Violada

MiCardasi tarafından

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"Violada" conta a história de Rosalye Parker, uma jovem de 17 anos que é vítima de um estupro e tem sua vida... Daha Fazla

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo Bônus

Capítulo 5

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MiCardasi tarafından

Os meses se passaram, e as coisas foram se ajeitando aos poucos na minha vida. Sem Brian, todo o medo e insegurança que eu sentia se foram,  junto com a vida dele. Já não existia o risco de cruzar com ele na rua ou em quaquer outro lugar. Isso me deu uma esperança de vida nova, me fazendo renascer através da luz e livrando-me da escuridão.

Nos últimos cinco meses, minha vida mudou completamente, para melhor.

Mudei-me definitivamente para Seattle, após resolver algumas pendências em Phoenix. Foi ali que passei minha infância e a minha adolescencia, por isso a cidade me trazia muitas lembranças boas, mas ao mesmo tempo trazia lembranças obscuras que eu queria esquecer, portanto tratei de me desligar completamente de lá, para começar uma nova vida em outro lugar. O mais triste foi ter que deixar minha família e amigas para trás. Mia e Heidi me ofereceram todo o suporte que eu precisei durante a gravidez e eu seria eternamente grata.

Mas apenas algumas semanas foram necessárias para que eu soubesse que tinha tomado a decisão correta ao mudar de cidade.

Seattle era um paraíso. Fiquei completamente deslumbrada pelo luxo e beleza da enorme cidade, com seus inúmeros prédios modernos e caros. A Mason Adversating Company, empresa onde eu trabalhava, ficava localizada no Centro de Seattle, num dos lugares mais bem localizados, e era também um dos maiores e mais incríveis prédios da grande Seattle.

Eu estava me adaptando à rotina de trabalho, e ao fato de ter que acordar cedo, além de conciliar o trabalho, os estudos e as consultas com a psicóloga. Ironia talvez... Antes eu queria ser psicóloga e agora estava precisando do auxílio de uma para me ajudar a superar o trauma ao qual fui submetida de uma forma tão violenta.

Nos primeiros dias após a morte de Brian, eu não consegui dormir, atormentada e com medo de que sua alma viesse me fazer mal. Eu não duvidava disso. Ele era capaz de violar a barreira entre mortos e vivos apenas para atormentar e ver o medo nos olhos das mulheres que ele violou. Esse pensamento tirou meu sono por várias noites e, ao perceber, Simon me "obrigou" a procurar ajuda. Isso me fez um bem imensurável, pois a Dra. Smith parecia entender o vazio e a dor que eu sentia por dentro. Seus conselhos eram sábios, e por fim ela me fez entender que não havia motivos para ter medo de algo que já não existia, pois, assim como Brian foi condenado na terra, a justiça divina também o condenaria e o exilaria para a prisão eterna onde ele pagaria por todos os seus crimes e não faria mais nada de mal. Essas palavras me despertaram para a realidade e percebi que estava sendo infantil ao achar que algo que já não existia poderia me fazer mal. Brian se foi, e para onde quer que ele tivesse ido, não tinha mais volta.

Confesso que continuei tendo pesadelos, mas a Dra. Smith disse que era natural e que os pesadelos iriam desaparecendo aos poucos. De fato isso foi verdade, e constatei que quanto menos eu pensava no Brian e em tudo que havia acontecido, menor era a frequência dos pesadelos. Foi então que fiz uma coisa que deveria ter feito a muito tempo: Parei de pensar nele, e concentrei toda a minha atenção e o meu tempo no trabalho. Funcionou! Estava há mais de duas semanas sem ter pesadelos e me sentia orgulhosa de mim mesma.

Sarah, a psicóloga, recomendou que eu "me desse uma nova chance com os homens", o que foi a parte mais difícil do tratamento. Eu não conseguia ver nenhum homem sem lembrar do Brian, e só de imaginar um homem me tocando, ou me beijando... Aquilo parecia errado, assustador. Eu tinha medo que todos os homens fossem me machucar como Brian Scott fez, e esse se tornou meu pior temor.

Lembro-me do meu primeiro encontro com Dilan Jones, um dos sócios da Mason. Nós jantamos juntos e quando ele me beijou, e tocou o meu braço, tudo que eu esperei foi a dor, mas ela não veio. Meu corpo estava tenso, esperando que a qualquer momento ele começasse a agir como o Brian, mas ele foi gentil. Seus lábios eram macios e suaves, e só então eu percebi que não tinha por que ter medo. Naquela noite eu o beijei de volta, apreciando seu beijo suave e seu toque cuidadoso. Saímos mais algumas vezes, mas eu não estava pronta para ir para o "segundo passo". Beijar já não me causava mais medo, então ficávamos apenas nos beijos e nas conversas agradáveis. No fim, Dilan e eu acabamos percebendo que não éramos mais que amigos, e começamos a agir como tal. Saíamos às vezes, mas nada de beijos.

