Apenas Diga Que Me Ama/ Capít...

By Lucy_Benton

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Não estava nos planos de Emma Jones, engravidar do seu namorado. Ainda mais no seu último ano da faculdade de... More

Prólogo
Cap. Um
Cap. Dois
Cap. Três
Cap.Quatro
Cap.Seis
♥♥Recado♥♥
Recado♥
E-book Gratuito♥

Cap. Cinco

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By Lucy_Benton

Emma

Depois daquela noite entre Damian e eu na cozinha, com a embaraçosa interrupção de Rachel ao final, manter distância dos dois se tornou a missão número um para mim.

Óbvio que o destino insistia em cruzar os nossos caminhos, mas me mantive firme em meu propósito. Então, embora ele fizesse questão em ser gentil e solicito, sempre me perguntando sobre Max ou o trabalho; eu permaneci o mais fria possível. Não porque não quisesse conversar com ele ou saber como havia sido o seu dia também, mas porque me aproximar de Damian seria como me atirar em uma fogueira bem acesa. E eu não queria me queimar. Não dessa vez.

Minha vida já era problemática o suficiente, não precisava nutrir sentimentos proibidos pelo namorado da minha melhor amiga, para complicar. Eu ergui um muro e me escondi atrás dele, disse a mim mesma que essa era a melhor solução, mas sentia uma pontada de tristeza no meu coração; meu bobo coração.

Agora estamos na semana do Natal, Rachel viajou para Nova Iorque, para passar o Natal com a família. Senti certo alívio por estar sozinha em casa e ficar livre dos olhares de Damian. Entretanto, uma pequena parte de mim sentia inveja de imaginá-los juntos, ele conhecendo a sua família. Que péssima amiga eu me tornei, afinal.

A rotina no trabalho estava extenuante e eu estava trabalhando algumas horas a mais que o comum, devido ao grande movimento do feriado que se aproximava e me sentia triste por ficar ainda mais tempo longe de Max.

Eu mal podia esperar pelos longos e maravilhosos dias de descanso que teríamos após o Natal. Seriam os primeiros dias de completo ócio em muito tempo e embora eu soubesse que passaria todas as festividades no sofá; não poderia estar mais ansiosa para fazê-lo.

Sim, eu não tinha grandes planos para o Natal, alias, eu não tinha plano algum. Layla continuou insistindo para que fôssemos cear com ela e a sua família, mas eu não me sentia à vontade invadindo um momento tão íntimo assim. E mesmo que ela sempre tenha sido tão doce e querida conosco; eu recusei.

Na manhã do dia vinte e quatro fui para o trabalho mais cedo e encontrei uma torta de maçã com meu nome, além de um lindo ursinho de pelúcia para o Max. Presentes da Layla é claro, ela me fez chorar.

Quando saímos do shopping à tarde, o estacionamento já estava quase vazio. Havia apenas alguns retardatários em busca de presentes de última hora.

Liguei para minha mãe assim que chegamos em casa. Ela estava super emocional sobre ficarmos separadas em uma data tão significativa, por esse motivo tentei não demonstrar minha própria tristeza, embora me sentisse tão melancólica quanto ela. Não tê-la ao meu lado em datas tão significativas era muito doloroso.

Conversamos por quase uma hora e ela me fez tirar fotos de Max com a roupa natalina que havia enviado pelo correio dias antes. Ele não gostou dos chifres de rena e ficou tentando tirar o chapéu o tempo todo... Foi fofo e essa foi a forma mais simples de estarmos perto, mesmo com tanta distância física entre nós.

Às nove horas da noite, Max já estava exausto e caiu facilmente no sono enquanto eu o amamentava após o seu banho. Deixei-o dormindo no berço em segurança e fui para o chuveiro. Então deixei as lágrimas, que contive o dia inteiro, caírem livremente.

Já há algum tempo só me permitia chorar no banho, tinha alguma coisa na forma como as lágrimas se misturavam com a água que caia do chuveiro; que não fazia eu me sentir tão fraca. Quase como seu pudesse enganar a mim mesma e fingir que não estava chorando. Eu me sentia sozinha de uma forma que nunca me senti antes.

Meu choro não demorou muito, no entanto, sobretudo porque precisava ser madura por Max. E também por ter descoberto há muito tempo, que chorar trancada no banheiro, era um privilégio que mães de bebês pequenos não possuem.

