô.

— sim. Esta cedo para dormir.- ela diz olhando em volta.

Continuei com o carro.

— oque é isso?- ela observa curiosa.

Levantei a cabeça pra ver do que ela falava e vi oque era.
Era um toca discos antigo.
Nem sei porque ainda estava ali.

— é um toca discos. Não mexe.- pedi.

— ahh. Eu nunca tinha visto um desses antes.- ela comenta.

— lá no seu.. Planeta, vocês ouvem música? Tipo tocam harpas, ou sei lá..- brinquei.

— harpas? Oque é isso?- ela indaga.

Balancei a cabeça e ri.

— deixa pra lá.

— Daniel..- ela me chama.

— fala.- respondi.

— coloca uma música pra mim.- ela pede.

— Ariel eu to ocupado.- falei.

— por favor.- ela insiste.

Respirei fundo e assenti.
Deixei o motor do carro de lado, e fui ate o rádio ligar o aparelho.

— não, liga esse!- ela pede.

— isso aí nem deve funcionar mais Ariel. Se você quer ouvir música eu vou colocar no rádio .

— por favor.- ela implora com uma carinha fofa.

— ta. Mas se não funcionar, a culpa não é minha.- avisei.

Tentei mexer na velha vitrola, e consegui ligar.
Infelizmente o disco que estava tocando era da Grace, e a música que saiu foi a nossa favorita.
O som que embalou muita de nossas danças lentas.

Joe cocker- you are so beautiful.

Ariel bateu palminhas de felicidade quando a primeira melodia saiu do auto falante, e eu fiquei parado só esperando a onda entorpecente da dor me invadir.
Mas não aconteceu.
Não houve nada.
Só eu e ela.
Sozinhos no galpão, ao som da música mais linda que eu já ouvira.

Arie começou a dançar, e rodopiar por todo o lugar.
Fiquei no mesmo lugar parado, só olhando pra ela.
Como ela consegue fazer isso comigo?

De repente ela para na minha frente e estende a mão pra mim.
Ergui uma sobrancelha confuso, e ela disse:

— vem, dança comigo.

— ah não Ariel.. eu não sei dançar.- falei.

— eu te ensino.- ela puxa minhas mãos e coloca envolta da cintura dela.

Ficamos com o corpo colado, e ela pôs as mãos envolta do meu pescoço.
Nós começamos a nos mover num ritmo lento, e ela sorriu pra mim.

— que foi?- indaguei.

— você esta sorrindo.

Fechei a cara na mesma hora.

— não estou não.

— esta sim. Seu sorriso é lindo.- ela diz me olhando nos olhos.

Senti meu coração se acelerar.
Tirei uma das mãos da cintura dela, e segurei uma das mãos dela no ar.
Girei ela e a olhei nos olhos.

Ela encostou sua cabeça no meu ombro, e eu me aproximei mais também.
Sentia meu coração bater tão rápido, que cheguei a cogitar perguntar se ela poderia ouvir também.
Ariel ergueu o olhar pra mim, e eu prendi a respiração.

— Daniel...eu queria fazer uma coisa..- ela diz.

Me perdi dentro do brilho dos olhos dela, e não respondi.
Não conseguia mais me concentrar em nada, não conseguia mais pensar em outra coisa senão oque pretendia fazer agora.
Estava entregue a minha própria vontade, eu não era mais eu mesmo, era só desejo e não raciocínio.
Ela abriu a boca para dizer mais alguma coisa, mas eu a interrompi e a beijei.

Meu coração queimou no peito.
Abandonei a mão dela, e passei as duas mãos para o centro das suas costas.
Senti ela abrir as asas de repente, mas não parei a dança e nem interrompi o beijo.
Estar com ela era maravilhoso.
ELA era maravilhosa.
E junto dela, eu me sentia maravilhoso também, como se pudesse ser diferente e ao mesmo tempo ser eu mesmo.

***********************

Ariel.

Meus dias com Daniel estavam ficando cada vez melhores.
Já fazia três meses que eu estava longe de casa, mas a cada dia novo com Daniel eu sentia menos vontade de voltar.
Sem falar de Káli, que devia estar a minha procura com o meu pai.
Eu já não queria me casar com Káli antes, agora muito menos.
E eu sabia porque.
Porque eu estava me apaixonando pelo Daniel.
Ele me tratava tão bem, e eu me sentia segura com ele.

Nós almoçamos e eu decidi sair para voar.
Ele concordou, e eu aproveitei.
Mas quando estava sobrevoando uma pequena parte da floresta, um animal horrível começou a me perseguir.
Daniel me salvou e disse que era só um cachorro.

Quantas coisas sobre esse planeta eu ainda vou ter que aprender?- pensei.

Na escola de anjos em Axtrid, nós aprendemos de quase tudo sobre a Terra.
E agora eu sei porque eles dizem que vão ensinar quase tudo, é porque nem mesmo os anciões devem conhecer a Terra totalmente.
Achei que eu devia fazer uma coisa então, no tempo em que eu estivesse aqui na Terra, eu faria minhas próprias pesquisas, e levaria comigo de volta mais notícias sobre esse planeta que tanto me intriga.
Bom, isso se eu voltar.