Sarah ficou satisfeita com a minha evolução. Eu havia beijado novamente, e me sentia segura para fazer isso, mas "sexo" ainda era um limite rígido pra mim. Talvez algúm dia eu encontrasse alguém que me oferecesse segurança o suficiente para me permitir esse contato íntimo que, segundo Sarah, trazia apenas prazer quando feito da maneira correta. Mas nas minhas lembranças, tudo o que me vinha à mente era a dor. Só de pensar na dor, tremi um pouco. Talvez eu jamais me permitisse esse contato íntimo novamente.

Christopher, meu chefe, era de longe o homem mais lindo que eu conhecia e me deslumbrou desde o primeiro momento. Era difícil cumprir todas as suas exigências profissionais, pois ele era muito rigoroso, mas eu estava me saindo relativamente bem. Era difícil me concentrar quando estava perto dele. Sua beleza era algo de outro mundo, não o suficiente para me deixar apaixonada, mas o bastante para me fazer sentir atraída, embora ele jamais tenha demonstrado qualquer tipo de interece que não fosse profissional por mim. Cheguei a achar que ele era gay, mas descartei essa alternativa, pois uma de suas "amigas", Stacy Morgan, vinha sempre aqui vê-lo.

Em todo caso, achei melhor não levar minha atração por ele à sério, pois ele era o meu chefe. E por falar em chefe... Apressei meus passos assim que saí do elevador, e logo cheguei na  minha sala. Eu estava muito atrasada e uma coisa que o Sr. Mason prezavá  era a pontualidade, além da eficiência, claro.

-Droga, Rosalye! -Falei para mim mesma, enquanto me sentava no meu lugar, olhando o monte de papéis que estavam sobre a minha mesa, e arregalando os olhos.

Começei a ler, e organizá-los pela ordem de importância, até que o barulho do telefone me fez sobressaltar.

Pigarreei para limpar a voz, e peguei o telefone com as mãos trêmulas, já imaginando quem seria.

-A...Alô? -Falei guaguejando um pouco, e ouvi alguém bufar do outro lado da linha.

-Quantas vezes eu tenho que repetir que esse não é o jeito certo de se atender ao telefone? Você não está na sua casa, Srta. Parker! - Uma conhecida voz rouca e chateada me fez tremer. Ele estava bravo e eu só piorei as coisas... Ele já me disse inúmeras vezes que eu sempre deveria atender ao telefone dizendo "Mason Adversating, o que deseja?", mas eu simplesmente acabava esquecendo desse detalhe.

-Sr. Mason, eu... -Ele me interrompeu.

-Tudo bem Srta. Parker. - Ele suspirou, dispensando minhas explicações. -Venha até a minha sala agora. -Falou sério e no momento seguinte, desligou o celular.

Ele era sempre assim, frio, distante como se tivesse sofrido uma grande dor, ou uma desilusão, mas nunca me atrevi a perguntar nada, afinal não era da minha conta.

Mas o que realmente me preocupou foram as suas palavras. Ele queria que eu fosse até a sala dele? E se ele fosse me despedir?! Céus!

Uma vozinha interior me dizia que ele iria sim... Droga! Eu não podia perder o emprego!!! E ficar aqui parada só vai piorar as coisas, pensei, e no momento seguinte já estava correndo em direção à sala dele, tropeçando nos meus próprios pés e tremendo com medo de ser demitida.

Eu estava tão nervosa, que acabei entrando na sala sem sequer bater na porta, mas quando fui abrindo a boca para implorar que Christopher não me demitisse, meus olhos encontraram algo que fez minha boca se abrir mais, só que por outro motivo: ele não estava sozinho.

Sentado à sua frente, havia um homem, um anjo, um deus grego, um astro de Hollywood. Não sabia nem como poderia chamá-lo ou descrevê-lo. Ele era a personificação da beleza: Tinha ombros largos, um peito forte e os músculos bem definidos mesmo por beixo do terno formal. Já seus olhos eram castanho-escuros, e seus cabelos lisos, mas em um corte curto. Suas sobrancalhas eram grossas e expressivas, e lhe davam um charme particular. Seus lábios tinham um tom rosado natural e estavam separados enquanto ele me encarava com uma expressão igualmente abobalhada.

