21
Blake Olson
New York, NY
Caminho pelo extenso corredor da mansão de Justin a procura da porta que seria o seu escritório, onde ele está. Uma empregada gentil foi até o meu quarto me entregar a pílula, ela ficou até ter certeza que eu tomaria a pílula por ordens de Justin e eu aproveitei para perguntar onde ele estava já que ele não estava na cama quando eu acordei. A mulher me aconselhou a não ir até o escritório pois ele poderia ficar bravo, eu ignorei seu conselho e agora estou aqui girando a maçaneta da porta.
Justin só nota a minha presença quando ouve o barulho da porta se fechando, ele se apressa em jogar os papéis que estava olhando na gaveta. Eu caminho até ele com seu olhar frio me seguindo, sento em seu colo e ele se encosta mais na cadeira suspirando.
— Por que não bateu na porra da porta? — Ele murmura, não tão bravo quanto eu achei que ficaria.
— Não quis. — Dou de ombros.
Coloco o meu cabelo – que está molhado por causa do banho – atrás dos meus ombros. Eu estou vestindo apenas um casaco de moletom que eu achei em seu closet e uma de suas cuecas boxer.
— Não é porque nós estamos transando casualmente que você tem esse direito. — Reviro os olhos.
— Eu preciso de uma carona.
— E o que eu tenho a ver com isso? — Justin não tem nenhuma expressão, ele nem presta muita atenção no que eu digo e suas respostas parecem automáticas.
— Tem alguma coisa incomodando você? Algo está errado? — Pergunto meio receosa com sua reação.
Justin apenas suspira e se ajeita na cadeira, consequentemente eu me ajeito em seu colo. Ele continua sem olhar para mim e começa a brincar com a manga do moletom que está em meu corpo, que é quase o dobro do meu tamanho. Ele parece perdido em seus pensamentos.
— Só estou tentando juntar algumas peças de um quebra-cabeça. — Me inclino para beijar os seus lábios, Justin dá uma risada nasalada antes de finalmente olhar pra mim.
— Não fale algo estúpido que vai me deixar brava. — Digo quando ele abre a boca para dizer alguma coisa.
— Eu só ia falar sobre a sua carona. — Ele ri. — Tem algum perigo se eu pedir Brad pra te levar pra casa? Porque você sabe, eu mataria os dois se alguma coisa acontecesse entre vocês.
— Ciúmes, Bieber? — Sorrio com a hipótese.
— Eu já fodi com você. Fui o primeiro e o único até agora que já esteve dentro de você e eu não quero que isso mude. — Ele diz. — Vou acabar com você se você resolver dar pra outro.
Observo o seu rosto para encontrar algum sinal de que ele está apenas brincando, mas ele permanece sério. Eu me remexo desconfortável em seu colo quando a cena dele matando uma pessoa se repete em minha mente, mas dessa vez eu me imagino no lugar do cara que ele matou.
— Nós não temos nada, você mesmo faz questão de me lembrar isso sempre. — Justin continua me encarando sério. — Se você pode transar com qualquer pessoa que você quiser, eu também posso! Você não manda em mim.
— Se você der pra outro eu acabo com você. Mas se você gostar de desafiar o perigo, sinta-se a vontade.
Antes que eu possa respondê-lo alguém entra no escritório, olho por cima do ombro vendo James se sentando em uma cadeira do outro lado da mesa com uma expressão preocupada. Fico sentada de lado no colo de Justin para ter uma visão melhor do rapaz de cabelos castanho escuro, e também para não ter que encarar Justin nos olhos.
— Mais problemas? — Justin pergunta.
— Peter nos convidou para uma festa na casa dele. — James diz após me lançar um olhar. — É aquela festa de gala que ele dá todo ano.
— Nós vamos. — Justin abre um pequeno sorriso.
— O que você tem em mente?
— É a ocasião perfeita pra ter uma conversa com ele sobre o assunto dos papéis. — Justin o responde, colocando sua mão em minha coxa. — Peter não iria me atacar em sua festa, ele sabe que seria como começar uma guerra lá mesmo.
— Vou mandar Claire confirmar nossa presença. — James diz se levantando da cadeira.
— Ei, bro. Você pode levar a Blake pra casa? — Olho para Justin assim que ele termina o seu pedido.
— Tenho até hoje a tarde sem a minha mãe, não me faça ficar sozinha. — Resmungo.
— Gata, eu estou ocupado. — Ele diz após revirar os olhos.
— Quando vocês se decidirem, eu vou estar na sala de estar. — James diz, já saindo do escritório.
Aproximo os nossos lábios quando estamos sozinhos no cômodo. Eu me lembro de tudo na noite passada; dos toques, das sensações, dos meus pensamentos, de como meu coração estava batendo mais rápido quando ele estava por perto. Preciso saber se só senti tudo isso porque estava com álcool correndo em minhas veias ou se eu estou me apaixonando por ele.
