O Assistente (Romance Gay)

By FabianoNCardoso

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O sucesso de alguém começa com as pessoas que estão nos bastidores. Conheça a história de Gabriel e se surpre... More

Secretariado Executivo Trilíngue
Nota do Autor
Do Céu ao Inferno
Ethan
O Advogado
Jason
Metropolitan Hospital Center
Decisões
Dois
Amor
Os Agentes
A Patente
Recursos
Virada
Chantagem
Recomeços
Coleman & Moura

O Acordo

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By FabianoNCardoso

Eu preferia morrer a ter que voltar naquele escritório, mas Ethan me convenceu de que precisava interpretar meu papel naquela história toda. Vesti a minha melhor máscara de profissionalismo e fui trabalhar.

Eu não sabia em quem confiar e confesso que foi um alívio muito grande quando Ethan me mandou uma mensagem avisando que tinha falado com a agente Feris. Manipulei minha agenda para que pudesse sair do escritório sem dar bandeira e fui até o endereço que Ethan me instruiu.

Entrei no prédio do FBI e quase morri do coração com a cena. Sentados em duas poltronas no hall estavam Ethan e Jason. Eu podia ver o descontentamento de Ethan a distância, mas Jason era necessário ali naquele momento.


- Oi meu amor - Disse Ethan me dando um beijo desnecessariamente demorado na frente de Jason.

- E a agente Feris? - Perguntei.

- Vai descer para nos receber.

- Tudo bem Jason? - Perguntei ao reparar sua expressão.

- Eu achei que fosse melhor preparado para uma situação tensa, mas vejo que me enganei completamente. Estou uma pilha de nervos.

- Vai dar tudo certo Cruz. Vamos descobrir quem está armando contra nós - Disse Ethan assumindo uma postura mais séria.

- Boa tarde senhor Coleman - Disse uma voz atrás de mim.

- Boa tarde agente Feris - Respondeu Ethan indo cumprimentar a mulher.


Agente Especial Caroline Feris é o título correto. Ela é a agente mais importante da divisão de crimes cibernéticos do FBI em Nova York e acima dela está só o diretor.

Não sei dizer que idade ela tem, mas ela parece uma bonequinha. O cabelo curto Chanel tem um tom castanho claro, os olhos verdes são destacados pelas maçãs do rosto altas e rosadas. Ela vestia um terninho muito bem alinhado e uma blusa com babados que quebravam o ar formal do conjunto. Sem falar que ela estava usando um salto agulha de uns 12cm pelo menos.

Enquanto nós a acompanhamos até o local onde conversaríamos, as pessoas que passavam por ela a cumprimentavam e todos tinham aquela expressão de medo misturado com respeito. Quando Ethan falou sobre ela eu não dei muita bola, mas agora eu vejo que ela devia ser alguém importante.


- Fiquem à vontade. Esses são os agentes Morgan e Hills, eles estão trabalhando no caso do hacker - Disse Feris ao entrarmos numa sala de reuniões.

- Agente Feris, afinal de contas quem é essa pessoa que fez tudo isso? Você pode dizer o nome dele pelo menos? - Perguntei pensando que ela não falaria nada por causa do caso estar em aberto.

- Sr. Moura, esse Black Hat em questão é um menino, ele tem 17 anos e a lista de crimes dele é suficiente para que ele seja condenado a perpétua já que nosso estado não tem pena de morte.

- Agente Feris, mas o que uma criança dessas tem a ver com a nossa empresa, nós desenvolvemos tecnologia de uso comercial, não fazemos nada ultrassecreto - Disse Jason.

- Sr. Cruz, temos certeza de que o Black Hat fazia serviços para terceiros e ganhava quantias altas por esses serviços. Fomos capazes de rastrear algumas contas bancárias no exterior - Disse um dos agentes.

- O sr. Coleman disse que você tem uma pista que pode nos ajudar - Disse a agente Feris para Jason.

- Pouco depois da condenação do sr. Coleman eu recebi umas mensagens de um número me... me chantageando.

- Chantagem?

- A pessoa dizia ter fotos e vídeos meus em bares e boates gays, interagindo com outras pessoas e que se eu não saísse de circulação que esse material iria chegar nas mãos da minha família.

- Tem algo que comprove? - Perguntou um dos agentes.