Ao vê-lo, meu padrão de beleza mudou completamente. Ele era a perfeição em pessoa. Era como se, de alguma forma ele tivesse sido feito para mim. Estranho achar que um desconhecido é feito para você, não é? Mas foi o que eu senti. A sensação que crescia dentro de mim, era a de estar em uma montanha Russa em queda livre, com aquele frio na barriga crescendo cada vez mais. Senti meu coração pulsar mais forte, e uma enorme alegria crescer dentro de mim. As reações do meu corpo me assustavam, pois a impressão que eu tinha era de ter encontrado alguém que inconscientemente eu estava procurando há muito tempo. Como pode ser isso?

E de repente só existia ele e eu na sala. Tudo desapareceu após enxergar o brilho dos seus olhos negros, e a impressão que eu tinha era a de que ele iria desaparecer assim que eu piscasse. Ele era lindo demais para ser real...

Foi aí que alguém pigarreou alto para chamar nossa atenção, me tirando do transe que aquele deus grego havia me colocado.

Olhei para Christopher, e vi que foi ele a pigarrear. Ele revirou os olhos, mas acabou rindo de alguma piada particular.

- Não sei se ainda é preciso, mas permitam-me apresentá-los. - Ele fez uma pausa. - Rosalye Parker, esse é meu sócio e amigo, Erick Adams. -Ele apontou para o homem lindo, a minha frente. Erick... Seu nome ecoou como música aos meus ouvidos. -Erick, essa é minha mais nova contratada, a Srta. Rosalye Parker. Ela irá trabalhar para você também. -Meu chefe anunciou, e no momento seguinte, Erick estendeu sua mão grande para mim. Só de pensar naquelas mãos no meu corpo senti um arrepio percorrer minha espinha.

Que pensamento é esse, Rosalye Parker? Repreendi-me mentalmente.

- É um prazer conhecê-la. -Ele falou com sua voz forte, surpresa e um pouco abobalhada.

Quando nossas mãos se tocaram, foi como se tivesse levado um choque elétrico, que me fez estremecer. Ele percebeu, claro, e uma expressão malicosa surgiu em seu rosto. Não, não era o mesmo tipo de malícia que Brian tinha. Era uma outra malícia... Algo mais profundo, com sentimento.

-O... p...prazer é meu. -Guaguejei, corando feito um pimentão maduro. As reações que ele causava no meu corpo eram novas e desconhecidas. As ondas de eletricidade que surgiram com o toque das nossas mãos, se concentravam em pontos estratégicos do meu corpo. Pontos onde até então eu só havia sentido dor. Era estranho, mas eu sentia uma necessidade que jamais havia sentido antes. Eu queria o seu toque. Era mais do que isso: Eu necessitava dele.

Christopher novamente chamou a nossa atenção, desviando a linha dos meus pensamentos, e tive que concentrar todas as minhas forças para prestar atenção no que ele estava me dizendo.

[...]

******** Dois meses depois *********

Christopher havia ido embora há pouco, e eu estava sozinha terminando de revisar alguns documentos, mas mesmo meu corpo estando aqui, minha cabeça estava em outro lugar: Meus pensamentos estavam nele, Erick Adans, o homem que vinha nublando meus sonhos desde o dia que eu o conheci.

Cada dia que passava, eu o conhecia melhor, e tinha descobrido vários lados dele: Diferente de Christopher,  ele era muito divertido e brincalhão; Como uma criança que cresceu demais, mas continuou com mentalidade infantil.  Ele era muito contraditório. Parecia não levar as coisas da vida a sério, mas quando se tratava de trabalho, era um profissional incrível. Além disso, eu sabia que ele não tinha nenhuma  namorada fixa, mas nunca estava  sozinho. Saber disso me doeu profundamente. Ele era lindo, e claro que tinha um monte de mulheres lindas se jogando aos seus pés.

Foi aí que eu percebi que algo novo estava acontecendo comigo. Eu jamais havia me sentido daquela forma ao saber que Brian saía com várias garotas na escola; Sentia apenas tristeza, mas com o Erick... Chegava a ser dor física. Falar do Brian vinha se tornando cada vez  mais fácil. Eu já tinha virado aquela página da minha vida.

Quanto ao Erick, todas as vezes que ele me olhava, meu coração batia mais forte. Essa reação não era comum. Sem contar na ansiedade que sentia em vê-lo, nos arrepios que seu toque ou sua voz me causavam, e nas reações inadequadas do meu corpo sempre que ele estava por perto.