A ideia de voltar era só uma possibilidade bem remota.
Pois as chances de eu desistir de ficar com o Daniel, eram completamente nulas.
Em especial, depois de passar um momento tão incrível com ele na chuva, e descobrir que ele na verdade sente ciúmes de mim.
Fiquei maravilhada com isso.
Se ele esta com ciúme, significa que ele sente alguma coisa por mim?- me questionei.

Depois de um dia legal com ele e de ganhar um curativo, eu o segui ate o galpão.
Daniel estava mexendo no carro como sempre.
Comecei a olhar em volta e perguntei.

— oque é isso?

Ele levantou a cabeça pra ver do que eu falava e respondeu.

— é um toca discos. Não mexe.

— ahh. Eu nunca tinha visto um desses antes.- comentei.

— lá no seu.. Planeta, vocês ouvem música? Tipo tocam harpas, ou sei lá..- ele diz.

— harpas? Oque é isso?- indaguei.

Ele balançou a cabeça e riu.

— deixa pra lá.

— Daniel...

— fala.

— coloca uma música pra mim.- pedi.

— Ariel eu to ocupado.

— por favor.- insisti.

Ele respirou fundo e assentiu.
Depois foi para dentro do carro, e ligou o rádio.

— não, liga esse!- apontei para o toca discos.

— isso aí nem deve funcionar mais Ariel. Se você quer ouvir música eu vou colocar no rádio .

— por favor.- implorei.

— ta. Mas se não funcionar, a culpa não é minha.- ele avisa.

Bati palminhas de felicidade quando a primeira melodia saiu do auto falante, e ele ficou parado me olhando.

Comecei a dançar, e rodopiar por todo o lugar.
Daniel ficou no mesmo lugar parado, só olhando pra mim sem dizer nada.
Oque sera que ele está pensando?

Decidi chamar ele para dançar comigo.

— vem, dança comigo.

— ah não Ariel.. eu não sei dançar.- ele diz se desviando.

— eu te ensino.- puxei as mãos dele e coloquei envolta da minha cintura.

Passei minhas mãos envolta do pescoço dele e vi ele me olhar de um jeito novo.

— que foi?- ele diz confuso.

— você esta sorrindo.- contei.

Ele disfarça e desfaz o sorriso.

— não estou não.- respondeu.

— esta sim. Seu sorriso é lindo.- disse o fitando.

De repente senti meu coração se acelerar.
Daniel passou uma de suas mãos para a minha, e segurou no ar.
Ele me girou e olhou nos olhos.
Nós começamos a nos mover num ritmo lento e gostoso.
Deitei a cabeça no ombro dele, e ele se aproximou mais também.

Ergui o olhar pra ele e falei.

— Daniel...eu queria fazer uma coisa..

Ele me olhou de volta com um brilho diferente dentro dos olhos, e eu pensei se ele aceitaria oque eu queria propor.
Eu queria fazer uma coisa nova, algo que eu nunca tinha experimentado antes.
Mas antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ele foi mais rápido e me beijou.

Eu sinto meu coração acelerando, e minha respiração fica ofegante.
Eu nunca tinha sentido essas sensações antes.
Me sentia fora de controle, como se fosse explodir.
Daniel passou a sua segunda mão para a minha cintura de novo, e eu envolvi meus braços envolta do pescoço dele novamente.
Nossos lábios se uniam de uma forma completamente inédita pra mim, tudo era novo, e eu me sentia naquele momento como se fosse morrer.

Meu coração batia descontrolado dentro do peito, sentia um friozinho na barriga, como se estivesse em queda livre outra vez, e tendo essa sensação de novo, eu libertei minhas asas de seu segredo e as ergui como se fosse levantar voo. Mas fiquei ali parada com ele, no mesmo lugar ate o fim. Porque eu sabia que era onde eu queria estar agora, com ele.
E onde quer que ele fosse, eu o seguiria e não iria abandona-lo.

Daniel se afastou lentamente, com um leve sorriso nos lábios ainda. Ele me olhou de um jeito meigo, passou o polegar em meu rosto e riu.
Sorri de volta, e o beijei de novo. Um beijo leve , porém intenso. E depois disso ele me olha de novo e diz:

— suas asas são lindas, como você.

Nós ficamos abraçados por um tempo, apenas sentindo a respiração um do outro.

— acho melhor nós entrarmos, vai chover- diz ele sem me soltar.

E era verdade, o céu ja estava ficando escuro. Mas quando ele disse ja era tarde, porque começou a cair uma chuva forte.

— pelo jeito nós vamos ter que esperar, esta muito forte.- ele diz me abraçando por trás

— vamos ficar aqui então. - disse olhando a chuva.

Segurei sua mão e ele cruzou nossos dedos, e assim nós ficamos na porta do galpão vendo a chuva cair.

Daniel me levou pra dentro do carro que ele estava concertando, e se sentou do meu lado no banco de trás. Ele me encarou por alguns minutos, e depois desviou o olhar sorrindo de cabeça baixa.