- Esse é meu telefone pessoal. Eu nunca passei esse número para ninguém da empresa pois eu tenho um telefone corporativo. Eu recebi uma dessas imagens que a pessoa dizia ter - Jason entregou um celular preto para um dos agentes.

- Hills, leva pro pessoal analisar, eu quero descobrir tudo o que for possível.

- Agente Feris, depois de tudo o que aconteceu nós acreditamos que a pessoa que chantageou Jason pode ser a mesma que armou para Ethan - Falei.

- Nós vamos investigar e descobrir o máximo de informações possíveis - Disse a agente.

- Agente Feris, tem mais uma coisa. Um dos advogados da empresa recebeu essa foto - Jason mostrou a tal foto em seu celular corporativo - Eu não sei como essa foto chegou, mas pelo o que o Gabriel falou ela não tinha nem 12 horas de tirada.

- Vamos rastrear o remetente dessa foto, talvez possa nos dar uma pista e a pessoa estar de alguma forma conectada a tudo isso.

- Sr. Cruz, preciso desse seu aparelho por um instante - Disse o agente Morgan, já que o Hills tinha deixado a sala.

- Ele vai ficar aqui como evidência? - Perguntou Jason e eu entendi o propósito da pergunta.

- Não, eu só vou fazer uns ajustes - Respondeu o agente.


A agente Feris nos deu algumas instruções de como agir durante os próximos dias. Depois de contarmos sobre a chantagem com relação ao julgamento do recurso de Ethan, ela incorporou nosso fingimento em um plano.

Estaríamos sob vigilância por alguns dias e caso algo suspeito despontasse o FBI entraria em ação. Eu me senti como num filme de cinema, mas não era nada legal. No primeiro dia eu achei que fosse ter um enfarto a qualquer momento.

Ethan estava em casa tentando canalizar todas aquelas emoções e sensações em foco para o trabalho e eu tinha muita inveja dessa sua capacidade. Aquilo definitivamente não era para mim e eu tive que sofrer com a ansiedade.

Depois de quarto dias vivendo daquele jeito eu estava ficando muito mal e passei um péssimo final de semana. Tive febre, dores pelo corpo, vomitei o almoço de sábado e Ethan ficou apavorado tentando cuidar de mim. Eu sabia que meu problema era emocional, mas não tinha jeito de consertar aquilo.

Segunda-feira eu me levantei decidido a fazer alguma coisa. Eu não ia suportar viver daquele jeito e eu nunca fui de esperar que as coisas acontecessem e não ia ser a primeira vez logo agora.

Cheguei no escritório e assim que meu acionista favorito chegou eu parti para sua sala. Eu pensei bastante se valia a pena mesmo fazer aquilo e no final bati na sua porta e entrei.


- Sr. Williams eu poderia conversar com o senhor por um instante? Sei que está com um tempo livre até seu próximo compromisso e prometo ser breve.

- Sente-se Gab. A reunião que eu tenho daqui a pouco vai levar todo o meu bom humor e eu adoraria um drink agora.

- Sr. Williams, acho que infelizmente eu vou levar seu bom humor antes mesmo da reunião, mas se não se importa - Eu peguei algumas coisas num aparador e comecei a preparar um drink.

- Agora você me deixou curioso. Primeiro porque eu não sabia que entendia de drinks e segundo que se você vai tirar meu bom humor o assunto é sério.

- Faz parte da minha função saber mais do que aparento senhor - Disse terminando o drink, colocando umas pedras de gelo e servindo.

- E sobre o que quer falar? - Disse o Sr. Williams experimentando o drink.

- Quero pedir minha demissão - E ao ouvir minhas palavras ele virou o copo todo.

- Espera, demissão? Por quê?

- Sr. Williams eu estou tendo um relacionamento amoroso com Ethan Coleman e não acho certo trabalhar aqui enquanto ele e a empresa travam uma batalha judicial.

- Ethan Coleman é gay? - A pergunta era mais para ele mesmo do que para mim - Acho que eu bebi esse drink rápido demais... Demissão Gabriel? Não. Não posso permitir.

- Sr. Williams, a estratégia do jurídico é desacreditar Ethan perante o juiz e não concordo com isso. Não quero e não vou servir de testemunha a favor da empresa se eu tiver que mentir e falar coisas que eu sei que não são verdadeiras. É mais uma questão de conflitos éticos do que conflitos de interesses já que fui pedido em casamento.

