A Empregada Extraterrestre

By diogofrade33

694 34 16

Elizabeth Dunn conta neste livro a sua verdadeira história. A sua missão, enquanto habita no planeta Terra... More

Prólogo
1 - A Chegada
2 - Philip Williams
3 - A Discussão
4 - Intrusos
5 - Parte 1: A Consequência
5 - Parte 2: A Tortura
6 - A Revolução
7 - A Mudança
8 - Os Inquilinos
9 - O Avião
10 - O Hotel: Parte 1
11 - O Passar dos Anos
12 - George Clark
13 - O Conto de Um Verameriano
14 - A Visita
15 - Perguntas
16 - O Retorno
17 - Elitrópolis
18 - Perigo
19 - A Cidade
20 - Drama
21 - Confissões
22 - Imprevisto
23 - Invasão

10 - O Hotel: Parte 2

23 1 3
By diogofrade33


Uma tarde de relaxamento era tudo o que eu necessitava para descontrair depois de tantos anos de trabalho árduo sem ser reconhecido.

— Vou colocar-lhe estas rodelas de pepino nos seus olhos. Peço que relaxe com esta música calma enquanto vou tratar de outra cliente. Não demoro.

— OK, obrigada — digo à mulher de meia idade que me acabou de preparar um banho de lama.

Aproveito este tempo de descanso para me perder novamente em pensamentos. O que será feito de Veramer?

A minha irmã veio à Terra há muitos anos, para me avisar que o céu do meu planeta estava a mudar de cor, e no seu funeral realmente a cor estava como ela tinha referido.

Um verde não muito forte, mas também não muito fraco: apenas uma cor reconfortante.

Se tivesse a minha nave, poderia colocar-me a par de todos os acontecimentos e novidades do meu planeta.

Por falar no meu planeta: enquanto estava a pensar em Veramer, realmente oiço veramerianos a conversarem.

Já não entendo muito da minha língua materna, por já não ser praticada há muitos anos.

— Tens a certeza que é ela? — pergunta uma voz sussurrante e distante que apenas consigo ouvir graças aos meus poderes.

— Sim, não te lembras das fotos que o Trio Tenebroso nos mandou dela?

— Lembro, mas isso foi há tanto tempo! Não achas que ela já devia ter morrido?

— Desde que ela foi expulsa que tem poderes ou assim. E o que ela fez ao governador? E para além disso como é que é possível que o céu de Veramer se tenha tornado verde do dia para a noite?

— Realmente é verdade — responde o verameriano que ainda não vi.

— E para além disso, o avião dela teve um grande problema, acho que quase se despenhava ou alguma coisa do género.

Como raio é que eles sabem?!

— O que te leva a dizer isso?

— Bem, como o avião teve uma falha no motor, tiveram que verifica-lo todo. Viram a caixa negra, e o que lá tinha era incrível — responde a disfarçada de empregada do spa.

— O que é que disseram?

— Espera, tenho aqui uma gravação.

Não consigo ouvir muito bem a seguinte gravação da caixa negra do avião, mas creio que estava gravada no telemóvel da mulher.

— Uau. Mas espera. Como é que tiveste acesso a isso?

— Eu estava no aeroporto a fazer a minha missão de Intrusa, e assim que vi esta gravação vi os ficheiros da "Elizabeth Dunn" e segui-a até aqui.

Aparentemente a "mulher do spa" está a falar com um Intruso que estaria neste hotel a fazer a sua missão. Devem-se ter encontrado graças à lente de contacto desenvolvida pelo governo.

— Mas isso agora não interessa — continua a mulher — Contactei o governo, e eles disseram para extermina-la.

A minha pele gela com esta afirmação, mesmo estando rodeada por uma substancia peganhenta e aquecida.

— Bem, então vamos lá.

Preparo-me para o ataque. Procuro á minha volta algo que possa usar para distrair as "pessoas" que de mim se aproximam, mas não encontro nada, foi-me tudo levado.

— Elizabeth.

— Afaste-se de mim! Você não se sabe com quem se está a meter! — sem dar conta do meu poder, empurro o homem com o simples esticão do meu braço. O Ser bate contra a parede e provoca um buraco, entrando noutra sala do spa.

Em circunstancias normais, esta ação teria morto a pessoa imediatamente, mas como Intruso, levantou-se rapidamente por entre a poeira levantada.

— Elizabeth! — grita o homem com os braços levantados.

