A lenda dos três

By Kael777

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O herói, o vilão e a morte. Faces perigosas de figuras infinitamente repetitivas ao longo dos séculos, ao lon... More

Prólogo
O herói
O vilão
A morte
Divindades e perigos, caindo na estrada.
Além da compreensão
Uma viagem interdimensional.
Dimensão Zero

Crer ou não crer, eis a questão.

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By Kael777


9º Circulo infernal, purgatório dos traidores. Reunião da legião rebelde de lúcifer, o príncipe das trevas.


O purgatório dos traidores nada mais era que o lar de todos os seres do universo cujo maior pecado havia sido a traição, era belo a forma como eram castigados, enterrados em montes de gelo e condenados a terem seus corpos queimados com o frio extremo sem nunca poder descansar ou aliviar a dor enquanto diante de seus olhos passava infinitamente a lembrança de sua traição, mas, como todos os purgatórios, também havia ali uma chance de crescer e se tornar um demônio menor, esta chance era dada a todos aqueles que jurassem lealdade ao senhor dos infernos. O mais irônico daquele lugar eram seus líderes, os demônios maiores, conhecidos como anjos das trevas, ou servos de lúcifer, biblicamente falando, a terça parte dos anjos do céu que o dragão arrastou com ele para as profundezas, estes eram os maiores traidores do universo.

Eram incontáveis diante os olhos da Morte a quantidade de seres de escuridão que haviam ali, fileiras e mais fileiras de trevas e podridão, rostos tristes, vozes rasgadas gritando por luz, e gritos de horror por não suportar mais a dor. Lúcifer, que um dia fora chamado de estrela da manhã, a contraparte de Deus, todo poderoso estava sentado em um trono acima de um pequeno morro de corpos mutilados por seus servos, provavelmente um assento provisório já que no fundo, ao horizonte daquele deserto de neve e sangue era possível ver a sombra de seu incrível castelo, com suas torres majestosas e suas bandeiras hasteadas. Seres voavam nos altos daquela dimensão, e outros rastejavam, todos estavam prontos para escutar o que o mestre do mal estava para dizer, mesmo com gritos de horrores vindos das almas sofredoras, todos prestaram atenção.

— É impressionante como a cada milênio que se passa a nossa quantidade diminui, Azazel ainda está ali, Belzebu também, então acho que já podemos dar início ao que será o meu primeiro pronunciamento desde a destruição do meu último corpo terreno. — A voz de lúcifer parecia soar de todas as direções e era como trovões, mas calma. Em sua forma etérea o ser mais iluminado dos infernos era belo, seus cabelos não possuíam cor fixa e pareciam oscilar entre luz e trevas, seus olhos eram azuis como o céu sem nuvens e sua pele se igualava à cor da neve que o cercava, vestia apenas uma túnica negra, semelhante a um vestido, e tinha na cabeça uma coroa de ossos que parecia mãos entrelaçadas.

— Sei que muitos de vocês estão com vontade de falar algo sobre minha última forma, onde assumi o corpo de Hitler, meio que perdi a paciência e brinquei muito com os humanos, mas aquela forma nada mais foi que um pequeno instrumento para tirar vidas cristãs, eles agora duvidam da própria fé, estão vulneráveis, mas o assunto agora é outro. — Ele levantou e seis de suas doze asas se materializaram como luz, iluminando todo o 9º inferno ele levantou voou, e muitas vozes gritaram na multidão que o escutava, era uma cena divina, era aquilo que fazia a fé negra ser tão forte, a presença física de um deus falso, um deus das trevas.

— Espero que isto não incomode suas visões, afinal, sei bem que até mesmo a Morte nos observa. — ele olhou em direção à própria morte que flutuando não muito longe dali observava tudo, o ser mais antigo de todos não se intimidou com o inimigo de Deus, e o encarou por segundos. — O assunto do dia é sobre uma semente, não uma mas duas, bem mais perigosas que a da árvore da vida. — Ele gargalhou — Sem dúvidas. Um dos sete desceu à terra e agora cresce por lá uma criança, que serve como receptáculo para poder inimaginável, poder comparável ao de Deus, vosso querido pai, em contrapartida também desceu à terra, nosso paraíso badalado, a contraparte deste ser supremo, o que causou, nos últimos anos, o que vem sendo chamado na comunidade divina de novo êxodo, um movimento generalizado de deuses de todas as religiões para fora do planeta por um único motivo... Medo. Alguém aqui lembra quem são os deuses chamados de pagãos?

Ele perguntou alto e claro, e todos tremeram ao pensar em responder, falar diretamente com Lúcifer era perigoso, então um de seus generais mais bem preparados se pronunciou, sua forma era medonha como um animal irreconhecível de chifres fundido com um corpo humano, os demônios amavam estas formas, causavam temor na terra e em outros planetas daquela galáxia.

