Lady Charlotte

By lavsmiranda

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Livro 1 da trilogia "Irmãs Harrison". Charlotte Harrison, a filha caçula do duque de Cambridge, vai fazer dez... More

Dedicatória
Prólogo
I
II
III
IV
V
VI
VII
VIII
X
XI
XII
XIII
XIV
XV
XVI
XVII
XVIII
XIX
XX
XXI
XXII
XXIII
XXIV
XXV
XXVI
XXVII
XXVIII
XXIX
Epílogo
Agradecimentos

IX

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By lavsmiranda

Passar aquele pouco tempo com Charlotte em sua casa, tinha animado bastante o dia de George. Conseguiu conhecer mais sobre ela, sua personalidade, seus gostos e passatempos preferidos. Queria ter conhecido as irmãs dela, mas pareciam que nunca voltariam das compras e tinha que ir embora.

Voltar ao palácio, para sua prisão particular luxuosa, foi algo que ele não queria. Muitas vezes desejava não ter nascido príncipe herdeiro, para ao ser afastado de tantas obrigações. Poderia seguir sua carreira militar tranquilamente, ser um duque. Como não podia ter tudo na vida, iria se contentar com o que tinha.

Resolveu ir ao quarto de sua irmã lhe contar a novidade sobre sua nova provável professora de piano; mesmo Charlotte alertando para não dizer nada, mas com certeza ela ficaria bastante animada com a notícia. Quando chegou ao quarto de sua irmã, ouviu vozes alteradas saindo de lá. Não pensou duas vezes antes de entrar.

— Eu não devo nada a você, Lauren! Absolutamente nada!

— Que maldita gritaria é essa? — George foi em direção da mãe e a abraçou.

— Eu só vim falar com Millie e essa insolente veio encher minha cabeça com as asneiras dela. — o rei encarou o filho. — E você, por onde estava?

— Não é da sua conta. — George respondeu com raiva.

— A partir do momento que você é meu herdeiro, me deve satisfações. Está me entendendo bem? — William empurrou Lauren para longe do filho. — Eu vou viajar novamente, vou demorar. Você vai ficar como regente enquanto eu estiver longe, chega de vida boa. Sua amada princesa espanhola chegará em poucos dias com sua família, os receba para mim. Deixei um documento assinado o deixando como meu regente, e o Parlamento aceitou.

O rei saiu do quarto aborrecido, deixando Lauren e George no quarto da filha a sós. Lauren chorava muito, e não era tinha sido a primeira vez que George havia presenciado uma cena daquela entre seus pais.

Ele se sentou ao chão e abraçou sua mãe fortemente. Afagou suas costas com carinho, como sempre fazia naquelas situações. Sentia muita pena dela por sofrer aquelas coisas na mão do seu pai, e nada poder fazer; tinha que ficar se submetendo aquelas humilhações constantemente.

— Onde está Millie?

— Estudando na biblioteca com o professor de aritmética.

— Ela viu o começo da discussão?

— Não, eu nunca permitiria que ela presenciasse esse tipo de comportamento de William. — Lauren fungou. — Simplesmente não aguento mais viver aqui com seu pai. Os únicos motivos que me deixam viva é você e sua irmã.

— A senhora deveria viajar, respirar novos ares. A senhora tem uma prima na Itália, por que não vai visitá-la? Poderia ficar o tempo que precisasse por lá. Eu cuidaria de Millie durante sua ausência.

— Uma rainha nunca deixa seu lar e seus filhos, George. — ela pegou a mão do filho e apertou. — Eu faço tudo por vocês, absolutamente tudo. Aguentarei as maiores tempestades que vier. Não posso deixar nada me derrubar. Cabeça e queixo erguido sempre. Ensinaram-me isso nas aulas de etiqueta, preciso colocá-las em prática sempre. Jamais posso mostrar fraqueza diante dos outros.

— Ele bateu na senhora? — ele acariciou seu rosto.

— Ele pode ser um monstro, mas ainda não chegou a esse ponto.

— Prometa-me que dirá se ele fizer algo assim.

— Prometo meu filho. — Lauren encostou a cabeça no ombro do filho.

— Enxugue essas lágrimas. — George passou a mão nos olhos da mãe. — Não consigo vê-la dessa maneira.

— Eu sei. — Lauren soltou a mão do filho. — O que queria com sua irmã?

— Provavelmente achei uma professora de piano para ela.

— Quem?

— A filha do duque Harrison.

