Eu definitivamente não gosto...

By escrevelndo

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(em revisão) Amora e Mateus, dois adolescentes totalmente diferentes um do outro e encarados diferente do que... More

Nota inicial da autora
Amora
Mateus
Capítulo 1 - Amora
Capítulo 2
Capitulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capitulo 21
Capítulo 22 - Mateus
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32 - Final
Epilogo
Nota final da autora
Especial 100k

Capítulo 9 - Mateus

24.3K 2.5K 745
By escrevelndo

Capitulo revisado

Talvez eu esteja exagerando um pouco, mas ela não devia ter feito isso comigo. A Amora não está errada em não me perdoar por tudo que eu já fiz, mas eu demorei muito pra perceber que a maneira do Luís se destacar não era correta.

Quando descobri que minha dupla seria uma garota que apesar de ser da minha turma eu não lembrava de ter visto, fiquei me perguntando como faria para lidar com alguém que nitidamente não ia muito com a minha cara, mas com o tempo vi que eu e a Amora temos mais coisas em comum do que eu e meus amigos.

Depois de me despedir da Amora, ainda tinha esperança de que ela viria atrás de mim, mas parece que falou sério quando disse que não queria me ter como amigo, então fui procurar o Luís.

Na arte de me prejudicar ele é mestre, e eu não vou mais permitir isso. Andei por todos os cantos do auditório, tentei ligar, mandar mensagem, mas como sempre ele não está a fim de me ouvir.

Derrotado pelo cansaço, decidi voltar pra casa. Não valia a pena assistir as outras apresentações, aquela altura eu já não queria mais ver a Amora, que nitidamente era diferente de todo mundo que convive comigo, ela claramente não fazia questão de mim e era isso que mais me incomodava. Eu já pedi desculpa por todas as coisas idiotas que fiz, o que mais eu precisava fazer?

Cheguei em casa e encontrei minha mãe de uma lado para o outro tentando atender os clientes no restaurante. Tomei um banho rápido e corri para ajudá-la.

Quando finalmente o movimento ficou mais fraco, mais ou menos umas três da tarde, ela me liberou e terminou de arrumar as coisas sozinha.

Fui pro meu quarto e não demorou muito para minha mãe aparecer na porta, com o telefone na mão.

_ Seu irmão - ela me entrega o telefone do restaurante e sai.

_ Luís?

_ Não, o Darth Vader - ouço sua risada do outro lado da linha.

_ Que bom que ligou, precisamos resolver uns assuntos, e você sabe muito bem do que eu estou falando - se eu não for firme com ele, o Luís me enrola ao ponto de eu me sentir culpado pelos erros dele.

_ Olha só Mateus, eu não tenho tempo para os seus chiliques.

_ Você acha pouco ter ido até minha escola se passar por mim e beijar a Larissa? Você não faz ideia de como me encrencou.

_ Relaxa irmãozinho, não é a primeira que eu faço isso, nem a última, você já devia ter se acostumado. E por falar em trocar de lugar eu tenho prova de física amanhã, preciso de você - ele só podia estar brincando.

_ Não - disse de uma só vez, antes de voltar atrás, e ele não respondeu, talvez por nunca ter me ouvido dizer isso.

_ Bom, você que sabe. Só não esqueça que dá última vez você que pediu pra trocar de lugar, porque não estava afim de assistir a aula de sociologia, então agora é minha vez - é incrível como o Luís sempre vence, parece que ele sempre está a dois passos à frente de mim.

_ Aqui em casa, agora - suspiro e ele desliga o telefone.

O ruim de ter um irmão gêmeo como o Luís, é que qualquer problema que aparece ele quer trocar de lugar para que eu resolva, e depois da separação dos nossos pais se tornou ainda mais frequente.

O pior de tudo é que eu e ele somos muito diferentes, não conseguimos fingir ser o outro, e isso sempre acaba criando confusão, a sorte é que a minha mãe passa praticamente a tarde toda no restaurante e o meu pai só volta a noite do trabalho, então eles não percebem muito a diferença.

O Luís estaria aqui meia hora depois de pegar o ônibus, então me certifiquei que a minha mãe estava bem ocupada no restaurante e arrumei tudo para que ele não se atrapalhasse nem atrapalhasse a minha vida.

Quando ele chegou eu já estava na porta da minha casa preparado para viver sua vida.

- Luís vem logo, antes que a nossa mãe nos veja - o puxei para dentro e dei uma olhada pro restaurante, agora vazio.

Entramos no meu quarto e eu fechei a porta, se minha mãe entrasse ali não tinha onde esconder o Luís.

