Marcas da Alma

By LauraFisher433

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Marcas da Alma - Conto em 10 Capítulos Luana trazia marcas profundas na alma. Feridas causadas por família d... More

Prólogo
Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10 - Final

Capítulo 05

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By LauraFisher433

Sem correção...

* Pessoas lindas... Já existe a estória da Michele. É Refúgio Secreto, já está no meu perfil e já estou postando.

Luana

Depois que o Davi se foi, me deixando ali, parada, arrasada. Não porque eu o julgava, mas porque eu imaginava como ele se sentia naquele momento. Do Davi eu esperava de tudo. O conheço muito mais que as pessoas pensam e não duvido que ele tenha se passado pelo Daniel e nem que tenha brincando com a menina, mas daí a leva-la ao suicido eu não acreditei. Devia ter algo mais por trás disso.

Só não fui de imediato atrás dele, porque precisava tirar a limpo com o Santinni essa história. Só espero que ele possa se acalmar e esperar que eu o encontre.

Entrei na casa e fui até a sala onde ele ocupava do outro lado da mansão, mas ninguém me atendeu. Ele não morava ali, mas haviam duas salas de administração, uma dele e uma do JC. Estava voltando quando encontrei com o sócio.

- Dê um tempo a ele. Quando entra nessas crises fica assim mesmo. Ele e a irmã eram muito ligados. – Fez gesto para que eu o seguisse e eu obedeci. Era melhor do que ficar esperando e não conseguir nada do Santinni.

- Eu preciso saber sobre essas acusações que ele fez. Preciso ter certeza de que não estou aqui como objeto de vingança. – Nos sentamos no sofá.

- Eu te entendo Luana. Anos atrás ele foi procurar pelos Sales porque ele queria jogar na cara deles sobre a morte da irmã. Então ele viajou para Londres e você estava dançando em uma boate do Davi. Ele não teve coragem de fazer nada. Voltou apaixonado. Fez planos para te buscar. Falou até mesmo em esquecer tudo e seguir com a vida. E quanto tomou coragem descobriu que o cunhado estava trabalhando para os Sales. Achou que tinha sido traição da irmã e teve uma recaída. E logo em seguida ele viu você aqui no Brasil. E logo depois descobriu que estava casada com o Davi. Tudo na cabeça do Maycon gira como "ele fez de propósito". – Sorriu. – Ele só vê o Davi como um assassino. E agora ele já vê você morta em um caixão. Me desculpe o jeito de falar. Ele não acredita que o Davi seja capaz de amar ninguém. Só vê destruição em sua volta.

- Deve ter sido difícil para ele encarar a morte da irmã.

- Ela era muito depressiva, descontente consigo mesma. Nada caia bem. O cabelo não estava bonito. Os olhos não era da cor que desejava. Então quando o outro irmão um dia a ajudou com uns cadernos que tinham caído ela do nada se apaixonou. Não foi culpa deles. Ela conversava muito comigo na época. Eu já expliquei isso muitas vezes para o Santinni e se for preciso eu explico ao Davi. Não é justo que ele carregue essa culpa pelo resto da vida. Quanto ao Santinni. Tenha paciência com ele. É um homem e tanto. O melhor amigo que qualquer um pode ter. E se você puder ser feliz longe do Davi... Eu queria que desse uma chance ao meu candidato. – Brincou comigo. Eu sorri e beijei seu rosto.

Quando eu já estava à porta, estava me sentindo na obrigação de perguntar a ele se podia sair ou não da casa, e como em um passe de mágica ele leu meu pensamento.

- Luana, quando quiser sair, é só pedir para que alguém leve você. Eu vi que não chegou de carro. Ou se quiser ir de taxi, fiquei à vontade.

- Obrigada JC.

Fechei a porta e sai. No corredor ouvi a Michele conversando com o Santinni no quarto dela. Decidi bater e abrir.

- Posso entrar? – Ela respondeu que sim e eu entrei. – Ele estava todo de preto, como quase sempre estava. Agora entendi... Não era charme. Era luto, mesmo depois de tanto tempo.

O Santinni era um homem lindo e elegante, e qualquer mulher em sã perfeita consciência poderia se apaixonar por ele. Sabia como tratar uma mulher. Com cuidado, carinho e atenção.