- Wow! Casamento? Eu realmente não deveria ter tomado esse drink apesar de estar muito gostoso. Vamos ter calma e pensar racionalmente.

- Desculpa sr. Williams eu não consigo ter essa frieza toda no momento.

- Sua demissão está totalmente fora de questão e isso é um ponto. Quanto a estratégia do jurídico eu terei pessoalmente uma conversa com o diretor do departamento. Somos uma empresa séria, com valores muito claros e isso o que me falou vai de encontro com nossos princípios morais e éticos.

- Sr. Williams eu deveria pelo menos me afastar da empresa, tirar uma licença...

- E deixar o bando de velhos desse andar perdidos? Nos tornamos dependentes do seu bom trabalho Gabriel. Vamos com calma. Quero você trabalhando tranquilamente. Eu não me importo com a sua vida pessoal, da porta para fora você é livre para fazer o que bem entende e aqui dentro você é um dos muitos funcionários que transmitem os valores da empresa.

- Obrigado sr. Williams. Mas eu gostaria de pedir que adiasse sua conversa com o jurídico só por uns dias.

- Tem uma razão para isso?

- Tenho sim senhor. Um dos advogados está tentando descobrir a fonte de uma das provas que eles querem usar no julgamento. Não gostaria de atrapalhar o trabalho dele e sei que ele é um bom homem senhor, provavelmente o único por lá.

- De quem estamos falando?

- Jason Cruz, senhor.

- Vocês têm até quarta-feira para fazerem o que querem, depois eu vou botar panos quentes naquele setor. Não posso ter na minha empresa pessoas que não compartilham os nossos valores morais e éticos.

- Obrigado sr. Williams, estou aliviado depois dessa conversa.

- Para tudo existe solução Gabriel e por mais que eu odeie perder dinheiro, se estivermos errados em relação ao Coleman, temos que ter a hombridade de assumir as responsabilidades.

- Concordo com o senhor. Vou voltar para minha sala e o senhor precisa se preparar, sua reunião é em 28 minutos - Disse olhando para meu relógio.

- Antes de ir, pode me preparar outro drink daquele. Essas reuniões são muito chatas e só estando relaxado para aguentar.


Eu ri do seu comentário, preparei outro drink e voltei para meu aquário. Acho que nós nos acostumamos com a ganância e a mesquinharia das pessoas que ficamos assustados quando vemos atitudes como a do sr. Williams.

Cheguei em casa e contei tudo o que fiz para Ethan. Ele andava de um lado para o outro do apartamento pensando em hipóteses e consequências para o fato de que o sr. Williams sabia do nosso relacionamento.


- Ethan, chega de paranoia e senta nesse sofá agora! - Ordenei e Ethan me olhou assustado e sentou.

- Mas e se na quarta-feira...

- Ethan chega! Vamos ter uma atitude diferente. Vamos praticar o "The Secret" e mentalizar energias positivas. Vamos pensar que a agente Feris e os outros lá o Hills e o Morgan vão realizar o melhor trabalho da vida deles e as coisas vão se resolver bem.

- Não acredito nesse lance de energias cósmicas Gabriel. Eu sou engenheiro, um cientista.

- Se você não acredita tudo bem, mas não fique pensando o pior. Faz isso por mim que eu vou agradecer profundamente.

- Ah é? Vai me agradecer como? - Ethan me puxou pela cintura ficando próximo dos meus lábios.

- Posso... - Dei-lhe um selinho - Pensar... - E outro - Em algumas... - E mais um - Formas...


Começamos a namorar e isso foi muito bom para o alívio do stress e da ansiedade. No dia seguinte nós estávamos tomando café da manhã quando o telefone de Ethan toca.


- Bom dia sr. Coleman, aqui é a agente Feris - Ethan atendeu direto no viva-voz ao ver o nome dela na tela.

- Bom dia agente Feris - Respondeu Ethan.

- Tenho novidades no caso do senhor, é possível você vir até o Bureau junto com o sr. Moura?

- Claro, nós já estamos indo.

- Eu entrarei em contato com o sr. Cruz e espero vocês aqui.

- Obrigado agente Feris - Ethan desligou o telefone e me olhou com uma cara engraçada.