— oque foi? porque esta sorrindo?- perguntei curiosa.

— porque ja faz um tempo que eu não me sentia assim.- ele suspira e olha pra mim.

— assim como? - indaguei.

—.. me sinto como jamais me senti antes. Bem, mas não só bem, me sinto ...feliz.- ele abre um sorriso lindo.

— e eu fico feliz em te ver feliz.- disse acariciando o rosto dele.

Ele fecha os olhos ao sentir meu toque e deita a cabeça na minha mão.

— acho que estou me apaixonando por você Ariel.

O som daquela palavras me deixaram travada, completamente dura e sem resposta.
Respirei fundo tentando achar palavras que descrevessem oque eu estava sentindo, mas não achei nenhuma.
Porque não existia nada que dissesse oque eu sentia realmente por ele.
Nada além das palavras que eu nunca tinha usado antes.
Não respondi, fiquei só olhando pra ele.
Daniel era tão lindo, que eu poderia ficar ali só o observando mesmo de olhos fechados pra mim, e isso ja me bastaria pra viver feliz o resto da vida.

Eu ainda não sabia que tipo de sentimento era esse que estava surgindo em mim, mas sabia que era puro e sincero, e que nada no mundo me faria sair de perto dele.
Me aconcheguei e deitei a cabeça do seu lado.
Ele abriu os olhou e sorriu pra mim.
Me fitou pensativo e depois desfez o sorriso.

— oque foi? - perguntei preocupada.

— eu só tenho medo de uma coisa..- ele respira fundo dando uma pausa.

— não precisa ter medo de nada, eu não vou te abandonar.- disse admirando ele.

— não é isso. .eu .. tenho medo de alguém querer te tirar de mim. - ele diz baixando o olhar.

— e porque alguém faria isso? quem faria ?- questionei.

— não sei.. só tenho medo de te perder. Antes de te encontrar eu não tinha nada, e agora eu sinto como se tivesse encontrado meu lugar no paraíso. você promete que não vai me deixar nunca?- ele voltou a me olhar com o semblante preocupado.

— eu prometo.- sorri o tranquilizando.

Ele sorriu de volta e se aproximou para me dar outro beijo.


Aquela não era uma promessa vazia, eu ficaria com ele ali para sempre.
Estava decidida, não voltaria para me casar com Káli, eu ficaria com Daniel.
A chuva finalmente parou, e nós entramos em casa.

Dentro de casa eu chacoalho algumas gotinhas de água que caíram nas minhas asas, e ele ri da cena.

— você parece um cãozinho se secando ..- ele ri e eu faço bico de brava.- ah mas é o cãozinho mais lindo que eu ja vi.- ele completa

— aham .. sei.- cruzo os braços e dou uma boa olhada séria nele.

Ele ri de novo, e segura meu rosto entre as mãos e me da um beijo.

Me senti nas nuvens.
Ter a sensação dos lábios dele nos meus, era indescritível.
Definitivamente indescritível.
Eu não sabia oque sentir, ou dizer.
sabia que queria ficar ali com ele.
Pra sempre.

Daniel preparou um jantar rápido e gostoso, e depois de mim foi tomar um banho também.
Depois do banho ele veio ate a sala e parecia surpreso ao me ver fazer minha cama no sofá.

— oque esta fazendo? - ele fala me observando.

— me preparando pra dormir. porque?- disse estendendo a coberta.

— ah, é que eu achei que ..- ele diz meio corado.

— oque?- perguntei ansiosa.

— fica comigo? no meu quarto.- ele pediu meio sem jeito.

— ta bom. - me levantei e sorri indo na direção dele e estendendo a minha mão.

Ele sorriu de volta ao pegar minha mão, e foi aí que percebi, que em cada dia da minha vida, nem que isso me custasse tudo em que eu acreditava, eu jamais poderia continuar sem ele.
A cada vez mais eu me apegava mais a seu sorriso, seu cheiro, e seu coração.
Daniel se tornou parte de mim no momento em que me encontrou, e se fosse preciso eu ter que abandonar tudo oque eu era pra ficar com ele, eu faria sem pensar duas vezes.

Nós deitamos juntinhos, e ele me abraçou forte antes de dormir.
Eu fico perto o suficiente pra sentir o coração dele outra vez, e não consigo resistir.
Eu o toco, e o sentimento muda completamente.
Oque antes era só dor e sofrimento, agora era alegria. Ele não estava mais triste por dentro, e eu pude ver oque ele sentiu ao me ver dançar, e depois quando nos beijamos.
Ele me amava.
Amor.
Era assim então, estar apaixonado.
Eu sempre quis saber, e agora que eu sabia, agora que eu havia encontrado ele, eu jamais iria voltar pra casa, jamais poderia deixá-lo pra me casar com Káli.
Tudo oque eu queria era ficar com Daniel no nosso pequeno pedaço de paraíso, pra sempre.

Nós dormimos, e eu me aconcheguei no seu abraço ouvindo o doce som do coração dele batendo por mim.

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