Irritado, irado... Puto da vida.
Era como estava me sentindo no momento, pela palhaçada que acontece há pouco. Bati no quarto de Luhísa e não obtive resposta. Passei a mão pelos meus cabelos e decidi ir até a recepção, talvez alguém a tenha visto.
No elevador, liguei novamente para ela e mais uma vez caiu na caixa postal. O mesmo com o da empresa. Onde você se meteu?
"Talvez ela esteja com o fotografo..."
Bufei. Não é possível isso ou será? Enfim o elevador chegou no térreo, afastando esse sentimento de angustia momentânea que me deu, ao pensar que ela poderia estar com aquele merdinha.
Sorri de lado. Não... Ela não está com ele, ele não ousaria, não depois da nossa pequena conversa. Segui até o balcão de informação, mas meu corpo travou no lugar. Olhei para os lados, talvez a procura dela. Desejando não vê-la aqui. Seria uma puta de uma provocação.
O sorriso desdenhoso no seu rosto ao me ver aumentou, ele cruzou os braços enquanto andei apressadamente até ele.
- O que está fazendo aqui, Alan? – Rosno após puxar ele para um canto isolado.
- Oi, irmão... – Debochou se soltando. – Quanto tempo, não? Sentiu minha falta?
Revirei os olhos, impaciente.
- O que faz aqui?
- Estou com um cliente, que coincidência nos encontramos aqui?
Senti um pouco do seu sarcasmo, e que não era uma mera coincidência ele está aqui.
- Se você veio me provocar perdeu seu tempo. – O segurei pelo paletó e ele riu.
- Eu nem tentei ainda, e você já está todo estourado. – Ficou sério. – Mas acho que você deveria se preocupar com outras coisas, como por exemplo, uma gostosa secretária que está ligeiramente encrencada.
Meu celular começou tocar, e por desespero de ser Luhísa, soltei meu irmão e verifiquei quem era. O nome Dra. Ruiz no visor, só preocupou ainda mais.
- Oi Elena, aconteceu alguma coisa?
- Sr. Gross, eu não consigo falar com a Srta. Dawson e tenho que avisa-la imediatamente sobre o processo.
Olhei para cara do meu irmão, que está com um sorriso idiota enquanto eu falava ao telefone.
- Pode me falar que eu aviso-a.
- Eu consegui dar entrada nos pedidos e o senhor Stan foi convocado. – Um suspiro – Ele não gostou nada disso.
- Ele não tem que gostar, quero esse infeliz atrás da grade. – morto.
- Ele pegou um voo para Seul pela madrugada senhor, está com o advogado dele que é...
- Meu irmão. – Completei totalmente atônito.
O filho da puta – perdoe-me mãe, mas ele... – estava rindo com os braços cruzados me olhando. Eu não conseguia mais escutar nada do que Elena dizia, e parti para cima do meu irmão.
- Onde ela está?
O segurei com força, tentando conter a vontade de soca-lo, mas ele só sabia rir e debochar, e antes que eu pudesse soca-lo com toda força, senti meu corpo sendo puxado.
- O que está acontecendo aqui, Theo?
Kyle me segurava junto com Alberto.
- Onde Luhísa está, Alan? – Eu via tudo nublado.
Meu peito doía e algo me dizia que ela não estava bem. Como estaria com um canalha daquele?
- Meu cliente está acertando as contas com essa vadia. – Ele cuspiu as palavras e sorriu debochado.
- Você sabe que porra ele fez? – Tentei me soltar, para socar a cara do meu irmão.
- Ele não fez nada, mas acho que agora vai...
Eu não precisei de mais nada, porque Alberto virou e o socou.
- Onde está a Luhísa seu desgraçado.
Alan riu, limpando o sangue que escorreu da sua boca.
- Você também fode a putinha?
Eu quis mata-lo. Eu simplesmente não conseguia ver que ali era meu irmão caçula. O que aconteceu para ele ficar desse jeito?
Alberto o segurou. – Não vou perguntar de novo.
- Na sala de conferencia, mas talvez eles tenham ido para um quarto foder.
Kyle me soltou e saí correndo, eu tinha que ir salvar Luhísa. E só depois eu acertaria as contas com o desgraçado do meu irmão. Isso eu não iria perdoar. Se ele queria uma guerra entre nós, enfim ele conseguiu.
Luhísa não fez nada a ele, porque ele tinha que ajudar aquele canalha em destruir a vida dela? Agora as coisas fazem mais sentido, será que foi ele quem ajudou o crápula a destruir as provas?
Chegando a sala de conferencia, tentei abrir a porta e ela estava trancada. Me afastei e a chutei, fazendo um grande barulho e estrago.