— Qual das meninas? — a rainha limpou os olhos com a mão.

— Charlotte.

— Noto que a amizade de vocês está em um nível consideravelmente bom. — Lauren riu um pouco. — Isso me deixa feliz.

— Não é nada disso que a senhora está pensando. — ele riu.

— Será mesmo? — Lauren se levantou e beijou a testa do filho. — Ás vezes o amor está em lugares interessantes.

George observou sua mãe sair do quarto, e começou a pensar em suas palavras. Obviamente não estava apaixonado e nem nutria nenhum sentimento amoroso por Charlotte. Ou nutria, e ainda não havia percebido. Riu de si próprio sobre esse pensamento tão absurdo. Levantou-se e saiu do quarto de Millie para ir até a biblioteca.

A biblioteca não ficava longe dali, e logo chegou ao seu destino. Millie estava arrumando seus cadernos, não havia nenhum sinal de seu professor de aritmética.

— Seu professor já foi?

— Que susto! — Millie derrubou os cadernos na mesa. — Graças a Deus. Não aguento mais as aulas dele.

— Que coisa feia de se dizer, irmãzinha.

— Olha quem fala. — Millie mostrou a língua para George. — Você faltava às aulas de história.

— Nunca gostei muito de história.

— Você é maluco! História é a melhor coisa que existe, depois da literatura, é claro.

— Você que é maluca! — George riu. — Matemática é linda.

— Deus me livre. — riu. — Odeio com todas as forças. Mas tenho que estudar.

— Lógico, tem que ser uma princesa inteligente.

-— Veio pegar algum livro?

— Vim falar com você.

— Sobre?

— Achei uma professora de piano.

— Está falando sério? — um sorriso apareceu no rosto dela.

— Sério. — George riu, ele amava ver sua irmã rindo. — Ela só precisa da confirmação do pai.

— E quem seria ela? — Millie arqueou a sobrancelha com um sorriso malicioso.

— A Srta. Harrison.

— Hum. — riu maliciosamente. — Se Jade não existisse, eu diria que você está gostando da Srta. Harrison.

— Não seja boba.

— Será que eu estou sendo mesmo boba, ou você?

— Mamãe estava cheia de indiretas bem diretas sobre mim e a Srta. Harrison. — ele se apoiou em uma prateleira. — Estão de complô sobre alguma coisa?

— Nunca falamos com Charlotte, bem sabe disso. — Millie riu. — Agora eu poderei falar com ela, seremos amigas.

— Tenho medo dessa amizade, Deus tenha piedade de mim.

— Que ele tenha mesmo. O mensageiro sabe onde ela mora?

— Sabe. Por quê?

— Mandarei uma carta para ela.

— Tenho medo do conteúdo dessa carta.

— Não tema meu irmão, sou um anjo e amo você.

— Eu também a amo, mas a parte do anjo, discordo.

— Agora vou para meu quarto escrever uma carta legal para a Srta. Harrison. E não diga nada.

— Você é bastante teimosa quando quer.

— E você também é. Estamos quites, mon amour.

— Ainda debocha em francês?

— Logicamente. — Millie depositou um beijo na bochecha do irmão. — Até mais tarde no chá.

— Não vou ao chá.

— Você adorava ir antes. — fez um beicinho.

— Não gosto mais.

— Você é insuportável, George.

Millie saiu da biblioteca resmungando sobre o quão o irmão era chato. George riu daquilo e saiu logo em seguida, pois pretendia dormir o resto da tarde, antes de sair para cavalgar.

Quando chegou a seu quarto, sentiu um cheiro familiar, contudo, ignorou. Mas pensou que estivesse tão atormentado que estivesse imaginando coisas. Sentou em sua cama, e quando olhou para a janela, a figura de uma mulher se formou. Primeiramente, achou que fosse sua mãe, mas logo essa hipótese acabou quando a mulher colocou a cabeça de lado.

E na varanda do seu quarto estava Jade com seu sorriso tímido. George não sabia que ela chegaria naquele dia, seu pai havia mentido, em partes.

— Espero que esteja feliz em me ver, George. — Jade disse em um inglês perfeito, mas com sotaque.

— Eu estou feliz, só estou surpreso. — George se levantou da cama.

— Não vai me abraçar?

— Claro.

George deu um abraço em Jade, e sentiu seu cheiro do qual tanto gostava. E começou a perceber que talvez Millie e sua mãe estivessem com razão sobre certas coisas.

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