Cap dedicado à @IngridOliveira516
Boa Leituraa! <3
Ps:. Vão buscar os lenços
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Dou reviravoltas na cama. A preocupação consome-me, mas procuro ser paciente.
Estou deitada à dias, horas. Na verdade, estou ali à cerca de meia hora, mas cada segundo parece uma eternidade.
Agarro na almofada de Annie com força, procurando a determinação e calma. Tenho medo que a minha amiga sofra.
O tempo passa devagar, mas espero fielmente por notícias dela. Só espero que a conversa com o Noah tenha corrido bem.
Ouço alguém a correr no corredor, e na ânsia, levanto-me repentinamente da cama.
Saio do quarto rapidamente, mas desiludo-me assim que vejo Nicole.
Ela está determinada. Pronta a ganhar, e não existe nada que a desvie do seu objetivo. Já ponderei que fosse só pela coroa, mas vê-se que não é esse o caso quando reparamos na forma de como ela olha para o príncipe. Um olhar de adoração, dedicação e devoção. Talvez ela até dê uma melhor rainha do que eu.
- Ah, és tu – Balbucio, ansiosa por ver Annie.
- Olha Rose – ela argumenta – podes parar com a conversa de chacha. Eu sei que aqui só à duas a lutar pelo lugar, por isso temos de ser honestas. Cada uma pelo seu caminho.
Fico espantada com a sua frieza. De facto já tinha notado que ela estava cada vez mais distante.
- Nicole, não precisa de ser assim. Podemos ser amigas. Lá por querermos a mesma coisa, não temos de andar às turras.
- Não, eu não quero. Se fosse noutra situação, podíamos ser amigas, mas aqui, no sítio e altura que pode definir o resto da minha vida, não me posso apegar a distrações.
- Ok Nicole, como queiras. Já percebi que te estou a 'distrair', desculpa lá o incómodo – viro-me em direção ao quarto da Annie. Mas viro-me repentinamente e acrescento – Se mudares de ideias, podes contar comigo. Não à necessidade de sermos inimigas por isto.
Não queria ficar de consciência pesada, mas era difícil de lidar com esta rapariga. Ela estava demasiado obcecada. Se ganhasse, que amigas teria para a acompanharem?
Atiro-me novamente para a cama de Annie e tento distrair-me, mas pouco tempo depois ouço passos apressados no corredor.
- Rose – Annie chama, lavada em lágrimas, quando chega ao quarto.
- Oh meu deus Annie. Estás a chorar outra vez – corro para ela e analiso a sua cara – Ele disse que não, não foi? O Noah disse que ia ficar cá – eu concluo, andando às voltas no quarto, tentando arranjar uma resolução.
- Rose – ela chama, mas concentro-me ainda mais para pensar na solução – Rose – ela repete, parando-me – Ele disse que sim!
Ele disse que sim?!
- Ele disse que sim! – Eu finalmente atinjo, abraçando-a e só depois percebendo que aquelas eram lágrimas de felicidade. – Conta, conta-me!
Ela sorri e obriga-me a sentar-me na cama para me acalmar. Já disse que fico demasiado preocupada/entusiasmada com a vida das pessoas à minha volta? É estranho, mas é assim que sou.
- Eu contei-lhe aquilo que te contei a ti, e ele abraçou-me e disse que tinha gostado de uma pessoa recentemente e que eu o tinha ajudado a esquece-la. Que ainda era demasiado cedo para ter certezas, mas que queria tentar porque eu o fazia feliz e ele gostava de quem era quando estava comigo.
- A sério? Que querido! Fico feliz por ti, ainda vais conseguir um conto de fadas – pisco-lhe o olho, pensando no facto de o meu amigo estar feliz e já me ter esquecido – Agora tens de falar com o Sebastian.
- Tenho mesmo? – Ela faz uma cara de medo engraçada.
Eu rio-me.
- Annie! Acabaste de assumir os teus sentimentos para com o rapaz de quem gostas, e tens medo de ter uma simples conversa com o príncipe?
Ela ri timidamente, enquanto encolhe os ombros.