Após o banho, fico sentada na beirada da cama, enrolada em uma toalha e ouvindo apenas a respiração suave de Max vindo do berço, enquanto penteio os meus cabelos com lentidão. Após longos minutos fazendo isso, abro a minha gaveta e vou direto para a minha camiseta favorita para dormir. Uma que havia sido do meu pai e que eu tinha colocado em minha mala para os dias melancólicos.

Gosto de pensar que ela ainda possui o seu cheiro e que vesti-la em dias em que me sinto mais solitária, equivale a ganhar um abraço seu. Ambas as coisas pareciam impossíveis, mas eu acredito piamente nas duas. Abraçando o meu próprio corpo, me debruço sobre o berço do meu bebê e toco o seu rosto. Mesmo dormindo, ele parece notar minha presença e um pequeno sorriso surge em seu rosto. É tão lindo quando ele faz isso e me traz uma paz indescritível.

Saio do quarto com a babá eletrônica na mão, embora a casa seja tão pequena que eu ouviria facilmente o seu choro, mesmo estando na sala. Depois de ligar a tevê em um volume aceitável, caminho com destino certo para a geladeira. Pego o pote de sorvete que trouxe para a casa junto com outras compras hoje à noite e volto para o sofá.

Eu deveria estar dormindo também, aproveitando o sono profundo de Max e recuperando o meu sono atrasado. Mas sei que não importa o quanto eu me revire na cama, não conseguirei dormir.

Eu me afago em meu pote de sorvete, como alguém faz com uma garrafa de tequila e mudo os canais por um tempo, procurando por um filme que não me faça chorar outra vez, quando ouço uma batida na porta. A princípio eu acho que estou delirando, que foi fruto da minha imaginação ou que a batida veio da tevê. Mas o barulho persiste mais algumas vezes, cada vez mais nítido, ganhando minha total atenção.

—Emma. — a voz de Damian chama do outro lado da porta — Emma... sou eu, Damian.

Meu coração não poderia saltar mais, nem se um fantasma estivesse batendo à porta e chamando pelo meu nome completo. O quê ele está fazendo aqui? E a essa hora?

—Emma. — ele insiste, a voz um pouco impaciente dessa vez — Abra por um minuto, por favor.

Ainda estou sentada no mesmo lugar, sem mexer um músculo sequer. Posso simplesmente fingir que não estou aqui, mesmo que meu carro esteja na garagem e a luz da tevê seja perfeitamente perceptível do lado de fora. Ele não sabe que não é educado aparecer sem avisar?

Tomo uma respiração profunda e caminho até a porta, quando decido por abri-la. Damian está parado com as duas mãos esticadas no batente. Os mesmos jeans escuros casuais e uma camiseta cinza dos Rolling Stones, juro que ele tem milhares delas. Seus olhos se levantam para mim, mas antes passam por todo meu corpo com lentidão. Pelo menos estou de camiseta hoje e ela com certeza cobre as partes importantes.

— Bonita camiseta. — ele diz com um meio sorriso. Meus olhos derivam para o ponto exato em que os seus estão agora, concentrados no símbolo do Pink Floyd ao centro. Meu pai era obcecado por essa banda, Damian e ele teriam muito assunto em comum.

— Obrigada! — balbucio perdida, absolutamente desconcertada por sua presença e por seu sorriso.

— Como vai, Emma?

—Bem. — eu digo, segurando a maçaneta como se minha vida dependesse disso — A Rachel não está.

Na verdade achei que estivessem juntos em Nova Iorque, patinando no Central Park; não era isso que ele deveria estar fazendo nesse momento?

—Eu sei. — ele coloca as mãos nos bolsos e me encara— Posso entrar?

—O quê você quer? — eu pergunto soando um pouco mais rude do que eu queria, por isso conserto — Quer dizer... A Rachel não está!

—Você já disse isso. — ele ri do meu embaraço e o som da sua risada envia milhares de arrepios para minha pele... Isso não é nada bom — Eu provavelmente esqueci meu caderno de esboços aqui, procurei por todos os lugares, esse é o meu último palpite... Posso procurá-lo?