- Presta atenção - ele olhou pra mim - nada de ficar dando em cima das meninas da minha escola, principalmente da Larissa, nem arranje briga com ninguém - ele revira os olhos - e tem mais, tem uma garota nova, a Amora, caso ela vier falar com você, por favor Luís, seja legal.

_ Tá bom, agora tchau.É melhor você ir logo antes que nosso pai sinta minha falta, hoje ele está de folga do trabalho e a desculpa que eu fui tomar um ar não vai colar por muito tempo - o Luís disse já impaciente.

- A gente se vê amanhã, cuidado - digo do lado de fora do quarto.

- Tchau Mateus - ele disse deitado na minha cama enquanto mexia no celular, eu tenho certeza que o Luís não ouviu nada do que eu disse.

Com uma roupa quase igual a que ele usava e com o cabelo um pouco mais bagunçado, da forma que o Luís costuma usar, caminhei até o ponto de ônibus morrendo de medo dos meus pais descobrirem ou do meu gêmeo estragar a minha reputação, principalmente com a Amora.

Depois de pegar o primeiro ônibus em direção ao meu antigo bairro, andei por alguns metros até a casa do meu pai, e finalmente cheguei. Que saudade eu tenho de morar aqui!!

Procurei pela minha cópia das chaves no bolso da calça, mas antes mesmo de ter a chance de abrir a porta, ouço uma voz irritante, que eu conhecia muito bem, chamar o Luís.

- Oi Beatriz - me viro e a respondo sem o mínimo de alegria em vê-la.

- Oi, eu só estava passando aqui na sua rua e resolvi saber como o Mateus está - ela se aproximava de mim com um sorriso nos lábios. Espero que não pense que vou convidá-la para entrar.

Tente ser o Luís, tente ser o Luís. Minha mente repetia o tempo todo.

_ Por que não pergunta a ele? - me viro de costas e a ignoro, talvez assim entenda que eu não estou a fim de conversar com ela.

_Eu já tentei, mas o Mateus quase nunca me responde.

_ Talvez ele tenha um bom motivo para isso - digo mais alto do que queria.

_Não tem problema, Luís. Eu e o Mateus teremos muito tempo para conversar, como você sabe eu estou de mudança, e vou finalmente estudar junto com o meu amorzinho.

_ Isso é o que você diz, o Mateus já deixou bem claro que não tem nada com você, então essa coisa de amorzinho, não rola - entrei em casa sem prolongar mais aquela conversa.

A Beatriz era do tipo de pessoa que não conseguia aceitar um não, mesmo que ela tenha ouvido a mesma coisa de várias vezes. Ela era muito bonita, do tipo de garota que chama a atenção, era divertida, mas algo em mim dizia que aquilo tudo não importava perto do tipo de pessoa vazia que ela era.

Fechei a porta e encontrei meu pai sentado no sofá assistindo tv, o tipo de coisa que ele ama fazer quando não vai trabalhar. Pra não levantar suspeitas, fiz o que o Luís faria: dei um suspiro profundo de tédio, joguei as chaves na mesa e passei por ele sem dizer nada.

_ Ei, volta aqui - ouço dizer sem tirar os olhos do programa de culinária que assistia e volto descendo os degraus da escada - Como é que está o Mateus?

_ Não sei, não fui ver o Mateus - ele me olha como se quisesse ver no meu rosto algum sinal de que eu estava mentindo, mas dessa vez eu estava preparado - Posso ir? - aponto para as escadas e ele não diz nada, parece que as coisas entre o meu pai e o Luís não vão muito bem.

Subi novamente as escadas e entro no meu antigo quarto que agora era cheio de caixas com algumas coisa da minha infância e fotografias. Prometi pra mim mesmo que só iria dar uma olhadinha e depois iria para o quarto do Luís, mas quando fui me dar conta já estava folheando o álbum mais recente, de dois anos atrás.

Meus pais ainda estavam juntos, nós éramos bem mais felizes, dava pra ver nas fotos de viagens e todos os momentos em família, mas infelizmente quando o orgulho fala mais alto, as pessoas não tem coragem de dizer o que estão sentindo ou de fazer o que sabem ser certo.

Guardei tudo no lugar onde estava, antes que meu pai me visse ali, e quando estava prestes a ir embora, uma última foto caiu do álbum. Dei uma olhada na imagem revelada em minhas mãos, sem nem me dar conta de que era a foto que eu tinha procurado a tanto tempo, nunca iria imaginar que estivesse aqui no meio de todas essas outras fotos, por fim resolvi guardar na carteira para reproduzir aquele sorriso toda vez que a visse, e saí do quarto decidido a estragar as coisas o mínimo possível.

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