Deitado na cama dela, mesmo sendo uma cama de casal, ele parecia a Branca de neve na cama do anão. Quando entrei ele colocou o braço sobre o rosto.

- Não posso saber que homens choram? – Tentei brincar. A Michele estava com as pernas cruzadas sobre a cama entrou também na brincadeira.

- Não esses. Esses são de aços e de ferros. Nunca se ferem e nunca deixam cair lágrimas. Não é mesmo Santinni... A não ser que façamos cócegas. Ela começou a fazer cócegas nele que a segurou com uma mão só.

- Está para nascer à mulher que vai me dominar bebê.

Esse jeito dele me encantava. Tudo que eu queria era que o Davi tivesse esse jeito comigo. Essa intimidade. Essas brincadeiras. Não. O Davi era frio. Longe e distante.

- Posso falar com você Santinni? É coisa rápida. – A Michele logo sacou meu ciúmes. Mas não era ciúmes dos dois. Era ciúmes de que eles tivessem intimidade de que talvez eu nunca viesse desfrutar com homem algum, muito menos com o que eu amava.

- O quê? Santinni... Ela está pedindo que eu saia do meu próprio quarto? Não acredito. Essas brancas sempre com esse falso poder de que podem fazer o que querem. – Nunca sabia quando ela estava ou não falando sério. Depois saiu sorridente do quarto nos deixando a sós. Ele bateu do lado da cama para que eu me deitasse.

- Quando eu te vi dançar pela primeira vez estava fazendo poli dance, em Londres. Fiquei perturbado. Queria subir naquele palquinho e te roubar para mim, não sabia que era namorada do Davi. Nem passava pela minha cabeça.

- Nunca fomos namorados. Fui amante dele e depois ele me fez uma proposta. A verdade é que eu sempre fui apaixonada por ele. Minha mãe disse uma vez que nasci para ser mulher de bandido e hoje eu acredito nisso, porque você é um príncipe e eu com meu coração preso nesse... Sei lá. Nem tenho nome para dar a esse homem.

- Eu queria que as mulheres tivessem um desconfiometrô que reconhecessem um mau elemento de longe. Assim sofreriam menos. Só que quem me garante que eu não serei o mal em sua vida. – Ele segurou minha mão. Eu permiti. Depois se apoio em um dos braços e aproximou seu rosto do meu. Fechei meus olhos esperando o beijo que viria. – Ele merece, mas eu não farei isso. Só farei se você voltar depois de certificar-se que ele está bem e dizer que não quer vê-lo mais. Então seremos livres para viver um algo nosso, sem ninguém entre nós.

Meu coração acelerou-se. Nunca em minha vida um homem havia me tratado dessa maneira. Com tanto respeito estando comigo em um quarto sozinho. Isso de alguma forma mexeu comigo. Ele se levantou e se foi de repente me deixando descontrolada na cama.

- Hã... Não me venha dizer que está excitada em minha cama fia... Não vai rolar. Cada uma em seu quadrado.

- Você não presta Michele. – Me levantei. – Preciso sair.

- Se eu tivesse dois gatos brigando por mim dessa maneira eu estaria simplesmente delirante.

- Não seja modesta vai. Acha que não vejo quantos homens gritando seu nome quando dança?

- Não danço para todos eles. Só para o Jota, mas ele é um cretino, só uso os outros para fazer ciúmes nele até que a gente se case.

Eu gargalhei. Pessoas focadas são diferentes mesmo. E eu acredito fielmente que essas chegam mesmo onde desejam. Tinha muito que aprender com ela.

Fui até meu quarto e troquei de roupa. Falei novamente com a Michele que falou com o motorista e em poucos minutos depois de avisar o Jota estava a caminho da boate.

Disseram-me que o Davi estava lá no apartamento, mas não me contaram que o Daniel estava com ele. Fiquei na sala, mas acabei ouvindo toda conversa. Devia ter saído, mas fiquei com medo de fazer barulho ao sair e assim seria pior.

- Não adianta mais vivermos nos lembrando do passado. – As vozes eram parecidas, mas eu sei que quem falava agora era o Daniel. – Se você quer realmente recomeçar, terá que encarar seu passado de frente.