- É que não estou tão à vontade com o príncipe. Tu, tu podias estar lá comigo... Ele ouve-te e confia em ti, ia ser mais fácil.
- Oh.... Não tenho influencias nele, mas posso estar lá contigo se precisares.
Ela ri-se enquanto abana a cabeça.
- Só tu é que não vês, não é? – ela pergunta, sem esperar uma resposta. E atira-me uma almofada à cara – Só tu é que ainda não reparaste na forma como ele olha para ti. É tão óbvio! Quem vai ganhar és tu – ela afirma, segura das suas palavras.
- Não é assim tão simples – eu suspiro. Posso ter todas as certezas do mundo, mas há sempre um fator que não posso controlar – A Nicole.
- Oh Rose, tu és tão totó. – Ela atira-me outra almofada – A Nicole nunca teve hipóteses, nenhuma de nós teve. Porque que achas que ela tem andado assim ultimamente? Porque quer o que tu tens, mas por mais que tente não consegue. E ela acha que a culpada da sua infelicidade és tu.
Por momentos fico com pena dela, mas relembro-me dos seus encontros com o príncipe e os ciúmes miudinhos voltam involuntariamente.
- Mas eles têm tantos encontros.... E ele parece confiar nela.
- Senhorita Price, para com essa conversa. Sabes perfeitamente que ele precisa de um plano B, caso te aconteça alguma coisa. Vá, toca a sorrir e a ser forte, que a vítima do dia sou eu – ela brinca, animando-me logo.
O que é que vou fazer sem a Annie aqui? Não acredito que a estou a ajudar a sair do palácio. Mas não posso ser injusta, ela merece uma hipótese de ser feliz, e não sou eu que a vou impedir. Além disso, ainda tenho a Brenda cá.
Nós andamos as duas pelo palácio à procura de uma criada que possa chamar o príncipe, e assim que avistamos uma, perto do Salão das mulheres, damos-lhe o recado.
- Por favor, não se esqueça de o informar que estaremos no meu quarto à espera dele – eu acrescento.
Andamos em direção ao meu quarto novamente, e tento animar a Annie, que já está numa pilha de nervos outra vez.
'Tu vais conseguir, Annie' eu movo os lábios sem falar alto assim que o príncipe entra pelo quarto a dentro, minutos depois.
- Estás bem? – Ele pergunta, inspecionando a minha cara – Fiquei preocupado assim que a Dona Matilda entrou disparada no meio da reunião.
Ao de longe, vejo Annie a mover os lábios.
' Eu não te disse...! ' Ela afirma, enquanto sorri.
- Não te preocupes. Desculpa ter-te assustado, precisamos de falar. A Annie precisa de falar.
Ele olha ao seu redor e finalmente apercebe-se que está lá a Annie. Depois de lhe pedir desculpa e de lhe perguntar como é que ela estava, ela começou a explicar-lhe o problema.
Ele analisou calmamente a situação, de uma forma profissional. Já tinha mencionado o quão bem aquele fato lhe ficava? Descobri recentemente que tenho um fetiche por fatos.
- Minha querida, não posso obrigar ninguém a ficar cá se não é da sua vontade. Se acha que é melhor para si sair da competição, estará à vontade – ele sorri carinhosamente.
- Obrigada, Majestade. Mais uma coisa – ela afirma, com algum medo enquanto eu lhe seguro a mão para ganhar coragem. – Seria possível retirar o Soldado Lester do palácio e colocá-lo numa posição no Norte? – Ela pergunta a medo, consciencializando-se do que aquela pergunta sugeria.
Por momentos, Sebastian ficou pensativo, mas rapidamente sorriu ao perceber a situação.
- Bem, o Soldado Lester era um dos meus melhores guardas – ele suspira, na brincadeira – mas se a faz feliz...
Ela sorriu vitoriosa, ao perceber que conseguira aquilo que queria, e pediu para ser dispensada para poder começar a fazer as malas.
Assim que saiu do quarto, caí na beira da cama, desanimada.
- Rose? – Sebastian pergunta, sentando-se ao meu lado – Pensei que ficarias feliz por ela ter o que queria...
