Lady Charlotte

De lavsmiranda

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Livro 1 da trilogia "Irmãs Harrison". Charlotte Harrison, a filha caçula do duque de Cambridge, vai fazer dez... Mais

Dedicatória
Prólogo
I
II
III
IV
V
VI
VII
VIII
IX
X
XII
XIII
XIV
XV
XVI
XVII
XVIII
XIX
XX
XXI
XXII
XXIII
XXIV
XXV
XXVI
XXVII
XXVIII
XXIX
Epílogo
Agradecimentos

XI

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De lavsmiranda

George ficou hipnotizado com a visão de Charlotte tocando piano mais uma vez, assim como tinha ficado na casa dela. As mãos dela eram habilidosas e não errava nenhuma nota. Ele não reconheceu a música que ela tocava, mas era bastante triste. Diziam que um músico toca o que sente. Ficou pensando se ela estava triste, e o possível motivo.

Charlotte terminou de tocar e virou-se para todos que estavam presentes.

— Gostaram? — deu um sorriso triste. — Fiz em homenagem a minha mãe.

— Linda canção. — a rainha bateu palmas. — Toca tão bem! Parecia que eu estava no céu. Encantadora. Sophie estaria muito orgulhosa da senhorita.

— Vossa Majestade era amiga da minha mãe?

— Nos conhecemos no batizado de George. Sempre nos víamos em eventos, ela era uma pessoa maravilhosa. Transmitia simpatia para qualquer um que conversasse com ela. Sim, eu a considerava uma boa amiga. No meio de tantas pessoas que desejam nosso mal, sua mãe era uma das poucas pessoas que desejava o bem. Senti muito a morte dela. — a rainha se aproximou dela, pegando sua mão com carinho. — Seu pai havia me dito que você era muito parecida com Sophie, principalmente os olhos. Realmente, são iguais. Pode não ter conhecido sua mãe, mas tenho certeza que sabe o quão foi amada desde o momento em que ela soube da gravidez. E, se não sabe, agora sabe. — deu um beijo na testa dela. — Não chore. — passou o dedo pelo rosto dela. — São boas lembranças.

— Mal vejo a hora de me ensinar. — Millie se levantou e ficou ao lado de Charlotte, afagando suas costas.

— Sou uma professora exigente, esteja bastante preparada. — Charlotte limpou as lágrimas com a mão.

— Aposto que se fosse comigo, até apanhar, eu apanharia. — disse George, com o olhar preocupado, apesar de tentar fazer algum humor.

— Pode ter certeza disso, Alteza. — Charlotte o encarou com os olhos azuis intensos e pupilas dilatadas.

— Gostaria de saber o motivo do relacionamento de vocês serem, como eu posso dizer? Agressivo? — Jade perguntou chamando a atenção de todos.

— Não percebi nenhuma agressividade, Vossa Alteza. É apenas uma brincadeira. — Charlotte respondeu tranquilamente.

— Certo. — a rainha observou as duas jovens com curiosidade. — Bem, vamos para a sala de estar azul. Jade e George nos acompanham?

— Não, mãe. Prometi levar Jade para conhecer o jardim.

— Então, um bom dia para ambos. Vai amar o jardim, querida.

— Tenho absoluta certeza que sim. — Jade deu um pequeno sorriso.

Sua mãe, sua irmã e Charlotte saíram da sala de música conversando e dando risos baixos. A vontade que George tinha era ir atrás delas e ficar perto, com certeza seria diversão garantida.

Em nenhum momento ele conseguia esquecer aqueles olhos azuis, cabelos loiros, vestido branco de veludo, tocando piano. Perguntou-se como até uns dias atrás estava certo de que gostava de Jade, e tudo começou a parecer incerto. Jade estava com ele, coisa que desejava desde que voltou da Espanha, mas não estava a mesma coisa de antes. Ela continuava com a mesma inteligência e delicadeza de sempre, porém não tinha a simplicidade e espontaneidade de Charlotte. Ele não queria compará-las, mas sua cabeça só queria fazer isso o tempo todo.

— George! Estou meia hora falando com você.

— Perdoe-me.

— No que estava pensando?

— Nada importante. — forçou um sorriso.

— Estava pensando nela, não estava? — cruzou os braços.

— Nela quem?

— Não se faça de desentendido. Na pianista, George.

— Não. — balançou a cabeça em negação.

— Seus olhos ganharam um brilho diferente ao vê-la. Não gosta mais de mim? — Jade o encarou. — Penso que não.

— Não deveríamos estar indo para o jardim? — mudou de assunto.

— Não mude de assunto, George! — cruzou os braços.

— Não estou mudando de assunto, Jade.

— Está sim.

— Por que eu estaria mudando de assunto?

— Porque é como se você estivesse apaixonado por ela.

— Ela é só alguém que eu gosto muito.

— Eu espero que esteja certo dos sentimentos por mim. Porque sinceramente, George, gosto muito de você.

Jade foi beijá-lo no rosto, acabou desviando o rosto, queria evitar o contato com ela naquele momento, não parecia certo de alguma forma. Quando George a olhou, tinha um brilho no olhar de mágoa.

