Amores,
tudo bom?Perdão pela demora, a correria tem sido enorme e estou com o coração apertado por não ter conseguido postar no início da semana, terminei o capítulo agora mesmo e decidi soltar, perdoem os erros.
Amanhã ou domingo tem mais #prometo - Detalhe, estamos chegando ao fim "/
Obrigado pelos votos, comentários e carinho de todos vocês, acreditem que é gratificante.
Bom final de semana :)
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Bato na porta e ouço um "Entre". Ele está sentado atrás da grande mesa de mogno, fazia tempo que não entrava aqui, mas tudo continua como antes: o carpete limpo e impecável, as grandes estantes repletas de livros e o sofá de couro preto que fica próximo á mesa enorme que ocupava o escritório do papai.
Me sinto como se na minha adolescência quando aprontava e chegava tarde em casa e no outro dia era chamado ali pra receber uma bronca.
- Sente-se Fernando. – Ele diz sério e eu só obedeço.
- Pai...- Eu começo e ele me interrompe.
- Nada de pai. Porra Fernando você estava transando com a filha do meu melhor amigo, faz idéia da merda que estava fazendo? Sabe como isso pode afetar os meus negócios e minha relação com o Adam?
- Eu sei de tudo isso sim, não me trate com um moleque porque não sou um. Ontem a tarde eu ia procurar meu padrinho pra falar do meu relacionamento com a Paloma, mas nem chegou a acontecer.
- Relacionamento Fernando? Desde quando você namora ou tem um compromisso sério com alguém? Desde a sua juventude eu vejo você farreando com seus amigos e fazendo inúmeras mulheres passarem pela sua cama. – Ele joga na minha cara meu passado.
- Isso é quem eu era antes pai. Eu sempre amei a Paloma, decidi sim que a teria pra mim, mas adivinha o que houve? Ela se vingou de mim. Você está aí me julgando, mas faz idéia do que é ser traído? Do que é ver a mulher que você ama com outro?
- Na verdade eu faço sim. – Ele diz e posso ver suas feições endurecerem. – Que história é essa de vingança?
- Antes de eu viajar para Londres, no dia da festa do tio Adam e da tia Elo eu tirei a virgindade da Paloma. – Ele arregala os olhos e cerra os punhos, eu suspiro. – Nós transamos, ela dormiu e eu a deixei, foi depois disso que decidi adiantar a viagem. – Confesso.
- Como teve coragem Fernando?
- Sei que fui um canalha. Mas hoje eu sei que a amava e só não queria admitir. Acha mesmo que se eu assumisse um namoro com a Paloma o senhor e meu tio liberariam? Eu era um pervertido pai, ficava com várias mulheres.
- Não mudou muito de lá pra cá. – Ele sorri irônico.
- Não pai. Eu amo a Paloma, foquei nela, nós estávamos juntos a um tempo, era ela que não queria assumir nossa relação, ontem eu entendi o porque.
Pela primeira vez ao ouvir aquelas palavras vi meu pai me lançar um olhar preocupado.
- Tem certeza que vai voltar para a Inglaterra? – Ele me pergunta sério.
- Tenho pai, é a melhor opção. Não vou conseguir trabalhar com ela e nem vê-la desfilando com o namorado pra cima e pra baixo, rindo de mim pelas costas. Não quero também atrapalhar a sua relação com tio Adam.
- Filho, as vezes...
- Não pai, não faça isso ser mais duro do que já é. – Me viro pra sair e quando estou próximo a porta ele me chama.
- Vai quando?
- O mais rápido possível, vou ver se até o fim da semana eu vou.
- Sua mãe e sua irmã sentirão saudades.
- Assim o senhor me magoa dizendo que não sentirá minha falta.
Ele põe uma mão no meu ombro.
- Sabe que não foi isso que eu quis dizer.
- Eu sei, elas têm o senhor e isso basta.
Ele me abraça.
- Não perca a fé no amor filho.
- Ele só não é pra mim. – Eu o solto e saio do seu escritório indo em direção ao meu quarto e quando abro a porta me deparo com minha irmã sentada na minha cama.
- A que devo a honra da visita? – Pergunto pra ela que mostra a língua.