— Sim meu senhor, os deuses são anjos que no dia de nossa queda não se uniram a nenhum dos lados da santa guerra no 7º céu. São anjos que fundaram a sua própria religião, são traidores que já atrapalharam nossos planos em tempos remotos. — A voz daquela aberração chegava a ser perturbadora, era como uma serra elétrica tentando cortar uma grande barra de ferro.

— Como Azazel sabiamente respondeu eu continuarei com meu raciocínio. O caminho está limpo, somente os anjos do senhor poderão tentar nos impedir agora de arrasar corpos humanos e tentar fazer algo que finalmente adiante nossos dias de glória, e com tanta coisa acontecendo na terra acho que eles podem estar de olhos bem concentrados em outros acontecimentos. — Lúcifer olhou mais uma vez para a Morte e sorriu, como se dissesse "te usarei como eu quiser" a Morte o encarou mais uma vez sem o temer e virou o rosto se recusando a se manter naquele jogo diabólico de poder. A Morte não é um instrumento de uso, ela é o destino de todos.

— Com base em tudo isso, eu tive um belo plano, um plano que pode nos levar às alturas deste cosmo infinito, que pode finalmente nos tirar desta podridão infernal. Nós devemos persuadir uma das duas sementes na terra para que elas possam ser usadas na guerra contra os céus, devemos fazer isto logo, antes que elas se deem conta de quem são e o que devem e podem fazer. — A estrela sombria dos infernos sorriu e escutou com calma os gritos de guerra que seu exército de caídos pronunciou ao ouvir o plano.

Mesmo sendo comparado com Deus, seu inimigo não era nada, o mais fraco dos destruidores. A Morte deu as costas para aqueles seres imundos e deixou o inferno, Não devia se preocupar com lúcifer por enquanto, ele demoraria a criar um novo corpo tão forte quanto havia sido o de Hitler, capaz de suportar seu poder divino. Por um tempo só demônios comuns agiriam na terra, mas antes de voltar para seu corpo e permanecer como Pedro, um humano, a Morte precisava observar um outro local.


Orfanato, enquanto Pedro dorme. 8:13 pm.


Enquanto Pedro dormia Meta e Kael pensavam sobre o novo membro do orfanato que agora ocupava um local entre eles no dormitório, ele era realmente esquisito e sem dúvidas sua situação ali era estranha.

— Então, você acha que ela está dormindo mesmo? — Kael perguntou para Meta, cochichando.

— Sim, eu acho, pelo menos ele respira, olha o lado bom, não é um zumbi. — Meta brincou.

— Tem razão. — Kael sorriu. — Ele me encarou tanto quando apertou minha mão, e tenho certeza que o que vimos não era imaginação, os olhos dele realmente brilharam vermelho.

— É, mas olha o lado bom, ele não matou agente ainda. — Meta brincou mais uma vez.

— Você vê muito o lado bom das coisas sabia? — Kael sorriu baixinho.

Enquanto os dois estavam entretidos naquela conversa antes de dormir, a porta do quarto se abriu, uma garota entrou, era Iris uma das meninas do orfanato, na verdade uma das poucas, geralmente os casais adotavam as meninas mais rápido do que os meninos. Iris era intrigante para Meta e Kael, noites antes ela fizera a mesma coisa, saia do quarto enquanto todos dormiam, ia lá fora e depois voltava. Kael em particular tinha certa atração pela garota, ela era além de uma das únicas meninas, a única criança que não possuía preconceito com ele e Meta por serem mais bem vistos pelo diretor.

A garota de pele parda e cabelos ondulados e negros entrou no quarto de cabeça baixa, coçava os olhos, ela usava um pijama que o diretor dava a todas as garotas como presente quando elas chegavam, era rosa e simples, uma calça e um blusão. Iris olhou para Kael e ao ver que ele também estava acordado acenou, então fechou a porta e andou até seu colchonete, que ficava um pouco longe do de Meta e Kael. Pouco tempo depois, Meta, que estava olhando o teto enquanto pensava no dia, ouviu alguém batendo na porta da entrada do orfanato, o que era estranho pois já era por volta das 22 horas.

— Estranho. — Kael comentou.

— Sim, você também ouviu. — Meta perguntou.

— Sim, quem será a esta hora? — Então foi possível ouvir alguns cochichos e a porta se fechando, provavelmente o diretor atendera bem zangado, pois geralmente ele costumava falar bastante com visitantes.

