Esse Tal de Amor - RETIRADA e...

By querenane

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Livro físico pela editora Upbooks! Ficção Cristã Adolescente --♥-- "Tenho quinze anos e ainda não beijei n... More

Esse Tal de Amor
Capítulo 1 ( nova versão)
Capítulo 3 ( nova versão)
Capítulo 4 ( nova versão)
Capítulo 5 ( nova versão)
Capítulo 6( nova versão)
Capítulo 7 ( nova versão)
Livro Físico

Capítulo 2 ( nova versão)

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By querenane



— Rochelle!

Decidiram que hoje meu nome seria o mais chamado do dia.

Primeiro o porteiro do colégio, pois eu havia chegado atrasada, depois os professores, Cláudia, Roberto e Loretta que entregaram as últimas provas do primeiro bimestre, e por fim, meu pai.

Eu teria gritado: bingo! Mas prefiro guardar a piadinha só pra mim.

Ao chegar à minha casa encontro meus pais namorando no sofá. Poderia dizer que é a pior visão do mundo para uma filha adolescente presenciar: seu pai acariciando o rosto da sua mãe e falando ao pé do ouvido dela enquanto a mesma sorri acanhada.

No entanto, eu os acho fofinhos, mas mesmo assim não fico olhando muito, porque eu fico com vergonha. Por isso, passo batido da porta da sala rumo ao meu quarto, tentando o máximo não ser vista. Tentativa vã a minha porque meu pai possuí o sensor de Rochelle na área.

Não sei por que sempre tento escapar quando nunca consigo.

— Oi, pai, mãe. — Giro nos tornozelos e olho para os meus pais agarradinhos no sofá.

— Oi, filhota! — diz minha mãe e seu sorriso é gigante.

— Oi, Filha, não nos viu aqui? — Seu Luís pergunta, alisando os cabelos escuros de minha mãe com carinho.

— Claro que vi! — exclamo, levando o dedo indicador à boca num ato claro de vômito. Por mais que seja bonito o romance deles, vou dizer isso nunquinha; jamais! — E foi por ver que quis correr o mais longe possível.

Minha mãe sorri, tombando a cabeça no ombro do meu pai, que ri.

— Não quero atrapalhar o momento inlove de vocês, portanto vou me indo para o meu quarto. — Aponto o polegar em direção ao corredor e ameaço sair da sala quando meu pai, mais uma vez, me pausa no caminho.

— Como foi na escola? — pergunta típica.

— Tudo Beleza — resposta óbvia.

— E as provas, você recebeu? — Minha mãe quer saber.

— É... sim, recebi — confirmei insegura. — Posso mostrar mais tarde? É que estou morta de cansaço mãe e, de fome também, e louquinha para entrar no chuveiro e tomar o banho do século. Você sabe, eu venho andando quase que vinte minutos e tal, soei bastante... muito cansativo. — Suspiro melancolicamente.

— Teve nota vermelha?

Ai, mãe! A senhora tem quer ser sempre tão direta ao ponto?

Ela podia ser uma mãe mais zen, relaxada e dizer: 'Tadinha de você minha filha, estudar cansa mesmo, a mamãe entende. Pode ir para o seu quarto e descansar que daqui a pouco eu levo o almoço pra você'

É a oração dos sonhos de qualquer garota adolescente.

Porém, como estamos falando da minha mãe, a mulher mais interessada pela vida de seu filho que conheço, ela não vai deixar a questão nota vermelha passar em branco.

— Serve eu dizer que eu estou MUITO cansada e que mostro as provas depois?

Minha mãe ergue uma sobrancelha esperta me dizendo um sonoro não.

Bufo, incomodada por ter de mostrar minhas provas o mais rápido do que pretendia e o que me levar a constatar que ganharei um castigo mais rápido também.

É, meus pais ainda me colocam de castigo como se eu tivesse seis anos de idade e não quinze.

Eu não mereço!

Totalmente desanimada, eu pego as provas da mochila e entrego para minha mãe. Dona Marcela corre os olhos minuciosamente sobre as provas. Suspirando em desaprovação pelo que lê. Mamãe então se levanta e me encara com aquele olhar; o de desapontamento que bem conheço.

Belisco o interior da bochecha trocando o peso nos pés.

— Sem computador, sem saída com Pilar, Bruna ou outra qualquer pessoa que não seja desta família. Castigo por um mês inteiro, Rochelle. Fui Clara?

— O quê?! — grito, apavorada. — Um mês mãe?!

Ela só pode estar de brincadeira, né? Um mês inteirinho confinada dentro de casa é o fim da minha vida! O máximo de tempo de castigo que ela já me deu foi de duas semanas.