Estendo os meus braços encardidos e faço mesas e banheiras de lama levitarem pelo ar, preparando-se para serem atiradas ao homem.

Sem dar conta disso, todas as pessoas presentes nesta grande sala estão a olhar espantadas para mim. Como se vissem uma doida.

Nada do que eu não seja ;)

— Elizabeth, por favor pouse as banheiras — pede o homem, lançando um sorriso disfarçado, por ter dito uma frase tão cómica.

— Diga-me o que quer de mim!

— Elizabeth...

— Pare de dizer o meu nome!

— Oiça, o meu nome terrestre é Lance Stewart.

Lance Stewart. Sei que o seu nome não me é estranho. Acho que já falei com ele sobre a minha irmã.

No entanto, fiquei um tempo parada a pensar. Falei sobre ele com a minha irmã, logo ele tem que ser particularmente idoso.

Claro! Lance Stewart! O famoso treinador de Intrusos na Terra!

Este verameriano habitava na terra, e tinha como profissão ajudar os Intrusos que se perdiam, ou que necessitavam simplesmente de uma ajuda mais experiente.

Um dia cansou-se se servir o governo do meu planeta e foi até lá demitir-se. Não aceitaram a sua proposta, pois ele era o melhor empregado do governo verameriano.

Como castigo, colocaram-no na masmorra dos campos de tortura, e o homem ficou lá sem mudar de ideias.

Depois de muitos anos lá preso, o homem revoltou-se, e usou os seus até ali desconhecidos poderes, e provocou destruição completa por todos os edifícios judiciais do meu planeta. E devido à sua enorme extensão, foram imensos.

— Oh meu Deus! Peço tanta desculpa! — largo bruscamente os objetos que tinha pronta para lhe atirar.

Agito as minhas mãos ao longo do meu corpo, para tirar a lama presente na minha pele. Por me encontrar sem vestes, visto o meu roupão

— Não há qualquer problema.

— Como é que me encontrou? — pergunto ao misterioso homem disfarçado de turista, esquecendo-me do facto que dois Intrusos estão no seu caminho para me virem buscar.

— Soube das coisas que fez ao governador, e algumas delas despertaram a minha especial atenção.

— Que idade tem?

— Eu tenho 543 anos, mas temo que a sua idade não seja muito diferente desta — responde ele enquanto nos estamos a dirigir para fora do spa.

— Estou na Terra há 75 anos, e somando com a idade que tinha quando vim para aqui, tenho 104.

— Espantoso. Posso saber como?

— Desculpe, mas não...

— Compreendo que não tenha confiança para me contar. Eu já nasci assim. Fui trabalhar para a Base de Treinamento de Intrusos, mas passaram-se muitos anos, e quando o governo notou que eu não envelhecia, colocaram-me em laboratórios e concluíram que eu era um Erro. Na altura não conhecia bem os meus poderes, senão tinha-me defendido na altura. Depois mandaram-me para a Terra, e propuseram que fizesse o treinamento de Intrusos cá por ser um dos melhores treinadores do planeta. Depois...

— Sim, essa parte já sei — interrompo eu.

— Parece que toda a nossa galáxia conhece, não é? — sorri ele — Conhecem também as coisas que a Elizabeth fez.

Decido por bem contar o que aconteceu.

— Soube porque fui expulsa?

— Sei, sim.

— Bem, a minha mãe trabalhava na fábrica que produzia os bens necessários para os Intrusos, e um dia roubou a receita de uma poção de mudança de forma. Experimentou-a erradamente e contou-me como se confecionava a poção dessa maneira. Consequentemente decorei-a. Quando cheguei à Terra procurei os ingredientes e a poção contada pela minha mãe deu-me poderes.

— Que tipo de poderes?

— Todo o tipo, acho — explico — Não há nada que eu não consiga fazer.

— Oh. Consegue... — Lance olha em volta. Passado um tempo olha-me com um sorriso — Consegue fazer aquele homem durão gritar como uma menina de 5 anos?

Lanço o meu olhar para onde o seu dedo está a apontar. Deparo-me com um homem caucasiano bem constituído a bronzear à beira da piscina. Penso que doido este homem será para me pedir uma coisa destas.

— Mas que raio de desejo — rio-me eu desajeitadamente — Mas muito bem.

Concentro-me no homem. Imagino uma página em branco. Uma página sem linhas. Livre de pensamentos e problemas. Onde apenas está um homem musculoso com um grito de menina.