Kael e Meta resolveram dormir após discutir um pouco sobre quem seria na porta, e enquanto Meta dizia ser o bicho papão Kael dizia ser a polícia, sem dúvidas Meta tinha uma imaginação bem mais fértil.Durante algum outro momento da madrugada a portado dormitório se abrira mais uma vez, mas nem Meta nem Kael abriram os olhos. Porém depois dela fechar mais uma vez, um barulho estranho fez com que Kael levantasse primeiro e o que vira não se comparava nem mesmo à visão que tivera quando vira sua mãe pela última vez. Um homem de pele clara, e cabelos espetados estava no meio do quarto, ele parecia inchado como uma sacola cheia de compras, e seu sorriso, aquela era a parte mais difícil de olhar, seu sorriso se abria literalmente de uma orelha a outra, seus dentes eram afiados e seus olhos eram negros, negros como a escuridão, ele usava terno e sua forma parecia se deformar a cada segundo que se passava, Kael estava paralisado, e ficou assim até que um cheiro de podre subiu no ar um cheiro inesquecível, era como se fosse carne podre, e com este cheiro ruim Meta acordou.

— Eu não acredito que Pedro está fazendo isso logo na primeira noite. Poxa Kael, a ideia dele dormir perto da gente foi sua não é? Você vai me pagar. — Ele se sentava no colchonete limpando os olhos e falando, no escuro era ainda mais aterrorizante olhar para o que ele ia olhar. Após ver Kael paralisado, Meta direcionou o olhar para onde ele olhava e o que vira era ainda mais terrível do que o que Kael vira, o monstro agora abria a boca como uma cobra quando engole sua presa e estava ruminando para fora uma gosma escura e podre, sua forma inchada ia se desfazendo, e seus olhos, agora esbugalhados já procuravam por mais uma vítima. Meta percebera mais rápido que Kael que estava paralisado, aquilo havia devorado alguém. Só podia ser um sonho, ou melhor, um pesadelo.

Todas as crianças acordaram de uma vez quando o líquido escuro, mal cheiroso, se espalhou, as crianças que foram pegas por ele correram, outras desmaiaram de medo e umas poucas ficaram paralisadas chorando, Meta não sabia o que elas estavam vendo, mas o que ele via era aterrorizante, o monstro gargalhou e sua voz rouca lhe causou muito medo, mas não o suficiente para que ele fugisse.

— Kael! Rápido! Acorda o Pedro e tira ele daqui, eu vou tentar tirar os outros. — Meta já tinha visto alguns filmes onde o vilão era derrotado facilmente, mas sabia que com aquele ser ele não podia nem mesmo lutar. Ele precisava chamar o diretor, como ele podia não estar ouvindo isto?

Kael nem mesmo discutiu, se levantou e tomou a postura certa, empurrou Pedro, mas ele não acordava, enquanto isto Meta se levantara e corria em direção ao ser estranho que atrás dele tentava pegar mais uma criança, era um pesadelo real, Kael tentou mais uma vez acordar Pedro e sem êxito ficou sem saber o que fazer, olhou para trás e viu Meta gritando para todos fugirem ou se afastarem da gosma que o monstro vomitara. E se aquilo fosse o resto de alguém? Muita gente ali precisaria de um bom psicólogo. Kael pegou Pedro, e o carregou com muita dificuldade até um canto do quarto, lá ele o deixou no chão, pois ao olhar para o lado algo chamou mais sua atenção do que a vida de Pedro, Iris estava gritando e suas pernas estavam imersas na gosma mal cheirosa, ela não conseguia se mexer.

— Fique aqui Pedro, eu já volto! — Kael correu até Iris e a puxou para fora da gosma com toda a força que tinha, e estranhamente fácil ela saiu dali. — Corra para onde está Pedro, ali no canto. O diretor já deve estar vindo, vai ficar tudo bem. — Ela simplesmente concordou com a cabeça e correu, havia algumas vantagens por aquele quarto ser grande mais havia bem mais desvantagens, a porta de saída estava um pouco distante, não havia como fugir sem passar pelo ser que Meta distraia muito bem, Kael correu e se juntou a ele.

— Então, algum plano? — Meta perguntou.

— Não, nenhum, Pedro não acordou. — Ele olhou para o monstro e ele parecia não dar atenção a eles e agora ia em direção a alguns garotos de aproximadamente 9 anos que estavam caídos no chãoe chorando. Kael observou, ele era lento. — Meta, ele é muito lento. A gente pode fazer algo!

— Deve ser por que ele acabou de comer, quem sabe se a gente chutar a barriga dele ele sinta dor, afinal, o que diabos ele é? — Meta perguntou, vendo que o ser já havia dado as costas para eles, os garotinhos agora corriam em direção a porta.

— Onde está o diretor, que droga! Esta coisa não pode sair daqui, ele já matou uma criança! Já chega! Meta, vamos chutar a bunda desse Bicho papão! — Kael deu a ideia, e Meta que já não parecia assustado correu em direção ao monstro.