- Eu preciso ir até a delegacia e me apresentar. Dizer tudo o que fiz e assim pagar por meus pecados. Talvez assim eu pudesse começar novamente.

- E como eles te enquadrariam? Pelo suicídio de uma mulher que não amava seu marido e preferiu pular do segundo andar de sua casa com seu filho no útero a viver o resto da vida com ele? – Não ouvi a resposta do Davi. Aquilo não era certo. Eu não devia estar ali. Não devia estar ouvindo a conversa dos dois. Mas também não conseguia me afastar.

- Talvez por adultério.

- E acha mesmo que adultério dá prisão Davi?

- E a Larissa? Eu a violentei. Ela estava inconsciente e eu transei com ela.

- Uma pena que ela não está aqui mais para que possa pagar. Seu pagamento agora teria que ser cuidando de sua filha, mas acho que o pagamento é tudo o que está passando com a rejeição que ela tem feito. E caso praticasse uma religião. Seria bom que você procurasse ajuda. Ou um psicólogo.

- E quanto a essa menina agora?

- Vá até a família e peça perdão. Veja o que se pode fazer. – Ouvi os soluços do Davi e minha vontade era de entrar e dizer tudo o que eu sabia e abraça-lo. Mas continuei ali sentada. – Você e um homem bom Davi. Só precisa descobrir onde escondeu e por que se escondeu.

- Se não tivesse me abandonado eu não teria me transformado nesse monstro.

- Não Davi. Eu nunca abandonei você. Sempre estive aqui. Você que queria mais do que eu podia dar. Havia amor em mim para você e para minha esposa e meus filhos, mas você achou que se a gente seguisse caminhos diferentes não seriamos mais unidos. Assim como fez com nossos pais. Achava que se eu não gostasse das coisas que você gostava isso era motivo de nos afastar e não era. Gostos diferentes só faziam de nós pessoas de opiniões e não inimigos. Mas não quis encarar assim. Tudo bem. Ainda é tempo. Podemos recomeçar a curar nossas feridas.

Tudo foi silêncio.

- Você teve sua parcela de culpa. A Rachel também teve a dela e eu a minha. Durante algum tempo eu carreguei uma carga nas costas achando que eu era o culpado porque achava que se eu tivesse sido feliz com o que ela tinha me oferecido, ela não teria ficado infeliz ao ponto de fazer o que fez. Mas eu não poderia ser infeliz para fazê-la feliz. Não fique agora carregando esse peso, nem o da Rachel e nem o da Samira. Vá ao encontro do Santinni e tente um conversa amigável com ele e vá atrás da família. E vá principalmente atrás da Luana.

- Eu não a mereço. Ela precisa de alguém sem passado. – O Daniel gargalhou enquanto eu balançava a cabeça e não falaria outras palavras do que as que o irmão lhe disse.

- Quem é na vida que não tem passado Davi? Pode ser que não seja um passado comprometedor quando o do outro. Mas todos nós temos um passado.

Um dos rapazes bateu à porta e entrou atrapalhando meu esconderijo e a conversa dos irmãos.

- Há muito tempo que está aqui? – Ele saiu do quarto todo vermelho e com os olhos inchados de tanto chorar.

- Acabei de chegar. – Menti. Mas como o homem não tinha me visto chegar não pode me desmentir.

- Chefe o senhor tinha marcado uma reunião. A gente só queria saber se...

- Não. Pode dispensar o pessoal. – Ele disse sem tirar os olhos de mim.

- Olá Luana. – O Daniel veio e beijou meu rosto me cumprimentando e ao mesmo tempo se despedindo dizendo já estar de saída. – Vê se coloca um pouco de juízo na cabeça desse homem.

Sozinhos... Ele, eu e o silencio. Constrangedor.

- Vim ver se tinha melhorado. – Fui até o bar e me servi de algo que nem notei o rotulo. Tomara que fosse algo bem forte. Tomei de uma vez só, e me sentei no sofá esperando que ele respondesse.

- Não devia ter vindo. Sou o mesmo canalha de um pouco mais cedo. – As palavras da Michele ecoavam em minha cabeça. Ele não daria o preço ao meu show. Não se faria de vítima e me faria voltar correndo para ele. Criei coragem, respirei fundo e falei de uma vez só.