Eu olho para ele cautelosa; na verdade acho a pior ideia do mundo, nós ficarmos sozinhos outra vez. Mas parece tão rude não deixá-lo entrar, então me afasto e faço um gesto para ele passar. Seu perfume fica no ar quando ele passa por mim e vai até o centro da sala, olhando ao redor durante um tempo. Por fim ele para em frente a estante pegando um tipo de pasta com capa de couro marrom. Ele precisa cheirar tão bem?

Acho que a resposta é obvia, quando tudo o que ele faz, aparentemente é apenas para me enlouquecer.

—Achei. — diz levantando o caderno no ar, mas não faz nenhum movimento para sair — Você parece nervosa Emma, algum problema?

Ele precisa perguntar? Estamos sozinhos, é claro que isso me enerva e ele é o meu problema no momento. Um problema lindo e gostoso por sinal, mas um do qual eu realmente não preciso.

—Não. —nego, por fim fechando a porta — Nenhum problema, Damian.

Ele ainda me examina — Tudo bem com o Max?

—Sim. — digo me sentando no sofá outra vez, preciso de algo para me sustentar — Ele está dormindo no quarto.

—Senti falta dele essa semana. — sua voz soa suave, enquanto seus olhos observam-me cheios de doçura — E a sua falta também!

Oh, ok... Meu coração simplesmente acabou de saltar do peito e rolar pelo tapete aos meus pés. Não ajuda em nada ele agir tão docemente assim.

—Você nos viu faz poucos dias. — tento soar desinteressada, embora suas palavras tenham me afetado demais.

—Sim, mesmo assim eu senti.

—Não diga essas coisas para mim. — o recrimino com um tom agudo.

Aperto o controle remoto em minhas mãos, um pouco mais forte do que deveria, buscando por algo na tevê que possa nos distrair desse assunto. Por que ele não vai embora?

—E por que não Emma? — ele deixa o caderno em cima da mesa e se senta também — Nós somos amigos não somos?

—Somos? — devolvo a pergunta, mexendo em meus cabelos. Não, ele me deixa embaraçada e inquieta de um jeito que eu sei que amigos não fazem.

—Sim. — ele afirma com um sorriso — Amigos sentem falta um do outro.

Isso parece tão errado, de uma forma que não posso mensurar e ele me perturba tanto, nunca ninguém me afetou dessa forma. Isso é grave, muito grave.

—Oh... Eu adoro esse filme! — concentro meu olhar na tevê, algum filme em preto e branco passando; um que eu nunca vi antes.

—Verdade? — Damian olha para a tevê também — Não conheço.

Ficamos em silêncio por um tempo e eu finjo estar super concentrada no filme, os olhos fixos na tevê, quase paralisada. Tento até medo de respirar, mas sinto os olhos de Damian em meu rosto, me analisando.

—Não quis visitar a sua família? — ele pergunta afinal — Vai passar o Natal sozinha com Max?

—Minha mãe mora em Denver com meu padrasto e eu não quis viajar com Max tão pequeno. — digo sem olhar para ele — Além disso, o Natal é superestimado.

—E o pai do Max?

—Mora em Washington. — eu finalmente olho para ele — Ele se mudou há alguns meses.

—Ele conheceu o Max?— ele questiona com interesse, seus olhos sempre fixos em mim, esperando uma resposta.

—Sim. — volto a olhar para a tevê, porque seu olhar me desconcerta — Nós namorávamos quando eu engravidei, ele se mudou logo após Max nascer.

—Fugiu? — ele me pergunta, embora soe muito mais como uma afirmação — Simples assim, só deixou vocês dois para trás?

—Não foi realmente assim. — sussurro, tentando amenizar a situação — Ele tinha outros planos além de ficar conosco e eu não o culpo.

—Você deveria. — a sua voz soa irritada — Você deveria culpá-lo, porque ele foi um covarde completo, Emma.

Eu concordo com ele, Jordan foi um completo idiota. Mas admitir isso não torna nada melhor. Na verdade, causa um buraco ainda maior em meu coração. Não quero que Max tenha um pai covarde, que irá abandoná-lo nas situações difíceis.

—Algumas pessoas têm formas diferentes de lidar com situações inesperadas. —tento amenizar a situação.

— Acho que não existem muitas formas de se lidar com uma situação como essa Emma. — ele passa as mãos no cabelo em um gesto exasperado.

