Second Chance

By Goticagem

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Resumo: Após o acidente trágico que matou sua namorada, Kate Madeleine Collins, o jovem Jake Stones se torna... More

Prólogo

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By Goticagem

Em algum lugar ou momento, em qualquer hora ou situação, todo mundo teve sua perda. Alguns perdem bens materiais, outros perdem objetos com ou sem valor. Perdemos até dinheiro. Mas sempre tem uma perda mais séria. Eu tive uma perda. Não foi um bem material ou coisa do tipo. A minha perda foi alguém mais incrível e interessante que ja conheci em toda a droga da minha vida, alguém que eu queria que permanecesse para sempre, mas não foi o que aconteceu. A minha perda foi Kate Madeleine Collins.

Morávamos em um dos bairros extremamente calmos na Geórgia. Meus pais e eu nos mudamos quando eu tinha dez anos, quando minha mãe estava aprendendo a dirigir e meu pai tinha dois empregos.

Três anos depois Kate e seus pais se mudaram também,  morando do outro lado da rua. No começo éramos timidos o suficiente para nenhum cumprimentar o outro. Mesmo duas semanas depois de Kate ter se mudado, ela passou a frequentar o mesmo colégio que eu, então caminhamos todos os dias de manhã, lado a lado, mas não juntos. As vezes eu a olhava pelo canto dos olhos, ela sempre andava olhando para os pés, as vezes me espiava pelo canto dos olhos também, outras vezes nossos olhares se encontravam, e Kate corava mais que eu.

Depois de um tempo nossos pais se tornaram grandes amigos, e nossas mães faziam compras juntas. De vez em quando Kate e sua família jantava em minha casa, ou meus pais e eu jantavamos em sua casa. De todo o modo ainda assim não nos falávamos, bom, nós nos cumprimentavamos, eu sempre dizia 'oi' e ela respondia 'oi' e  nunca passava disso, quando passava disso era quando ela respondia 'oi' com um sorrisinho simples, mas caloroso.

Havia um parque à quarenta metros de nossa casa. Eu ia para lá de vez em quando, Kate ia sempre com um livro, um caderninho pequeno, com uma caneta pendurada e seu celular com fones de ouvido.

Eu costumava frequentar o tal parque, porque gostava muito de andar de skate por lá. As vezes eu a via, ela estava sempre sentada, lendo ou escrevendo, também estava sempre com os fones de ouvido. Ela parecia tão só e distante, perdida em cada palavra que escrevia ou lia. As vezes me batia uma vontade imensa de ir até ela, me sentar ao seu lado e perguntar o que tanto ela escrevia na quele pequeno caderno, o que pensava enquanto escrevia, que tipos de livros ela gostava. Se passavam milhares de perguntas a fazer para ela, mas nem se quer uma gota de coragem de ir até aquela menina.

           ~\~\~\~\~\~\~

Na sétima série, eu conheci meus dois melhores amigos, Robert e Simon. Não éramos da mesma sala, na verdade minha sala era a primeira do corredor e a sala deles eram a última.

Um anti - belo dia - estava eu desesperadamente tentando abrir meu armário, eu não sei direito o que tinha acontecido a porta não queria de jeito nenhum abrir, quando ouvi uma gargalhada atrás de mim, me virei e havia dois garotos parados, um estava quase desmaiando de tanto da risada, parecia que estava assistindo algum show de comédia americana. Mas na verdade ele estava rindo da minha pequena luta com o armário, e deve ter percebido que eu estava perdendo. Um deles - não o que estava rindo - disse:

- Ei cara, precisa de ajuda? ─ Balancei a cabeça em afirmativa.

- Meu armário não quer abrir. ─ Respondi.

- Odeio quando isso acontece. Não liga pra ele, é só um retardado. ─ Diz ele se referindo ao garoto da gargalhada.

- Ei! ─ O garoto reclama.

Por fim, os dois me ajudam a abrir o meu armário teimoso, antes mesmo de bater o último sinal.

  - Valeu ai galera. ─ Agradeço.

- Sem problema, sou Simon, esse é meu amigo Robert. ─ Ele diz apontando para o garoto da gargalhada.

- Mals ae por ter dado tanta risada, mas ce tava engraçadão tentando abrir o armário. ─ Rio.

- Eu também teria dado muita risada, sou Jake. ─ Batemos com as mãos.

- Eai ce toca? ─ Pergunta o tal Simon olhando para o estojo pendurado em meu ombro, atrás de minhas costas.