- Se você falar do poder de mentalização de energias positivas... - Ameaçou.

- Eu estou quieto - Levantei as mãos como quem se rende.


Fomos para o prédio do FBI e eu liguei para Natasha e dei uma desculpa qualquer que envolvia trabalho fora do escritório. Chegando lá a agente Feris e Jason já estavam nos aguardando.

Entramos na mesma sala de antes e os agentes Morgan e Hills estavam lá, assim como um jovem adolescente. Ele não deveria ter mais do que uns 15 anos e ao pensar nisso meu cérebro fechou curto. O hacker!


- Senhores, eu estou saindo um pouco do protocolo do Bureau e colocando vocês juntos. Preciso esclarecer alguns pontos importantes e a melhor maneira de fazer isso é com uma acareação.

- Espera, esse é o... - Ethan chegou a mesma conclusão que eu.

- Aaron, seja gentil e diga "Oi" para algumas das pessoas que você ajudou a destruir a vida - Disse um dos outros agentes e eu fiquei incomodado.


A agente Feris começou sua explicação do que haviam feito e eles foram capazes de identificar uma pessoa que supostamente teria encomendado a Aaron o trabalho de incriminar Ethan.

Eles também conseguiram chegar numa imagem do circuito interno do shopping onde ficava a loja da Bvlgari da pessoa que supostamente tirou a foto que chegou ao setor jurídico.


- Acreditamos que essa pessoa foi quem tirou a foto de vocês dois pelo lado de fora da loja - A agente Feris entregou uma cópia da foto para cada um de nós.

- Esse é o Peter Chang! - Disse Jason.

- O senhor o conhece? - Perguntou a agente Feris.

- Claro! Ele é advogado da empresa também, ele é a pessoa que está abaixo do diretor do setor.

- Hill! - Disse a agente.

- É pra já - Respondeu o outro entendendo a ordem muda.

- Nós conseguimos chegar nas iniciais T.W. como sendo a pessoa que pagou pelo serviço de Aaron - Disse o agente Morgan.

- Aaron, você não sabe mesmo quem é essa pessoa? - Perguntou a agente Feris num tom bem mais humano do que o outro agente anteriormente.

- Já disse que não. Eu nunca entrei em contato com nenhum cliente pessoalmente. Seria burrice de ambas as partes conhecer o rosto um do outro - Disse o rapaz e ele tinha razão de certa forma.

- Chefe, tem alguma coisa de errada com esse Chang.

- Por quê?

- Há 10 anos atrás ele não existia.

- Isso não é possível.

- Se ele trocou de nome é possível, mas tem que haver registros disso em algum lugar - Respondeu o agente Hills

- Continua procurando.

- Ted Wang? - Disse Ethan pensativo.

- O que foi sr. Coleman?

- Agente Hills, procure por Ted Wang.

- Quem é Ted Wang? - Perguntei e a resposta me pegou de surpresa.

- Ted Wang e Peter Chang são a mesma pessoa - O agente Hills jogou a imagem do seu laptop para um projetor.

- Sr. Coleman, como sabia disso? - Perguntou a agente Feris.

- Chang e Wang. Tinha um Ted Wang na universidade, eu me lembro dele por causa do incidente com o Jonathan.

- Hills, eu quero tudo o que puder sobre esse Chang-Wang.


Eu não estava entendendo nada e as coisas só se complicaram para o meu pobre cérebro. O agente Hills achou alguma coisa no computador e fomos retirados da sala. Ficamos aguardando sem saber o que fazer por algum tempo.

Ethan lembrava muito pouco sobre o tal Ted Wang no período da faculdade e sendo o péssimo fisionomista que é jamais atentou ao fato dele ser o advogado Peter Chang. É feio julgar alguém pela aparência, mas não culpo Ethan por pré-julgar que todos os chineses são iguais.

Umas duas horas depois que fomos retirados da sala, chegaram alguns agentes trazendo o tal advogado e o encaminhando até uma sala de interrogatório. A agente Feris nos encaminhou para uma sala e de lá poderíamos assistir o interrogatório.


- Peter Chang, ou devo te chamar de Ted Wang? - Disse a agente Feris entrando na sala e jogando uma pasta cheia de folhas sobre a mesa e se sentando.