Eu sorri debilmente, mas respondi com um pouco de tristeza:
- E eu estou. Estou feliz por ela, mas ao mesmo tempo estou triste por a ter perdido tão rapidamente. Ainda há um dia estava tão certa de ter aqui as minhas melhores amigas, e de um momento para o outro vou perder uma delas. Elas são muito importantes para mim, elas e as minhas aias.
Ele abraça-me, como outrora fizera com Annie, e beija-me a testa.
- Tu és mesmo engraçada. – Ele sorri – Não a vais perder. Mais tarde ou mais cedo deixarias de estar com ela.
- Eu sei, mas não esperava que fosse tão rapidamente. Ontem haviam 4, agora vamos ser só 3. Será que a nossa amizade vai ser afetada?
- Não vai. A minha mãe contou-me que as amizades que fazemos na seleção são para a vida. E é verdade – ele sorri, tentando animar-me – Vejo várias vezes antigas selecionadas cá no palácio. A minha mãe tem sempre a companhia das suas amigas.
Isso era verdade. Já fomos 35, e lembrava-me de cada uma delas, das que saíram. Até tinha saudades da Amanda! Ok, da Amanda talvez não, mas haviam imensas raparigas de quem não me esquecera, e falávamos muitas vezes por cartas.
- Se quiseres – ele sugere – posso arranjar um telemóvel para a Annie. Assim, vocês podem falar mais regularmente.
Olho para a sua cara adorável. Ok, talvez a Annie tenha razão. Ele faria isso para me ver feliz, quando os meus problemas não são metade os seus. Só de pensar na relação entre ele e o pai, por causa da estúpida princesa da Noruega...
- Obrigada, Seb – eu abraço-o fortemente – não sei o que faria sem um macaco como tu para me aturar.
Ele ri-se enquanto me abraça e ficamos agarrados até à hora de jantar.
Estava tão exausta que lhe pedi que fosse sem mim, só queria deitar-me e descansar. Amanhã, uma das minhas amigas mais próximas iria abandonar-me.
Dormi umas quantas horas, mas a meio da noite ouvi alguém a bater à porta.
- Entre – eu falei, ensonada.
Brenda caminhou para mim, já de pijama e deitou-se ao meu lado.
- Então, miúda, já soubeste das novidades? – Pergunto-lhe
- Sim – ela sorri debilmente – Mas não te preocupes, vamos manter o contato.
Ela abraça-me fortemente, atitude que considero estranha por parte de Brenda, visto que ela não era de abraços e carícias.
Talvez estivesse sensibilizada como eu, afinal, nós as três éramos os três mosqueteiros do palácio.
- Rose, tenho más notícias – ela adverte, abraçando-me mais uma vez.
Mais más notícias? Por favor, Deus, só quero que este dia acabe.
- Lembras-te da conversa que tivemos à muito tempo atrás. Sobre eu gostar do Bennet, e os meus pais me terem enviado para o palácio de castigo por gostar de um inferior?
Eu assinto, com medo do que se seguiria.
- Bem, sabes que também não estou cá pelo Sebastian – ela confessa, sussurrando. Não me pareceu chocante, visto que era algo que eu já sabia – Estou aqui por ti e pela Annie, e também porque tenho medo de enfrentar os meus pais. Tenho andado a adiar a coisa, mas sabes que agora que a Annie vai sair, eu só estou aqui a empatar a decisão do Sebastian. Não posso impedir a tua felicidade e o teu objetivo, e tenho de enfrentar a minha família. Não são eles que mandam na minha vida. Além disso- ela acrescenta – estou a morrer de saudades do Bennet, e não o posso deixar.
A verdade bate-me como uma chapada na cara, e a realidade é encarada.
- Brenda – sussurro, já em pânico – Por favor diz-me que não me vais deixar aqui sozinha com a Nicole. Por favor, diz-me que eu não vou perder as minhas únicas amigas de um dia para o outro.
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Este cap é tão tristeeeeeeeeeeeee ahahahah. Mas tinha de ser... :-)
Espero que tenham gostado e amanhã atualizo :-)
Já sabem, ao primeiro comente dedico o prox capítulo!!!
Xoxo
@storiesloverrose