[um mês depois]
Era sexta à tarde e eu estava com minha melhor amiga, em uma praça perto de sua casa, ouvindo-a me contar das proezas do menino com quem ficava as vezes. O garoto era apaixonado por ela, mas ela usava e abusava do coitado. Isabelle não assume, mas no fundo ela o ama.
— Aí o Luccas veio e disse assim: — Isabelle gesticulava com as mãos — Ou você me beija agora, na frente dessa gente toda ou acabou. Eu olhei dentro daqueles lindos olhos que me fazem derreter e disse...
Meu celular começou a tocar e Isa revira os olhos. Ela odiava ser interrompida, mas era minha mãe. Não podia ignorar.
— Alô?
— MELANIE, VOCÊ NÃO ACREDITA!
— O que? — não sei por que ela está gritando.
— Ligaram aqui para casa...
— Quem? A Tia Jessé? Ela foi parar na polícia de novo?
Essa minha tia era uma comédia. Sempre saia briga na casa dela, entre ela e o marido e ambos iam parar na delegacia.
— NÃO GAROTA! — ela gritou e eu continuei em silencio. — Ligaram daquela promoção.
— O QUE? UM FIM DE SEMANA COM A THE THORNS?
Isabelle me encarou e arregalou os olhos.
— SIM!
— E aí?
— VOCÊ GANHOU.
— O QUE?! — gritei e Isabelle me encarava. — ISA, GANHEI UM FIM DE SEMANA COM A THE THORNS.
— AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!
Nos abraçamos e gritamos como duas loucas que tinha acabado de ganhar uma fortuna na loteria.
— Aí, tudo bem. — falei, com o coração quase saindo pela boca. — O que mais eles disseram?
— Que era para você estar com tudo pronto hoje, que as sete viriam te buscar.
— Hoje? Mas falaram se os meninos iriam?
— Não.
— Está bem! Estou indo agora para casa.
Desliguei o telefone e fiquei pulando com a Isa mais um pouco.
Vou conhecer meus meninos!
Conhecer o Trevor, aquele irlandês perfeito; Harry, com todo aquele tamanho e sorriso lindo; Antony, com aqueles olhos azuis que me fazem perder o chão; Leon, com toda sua genialidade e amor; e Jack, que quase me faz perder os cabelos, quando se mete em alguma confusão.
Fui correndo para casa. E depois de comemorar com minha mãe e ouvir uma série de "ordens" do que devia ou não fazer longe dela, subi e arrumei a minha mala. Sei que na segunda estou de volta, mas eu não sabia o que iriamos fazer. Então levei pijama, roupa para sair, algumas sandálias e tênis.
Na hora de me vestir eu sou uma pessoa muito complicada. Visto e troco de roupa um zilhão de vezes, para no final ficar descontente com tudo. Por fim, separei um vestido com uma sandália baixa e em seguida fui tomar banho. Depois me vesti com as roupas que separei, penteei meus cabelos longos e negros e fiz uma maquiagem básica. Desci com as malas e fiquei sentada no sofá junto com a minha mãe.
Enquanto ela via televisão, já acostumada com o que tinha acontecido, minha mente estava com um turbilhão. Era bem provável que os meninos não devem vir. Por que sairiam de Londres, só para me buscar, quando tem várias pessoas a seu dispor, para fazer isso?
A campainha toca e mamãe se levanta para atender.
— Boa noite! — escuto aquela voz rouca, e o seu rosto passa pela minha mente. — Melanie... hmm... Ross, está?
— Sim. Você é?
— Prazer, eu sou Harry Sutton.
HARRY?
Levantei-me do sofá em um pulo e corri até a porta. Eu não ouvi errado. Era o Harry.
— Meu Deus.
Foi a única coisa que minha sanidade me limitou a dizer. Harry Sutton estava bem na minha frente.
NA MINHA CASA.
Ele veio me buscar.
— Melanie? — ele pergunta, tirando os óculos escuro sensualmente.
Não sei se foi de propósito ou tudo que ele faz acaba ficando sensual. Ele era tão alto, quanto costumava aparentar nas fotos. Seus cabelos eram cacheados e eu me via ansiosa para tocá-los. Harry vestia calça jeans, completamente apertada e uma blusa com gola V, que deixava a mostra suas tatuagens no peito.
— Oi Harry!
Ele me olha de cima baixo, tomba a cabeça de lado e sorri.
— Você é linda! — diz e morde o lábio.
— Obrigada. Você também é maravilhoso. — sorri. — Estou liberada para o ataque de fã?
— Claro. Mas não podemos demorar, senão perdemos o voo.
Assenti e pulei em seus braços.
Sendo menor que ele, precisei ficar na ponta dos pés, para alcançar seu pescoço. Enquanto eu sentia seu maravilhoso perfume, ele apertou minha cintura com força.
— Quer conhecer a casa? — pergunto, quando finalmente tenho coragem de largá-lo. — Não é todo dia que Harry Sutton aparece aqui.
— Claro!
Peguei em sua mão e ele sorriu, mostrando suas covinhas.
Mostrei a sala e a cozinha. Tinha um bolo em cima da mesa, o que fez ele falar no Trevor.
