A lenda dos três

By Kael777

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O herói, o vilão e a morte. Faces perigosas de figuras infinitamente repetitivas ao longo dos séculos, ao lon... More

Prólogo
O herói
O vilão
A morte
Crer ou não crer, eis a questão.
Divindades e perigos, caindo na estrada.
Além da compreensão
Uma viagem interdimensional.

Dimensão Zero

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By Kael777


Dimensão Zero, Localidade desconhecida. À luz do sol.


Kael permanecia imóvel olhando para a garota que surgira como um fantasma no meio da floresta, ele não teria forças para carregar Meta por muito tempo então pensou o quanto ele estava em uma situação ruim se ela fosse uma inimiga.

— Quem é você? — Ele perguntou encarando-a.

— Legal, vocês também falam português, parece que finalmente terei alguém com quem me divertir! — Ela falou sorrindo e saindo de uma expressão séria e assustada. Deu alguns passos e já foi se aproximando dos garotos.

— Responda a minha pergunta, por favor. — Kael falou sério.

— Eu me chamo Iara, vivo no rio amazônico brasileiro. Você é de algum lugar lá perto? — Ela aparentava ser muito inocente para Kael, era como se ela não visse nada de ruim neles dois.

— Nós somos de Teresina, capital do Piauí... Você pode nos ajudar? Estamos muito cansados, já estamos a mais de um dia sem dormir ou se alimentar direito. — Ao terminar de falar Kael fraquejou as pernas e foi ao chão com Meta que já estava completamente apagado.

— Nossa, uma vez eu fiquei quase meio dia inteirinho sem me alimentar e quase morri, foi horrível! — Ela fez uma careta com a língua para fora e voltou a sorrir, era como se ela não entendesse a urgência da situação dos garotos. — Se eu posso ajudar? É claro! Tenho uma cabana bem aqui perto do rio, vem comigo. — Ela então saiu andando e Kael ficou para trás com Meta, ela não percebera que eles mal conseguiam ficar de pé.

— Rio? Eu nem estou escutando barulho de água... — Kael falou e tudo mudou. De repente uma canseira gigantesca tomou conta de seu corpo, era o dobro do insuportável, seu peito apertou, e seu fôlego faltou, sua visão escureceu, e tudo apagou. A última palavra que ouviu ele não entendera, mas a voz ele reconhecia, era Iara.

Meta não sabia quanto tempo tinha se passado desde que ele apagara tão rápido quanto um raio, quando acordou o teto que observava era de palha, lá fora ainda estava ensolarado e sua "cama" era um amontoado de lã no chão gramado, as paredes de madeira tinha formato arredondado e o local possuía um design bem indígena, era como uma oca. Ele se levantou e olhou para os lados, Kael estava apagado à sua direita, vindo de fora ele ouvia o som de água.

— Beba um pouco do chá que fiz. — Falou uma garota que em meio à confusão mental de Meta, surgira na única entrada da oca, nas mãos ela carregava uma caneca de madeira bem rustica. Sem dúvidas ela era mais bela que qualquer menina do orfanato, usava um vestido de algas trançadas, por baixo era possível ver as suas roupas íntimas do mesmo material, porém bem mais fechados. Sua voz era doce e gentil.

— Quem é você? — Meta perguntou, apertando os olhos para tentar ver melhor, por que a garota que via tinha cabelos verdes, e aquilo não podia ser real. Ele tocou a cabeça, sentia dor ali.

— Eu sou Iara, e antes que você pergunte eu encontrei você e seu amigo na floresta, ele pediu ajuda e eu trouxe vocês para minha cabana. E vocês? quem são? — Ela sentou ao lado de Meta e estendeu a ele a caneca com um liquido cor de musgo dentro.

— Eu sou Ja... Meta! Ele se chama Kael, nós temos que chegar na vila imperfeita. Anael está lá... o diretor. — Meta não conseguia ver maldade naquela garota, então foi bem direto, e aceitou a bebida. Se bem que ele não conseguia ver maldade em quase ninguém.

