Apenas Diga Que Me Ama/ Capít...

By Lucy_Benton

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Não estava nos planos de Emma Jones, engravidar do seu namorado. Ainda mais no seu último ano da faculdade de... More

Prólogo
Cap. Um
Cap. Dois
Cap. Três
Cap. Cinco
Cap.Seis
♥♥Recado♥♥
Recado♥
E-book Gratuito♥

Cap.Quatro

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By Lucy_Benton


       Damian

Uma ideia fixa...

Se você já teve uma, sabe exatamente como elas funcionam. Simplesmente grudam em sua mente e não vão embora de jeito algum. Não importa o quanto queira se ver livre dela, não importa o quanto se esforce para se distrair e ocupar a mente com coisas que não estão tão propensas a ser tornarem péssimas decisões em sua vida.

Não, isso não funciona assim, porque uma ideia fixa é como super cola; elas possuem uma aderência quase impossível de ser destruída. Há alguns dias eu tenho uma ideia fixa e ela se chama Emma Jones. Nota-se que agora eu sei o seu sobrenome. Isso, graças, as minhas conversas investigativas com Rachel.

É perceptível que falar da amiga não é a sua coisa favorita no mundo, a não ser que seja uma crítica ou um debocheIsso me irrita profundamente. Mas, desde que Emma ocupa quase todos os meus pensamentos e saber o máximo possível sobre ela me interessa além do normal; eu ignoro a falsidade de sua melhor amiga.

Quando conheci Emma, alguma coisa mudou em mim. Eu sei que parece piegas, mas é a mais pura verdade. Não me sinto mais o mesmo. Em parte porque venho me comportando como um doido, com uma ideia fixa que beira a obsessão.

Mas uma parte maior ainda é porque conhecê-la foi como encontrar o meu destino e sei que não podemos fugir do nosso destino. Era o que minha mãe sempre me dizia.

Sai daquela casa sem conseguir deixar as chaves outra vez sob o vaso ao lado da porta, como havia decidido a princípio. Tudo o que eu podia pensar era que algum maluco pudesse encontrá-la, abrir a casa e fazer algum mal a Emma e ao Max. Estranhamente eu não cogitei que algo assim pudesse acontecer com a Rachel também. Isso me torna um canalha, é obvio...

Mas eu levei as chaves comigo e voltei para entregá-las a Rachel à noite. Para a minha tristeza, Emma não estava à vista. Arrumei uma desculpa e fui embora minutos depois de uma conversa muito estranha com Rachel. O fato de que ela apareceu em meu estúdio no dia seguinte e me entregou as suas chaves, junto com um convite de jantar, não deveria ter me surpreendido. Ainda assim, fiquei um tanto quanto chocado.

Aparentemente as minhas atitudes errôneas, demonstravam um interesse que eu não tinha. Porém, aceitei as chaves e o convite para o jantar. Acredito que uma coisa não viria sem a outra.

Emma voltou para a casa àquela noite e me encontrou no sofá, assistindo tevê. Sim, eu sabia qual a imagem essa cena passava e deduzia perfeitamente qual cenário tudo isso criava em sua mente. E isso aparentemente a fez manter distância.

Em todos os nossos breves encontros após essa segunda noite em que a vi, ela se esforçou para me evitar. E quanto mais eu tentava me aproximar, mais as suas barreiras eram erguidas.

Óbvio que isso se deve ao fato de que aos seus olhos, sou o namorado de sua melhor amiga. Isso é totalmente compreensível e me sinto um completo imbecil por tão lhe dizer logo a verdade.

Mas qual é exatamente a verdade?

Nem eu mesmo posso responder essa pergunta. Quando se trata dessa situação, meus pensamentos não podem ser ordenados em linha reta. Desde quando me tornei esse cara tão confuso? Também não sei.

O maior problema de toda essa história é que Rachel também acha que estamos namorando, tenho medo de que ela já esteja planejando o nosso casamento. Isso soa absolutamente insano, quando tudo o que fizemos na realidade foi passar algum tempo juntos, enquanto conversamos. Talvez seja necessário ratificar que eu apenas a ouvi mais uma vez. Ela é uma falante certamente. A única vez em que nos beijamos realmente foi horas após nos conhecermos, momentos antes dela se perder em suas exageradas taças de vinho e acabar a noite bêbada em sua cama.