Eu sabia que podia parecer loucura devido ao pouco tempo que nos conhecemos, mas tinha quase certeza que o amava. Foi difícil reconhecer esse sentimento e admití-lo para mim mesma, mas não havia outra explicação. Não era uma simples paixão. Era mais intenso, mais carnal, e só podia ser amor...

Eu realmente estava em apuros.

Como fui me apaixonar logo por ele? O cara que a Rosalye de antes chamaria de "galinha"?

Mas a minha forma de pensar tinha mudado. Aprendi da forma mais dura que a vida não era o conto de fadas que eu achava ser. Tudo que eu queria era me casar de branco, fazer amor só depois do casamento, e agora olhem só pra mim! Minha virgindade foi arrancada de mim, por um monstro violento, e dessa monstruosidade nasceu a menina que não aceitei como filha.

A realidade machuca. Eu sabia que não deveria ter me permitido me apaixonar por Erick Adams. Sabia que acabaria magoada. Mas o que importa?!

Erick jamais iria querer se prender a mulher alguma, mas decidi que podia conviver com isso.  Eu só precisava conhecer o verdadeiro amor e saber como era ser amada de verdade. Experimentar pelo menos uma vez como as coisas deveriam ter acontecido. Da primeira vez eu me enganei feio, mas estava tendo a chance de tentar de novo com o cara certo.

É isso Rosalye! Chega de querer viver um conto de fadas! Falei para mim mesma e prometi que à partir daquele momento, viveria a realidade, sem cobranças, apenas deixando rolar. A sorte estava lançada, pensei, finalizando a revisão e pegando a minha bolsa pronta para ir pra casa. Eu estava determinada e confiante.

A velha Rosalye morreu naquele instante, dando lugar a uma nova Rosalye, que só queria curtir a vida ao lado do homem que ama, não importava a forma.

Sorri para mim mesma, decidida, e fui tomada pelo susto quando senti que meu corpo esbarrou em uma parede de músculos. Eu estava tão  distraída que não vi a pessoa e acabei esbarrando nela com tudo. O impacto quase me fez cair pra trás, mas braços fortes me seguraram.

Fiquei ofegante pelo susto, mas também pela onda de eletricidade que se apossou do meu corpo quando aquele corpo tocou o meu. Céus! Não precisei ver o rosto para saber que era ele, e quando levantei o olhar, vi que sua respiração estava tão ofegante quanto a minha. Ele parecia surpreso e feliz ao me ver aqui. Como se ele estivesse indo me procurar...

Será?!

-Você está bem? -Ele perguntou preocupado depois de alguns segundos. Seus braços continuavam me segurando possessivamente, de forma que eu podia sentir seu calor e seu cheiro inebriante, além de ter uma visão perfeita do seu corpo. E que corpo...

Pisquei tentando me concentrar na sua pergunta.

-Eu... Eu estou ótima... -Falei gaguejando, e senti sua respiração acelerar.

-Droga, Rosalye! -Ele falou, como se estivesse em uma luta interna. -Eu tentei, mas não posso mais! -Concuiu por fim, e fui tomada pela surpresa quando meu corpo foi prensado na parede e seus lábios tomaram os meus em um beijo que começou casto, mas logo foi se tornando mais intenso e mais...

Suas mãos percorriam o meu corpo, mas não me machucavam. Era como se ele estivesse conhecendo cada parte de mim. Eu jamais havia sentido algo tão bom assim. O beijo era tão bom que logo me vi com as mãos em seus cabelos, e gemendo palavras desconexas sempre que precisávamos de ar.

Eu não podia acreditar que aquilo estava acontecendo! Ele estava me beijando, e o beijo era tão imensamente bom!

Diferentemente de qualquer outro beijo, eu não queria me afastar. Eu queria mais, e quanto ao seu toque, parecia ser o suficiente. Eu queria sentir suas mãos pelo meu corpo livre de roupas. Queria sentir seus lábios passeando pelo meu corpo. Eu queria ser dele, só dele, completamente, pois só ele me faria me sentir amada.

E foi quando ele se afastou e se aproximou do meu ouvido que eu me senti desfalecer.

-Vamos para o meu apartamento? -Ele perguntou ofegante, mordendo o lóbulo da minha orelha e eu assenti freneticamente.

Ele me passava uma segurança incrível. Com ele eu iria para qualquer lugar do planeta.

Ele sorriu com a minha afirmativa, e no momento seguinte estávamos  cainhando em direção ao elevador. Lá, nossos lábios se uniram novamente, como se uma força maior nos impedisse de nos separar.