— Se Trevor tivesse vindo, esse bolo já teria acabado.
— Eu teria deixado ele comer à vontade e ainda faria outro.
— E para mim? — perguntou e eu olhei para ele.
— Também. Quer?
Ele olhou para o bolo, para mim e depois em volta.
— Que tal eu conhecer a sua casa e depois você me dá um pedaço desse bolo? Temos que pegar o avião.
Assenti e continuei mostrando a casa para ele. Subi as escadas e disse onde era o quarto da minha mãe e apontei para o meu.
— Não vai me deixar ver? — pergunta.
— Claro que não, Harry.
Coloquei-me na frente da porta para que ele não cismasse de entrar.
— E por que não? — ele colocou as mãos na cintura e ficou me olhando.
— Porque eu não quero que você veja meu quarto!
— Me desculpa, mas eu vou ver.
Harry usou toda sua força e tamanho, para me tirar da frente da porta, podendo assim, entrar no meu quarto.
— Harry, não!
Entrei atrás dele.
— Meu Deus. — ele disse. — Eu sempre quis ver o quarto de uma fã.
— Ah para! Você já deve ter... — paro, antes de falar a merda que pretendia.
— Eu o que?
Ele se virou e ficou me encarando.
— Nada. Gostou do quarto?
— Demais. São muitos pôsteres.
Ele tinha razão. No teto, acima da minha cama, tinha um enorme. Eu implorei muito para que minha mãe colocasse aquela foto ali. Minhas paredes eram roxas, mas tinha uma que era branca e cheia de pôsteres. Tinha cd's em cima da mesa e o papel de parede do computador, era a foto deles.
— Você mereceu esse prêmio. — ele murmurou e eu sorrio, envergonhada.
— Posso pedir uma coisa?
— Sim.
— Vamos tirar umas fotos aqui?
Ele balançou a cabeça afirmativamente e me puxou pra minha cama.
— Que tal uma aqui? Deixa-me ver uma legenda... — ele colocou o dedo no queixo, pensando. — Já sei. Eu e Harry Sutton na minha cama.
Sorri com aquela ideia.
— Sim. — Peguei o meu celular e ele se sentou na minha cama. — Vou tirar uma só sua.
Ele cruzou as pernas, jogou a cabeça para trás sensualmente, se preparando para a foto. Não fazia ideia de que eu estava gravando. E depois me encarou com um olhar mega sexy.
— Vai! Tira a foto! — Parei de gravar e tirei a foto. — Agora vem e tira comigo.
Ele me puxou e eu me sentei do seu lado.
Harry encostou o rosto no meu, sorrindo lindamente. Não pude evitar de sorrir. E o resultado, foi maravilhoso.
— Ali, Harry!
Apontei para minha parede de pôster e ele foi até lá. Apontou para uma foto dele e abriu a boca, como se estivesse espantado. O clique não poderia ter sido menos perfeito. Depois que tirei as fotos, descemos e eu coloquei um pedaço do bolo no prato para ele.
— hmm... — diz, de boca cheia. — Esse é o melhor bolo de cenoura, que já comi na vida!
— Créditos: Minha mãe!
Ele sorriu.
— Não, sério. Antony ia amar. Trevor nem se fale.
— Por que os meninos não vieram também? — pergunto.
— Porque no sorteio, caiu o meu nome.
— Ah, fizeram um sorteio?
— Sim. — disse, novamente de boca cheia. — Como é o nome da sua mãe?
— Lídia.
— DONA LIIIIIIDIIIIIA? — cantarola. Minha mãe veio correndo toda boba. — Posso levar um pedaço desse bolo para o Antony?
— Claro que sim. Se quiser leve o bolo todo.
— Obrigado. Esse é o melhor bolo que já comi e seria injusto se eles não provarem essa belezinha.
Minha mãe sorriu e colocou o bolo em um pote.
Ela resolveu tietar Harry e pediu uma foto também.
— Obrigado, senhora Ross.
— Me chame de Lídia.
— Obrigado, Lídia. Agora preciso levar sua filha. Senão daqui a pouco, os outros quatro vão achar que a sequestrei. — diz, e minha mãe ficou o encarando, toda boba. — Vamos Melanie?
— Sim. — me virei pra minha mãe e a abracei forte. — Te vejo na segunda.
— Se comporte, Mel.
— Eu sou comportada, mãe.
— Cuide bem da minha filha, Harry.
— Pode deixar. Ela será tratada como uma princesa. — ele me olha, com um sorriso de lado tão lindo, que quase desmaiei. — Tchau, Lídia. Foi um prazer conhecê-la.
— O prazer foi todo meu.
Harry deu um beijo no rosto da minha mãe e colocou os óculos escuros de novo. Pegou minhas malas, que apesar de ser um final de semana, eram duas, e colocou na mala. Ele abriu a porta para mim como um perfeito cavalheiro. Após entrar no carro e acenar para minha mãe, o motorista dá a partida. Harry permaneceu quieto em boa parte da viagem, até que fez um comentário muito tentador.
— Você vai se divertir muito!
— Sei que vou.