Esse Tal de Amor - RETIRADA e...

By querenane

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Livro físico pela editora Upbooks! Ficção Cristã Adolescente --♥-- "Tenho quinze anos e ainda não beijei n... More

Esse Tal de Amor
Capítulo 1 ( nova versão)
Capítulo 2 ( nova versão)
Capítulo 3 ( nova versão)
Capítulo 4 ( nova versão)
Capítulo 5 ( nova versão)
Capítulo 7 ( nova versão)
Livro Físico

Capítulo 6( nova versão)

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By querenane



Virar a noite nas redes sociais, espiando as vidas de outras pessoas — principalmente Ezequiel — não havia sido uma boa ideia. Como passei vários dias desconectada do mundo, quis compensar de noite o tempo longe do meu celular. O resultado foi minha cara de panda somada a um sono colossal na manhã seguinte.

Assisti às aulas sem ânimo, bocejando a cada minuto. Inevitavelmente, cochilei na aula de filosofia. Até porque, não tinha algo mais interessante para se prestar atenção na sala, visto que Ezequiel havia faltado.

Dei graças a Deus por ele não ter vindo hoje e se deparado com minha cara de zumbi. Pela primeira vez, fiquei aliviada de não ver Ezequiel no colégio.

No intervalo, combinei com Dinho, Luciano e com Carol e Isabela, alunas do reforço, de permanecer no colégio depois das aulas nos dias de matemática. Ou seja, três vezes na semana.

E cá estamos numa mesa de seis lugares na biblioteca do colégio. Eu sentada ao lado da Caroline, de frente para Isabela ao lado de Luciano com Dinho na ponta da mesa, explicando para Carol o gráfico de uma função quase que incompreensível.

Dinho está sendo um bom professor de matemática. O problema sou eu que não consigo prestar atenção no que ele fala. A cada questão lida o sono ameaçava me abduzir para o mundo dos cansados. Pois é exatamente assim que eu me sinto, cansada.

A matemática, o sono da bela adormecida e mais o cheiro de mofo com livros velhos empoeirados, dificulta meu aprendizado de uma matéria que não é fácil. Perco a noção das vezes que espirro e coço o nariz pelo incômodo da minha alergia a poeira — é um saco!

Luciano sugere irmos para outro lugar, mas eu o tranquilizo dizendo que consigo aguentar e tento aprender a nova matéria que Dinho explica.

Do nosso grupo de estudos, eu não sou a única pessoa aqui ruim em matemática. Carol e Isabela, seguiam no mesmo patamar que eu — ou pior, no caso de Isabela. Sério!

Posso não ser tão inteligente, porém com uma boa explicação eu entendo, mesmo quase caindo com a cabeça nos cadernos de tanto sono. Já Isabela parecia aérea demais, fazendo a mesma pergunta umas vinte vezes, e seus "mas, Luciano!" estão me irritando — além dos meus ataques de espirros.

— Tá. Mas, porque o xis pode estar aqui e não aqui?

Dinho bufa, coçando a nuca, ao ver Isabela apontar o dedo para a questão do gráfico que ele havia explicado a Caroline há minutos.

Pego meu lápis vermelho da mesa e mordo a parte prateada da borracha. Aperto os dentes com força para não reclamar com Isabela o quanto ela estava irritando não só a mim, como também o pessoal. Não queria ter que bancar a chata com uma garota que eu mal conheço e consequentemente ganhar uma inimizade.

Luciano, vendo meu acesso de raiva descontado no pobre lápis, me lança um pequeno sorriso cúmplice. Ele prende os cabelos num coque baixo, soltando um suspiro alto, daqueles que revelam claramente que estamos de saco cheio. Eu ri. Até ele que aparenta ser uma pessoa calma está perdendo a paciência.

Isabela vira a cabeça para Luciano, encarando-o de forma confusa e, tornar a fitar Dinho esperando por uma resposta. Carol se levanta para ir ao banheiro; Dinho coça a testa e diz: — Então, Isa...

E lá se vai ele, explicando tudo outra vez.

E como eu quero ouvir, pego meu celular e fones para escutar música e tentar esquecer do sono. Nada melhor do que música.

***

Na saída do colégio, me despeço da turma e numa conversa com Luciano descubro que ele mora pertíssimo de mim, aproveitamos a coincidência para irmos juntos para casa. Caminhamos devagar, conversando amenidades e nos conhecendo melhor.

Sem querer, Luciano solta que Dinho gostava de Bruna fazia muito tempo. Jogo um verde para ver se descubro mais alguma coisa interessante, mas Luciano percebe minha jogada, rindo e me chamando de espertinha. Não conta mais nada relevante.

Descubro que ele pratica Parkour, um esporte que eu desconheço e Luciano vai me contando mais sobre e o quanto gosta da adrenalina dos exercícios. Ele também conta que tem um irmão mais novo, o Mateus. Confesso que um dia eu quis muito um irmão, mas meus pais não quiseram.