— Certo... quando seu amigo acordar vocês podem ir. — Ela mudou a expressão, deixou o sorriso de lado e baixou os olhos.

— O que é isso? — Meta perguntou olhando para a caneca com o liquido estranho.

— É chá de grama selvagem! — Ela falou voltando ao jeito animado de ser, e sorrindo, pegou a caneca de Meta e bebeu um pouco do liquido. — É sem dúvidas o melhor energético por aqui. Mas se você come a grama você passa a ter umas alucinações bem sérias, experiência própria!

Meta sorriu e bebeu um pouco daquilo, e foi como tomar um banho, trocar de roupas e se preparar para uma viagem bem longa, ele estava revigorado, logo se levantou.

— Nossa! Valeu Iara, isso foi... fantástico! — Ele disse um pouco alto.

— Eu sabia que você ia gostar, parecia bem morto ontem. Então me diz, como você veio parar aqui com seu amigo? — Ela perguntou se levantando.

— Esta parte é uma imensa e longa história cheia de dúvidas e coisas estranhas, vamos deixar pra depois. Mas e você? É daqui mesmo? Digo... da dimensão zero? — Meta mudou de assunto rápido.

— Não, eu sou do Brasil, seu amigo falou que vocês são de Teresina, eu sou da Amazônia, próximo a Manaus. Vim parar aqui há alguns anos... — Ela baixou a cabeça como se fosse um assunto que ela não gostasse de tocar. — Tenho procurado por um meio de deixar este local mas ainda não achei, minha mãe é um ser muito poderoso, louvada por muitas tribos e tratada como folclore pelos homens comuns, mas ela ainda não conseguiu me tirar daqui.

— Iara... Sua mãe é a Iara do folclore?! — Meta falou alto e assustado.

— Sim, eu falo com ela quando consigo usar magia de contato, mas ultimamente tem ficado mais difícil ainda. — Iara falou sem jeito, pelo que via os seus hospedes conheciam sua famosa mãe, a mãe das águas.

Meta ficou sem palavras após a revelação, era como estar na frente de um monstro, ou de um herói de quadrinhos, um ser mitológico. Ele então percebeu que a garota estava ficando sem jeito e foi andando para fora da cabana, ainda tentando acreditar em tudo que acontecia.


Limbo, a dimensão entre as dimensões.


A morte não tivera mais escolha, o mundo havia parado por um instante e ela percebera melhor do que ninguém. A dúvida era clara, por que um anjo havia agido quando em uma reunião todos os outros haviam decidido não agir? Eles estavam agora na dimensão zero, Meta e Kael, porém a morte não perdera tempo, quando Kael percebeu seu disfarce logo agarrou Iris e teleportou-se para o Limbo. O melhor lugar do universo para se pensar em um plano melhor.

Iris era uma moeda de valor agora, Kael gostava dela, isto era claro. Como a Morte iria se aproximar dos garotos agora que seu disfarce estava perdido? Pelo menos eles haviam despertado seus poderes agora, e pela forma como foram usados eles deveriam estar bem cansados agora. A morte tocou o rosto de Iris e a deixou em um estado de coma, assim ela não iria acordar tão cedo. Criou então uma jaula a partir de sua energia sombria e a aprisionou ali, depois disso deixou o limbo. Estava na hora de ir até a dimensão zero, aqueles dois precisavam ser acompanhados de perto, a qualquer momento eles poderiam destruir tudo o que existia.

Em uma explosão negra a Morte se moveu pelo tempo e espaço e quando abriu seus olhos estava pairando sobre a famosa floresta vermelha, a floresta dos cogumelos gigantes, uma das regiões mais conhecidas da dimensão zero. O único fator ruim da dimensão zero era sua nulificação energética, era impossível sentir energias naquele lugar, o que tornava a caçada do ser omnipresente ainda mais complicada, pois ali, naquela dimensão, sua omnipresença era cega.