Meu corpo tremeu ao ver Luhísa sendo erguida pelo pescoço, completamente vermelha e de olhos fechados. Eu não pensei duas vezes e puxei o desgraçado, fazendo-o solta-la. Ela caiu no chão, mas eu estava tão irado que precisava descontar minha fúria.
Quando vi que ela estava tossindo tentando recuperar o ar, eu comecei a socar o desgraçado. Eu batia tanto, que ele não conseguia nem ao menos revidar. Mas infelizmente separaram a briga. Dois seguranças me ajudavam, enquanto um verificava com ele estava.
Luhísa ainda estava no chão, tentei me soltar deles para verificar se ela estava mesmo bem. Eu não escutava nada, mas sabia que estavam falando alguma coisa. Vi Kyle e Alberto, Camile e Juliana vão ajudar Luhísa.
Fechei meus olhos.
Não consigo entender o que aconteceu depois, só sei que fomos parar na delegacia com o Stan prestando queixa contra mim, Luhísa contra o Stan. Uma confusão só, que não deu em absolutamente nada.
Alan por sua vez, defendeu seu cliente e disse que estariam deixando Seul. O sorriso presunçoso dele durante todo aquele tempo, me fez querer perder a cabeça. Só que infelizmente fiquei de mãos atadas sobre isso.
O caminho até o hotel foi silencioso, ninguém ousava a dizer nada. Luhísa estava olhando pela janela, enquanto eu estava no banco do passageiro.
- Eu espero que alguém me explique exatamente o que aconteceu. – Alberto é quem quebra o silencio. – O que Robert estava fazendo aqui? Que porra de processo é esse?
- Alb... – Juliana moveu seu corpo para frente, encostando sua mão no ombro do marido, que estava dirigindo.
- Não, Juliana – Sua voz era calma, mas sabia que ele estava tão puto quanto eu. – Luhísa porque nunca contou para nós sobre o que houve com o Robert?
Luhísa não respondeu, eu sabia porquê.
- Você está fora.
Ela nem ao menos se manifestou.
- E você Theodor, espero que dê uma boa explicação para seus clientes, para o que aconteceu. Porque todos viram a baixaria que foi.
- Eu sinto muito, ter envolvido vocês nisso.
- Vocês têm 24 horas, quero que sumam, nem um pio. – Ele continuou com o seu tom calmo. – Juliana lidará com o que será dito, quero uma nota, apenas isso. Não quero ver os dois andando pelo hotel, estamos entendidos?
- Alberto, como vou fazer meu trabalho trancado no quarto?
- Theo. – Juliana intercede. – É o melhor, não queremos mais escândalos, por isso precisamos ter uma boa explicação para o que houve.
- Luhísa? – Olho para ela.
Ela me olha como se fosse a primeira vez que nota que estamos falando.
- Robert tentou abusar de mim, por isso deixei o emprego e não sei como ele conseguiu se livrar do processo que abri, Theo não tem nada com isso, não o culpem. Ele só contrato alguém para que o processo fosse reaberto. – Ela suspirou e voltou a olhar pela janela. – Robert só queria me assustar, para que eu retirasse o processo antes que fique público.
A freada que Alberto deu, fez todos nós irmos para frente.
- Ele o que?
Vi o momento que Juliana também ficou abismada e pôs a mão na perna de Luhísa.
- Porque você não nos contou, querida?
- Eu não quero falar disso.
Ela iria chorar, senti isso pela sua voz.
- Eu vou matar aquele desgraçado. – Vi Alberto aperando o volante do carro.
- Entra na fila.
- Eu não quero que façam nada! – Luhísa praticamente gritou, nos assustando com sua reação. – Eu vou retirar a queixa.
- Nada disso, Luhísa, nem pensar, não agora. – Olhei furioso para ela.
- Isso não é discutível, Theodor. – Ela voltou a olhar pra janela.
O clima antes que já estava tenso, ficou ainda mais pesado. Chegamos ao hotel, encontrando com Kyle e Camile que estava no outro carro. Camile entrou no quarto com Luhísa, e eu como estava proibido de perambular pelo hotel, fui para o meu com Kyle no meu pé.
- Eu não acredito que ela quer tirar o processo. – Tirei meu paletó o jogando na cama.
- Tente entende-la...
- Eu já sei o que fazer. – Peguei meu celular e disquei o número da Dra. Stan.
- O que você vai fazer, Theo?
- Theodor, o que houve? Você me deixou falando sozinha e ouvi discussão.
- Elena, eu quero que você vaze para imprensa toda a história da Luhísa e quero isso o mais rápido possível.
- Você tem certeza disso, Theodor?
Duas vozes me fizeram a mesma pergunta, Elena e Kyle.
- Sim, eu tenho.