De olhos fechados, de mente vazia e concentrada, oiço um grito de menina. Como se um cão estivesse a morder a mão de uma pequena rapariguinha. Mas esse grito está a sair de um homem que jamais alguém iria imaginar.

Um grupo de adolescentes perto do homem desmancham-se aos risos.

— Excelente. Devo dizer, Elizabeth, que controla os seus poderes melhor do que muitos alunos que eu já tive.

— São muitos anos de prática — sorrio, ajeitando o cabelo como uma convencida.

— Ei, Elizabeth — grita uma voz que me interrompe.

Uma voz em verameriano. A mulher do spa

Apontaram-me um tipo de arma que desconheço, provavelmente uma arma mais potente criada recentemente pelo governo.

Antes que a bala de energia elétrica me atingisse, faço movimentos circulares com os meus braços. A minha intenção era de extinguir a energia com o meu poder eletromagnético, porém em vez disso controlei uma outra coisa.

Ao rodopiar os meus braços, a água da piscina principal começou a mexer bruscamente, levantado voo à ordem dos meus braços, e absorvendo o tiro que podia atingir o meu corpo.

Tudo isto aconteceu numa fração de menos de um segundo.

Ao reparar nesta nova ação nunca antes realizada por mim, "larguei" a água, fazendo um grande splash no chão, expelindo um raio elétrico aqui e ali, por ter absorvido uma quantidade elétrica tão grande.

Bem... tenho que me habituar. Tenho o poder da água agora. Que burra que eu sou! Se calhar sempre tive. Mas pronto.

A minha respiração custosa dá a impressão se ser ouvida até na casa do meu Phillip.

Será que tenho os outros 3 elementos também?

Posso tentar.

Toda a gente à nossa volta à espera de mais. Devo confessar que também estou sedenta por aventura.

Concentro-me na natureza à minha volta. Concentro-me na difícil concentração que é em concentrar-me com este calor.

Aproveito o facto de estar descalça, assim tenho oportunidade de sentir a terra por debaixo dos meus pés.

Assim, fecho os olhos. Mas é como se estivessem abertos.

Consigo sentir os pés da multidão a exatos sete metros de mim. Consigo sentir o elevadíssimo peso dos extraterrestres a uma não muito grande distancia de mim.

Estendo o meu braço direito para cima, e uma grande rocha sai dos mosaicos do chão, atirando a extraterrestre a uma altura tão elevada que parece que voltou para Veramer.

— Está a olhar para onde? — grito em veramereriano para o seu ajudante — Queres ir pelo mesmo caminho é?

Ele acena que não, e murmura algo para a pulseira eletrónica que trás no pulso. Momentos depois a sua nave aterra na base da rocha existente por minha causa. 


— O que vai fazer agora que toda a gente viu isto? — sussurra-me Lance ao ouvido.

— Nada do que eu não tenho já feito muitas vezes — respondo.

Com o meu recém-descoberto poder da terra, volto a colocar debaixo do chão a rocha gigante plantada no meio do chão.

Depois disso, estalo os dedos e as pessoas voltam à normalidade, pensando que metade da piscina está vazia porque houve uma avaria nas bombas da piscina.

Eu e Lance Stewart dirigimo-nos ao meu quarto, e durante esse caminho lamento-me por saber que a minha tarde de spa foi desperdiçada.

O spa! Neste momento a sala onde estava está coberta de poeira e objetos fora do lugar!

Oh, bem.

— Elizabeth — o homem pega-me no braço enquanto ía para a casa de banho — Você... tinha conhecimento destes poderes?

— Dos 4 elementos? — acena que sim — Não, não fazia a mínima ideia.

— Uau. Incrível.

— Não é? — saio da sua frente e tranco a porta da casa de banho do meu quarto.

Continue Reading

You'll Also Like

29 2 2
Peter Parker é um garoto comum e muito inteligente de 12 anos que vive no Queens, Nova York com seus tios, tem seus amigos e lida com a vida de nerd...
9.5K 1K 37
Após se formar em Imunologia pela Universidade de Columbia, em Nova Iorque, Regina Mills recebeu a proposta de trabalhar em uma das corporações mais...
40.9K 1.6K 19
Os personagens de Tokyo Revengers reagindo a raps, memes, fotos. (Obs: Vai ter Takemichi as ) E só para avisar isso é uma AU de Tokyo Revengers (AU=...
3 0 1
Parasyte: The Grey chega ao streaming mostrando um mundo invadido por alienígenas e o relacionamento incomum de um invasor e um ser humano