- Não sei do que a senhora está falando e eu sou advogado, essa prisão é ilegal. Quando eu acabar com vocês nos tribunais...

- O senhor não vai fazer nada a não ser exercer o seu direito de ficar calado enquanto eu estiver falando - Interrompeu a agente de forma enérgica - Sabemos que você nasceu Ted Wang e que trocou de nome logo depois de se formar como advogado.

- Não tem nada de ilegal nisso.

- Certo que não, mas temos provas senhor Chang de que o senhor contratou os serviços de um Black Hat para incriminar o sr. Ethan Coleman. E isso sim é crime.

- Mentira!

- Não. Acha que essa pasta aqui está cheia de folhas vazias e é só um objeto de intimidação? Psicologia barata? Pense de novo - Ela abriu a pasta e começou a espalhar documentos e fotos

- Essas fotos são ilegais, não pode usar isso num tribunal.

- Claro que posso. E enquanto nós conversamos, o pedido de quebra do seu sigilo fiscal e telefônico está sendo autorizado pelo juiz e eu vou ter mais uma pastinha dessa cheinha de evidências que vão colocar o senhor na cadeia.

- Eu quero um acordo.

- Não negocio com pessoas como você.

- Eu tenho nomes...

- Eu também e o seu é o meu favorito da lista.

- Quer saber como eu cheguei no Black Hat? Eu quero um acordo.

- Você vai me dizer detalhe por detalhe de tudo o que fez e como fez e eu digo para o promotor que você foi muito bonzinho nas investigações e ele vai fazer o melhor.

- Quero isso por escrito e assinado - Ele era advogado.

- Escolha bem as suas palavras pois se eu não gostar do que eu ouvir o acordo vai ser cancelado.

- Me traz o acordo.

Uns 40 minutos depois entramos novamente na sala para continuar a ver o interrogatório. A agente Feris entrou com um envelope e dois copos grandes de café.

- Preto ou com leite? - Perguntou.

- Puro. E meu acordo?

- Aqui. Agora comece a falar.

- Vou ler isso aqui primeiro - E depois de ler o advogado bebeu um pouco do café.

- Vamos começar com a pergunta que está mais me incomodando, por que Ethan Coleman?

- Porque ele destruiu a minha vida!

- Elabore.

- Meus pais eram imigrantes e meu pai apostou muito dinheiro no time da faculdade, que venceríamos o campeonato de novo e por causa daquele... Daquele... Nossa estrela do time, nosso melhor jogador assumiu que era uma "bichinha" - Eu sempre tive pavor do termo "fag" em inglês, é uma ofensa imperdoável.

- Espera, quase 10 anos depois do seu pai ter pedido dinheiro numa aposta, você decidiu acabar com a vida de uma pessoa?

- Se o Coleman não tivesse desvirtuado a estrela do time, ele nunca teria sido expulso e nós teríamos levado aquele troféu. O dinheiro que meu pai perdeu foi tanto que ele teve que vender a casa. Humilhado e sem dinheiro ele voltou para a China e meses depois cometeu suicídio.

- A decisão do seu pai de apostar não te dá o direito de se vingar. E onde entra Jason Cruz nessa história.

- Outra bicha. Depois que eu me livrei do Coleman ele ficou todo assanhado para cima do ex-assistente e eu não ia deixar que aquele lá atrapalhasse a condenação do Coleman com suas ideias coloridas.

- Como entrou em contato com o Black Hat?


Peter, Ted... ou sei lá, começou a explicar com detalhes tudo o que fez e o fato dele e Ethan trabalharem no mesmo lugar foi uma infeliz coincidência. O sucesso de Ethan despertou o que havia de pior no advogado e ele decidiu pela vingança.

Ninguém mais na empresa estava envolvido com os planos de Peter/Ted, mas os advogados do setor jurídico compartilhavam a mesma falta de caráter. Apesar de ter ficado chateado com o que Jason fez, posso tirá-lo desse bolo de pessoas sem escrúpulos.

Ethan demorou uns dias para assimilarcomo alguém poderia chegar a tal ponto e fazer o que fez. Nesse período de "luto",digamos assim, Jason e eu deixamos o sr. Williams a par de tudo o que aconteceue a própria agente Feris se reuniu com o acionista. Mudanças estavam paraacontecer e eu tinha certeza de que elas seriam para melhor.

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