Por que ele simplesmente se importa? Max e eu não somos seus assuntos.

—Ele me manda dinheiro todo mês. — eu não sei por que; mas parece simplesmente errado falar mal do pai do meu filho para um completo estranho. São coisas que eu definitivamente concordo, mas jamais diria alguma delas em voz alta.

—Isso te faz sentir-se melhor? — Damian indaga, colocando a mão em meu queixo e olhando intensamente para mim, enquanto diz — Dinheiro não é tudo.

Seus dedos queimam minha pele e eu viro o rosto para fugir do seu toque.

—Na verdade sim. — respondo com um pouco de sarcasmo em meu tom — Quando o mês ainda não acabou, mas meu salário sim e eu preciso comprar coisas para o Max... Sinto-me muito feliz ao ver o dinheiro de Jordan em minha conta. Além do mais... — continuo mal notando as lágrimas caírem pelo meu rosto — não podemos obrigar ninguém a ficar não é?... O amor não funciona assim, Damian.

—Eu sei disso, Emma. — ele segura minha mão, seu dedo indicador acariciando minha palma em um gesto claro de carinho e consolo — Algumas pessoas são burras demais para saber quando possuem um tesouro.

Suas palavras flutuam entre nós, chegando direto ao meu coração. Ele acha que somos um tesouro. Max certamente é, mas eu... Acho que Jordan levou um grande pedaço do meu amor próprio com ele. Ainda assim, Damian enxerga algo que não consigo ver. De todos os homens, ele deveria ser o último a me enxergar dessa forma.

Falam em amor à primeira vista, quando você conhece alguém e simplesmente sabe que essa pessoa terá um significado imenso em sua vida. Eu achei que tivesse sentido isso uma vez. Quando conheci Jordan; borboletas no estômago e tudo mais. Claro, ele teve sim, um grande significado em minha vida. Como pai do meu filho.

Entretanto, sentada aqui, agora com Damian ao meu lado, o calor de sua pele na minha. O barulho de sua respiração ecoando em meus ouvidos. Esse momento parece diferente, único... Tão errado e tão certo ao mesmo tempo. Essa sensação me assusta profundamente. Estou apavorada com as batidas do meu coração que aumentam à medida que seus dedos tocam minha pele.

E tanto quanto eu tenho imenso desejo em descobrir aonde esse sentimento poderia me levar, o senso de autoproteção é infinitamente maior. Preciso me afastar de Damian, não posso deixá-lo chegar até a mim. Eu teria o meu coração partido em mil pedaços. De uma forma, que remendá-los dessa vez, seria uma tarefa impossível.

—Está tarde. — digo me levantando bruscamente e caminhando até a porta — Acho melhor você ir Damian.

Ele fica quieto por um tempo, apenas olhando para a tevê, então passa as mãos pelos cabelos e pega seu caderno. Quando caminha até mim, posso ver em seus olhos as mesmas emoções que os meus certamente refletem.

É tudo tão insano, nós mal nos conhecemos, trocamos poucas palavras e toques inocentes, ele é o namorado da minha melhor amiga e mesmo assim; eu sinto que existe uma ligação entre nós.

Ele para em minha frente, os lindos olhos fixos nos meus e um sorriso quase triste no rosto bonito. Suas mãos sobem até meu rosto e ele coloca uma mecha de cabelo atrás da minha orelha.

—Quando a pessoa certa chegar Emma. — ele diz em um sussurro, seu rosto tão perto do meu que prendo minha respiração — Nada no mundo a fará ir embora.

Ele caminha até sua moto, colocando seu caderno preso no cós de sua calça e me olha com o capacete na mão.

—Fique bem! — sua voz rouca parece mais grave no silêncio da noite — Feliz Natal, Emma, dê um beijo no Max por mim.

Ele sobe em sua moto em um movimento rápido e liga o motor potente. Ambos somem rapidamente dos meus olhos, mas eu ainda fico parada à porta, a mão no coração, como se pudesse acalmar meus batimentos apenas por tocar o meu peito.

Eventualmente eu fecho aporta, desligo a tevê e vou para cama. Max ainda dorme no seu berço, o sonotranquilo, com sonhos inocentes. Mesmo assim, eu o seguro forte em meu peito,necessitando urgentemente de calor humano. Estou realmente encrencada...    

    

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