- Não quero que vá embora. – Ela diz fazendo bico. – Não me contive e ouvi a conversa atrás da porta, estava indo tomar café.
- Mandy, não quero mais falar disto. Vou começar a me organizar e ver se viajo amanhã mesmo.
- Mas já?
- Sim, não quero mais ficar aqui. Talvez outros ares me façam esquecer mais rápido.
- Fugir não adianta nada, sabe disso não é?
- Já que você está em casa, porque não dá o cano no trabalho e assiste um filminho comigo?
- Tarde com pipoca, refrigerante e meu irmão lindo? Claro que topo.
- Mas sem esse "mimimi" de mulherzinha hein.- Eu jogo um travesseiro nela.
- Você me paga Fernando Baker. – Ela grita e joga um travesseiro em minha direção, mas consigo desviar.
E assim entre risadas tento esquecer a dor que está no meu peito e aproveitar estes momento em família.
POV PALOMA
Estou sentada no sofá do meu apartamento, com a roupa que dormi ontem, olhando pra o nada. A sensação que tenho é de que um buraco está se abrindo sob os meus pés. As palavras da Amanda estão ecoando na minha cabeça, ele vai embora.
*Flasback on
Acordo com o som do celular tocando, não me dei ao luxo de levantar pra ir trabalhar hoje, não tenho a menor condição pra isso. Olho o visor acender e finjo não ouvir, deve ser papai ou mamãe preocupados com meu estado, o som para mas logo começa novamente, pego o aparelho e vejo uma foto minha com minha melhor amiga, decido atende-la.
- Loma, ele vai embora. – Percebo sua voz chorosa.
Eu paraliso ao ouvir aquilo, achei que ontem por estar nervoso ele havia dito que retomaria sua vida em Londres, mas eu estava enganada. Ele não queria me ver ou ficar perto de mim e por isso estava indo embora, sentia meu coração sangrasse por dentro.
- Co..como assim? – Digo com a voz embargada, já sentindo os olhos arderem por conta das lágrimas que teimavam em querer descer.
- Isso que você ouviu. Ouvi uma com papai hoje.
- É..é tenho que desligar minha campainha está tocando, daqui a pouco te ligo. – Desconverso, quero chorar e entender porque ele não quer me ouvir e porque está me deixando quando prometeu nunca mais me machucar.
Caminho até a sala, sento no meu sofá e olhando pra o nada começo a chorar. Choro por mim, por ele, por nós, por saber que mais uma vez estamos fadados ao fracasso e saber que ele chegou ao ponto de nem querer olhar pra mim.
Flashback off
Não sei quanto tempo se passou, mas ouço o som da porta se abrindo e viro minha cabeça pra ver quem é, provavelmente minha mãe que deve ter pego a chave com a minha irmã, ontem ao sair da casa dos meus tios eu havia decidido não ir até a casa deles, não estava pronta pra o interrogatório. Vejo a figura da minha irmã na soleira da porta, ela vem até mim e me dá um abraço, sem perguntas ou qualquer julgamento, e então as lágrimas rolam livres pelo meu rosto.
- Ei, fiquei sabendo o que houve. – Ela diz ao me soltar.
- Ele vai embora Kate. – Digo com a voz embargada pelo choro.
- Ei, ei, fica calma. Porque não toma um banho, comemos algo e aí sim conversamos?
- Você não vai trabalhar hoje?
- Não, hoje eu preciso cuidar da minha irmã mais velha . – Ela sorri pra mim. – Vem – Ela me puxa – Vá tomar um banho e quando sair terá um café esperando a senhorita. – Ela pisca pra mim.
Saio em direção ao meus quarto e uns vinte minutos depois apareço na sala, vejo a mesa posta e minha irmã trazendo uma jarra de suco.
- Não vai me dizer que preparou isso tudo tão rápido? – Aponto pra mesa.
- Claro que não, já havia passado na padaria e encomendado, só fiz o suco e o café. Te amo, mas ir pra cozinha não está nos meus planos em cuidar de você. – Nós duas rimos. – Agora vem tomar café.
Comemos em silêncio e após terminar ajudei minha irmã a organizar a cozinha e a mesa onde havíamos feito a refeição.
- Prontinho, agora você está devidamente apresentável e alimentada, pode começar a contar. – Ela diz sentando-se no sofá á minha frente.