- Um pouco... ─ Respondo.

- É guitarra? ─ O outro questiona.

- Não Robert è um tambo pendurado nas costa do cara. ─ Ri tão alto da ironia de Simon que fiquei envergonhado segundos depois.

- Uè, poderia ser um...violão.

O sinal toca tão auto que colocamos nossas mãos no ouvido, logo nos despedimos e cada um seguiu seu caminho.

Depois disso passei a ficar com eles no intervalo, depois da aula, começamos a andar de skate juntos, tocar junto, jogar video games, e tudo o mais.

           ~\~\~\~\~\~\~

- Cara, larga de ser otário, vai falar com ela. ─ Diz Robert após eu ter contado sobre Kate.

- Mano, quem é você pra chamar o Jake de otário? Você chorou quando beijo a Pamela. ─ Indaga Simon, olho confuso para Robert.

- Sèrio?

- Eu não chorei tanto assim, ué foi meu primeiro beijo. ─ Simon me olha, encaro- o de volta e caímos na gargalhada. - Vocês são uns idiotas. ─ Resmunga Robert.

- Como você. ─  Diz Simon. - Eai Jake, ce vai falar com ela?

- Vou, é tudo ou nada.

- E quando vai ser? ─ Robert questiona.

- Quando eu for na quele parque, e se ela estiver lá...

- Beleza, vê se não amarela!

                  * * *

Depois de pegar meu skate, meu celular  e colocar os fones, segui em direção ao parque, parei em uma lanchonete antes, comprei uma coca-cola e ruffles, e continuei meu caminho.

Chego no parque e... la está ela, dessa vez estava mechendo no seu celular mas com os fones inseparáveis. Caminhei em sua direção, ela levantou os olhos quando viu minha sombra, tirou um dos fones.

- Oi ─ Disse ela, meio tímida, na verdade, completamente tímida.

- Oi ─ Respondi sentando-me ali. - Como vai?

- Hum...bem, e você? ─ Bem nervoso falando com você mais bem também.

- To bem. ─ Ela balança a cabeça como quem diz "que bom".  Penso em algo a mais para falar nada me vem a cabeça, até ouvir os ruídos da música que ela tava ouvindo.

- Ouvindo o que? ─ Kate me passa um dos fones. Ouço com atenção. A letra diz: "Então feche seus olhos
E deixe-os bem fechados
Deixe quieto e irá desaparecer".

Faço uma careta e olho para ela.

- Ta, é meio sem sentido. ─ Ela diz olhando para mim.

- Meio? ─ Pergunto ironicamente. Ela ri.

- Não é tão ruim assim, bom, eu sei, não chega perto dos seus rocks, punks...

  - Como sabe que...?

  - Somos vizinhos! ─ Ela me interrompe. -  E de vez em quando vejo você tocando com seus amigos...e suas roupas te denúnciam.

- Ah.

- Qual é sua banda predileta?

- Várias... Beatles, Maine, Nirvana... atualmente slipknot. ─ Atualmente slipknot porque "Vermilion pt 2" me lembra você. Penso mas não digo.

- Nunca ouvi falar. ─  Ela indaga. Tiro meu celular do bolso, desembaralho o fone.

- Tome! ─ Ofereço lhe um fone, escolho a música que me lembra ela. A música começa.

" Ela pareceu vestida em todo o meu ser
Esticada através de minha vergonha
Todo o tormento e a dor
Escaparam completamente e me cobriram
Eu faria qualquer coisa para te-la para mim
Apenas para te-la para mim..."

- É uma indireta? ─ Kate pergunta ao prestar atenção na letra. Eu congelo.

- Talvez. ─ Kate sorri timidamente.

- É uma música muito bonita, letra, ritmo... é rock?

- Eu sei, sim!

- Você é bem legal Jake.

- Não tanto quanto você. ─ Ela da um de seus sorrisos magníficos. Na quele momento  eu constato o que já suspeitava. Eu tinha uma queda por Kate. Não sei bem se chegava a ser paixão ou algo do tipo, mas eu sabia que sentia alguma coisa por ela.

E a música continua, aumento o volume.

-  Preste atenção nessa parte ─ Peço, ela faz que sim.

" Ela é tudo para mim
O sonho não correspondido
Uma canção que ninguém canta
O inalcançável
Ela é um mito que eu tenho que acreditar
Tudo que necessito para fazê-la real é uma razão
E eu não sei o que fazer..."

                         * * *

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