Mas eu aparentemente sou seu namorado, por simplesmente não conseguir virar as costas e deixá-la para trás. E isso acontece porque minha ideia fixa se chama Emma Jones e ela e Rachel estão interligadas... Deus, isso é a porra de um filme de terror dos anos 80. Um no qual eu sou o roteirista e o protagonista também.

— Você está calado além do habitual essa noite. — Rachel me diz, apontando o seu garfo de salada para mim.

Como ocorreu em quase todas as noites dessa semana, ela me ligou quando estava saindo do trabalho e me convidou para jantar. Ultimamente tenho evitado a sua companhia. Achei que o meu afastamento súbito seria a dica que, o que quer que nós tivemos, ficou para trás. Mas ela não entendeu e continua me mandando mensagens melosas e me ligando ao longo do dia. Então chegou a hora de lhe dizer claramente que não somos um casal e que é melhor ela parar de ouvir sinos de igreja enquanto olha para mim.

— Precisamos conversar. — digo com seriedade, deixando meu prato quase intocado de lado para encará-la.

— Estamos conversando. — ela dá de ombros, não me olhando para espetar freneticamente a salada em seu prato.

— Não, você está falando. Só estou ouvindo, — a corrijo e levantando a mão, acrescento — ou fingindo que estou ouvindo, desculpe.

Ela ri, levantando a cabeça com o garfo a caminho da boca — Homens... Vocês são assim mesmo.

— Na verdade não ouvi metade de tudo o que me disse até hoje.

— Isso é tão típico. — ela não se abala com a minha sinceridade — Mas eu, ao contrário de você, estou bem atenta ao que diz.

— Posso falar então?

— Claro, sou toda ouvidos. — ela diz, mantendo o sorriso.

Fixo-me em seus olhos verdes. Apesar de não me sentir atraído por ela, não posso negar a beleza que eles possuem. São lindos olhos, cheios de determinação e certeza. São tão diferentes dos tristes e doces olhos de Emma. Aquele olhar sim vai direto à minha alma.

— Não quero mais receber suas mensagens ou nenhuma ligação sua Rachel. — digo sem rodeios — O que quer que você ache que está acontecendo entre nós, acaba aqui.

— Como assim? — ela indaga com descrença, deixando o garfo de lado. Há ainda mais determinação em seu olhar — Está terminando comigo? É isso, Damian?

Agora é a minha vez de rir — Como podemos terminar algo que nunca começou? Não pode achar que estamos juntos, você realmente acha?

Indagar isso é tão redundante, eu sei a resposta e a culpa é toda minha, mesmo assim não me contenho ao perguntar.

— Se eu acho? — ela devolve com indignação — É claro que estamos.

Olho ao redor, para a pequena platéia que a sua exasperação conseguiu capturar. Controlo o meu próprio temperamento antes de seguir a conversa.

— Somos apenas amigos, Rachel — pontuo passando as mãos pelo cabelo — Nunca fomos nada, além disso, mas acho que não podemos nem mesmo manter essa amizade.

— Amigos? — a pequena palavra parece embolar em sua língua quando repetida — Não somos amigos.

— Sim, somos.

— Amigos não se beijam.

— Nós não nos beijamos. — sinalizo com calma — A não ser no rosto, o que eu acho que é exatamente o que amigos fazem.

— E sobre a primeira noite? — ela sussurra — Você dormiu na minha casa, em minha cama, depois de ter me beijado no bar... Isso não é amizade.

Eu exalo, porque em parte ela está certa — Quando nos conhecemos eu me senti atraído por você, mas não temos absolutamente nada em comum... Isso — faço um gesto entre nós — Seria um completo desastre.

— Você está terminando comigo. — ela murmura como se fosse uma ofensa imperdoável. Acho que ninguém até esse momento teve a mesma coragem. Mas isso nem mesmo pode ser considerado um namoro.

— Não estamos namorando. — reforço — E somos tão diferentes, que até mesmo a amizade seria uma ideia ruim.

— Damian... — ela balbucia meu nome de forma condescendente, isso me faz sorrir da mesma forma. Rachel acha que estou doido — Eu gosto de você, muito mesmo e estou disposta...