- Obrigado por isso, sabe que não precisava não sabe?
- Paloma, você é minha única irmã. Esteve ao meu lado em momentos bons e ruins, não ia ficar parada sabendo que você não estava bem. A primeira coisa que aconteceu quando eu pisei os pés em casa foi mamãe me contar o que havia acontecido. Por ela eu teria entrado no carro e vindo passar a noite aqui, mas acho que você precisava de um tempo sozinha. – Ela confessa.
- Precisava mesmo.
- Então quero ouvir tudo que tem a me dizer, desde o início. Temos tempo.
Então eu começo a contar á Kate todo o acontecido do dia anterior, como boa ouvinte que é, ela me deixa falar tudo e não abre a boca pra dizer nada, apenas faz uma expressão vez ou outra, quando termino de falar pergunto a ela o que acha de tudo.
- Acho que você está agindo como uma fraca. – Me espanto com o que ela diz. – Você o ama Paloma?
- Claro que amo Kate. – Afirmo com convicção.
- Então porque está aqui chorando e se lamentando quando devia estar indo atrás do homem que você ama? A Paloma que eu conheço é uma mulher forte e decidida, não fica chorando pelo cantos enquanto não luta pelo que quer. – Ela respira fundo e continua. – Vai mesmo deixar o Fernando ir embora e se esfregar com qualquer uma para tentar te esquecer? – Eu nego com a cabeça, só de imagina-lo tocando em outra meu sangue ferve. – Então pegue seu carro e vá atrás dele, faça-o te ouvir, implore e peça perdão. Você falhou, mas está disposta a tentar pelo amor que sentem. Amores são feitos de tentativas.
Olho pra Kate e me jogo em seu colo a abraçando.
- Você tem toda razão, obrigado por tudo. – A abraço forte.
- Ei, ei, está me sufocando. – Nós duas rimos e eu bagunço seu cabelo. – Tire essa sua bunda enorme de cima de mim, esfregar os genes da mamãe na minha cara é demais pra eu suportar.
Começamos a rir.
- Antes de ir ao encontro do Fernando, passe em casa para tranqüilizar nossos pais? Papai se trancou no escritório desde cedo, você é a pupila dele e eu sou a rebelde, não mate o velho do coração. – Eu jogo uma almofada nela.
- Pode deixar. Vamos pra lá e depois passo na casa do tio Dereke e tia July.
Sem me importar com minha aparência pego a chave do carro, celular e tranco a porta do apartamento. Kate vai no carro dela e eu no meu, ligo o som do carro e o que toca me faz lembrar o Fernando.
Loving can hurt
Loving can hurt sometimes
But it's the only thing that I know
And when it gets hard
You know it can get hard sometimes
It is the only thing that makes us feel alive
We keep this love in a photograph
We made these memories for ourselves
Where our eyes are never closing
Hearts were never broken
And time's forever frozen still
So you can keep me inside the pocket
Of your ripped jeans
Holding me close until our eyes meet
You won't ever be alone
Wait for me to come home
Loving can heal
Loving can mend your soul
And it's the only thing that I know
I swear it will get easier
Remember that with every piece of you
And it's the only thing we take with us when we die
(Photograph – Ed Sheeran)
Realmente o amor pode curar, e é exatamente o que pretendo fazer. Estaciono o carro atrás do carro da minha irmã, em frente a casa dos meus pais e ao descer vejo o Audi R8 preto do Fernando parado, provavelmente ele está aqui.
Minha irmã faz um aceno de cabeça para que eu entre, subo correndo a escadaria da entrada principal e entro como um foguete dentro da casa do meus pais, minha mãe está subindo em direção ao primeiro andar quando se assusta com a minha presença.
- Oh, filha. Eu estive tão preocupada com você, como você está? – Ela diz enquanto caminha ao meu encontro.
- Sobrevivendo. Onde ele está mãe? – Ela me encara e pelo seu olhar percebo que ela quer evitar me contar. – Sei que ele está aqui mamãe, por favor.
- Ele está no escritório com seu pai, mas não acho que deveria...
Não deixo ela terminar, simplesmente a deixo falando sozinha e rumo a passos firmes até o escritório do meu pai.