Nossas respirações se misturam por causa do nossa proximidade e eu fecho os meus olhos quando eu sinto nossos lábios se tocarem. Sem esperar mais tempo Justin junta nossos lábios em um beijo. Suas mãos seguram cada uma de minhas coxas e ele me ajeita em seu colo, me fazendo ficar com uma perna em cada lado de seu corpo. Justin invade a minha boca com a sua língua me fazendo arfar devido a surpresa, nossos lábios se mexem em sincronia durante o nosso beijo intenso.
Paramos o beijo quando ficamos sem ar e eu escondo o meu rosto em seu pescoço um pouco ofegante. Eu estou sentindo a mesma sensação que senti ontem a noite, a hipótese de ter sido apenas o álcool foi descartada. O quão assustador é pra mim saber que estou sentindo algo por ele? Eu sei que ele nunca vai sentir nada por mim.
— Gata, preciso me concentrar nos negócios. — Eu sinto ele roçar os lábios em meu ombro antes de sugar a minha pele com força. Mais uma marca em meu corpo feita por ele.
— Eu não quero ir pra casa agora. — Murmuro em seu pescoço, ouvindo ele bufar.
— Você pode ficar pela casa, menos no meu escritório.
— O Brad está por aqui? — Pergunto ao levantar minha cabeça para encará-lo.
— Blake...
— Você não precisa ter ciúmes. — O interrompo com um sorriso divertido nos lábios, vendo ele revirar os olhos.
— Ele deve estar na sala com James ou no quarto. — Ele dá de ombros. — Pergunte ao James.
Eu saio do seu colo, ficando de pé, e ajeito o moletom dele em mim. Justin dá um tapa em minha bunda quando eu me viro para ir até a porta, me fazendo revirar os olhos. Alguém bate na porta quando eu estou perto e eu a abro sem demora, vendo Claire bem ali.
Ela me olha da cabeça aos pés, vendo o moletom de Justin cobrindo o meu corpo, e ela parece afetada com isso mas logo se recompõe, batendo o seu ombro no meu quando passa por mim para entrar no escritório.
— Não sabia que você estava fazendo o escritório de quarto de motel agora. — Claire diz para Justin ao se sentar na cadeira na frente de sua mesa, eu continuo parada na frente da porta. — Achei que você levasse suas vadias para o quarto de hóspedes.
— A prova de que eu não sou uma vadia pra ele como você é que eu fui a única que já dormiu com ele no quarto dele. — Eu disparo.
Claire olha para mim e depois olha para Justin como se quisesse uma confirmação, ela se afetou com isso mais do que eu imaginava. Justin apenas dá de ombros, ele olha para mim e faz um sinal com a cabeça para que eu saia. Reviro os meus olhos saindo do escritório, começando a minha procura por Brad.
•
Eu bufo quando perco mais uma vez para Brad no vídeo game. É irritante a forma como ele me deixa começar a partida ganhando apenas para eu criar expectativas. Brad ri da minha irritação e pega o controle da minha mão, o colocando em cima da mesa de centro junto com o seu.
— Quem sabe na próxima vez você ganha, linda. — Eu empurro o seu ombro quando ele zomba.
— O certo seria você me deixar ganhar, pelo menos uma vez. — Resmungo.
— Não é assim que funciona. — Ele se finge ofendido. — Eu levo isso muito a sério.
Eu acabo rindo da sua expressão. Brad vira o seu olhar para mim, ele me olha de uma forma diferente agora.
— Obrigada por me fazer companhia, mas você deve ter alguma coisa importante pra fazer. Eu não quero atrapalhar.
— Não tem problema, linda. — Brad diz. — Posso te levar pra casa quando quiser.
— Justin disse que me levaria, não se preocupe com isso.
— Então vocês estão mesmo tendo alguma coisa?
— Não. — Murmuro. — Eu não sei, eu acho que não temos nada. Isso é algo complicado.
— Blake, o Justin... — Ele suspira antes de voltar a falar. — Ele não merece você.
Decido ficar em silêncio por não ter uma resposta para essa.
Brad aproxima cada vez mais o seu rosto do meu, eu fico atenta as suas ações. Eu noto o quão próximos nossos rostos estão quando nossas respirações se misturam, fecho os meus olhos quando ele esbarra seus lábios nos meus. Quando eu não recuo, Brad junta nossos lábios em um beijo.
Nós mexemos nossos lábios juntos com sincronia em um beijo calmo, eu não posso negar que Brad realmente beija bem. É um beijo calmo mas ao mesmo tempo é intenso. Brad invade a minha boca com a sua língua e eu seguro o seu cabelo quando nossas línguas se tocam. Paramos o beijo por causa da falta de ar mas continuamos com nossas testas encostadas uma na outra.
O que acabou de acontecer aqui?
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Blake e Brad, socorro! Eu queria agradecer a vocês pelos 20,7K de visualizações, vocês são maravilhosas. Não se esqueçam de dar uma olhada na minha outra fic chamada "Ultraviolence". Vejo vocês no próximo capítulo, ilysm.