— Sim, mocinha. Um mês de castigo por ter ido péssima na prova de matemática. Você disse para mim quando me mostrou o teste que iria estudar mais, se esforçar mais para conseguir melhorar sua nota. Olhou dentro dos meus olhos implorando para não te castigar e prometeu que estudaria... E, veja? Foi péssima na prova, de novo.

Mamãe tem as mãos na cintura e me encara com bastante indignação. Nada bom, nada bom. — Sabe que vai para recuperação, não sabe minha filha? E se você for, pode se esquecendo de viagem para Salvador... — ameaça; eu quase sufoco e surto com a possibilidade de não viajar.

— Não, mãe! — sou rápida em dizer. O desespero tomando conta de mim. — Claro que não! Vou estudar, vou estudar muito, muito. — Uni as mãos em prece para salientar minha promessa, mas dona Marcela conhece a filha que tem.

— Nem tente me enrolar, Rochelle.

— Mas mãe...

— Sem, mas e, sem, mãe. — Ela me lança um olhar gelado, que me obriga calar a boca. — Agora, resolva-se com seu pai — e entrega o teste para meu pai. Ai, não! — Vou colocar seu almoço para esquentar. — E assim ela dá nosso pequeno conflito por encerrado e com vitória para ela.

Mamãe acaricia meu ombro, beija meus cabelos e segue para cozinha.

Nem ouso olhar para meu pai, que permanece calmo o tempo todo, sentado no sofá lendo minhas provas como se degustasse de um ótimo artigo de revista.

Respiro devagar, esperando o grande sermão que ele vai me dar sobre como eu permito que coisas supérfluas tirem meu tempo e o foco das coisas que são realmente importantes. Sermão de praxe de seu Luís e que estou cansada de ouvir.

— Bem, acho que não preciso acrescentar mais nada, né filha?

Jura que ele não dirá o famoso sermão?

Nossa, que bom!

Solto o ar pela boca me sentindo mais relaxada.

— Só uma coisa que sua mãe se esqueceu — papai fala, ficando de pé e me encarando com o semblante bastante tranquilo. Tranquilo até demais. Começo a ficar com medo.

— Me entregue o seu celular, Rochelle — papai pede, fazendo minha espinha gelar inteirinha.

— Me-meu... — gaguejo. — Meu celular? — Ele não faria isso. Faria? Era um pesadelo.

— Me dê seu celular, Rochelle — ordena sério. — Ele está sendo oficialmente confiscado.

Abro a boca, completamente horrorizada.

— Mas pai?! É o meu celular! A única coisa que me sobrou no momento. Como vou viver sem meu celular pai? — coloco as mãos na cintura e o encaro contrariada. — Você quer ser responsável por acabar com minha pobre vida social? Como vou falar com minhas amigas? Ligar para as pessoas? Navegar na net? Entrar no meu Instagram? O SnapChat? Ah, não pai, meu celular não. Qualquer outra coisa, minha coleção de conchas, meus CDs...

Acabo tirando uma risadinha do meu pai. Tento me empenhar mais.

— Minha coleção de chaveiros, bottons, minha pasta sobre a Demi Lovato. — Fico sem ar. — Pode escolher. — Gesticulo a mão em nítido desespero.

— Sempre fico impressionado com o quanto você pode argumentar apenas para não perder aquilo que mais gosta. — Ele coça a barba, pensativo. — Todavia, não adianta Rochelle. Não quero suas conchas, a tal da Demi Lovato — ele ri e eu quase sufoco em sofrimento. — O que eu quero e exijo neste momento é o seu celular. Então, seja a boa menina que sei que você é e, me entregue o celular por conta própria e poupe-me o trabalho de pegá-lo na sua mochila.

Papai dá a facada final acabando com minha vida lentamente. É incrível o quanto os pais podem detonar com a vida dos filhos em questão de segundos. Eles são profissionais nisso.

— E, aproveita que sou bonzinho e vou deixar você avisar suas amigas e a sua vida social que está entrando de férias até o resultado das próximas provas de matemática.

Cara, meu pai acabou com minha vida.

Adeus mundo cruel, foi bom enquanto durou.

Que ótima maneira de começar o fim de semana.

Muito chateada eu puxo o celular das mãos do meu pai, bufando enquanto ele ri. Envio mensagens para minhas amigas, pedindo para que elas me liguem no telefone de casa, pois eu estou em exclusão social.

Contrariada, eu digito uma última mensagem dizendo que as amo e devolvo o celular com muito custo ao meu pai. Ela o agarra e o enfia no bolso de sua bermuda brega, levando consigo todo meu esforço por uma vida social digna.


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