— Pensei que desejasse isso.

— Acho que devemos manter a calma.

— Você está gostando dela! Eu sabia! Seu olhar para ela não é de amigo. — Jade alterou a voz. — Vou para o meu quarto, e, por favor, não me procure.

Jade saiu e bateu a porta com força, deixando George assustado com a atitude dela, e logo em seguida saiu da sala de música. Andou pelos vastos corredores do palácio até se bater com seu tio, Simon, duque de Kent.

— Meu sobrinho, como está? Poderia me acompanhar?

— Tio. — George sorriu para Simon. — Aconteceu alguma coisa?

— Seu pai nos deixou no controle enquanto viaja. — Simon revirou os olhos. — Não aguento mais isso. Ele deveria abdicar logo o trono para você.

— Não acha que seria muito cedo para isso? — George começou a andar ao lado do tio. — Meu pai ainda está novo e com saúde.

— E irresponsável. Não aguento mais sair da minha casa, onde vivo sossegado, para vir aguentar esse maldito Parlamento em dose dupla. Se seu pai não tivesse herdeiro, era compreensível eu ficar no lugar dele, mas a situação é diferente. Ele tem você e Millie.

— O que o senhor quer comigo?

— Você sabe que o rei e a rainha da Espanha chegarão daqui a poucos dias.

— Alejandro não virá?

— Não faço a mínima ideia, mas deve vir. Continuando, teremos que dar um baile em honra da visita. Já conversei com sua mãe agora a pouco sobre isso, e ela concordou, como eu sabia que faria.

— E onde eu entro nisso?

— Não sei se seu pai chegará a tempo, então você será o centro das atenções. E a sociedade não o conhece, sempre viveu afastado, o que nunca concordei. Não entendo até hoje essa educação tão severa, sendo que a nossa nem foi dessa forma. Nossa mãe ficaria furiosa. Saiba que sua avó era apaixonada por você.

George apenas deu um sorriso saudoso, amava as poucas lembranças com sua avó Elizabeth.

— Os convites?

— Sua mãe ficará responsável por isso. — Simon parou no corredor. — A primeira valsa é sua. Sabe com quem vai dançar?

— Talvez.

— Está muito misterioso. — o tio deu um sorriso fraco. — Vai ser um ótimo governante, eu sinto isso. Agora, vou descer e esperar minha bela mulher chegar.

— Não sabia que o senhor tinha casado.

— Casei com a irmã da viscondessa Lascelles, Helena Allen, quando estava na Espanha. Agora ela é Helena Windsor. — o tio estampou um belo sorriso no rosto.

— Vejo que o senhor está muito feliz.

— Quando se encontra o amor, meu jovem rapaz, tudo fica mais lindo. A necessidade de estar com junto à pessoa é simplesmente necessária. E não posso deixar de falar da saudade que esmaga o coração e ocupa a mente. Toda vez que vejo Helena com aquele sorriso bobo, aquele olhar doce me olhando, sinto-me o homem mais sortudo no mundo. Espero que você encontre alguém que o deixe feliz, assim como minha Helena me faz.

Simon desceu as escadarias, deixando George sozinho. Saiu do corredor e decidiu ir para a biblioteca ler alguma coisa para se distrair. Quando chegou a biblioteca, ficou surpreso ao ver Charlotte olhando os livros. Algumas vezes puxava alguns para ler algumas páginas e depois devolvia para a estante. George pigarreou, e Charlotte o encarou.

— Quer me matar do coração? — disse com a mão no peito.

— Jamais pensaria fazer algo assim com a senhorita.

— Não sei do que é capaz, Alteza. — Charlotte deu um sorriso travesso.

— Nenhum ser humano sabe do que é capaz até estar em uma devida situação.

— Não discordo, até concordo, Alteza.

— Logicamente que concorda, estou certo.

— Não seja convencido, Alteza. — Charlotte tirou as luvas. — Sempre erra.

— Não diga tal asneira, senhorita. — aproximou-se dela.

George se aproximou de Charlotte, sentiu seu perfume doce. Colocou a mão sobre a face dela, que estava ficando bastante ruborizada, e desceu o dedo por sua bochecha. Uma mecha do seu cabelo loiro soltou do penteado e ele colocou atrás da orelha dela.

Por Deus, estava desejando aquela mulher.

— Sabe de uma coisa? — George perguntou.

— Não. — arqueou a sobrancelha. — O quê?

— Estou prestes a fazer uma coisa inconsequente.

— Como o que? — gaguejou.

— Beijá-la.

Inicialmente não sentiu Charlotte retribuindo o beijo, o que fez pensar que havia feito uma coisa muito errada. Mas logo em seguida ela agarrou os cabelos dele e retribuiu ao beijo.

— Não quero me arrepender do que não fiz. — soltou-se dele. — Mesmo sabendo que vou me arrepender, pois isso é muito errado.

— Não fale mais nada.

E ele voltou a beijá-la com mais desejo ainda.

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