— Mas eu não, — a corta com rapidez — não estou disposto a nada. Existem muito caras lá fora, mas eu não sou o seu.

— Eu não entendo; você parecia bem interessado. — ela pondera, olhando para as unhas longas que tamborilam na mesa — A não ser...

Ela para e parece pensar com muita seriedade, isso é visível quando seus olhos retornam ao meu rosto. Arqueio uma sobrancelha e cruzo os braços, esperando suas próximas palavras.

— A não ser, — ela repete lentamente — que você tenha conhecido outra pessoa. Você conheceu?

Sim, a sua melhor amiga. Eu a vi por poucos minutos, trocamos somente algumas palavras, porém não posso esquecê-la.

— Não. — digo simplesmente — A questão é simples, nós nunca daríamos certo.

— Isso é ridículo, realmente não faz sentido algum para mim.

— Rachel, — agora é a minha vez de ser condescendente. Não imaginei que ela se faria de desentendida dessa forma — você é uma garota incrível, mas não me sinto atraído dessa forma.

Ela não responde, mas continua a me encarar como se eu estivesse tendo um surto de loucura bem diante dos seus olhos. Balanço a cabeça, sentindo o último pingo de paciência deixar o meu corpo. Seu eu fosse o tipo de cara que não se importa em ferir ou magoar uma garota, a questionaria sobre nunca tocá-la ou sobre nunca ter tentado levá-la para a cama. Será que ela pensa que fizemos sexo na primeira noite?

Seria tão fácil lhe mostrar que está errada. Entretanto, recolho minha jaqueta após me levantar e busco algum dinheiro em minha carteira para pagar o jantar. Jogo as notas sobre a mesa e digo:

— Estou indo!

Sem esperar uma reposta, caminho a passos largos até a saída. Felizmente escolhi uma mesa próxima à porta. Já pensava em uma fuga rápida desde que pisei aqui.

— Damian. — ela me chama quando já estou saindo, giro o pescoço para encará-la — Por quê?

Porque ela não é a Emma, a minha ideia fixa, a garota da qual não consigo apagar o sorriso e a tristeza da minha mente.

— Não era para ser. — digo depois de um tempo. Essa é a maior verdade que saiu da minha boca essa noite.

Saio do restaurante e ando apressadamente até a minha Harley, estacionada ao lado da Mercedes de Rachel. Nunca um carro combinou tanto com seu dono. Visto a minha jaqueta, coloco o capacete e subo na moto em tempo recorde. Quando o motor vem à vida, preenchendo o silêncio da noite, saio daquele lugar sem olhar para trás. Estar longe de Rachel me coloca automaticamente longe de Emma, mas pela primeira vez desde que a conheci, essa foi a melhor decisão que tomei.

♥♥♥

Alguns dias se seguiram ao meu último encontro com Rachel. Ela não fez nenhuma aparição surpresa em meu estúdio, porém, não respeitou o meu pedido e me ligou insistentemente nos três primeiros dias. Também mandou diversas mensagens. Não respondi nenhuma delas, menos ainda as suas ligações.

No quarto dia as ligações pararam e eu respirei aliviado, por achar que ela finalmente havia entendido o meu silêncio como um recado.

Mas então, essa manhã, a sua mensagem antecipada de Feliz Natal e o aviso de que passaria alguns dias fora em Nova York, deixou tudo mais claro. Ela não estava recuando definitivamente, estava apenas me dando uma trégua. E fez questão absoluta de dizer que nos encontraríamos no Réveillon assim que voltasse para a Califórnia. Isso era realmente incrível.

De repente, comecei a questionar se ela não seria como aquelas personagens de filmes de suspenses, que perseguem os homens pelos quais acham que estão apaixonadas. Eu desejo ardentemente que não. Por hora, deixei Rachel de lado e segui minha rotina. Ainda assim, sentia a falta de Emma. Muita falta...

Às vezes o seu sorriso invade a minha mente sem que eu tenha controle sobre os meus pensamentos. Quero saber se Max e ela estão bem, mas não há a menor possibilidade que eu apareça em sua casa sem alguma explicação plausível. Acredite, eu tentei e depois de ficar meia hora sentado em minha moto, em frente à sua casa, me dei conta de como tudo aquilo era insano e fui embora.