Eu estava à beira de um precipício, e desse vez, tudo que eu mais queria era me jogar, e sentir a sensação de libertação que jamais havia sentido.

A noite foi longa, e não poderia descrever por meio de palavras o quão maravilhosa ela foi. Erick foi incrível e o mais carinhoso possível.  Em nenhum momento lembrei de Brian e do que tinha acontecido. Eu estava muito ocupada em sentir o prazer que ele me proporcionava para pensar em outras coisas. Erick me ensinou o que era prazer, e o que era amor.

No dia seguinte, acordei com um sorriso satisfeito e bobo no rosto, sentindo um corpo pesado sobre o meu, quase me sufocando. Erick era lindo até quando dormia.

Desvencilhei-me dos seus braços e consegui escapar de baixo dele sem acorda-lo. Ele tinha um sono pesado, pude perceber.

O relógio na parede marcava 8h:43min e eu estava terrivelmente atrasada. Christopher iria 'comer o meu fígado' se eu não chegasse à empresa o mais rápido possível.

Catei minhas roupas no chão e me vesti rapidamente. Procurei o banheiro, onde refiz minha maquiagem e prendi meu cabelo em um coque para disfarçar a verdadeira bagunça que as mãos do Erick tinham feito neles. Eu não tinha tempo para tomar um banho nem para ir até a minha casa trocar de roupa. Decidi ir para a empresa assim mesmo, como estava.

Saí do banheiro, sentindo-me estranhamente constrangida. Como eu podia me sentir tímida depois de tudo que tínhamos feito na cama algumas horas atrás?

Erick continuava dormindo em um sono profundo, gloriosamente nu, e, por tudo que era mais sagrado, mesmo depois de uma maratona de sexo que havia deixado uma dorzinha incômoda entre as minhas pernas, ele ainda estava ' em ponto de bala'. Olhar para seu membro fez o meu rosto esquentar.

Ele era uma visão tentadora e eu lamentei não poder ficar admirando até que ele acordasse.

Saí do quarto, tomando cuidado para não fazer barulho e fui até a cozinha, onde deixei um bilhete agradecendo pela noite maravilhosa e explicando o motivo pelo qual tive que ir embora.

No fim, foi melhor assim, concluí. Eu não queria alimentar esperanças para me frustrar e sofrer depois.

Deixei o prédio e peguei um táxi para a Mason, sabendo que alguma coisa tinha mudado dentro de mim. Eu me sentia diferente.

Uma barreira invisível havia sido quebrada e eu me sentia uma nova mulher, como se tivesse renascido das cinzas.

Quando o táxi parou em frente ao prédio da empresa, eu já não tinha dúvidas de qual rumo daria a minha vida. Peguei o elevador decidida e ao chegar na minha mesa de trabalho, segurei o telefone entre as mãos e disquei o número do telefone da casa dos meus pais. Christopher poderia esperar, mas o que eu tinha para fazer não. Eu já tinha esperado demais.

Depois de chamar duas vezes, escutei a voz da minha mãe do outro lado da linha:

-Alô?

-Alô, mãe?! -Minha voz estava embargada.

-Rosalye, minha filha! Está tudo bem?

-Sim, mãe. Agora está. Eu quero conhecê-la. A minha filha, quero dizer... -Era a primeira vez que eu a chamava de filha e dizer isso era libertador.

Minha mãe engasgou em um choro cheio de emoção.

-Ah, minha filha! Você não faz ideia de quanto esperei ouvir essas palavras vindas de você! -Sua voz se partia devido ao choro.

Nós duas charávamos.

-Acredite, mãe. Eu sei sim...

Finalmente eu estava pronta para conhecer a minha filha e ama-la como ela merecia.

Sophie podia ter sido fruto do ódio, mas isso não tirou a pureza e a inocência inerente de uma criança. Em fim entendi que ela não foi uma maldição, mas sim uma benção em minha vida. E a partir daquele momento, prometi para mim mesma que a amaria muito, agora e enquanto eu vivesse...

************* Fim ****************

Nota da autora: Espero que tenham gostado e, se sim, deixem seus votos e comentários! Eles são muito importantes para mim...

Aqui, quero reforçar o que deixei na descrição da obra: Se você já sofreu (ou ainda sofre) abuso sexual, DENUNCIE. Não tenha medo.
Você pode evitar que o mal se repita com outras mulheres inocentes.

Aqui na estória, a personagem conseguiu superar e ter o seu 'final feliz', mas na vida real, infelizmente nem sempre isso acontece...

Obrigada por lerem!

Bjos!

MyhhCardasi2

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