A conversa flui tão natural com Luciano que nem percebo quando chegamos ao meu prédio. — Moro ali. — Aponto para o edifício antigo com uma grande árvore na frente e de repente, me lembro que Luciano falou que a casa dele que ficava perto da locadora, ou seja, ruas antes da minha.

— Ei! — exclamo, tocando seu ombro. — Sua casa! Já passamos por ela.

— Eu sei — responde ele com casualidade. Vendo meu olhar confuso, Luciano explica: — Quis te acompanhar até sua casa. — Encolhe os ombros como se não fosse grande coisa ter caminhado um pouco mais — Não ia deixar você vir sozinha. — Luciano sorri, tranquilo.

Retribuo o sorriso, tocada com seu gesto gentil. — Obrigada. Mas não precisava. Eu estou acostumada com o caminho e agora você vai ter que andar bastante até sua casa, poxa.

— Moleza — ele diz com uma piscadela. Agradeço pela gentileza e acabo descobrindo, ao ouvir Luciano falar, que tem amigos que moram no meu prédio. Ele pergunta se eu conheço alguma Talita ou Thabata. Digo que sim. Eu conheço as meninas e já havia conversado algumas vezes com Talita. Uma garota loira, linda e bem simpática.

Luciano e eu ficamos rindo com mais uma coincidência. Nos despedimos e eu entro no meu prédio, o observando encaixar as mãos no bolso do casaco vinho. Ele retira os fones ao redor do pescoço e os pluga nas orelhas, movendo os lábios devagar cantarolando a música que soava em seus ouvidos enquanto caminha lentamente pela calçada.

Luciano é mesmo um garoto legal.

***

Tive uma tarde cansativa resolvendo exercícios de matemática que Dinho passou no dia anterior. Era uma revisão para começar a explicar a nova matéria dada por Cláudia. Quebrei a cabeça com os cálculos e, inclusive, mandei mensagem para Luciano, implorando por ajuda.

Tadinho do garoto. Mal tínhamos trocado telefones, malmente nos conhecido e eu perturbando a vida dele com minhas dúvidas idiotas. Mas, veja bem, ele me disse que podia pedir ajuda, e foi o que eu fiz. Que bom que Luciano é atencioso e legal. Assim que resolvi os exercícios, com a ajuda dele, eu fui passar o restante da tarde na casa de dona Lourdes, minha avó materna.

É ótimo ter vovó morando no mesmo prédio. E fora o fato de que ela é uma estilista — super talentosa. Graças a vovó, eu tenho um vestido para ir na festa de sábado. Sabia que ficaria maravilhoso, pois tudo que minha avó desenha e confecciona é deslumbrante. Além de pegar o vestido, novinho, cheirosinho e passadinho — porque vovó é mara! — eu me entupi com doces gostosos caseiros. A consciência pesou, depois de comer feito um boi.

Briguei com vovó porque sempre que vou a sua casa, ela me enche de comida. Vovó adora me ver comer. E eu, como uma perfeita gulosa, amo provar de seus quitutes. Não existe salvação para meu olho grande. A consequência é uma bunda imensa — eu não a suporto.

De noite, após pendurar o vestido atrás da porta do quarto, eu tomo um banho, coloco meu velho pijama de unicórnios e me jogo na cama com o celular, zapeando minhas redes sociais. Curto um bocado de fotos no Instagram e não vejo nenhuma nova de Ezequiel.

Entro no Facebook, rolo meu feed por um tempo. Recebo cento e onze curtidas na foto que postei hoje. Quarenta comentários. E advinha? Um dos comentários é de Ezequiel e ele escreveu 'gata'.

Minha nossa! Fico a ponto de quebrar meu visor. Não acredito que Ezequiel comentou na minha foto. Não contenho os gritinhos, pulando em cima da cama feito uma louca. Mamãe entra no quarto com uma expressão confusa, me perguntando o porquê de tanta euforia. Invento uma desculpa qualquer e ela me deixa sozinha novamente. E eu continuo com minha comemoração bizarra, abafando meus gritos histéricos na minha almofada 'Instagram'.

Teclo no celular, controlando minha respiração, e começo a responder os comentários na minha foto. O primeiro é o de Ezequiel, óbvio. Digito um simples "Obrigada" com um emoji de olhinhos de coração.

Será que ficou muito exagerado?

Mastigo meu dedão, pensando que talvez eu devesse apagar a minha resposta. Penso, penso e penso e decido tirar a carinha. Não. Melhor deixar. É. Isso mesmo. Eu deixo.

Espero que não tenha expressado toda minha alegria com a carinha. Mas eu estou alegre, não estou?

Sim! Pra caramba!

���,Ⱦ.

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