O ser agora abria a boca novamente para engolir mais um pequeno garoto, e neste momento meta o chutou por trás, mas sem a técnica certa ele caiu no chão, Kael assumiu a frente e socou as costas do monstro, mas também não havia sido o suficiente, o monstro então começou a se virar para eles.

— E agora? — Meta perguntou assustado.

— Agora agente morre. — Kael respondeu constrangido pela pouca força.

O monstro olhou para eles e seus olhos negros mudaram para um tom vermelho, ele então começou a mudar sua forma horrenda semelhante a uma sacola e sua boca voltou ao normal, ele ajeitou seu terno e seus cabelos, colocou-os para trás bem arrumados, e apertou a gravata. Sorriu de um jeito bem comum desta vez e fixou os olhos nos garotos.

— Nunca um ser humano havia conseguido me causar tanto fascínio, vocês conseguem me chutar e socar sem nem mesmo serem atingidos pela minha onda de pânico. Interessante. Deve ser por vocês que estou à procura. — A voz dele era comum e até bonita, agora parecia um homem. Ele então avançou para agarrar Kael, mas Meta levantou numa velocidade surpreendente e parou as mãos do monstro com força igual.

— Meta? Como. — Kael estava surpreso com a cena, Meta demonstrava força semelhante à do ser estranho.

— Eu não sei! Corre, chama o diretor! — Meta gritava para Kael, que ao ouvir correu para a porta do dormitório.

— Mas como você pode ser tão forte garotinho? Não me espanta que meu senhor o queira! Por que não me chutou com esta força? — Meta não se importava com nada que o monstro dizia, olhou ao redor rapidamente e viu que tudo estava paralisado, o que estava acontecendo?

Na porta do dormitório Kael Havia caído, e na sua frente entrava um homem alto e luminoso, sua pele parecia ascender como uma lâmpada, sem dúvidas aquela era a noite mais estranha de todas na vida de todos ali. O ser de luz parecia não possuir rosto, era como olhar para o sol, ele vestia uma armadura que parecia ser feita tanto de peças tecnológicas quanto de peças medievais, nas mãos ele carregava uma espada.

— Volte para o inferno aberração da gula! — O ser luminoso gritou, a voz era a do diretor. Kael então não viu mais nada, Meta voou para trás, e o que lhe empurrou nada mais foi que uma grande onda luminosa que varreu todo o quarto, o ser monstruoso que antes usava terno e gravata agora era apenas um monte de poeira cinza.

— O que foi isso?! — Meta gritou, ainda cego pela luz, sua visão ia voltando aos poucos.

— Meta, você está bem? — Kael gritou, também sem poder ver.

— Vocês dois, não deviam ter feito isto, creio que agora não vá mais ter meios de guarda-los do mundo. Fujam, vocês não podem ficar aqui, virão mais, com certeza virão, e serão bem mais poderosos. — O ser luminoso sumira e no seu lugar estava o velho e bom diretor.

— Mas o que foi isto, nos explique! — Kael perguntou, recuperando a visão antes de Meta. Todas as crianças ao redor estavam apagadas. Até mesmo Iris.

— Diretor? Foi você? Mas como... quem é o senhor. — Meta perguntou recuperando finalmente a visão e se levantando ao mesmo tempo que Kael.

— Peguem este dinheiro, usem ele para deixar a cidade de algum jeito, vocês precisam fugir. Este era um demônio da gula! Um demônio de verdade! — O diretor parecia calmo e entregava para Meta uma bolsa pequena com algum dinheiro dentro.

— Mas a gente só tem doze anos diretor, não podemos deixar a cidade assim. E aliás, quem é o senhor? Responda! — Kael parecia indignado com a situação.

— Eu sou um anjo do senhor Kael, e me chamo Anael! Não se preocupem com suas idades vocês acharão um meio de fazer o que deve ser feito! — O diretor era um anjo, Meta e Kael estavam surpresos e seus olhos arregalados pareciam não crer em tudo que estava acontecendo, um demônio, um anjo, a Morte, por que? Qual a razão daquilo tudo? Era tudo muito confuso, era difícil de se acreditar, era como se finalmente o mundo fértil e infantil de meta tivesse tomado forma real, era como em um de seus estranhos pensamentos, mas mesmo com tantas dúvidas e falta de fé eles não questionaram a ordem do diretor, já haviam visto o suficiente.

— Meta, pega o Pedro, eu pegarei a Iris, eles virão com a gente. Eu sei como nós vamos sair da cidade! — Kael falou assumindo um tom sério.

— Certo! Mas... você não está curioso para conversar mais com o diretor? Sou só eu mesmo? Tá, tá... deixa, eu vou lá pegar o Pedro. — Meta estava bem mais animado que surpreso, porém em sua mente a dúvida que pairava era "Por que aquele demônio queria nos pegar? Por que nós?"

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