A morte voou entre nuvens de algodão e de água, entre sonhos e um pouquinho de realidade e percebeu o quanto a dimensão zero era um caos se comparado com toda a realidade do universo, era um local onde sonhos e realidade se misturavam, era onde o paraíso e o inferno não faziam sentido, e mesmo assim ainda possuía uma civilização própria, os seres mais imperfeitos da história do universo. Era um local para loucos, alguns diziam que aquele lugar havia sido criado para controlar a insanidade dos deuses criadores. Para a Morte, não passava de um hospício de tamanho magnífico, ou você era louco o suficiente para estar lá ou ficava quando chegava.

Planeta Deva, em meio às escavações e a busca pela matéria exótica.

O ataque de Loki com suas machadinhas de guerra não foi forte o suficiente para romper a armadura brilhante e divina de Apolo, o deus sol se virou tão rápido quanto a onda de vento gerada pelo impacto do ataque e com um chute poderoso atingiu o rosto do deus nórdico, seguiu-se então um, dois, três socos.

— Você é louco! Não devia estar aqui e muito menos me atacar, sabe que sou mais forte! — Apolo falou demonstrando sua ira.

— Você bate como uma garotinha, solzinho! — Loki respondeu entre risos e defendendo mais um soco que pela quarta vez iria lhe atingir.

O contra-ataque do deus das travessuras foi realizado a uma velocidade digna dos guerreiros bárbaros e com força semelhante, ele se abaixou e atacou com suas armas o abdômen de Apolo. Apolo voou para longe e sua armadura havia sido arranhada foi então que o poder entrou em cena, Apolo sacudiu os braços e eles se incendiaram com chamas avermelhadas, era o primeiro nível de poder de uma estrela. O filho de Zeus então passou a voar e lançar rajadas de chamas em direção a Loki que mal conseguia esquivar, até que com um salto gigantesco ele conseguiu se agarra a uma perna de Apolo, preparou mais um ataque.

— Você não faz ideia do quanto eu vou achar isto divertido! — Apolo falou, e Loki hesitou em seu ataque ao ver o pequeno sorriso de seu inimigo.

Apolo apontou os braços para baixo e lançou jatos contínuos de chamas o impulsionando para o alto a uma velocidade impressionante, era como um foguete cortando os céus e aos seus pés um louco estava agarrado. Loki mal conseguia enxergar, o vento era muito forte e as chamas próximas esquentavam cada vez mais logo ele teria que soltar, voar não era uma magia simples para o deus sorridente mas ele tinha que tentar, então começou a recitar versos estranhos em sussurros mas quando terminou já era tarde demais, estava no vácuo do espaço, fora do planeta Deva.

Apolo gargalhava agora, era como se um lado obscuro do deus do sol tivesse sido despertado com a batalha rápida, sua divindade assim como a de Loki dispensava oxigênio para se manter vivo, mas necessitava de algum meio para que o som se propagasse então ali nenhuma de suas ofensas ao deus nórdico poderiam ser ouvidas mas poderiam ser lidas. Loki estava confuso e com medo do que vinha a seguir, sabia que mais um ataque seria desperdício de força, Apolo o jogou para cima e o agarrou pelo pescoço com as duas mãos em chamas e ele sentiu na pele o que os deuses mais temiam, a invasão energética de outro ser, sentiu um calor interno penetrando seu corpo através de seu pescoço e suas moléculas entrando em desconforto, logo ele entraria no estado que os panteões chamam de colapso final, quando as energias não conseguem se abrigar em um corpo e se destroem.

A última visão do irmão de Thor foi a de um rosto cheio de ódio, um olhar sangrento e lábios que diziam "se arrependa" e somente através de uma rápida leitura labial foi que ele percebeu isto.

O que veio a seguir foi como uma supernova, sem dúvidas seria entendido como fogos de artificio para anunciar uma guerra entre deuses, tudo por um espaço entre os homens, um espaço de paz, de segurança. Meta e Kael mal sabiam, mas só a suas presenças já estava causando o caos pelo universo a fora.

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