Não há nada que me conecte a Emma mais e embora eu ainda possa contar-lhe toda a verdade sobre a espécie de relacionamento que Rachel e eu tivemos, acho pouco provável que ela me queira por perto.

Uma ideia fixa...

Eu espero encontrar outra ideia fixa, além de Emma Jones.

— Onde está a merda do meu caderno de esboço? — pergunto para ninguém em especial, soando um pouco mais rude do que gostaria.

Ninguém diz nada. Embora eu saiba que, se me virar, encontrarei Levi e Guy me observando revirar cada canto da grande estante que temos atrás do balcão do estúdio. Ficar alguns dias sem desenhar foi o que bastou para me esquecer totalmente desse caderno. O que diz claramente o quanto esses últimos dias foram atípicos, porque eu nunca me esqueço desse caderno; nunca,

— Alguém viu o caderno por aí? — reformulo a pergunta, agora em um tom bem mais gentil.

— Não. — Guy é o primeiro a responder. A diversão é muito evidente em sua voz forte... Como perder um caderno pode ser engraçado?

— Deve ter esquecido na casa da sua namorada. — Levi diz logo em seguida, seu tom neutro não me passa despercebido. Isso porque ele se encantou por Rachel assim que ela cruzou a porta em nossa direção, mas os olhos dela aparentemente brilharam por mim e não por ele. Ainda assim deveria ter me afastado; Deus sabe que deveria.

— Ela não é minha namorada. — o corrijo, me virando e passando as mãos pelo rosto.

Ambos parecem incrédulos quando levanto a cabeça. É tão difícil acreditar que estou falando a verdade? Ainda assim, o que mais me preocupa é que o meu caderno tenha ficado mesmo na casa da Rachel.

— Não é? — Levi insiste. Há um pouco mais de interesse em sua voz agora.

— Não. — nego.

— Ela já sabe disso? — ele indaga interessado — Porque aparentemente ela pensa o contrário.

— Ela sabe, tivemos uma conversa séria há alguns dias. — afirmo, voltando a inspecionar as prateleiras — E o meu caderno?

— Se não estiver em sua casa, — Guy comenta — com certeza está na casa da sua namorada.

— Isso é muito, muito engraçado, Guy. — debocho, desistindo de vez da minha procura. Agarro as minhas chaves sobre o balcão de madeira e dou a volta, pisando na recepção do estúdio para encará-los — Estou indo.

Ficaremos três dias sem abrir o estúdio por conta do Natal. Eu não irei para o Texas visitar os meus pais esse ano, mas sei que Levi e Guy irão apreciar um tempo com suas respectivas famílias. Acho que ao contrário deles, tudo o que farei realmente será desenhar, isso se conseguir encontrar o meu caderno.

— Feliz Natal, cara! — Guy me cumprimenta com um sorriso largo e um abraço apertado. Ele é aquele cara otimista e sorridente, para quem é simplesmente impossível não dar o nome de amigo.

— Obrigado, cara... — bato o seu ombro no meu antes de me afastar — aproveite a companhia da sua mãe. Eu certamente adoraria estar com a minha.

— Não tenha dúvidas de que eu farei isso. — ele replica cruzando os braços, o sorriso ainda iluminando o seu rosto.

Olho para Levi e sorrio, estendendo a mão para me despedir dele, assim como acabei de fazer com Guy.

— Aproveitem a folga! — grito para os dois, caminhando até a porta e pegando meu capacete sobre uma das poltronas ao lado da porta.

O caminho até a minha casa já está tão memorizado em minha cabeça, que eu poderia fazê-lo com os olhos fechados. É exatamente esse o trajeto que eu deveria fazer, porém, me vejo mudando a rota inesperadamente. A velocidade com que minha Harley ganha a estrada, não me permite duvidar da minha decisão repentina.

Digo a mim mesmo que tudo o que quero é o meu caderno de esboços, mas essa uma mentira que não posso contar ao meu coração. Quero ver Emma...

Existe a possibilidade que ela também tenha ido viajar, mas não perco nada em conferir se a encontrarei ou não em casa.

Deussabe o quanto tenho lutado para me manter distante, porém, esquecer o meuinseparável caderno de esboços na casa de Emma, parece ser um sinal divino... Eeu não desperdiço sinais de Deus! 

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