- Verdade. Uma vez que eu tinha partido não devia ter voltado, nem mesmo para ver se estava bem. – Ele me olhou. – Ainda mais agora que... – Parei pensando bem nas palavras que iria dizer.

- Agora que?

- Não vou mentir para você Davi. Eu te amei demais e quando você me fez a proposta eu entrei jurando que com o tempo você poderia chegar a me amar. Mas você insistia em jogar na minha cara que era um negócio, e mesmo até outro dia quando saí daqui sai amando você. Mas estou começando a conhecer como é ser tratada como uma mulher. Quer dizer... – Sorri de verdade ao me lembrar do cuidado do Santinni comigo. – Como um homem deve tratar uma mulher. Como é ser amada. – Ele se levantou e foi sua vez de ir até o bar. Então entendi o que a Michele quis dizer. A sensação era muito boa. O Davi sempre deu as cartas e agora eu tinha me sentido bem.

Ele sempre me humilhava. Quando eu falava sobre nosso casamento ele falava que era negócio. Quando eu falei de casa, ele me levou para morar sobre a boate, nesse apartamento com dois quarto porque já tinha. Uma decoração feita por ele e mais cinquenta mil mulheres. Quando falei de filhos ele me deu um cão.

- Dormiu com o Santinni não foi? Droga! – Mandou o copo na parede me pegando de surpresa.

- Ainda não. Mas ele é diferente. Ele me ama. É gentil.

- O que ele fez com você? Aquele desgraçado. – Ele se aproximou e me segurou pelos ombros. – Minha vontade é de mata-lo. – Acho que pensou melhor. – Não. É de beijar você. Até que se esqueça completamente de qualquer coisa que ele possa ter feito.

E me beijou!

Nunca tinha me beijado. Não assim. Algumas poucas vezes que nos beijamos ou era para se insinuar para alguém como parte do trato ou para causar ciúmes em alguma ex.

Mas agora sim. Ele me beijava e me desejava como mulher. Eu sentia pela posse de seus lábios, pelo calor de suas mãos percorrendo meu corpo e pela sua ereção.

- Não aconteceu nada entre o Santinni e eu, - O empurrei de vagar me libertando antes que eu me deitasse com ele ali no chão mesmo do apartamento te fizesse uma burrice. Mais uma em minha vida.

- Graças a Deus.

- Mas não vou negar que... Que senti desejo. Se no momento fiquei decepcionada. Só não aconteceu porque ele foi um perfeito cavalheiro e me respeitou mesmo estando só nós dois em um quarto, deitados na mesma cama.

- Ele é gay. A resposta é essa.

- Viu só Davi. Com você é sempre assim. Não sabe ser um homem de verdade.

- Ah... O Cara está com uma mulher p.u.t.a gostosa como você em um quarto sozinho, em uma cama e eu não sou o homem de verdade? – Passou a mão pelos cabelos. Eu gostei dele dizer que eu sou gostosa. Mas relacionamentos não se baseiam só no sexo. Ele precisava entender isso.

- Ele é gentil. É doce. Sabe conversar com as meninas. Ouvir a gente e sai para as compras. Acho que isso é ser um casal. E ele me ama.

- Eu queria que você voltasse para casa. – Eu pensei que ele iria dizer que me amava. – Eu ia dizer que te amo, mas agora pareceria muito piegas, depois do gayzinho ter dito.

- Ele não é gay.

- É sim.

- Não vou ficar discutindo isso com você. Eu não sei se...

- Volta para mim. – Me abraçou e passou a mão em meus cabelos. – Eu já pedi e se preciso for eu vou implorar. Eu sou o desastre em pessoa. Se eu for sozinho serei pior ainda. Meus melhores dias foram quando você estava ao meu lado. Pode não parecer. Mas é verdade. – Se coração batia descompassado. – Eu não sei ser gentil e tão gay como esses boyzinho, mas se me ensinar eu aprendo. Ainda tenho muitas marcas para serem saradas... Mas eu acredito que com você será muito mais fácil. Sozinho eu não consigo. Volta para mim?


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