Lady Charlotte

By lavsmiranda

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Livro 1 da trilogia "Irmãs Harrison". Charlotte Harrison, a filha caçula do duque de Cambridge, vai fazer dez... More

Dedicatória
Prólogo
I
II
IV
V
VI
VII
VIII
IX
X
XI
XII
XIII
XIV
XV
XVI
XVII
XVIII
XIX
XX
XXI
XXII
XXIII
XXIV
XXV
XXVI
XXVII
XXVIII
XXIX
Epílogo
Agradecimentos

III

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By lavsmiranda

George não poderia deixar aquela senhorita com uma má impressão dele. Saiu apressado do jardim e voltou para o salão do baile. Correu seus olhos por todo o salão procurando uma moça de vestido azul com o cabelo loiro preso. Como se só existisse ela de vestido azul e cabelo loiro, pensou ele. Começou a andar pelo salão, mas era interrompido a cada minuto por mães apresentando suas filhas e exaltando suas qualidades, coisas que George não estava nem um pouco interessado. Sentiu os olhares de curiosidade sobre ele, pois nunca havia saído dos muros do palácio para conviver na sociedade londrina.

Depois de muito procurar, conseguiu avistar Charlotte com uma expressão de tédio ao lado de uma mulher, que deveria ser sua mãe. Foi em direção a ela, pegando em sua mão enluvada, e posteriormente, beijou com delicadeza.

— A senhorita queira me perdoar pelo episódio do jardim. Gostaria de dançar a próxima valsa comigo?

George percebeu a confusão e perturbação nos olhos de Charlotte. Sentiu certo prazer em deixá-la daquela maneira. Ela puxou sua mão e fechou a expressão, cruzando os braços. A senhora ao seu lado, que ele presumiu ser sua mãe, olhou para Charlotte com um olhar reprovador.

— Queira perdoar Charlotte. — disse a senhora. — Chamo-me Jasmine Turner, sou a governanta das irmãs Harrison.

— Estou honrado em conhecê-la — George beijou sua mão. — Chamo-me Alfie Smith.

— E o senhor está de saída, não é mesmo? — Charlotte arqueou a sobrancelha para George.

— Desejo que a senhorita dance comigo. Estou apenas esperando sua resposta. Espero que sua resposta seja sim. — olhou para a preceptora e deu um sorriso sedutor. — A Sra. Turner permitiria?

— Claro. Charlotte não está fazendo nada. — Sra. Jasmine virou-se para Charlotte. — Comporte-se.

— Está bem. — George notou o mau humor na voz de Charlotte ao responder a governanta.

— Ficarei honrado em dançar com a senhorita. — George disse sarcasticamente.

— É claro que vai. — Charlotte revirou os olhos.

George ofereceu o braço para Charlotte colocar o dela, o que ela faz de pouco grado, mas ele estava se divertindo com a situação a cada momento. Quando começou a valsa, eles entraram dançando com grande elegância e postura impecável.

George estava satisfeito; Charlotte em momento algum pisou em seu pé, muito pelo contrário, mostrou-se ser uma perfeita dançarina.

— Vai ficar me olhando desta maneira, ou irá me dizer o motivo dessa tamanha tolice que acabou de fazer? — Charlotte disse irritada.

— É tolice eu me arrepender do que fiz a senhorita, pedir perdão e querer dançar uma valsa como um selo do meu arrependimento?

— Exatamente! É uma completa tolice. — o encarou atentamente. — E eu não perdoei você.

— Por quê? — George perguntou atordoado.

— O senhor foi um completo mal-educado comigo. Foi um péssimo comportamento e má impressão. Faz-se isso com uma desconhecida, imagino o que não possa fazer com os conhecidos.

Aquelas palavras atingiram George como um punhal em suas costas. Quase parou a dança no meio do salão, mas tinha que continuar, ou todos o olhariam ainda mais. E mais cochichos iriam surgir acerca de quem ele era.

— Eu não sou assim. — George encarou Charlotte com mais atenção. — Não consigo entender o que aconteceu comigo. — mordeu o lábio inferior.

— Será mesmo? — Charlotte perguntou com desconfiança.

— Minha mãe me fez prometer que eu nunca seria como meu pai. — engoliu em seco. — E eu não quero ser como ele, entende? Ele é péssimo com minha mãe.

— Lamento, eu não queria que chegássemos a assuntos que não lhe deixam à vontade. — Charlotte apertou a mão de George. — Apesar de eu não querer perdoá-lo, algo dentro de mim diz que devo lhe dar uma segunda chance para recomeçarmos melhor.

Por um momento George sentiu uma alegria parecida com a qual sentia quando estava perto de Jade. A garota de olhos verde-esmeralda que ele tanto gostava e deixou na Espanha. Jade era doce, amorosa, gostava de conversar sobre o mundo e coisas simples que aconteciam no dia.

Apesar de pouco tempo, sentia uma certa afeição daquela desconhecida do jardim. Charlotte conseguia transmitir um turbilhão de sentimentos diferentes, e ele estava gostando daquilo.

— Está me olhando mais uma vez daquela maneira. — Charlotte deu um sorriso torto. — O que tanto pensa ao olhar para mim?

— Isso realmente lhe interessa? — deu um sorriso maroto.

— Sim, afinal, é o senhor que está me olhando de maneira estranha. — retribuiu com um sorriso torto.

— Nada importante. — sussurrou em seu ouvido.

— Vou fingir que acredito. — Charlotte respondeu com ironia e ficou levemente ruborizada. — O senhor não é daqui. Nunca o vi em baile algum da temporada, ou em qualquer outro evento.

— Estava na Espanha.

— Esse sobrenome Smith não é estranho. Parece ser da família da rainha.

— É o sobrenome da família da rainha sim. — George disse cerrando o maxilar.

— É alguma coisa da rainha? — perguntou com curiosidade.

— Isso realmente interessa? — sua expressão se fechou completamente.

— Sim, o senhor é um estranho. — Charlotte tirou a mão de George.

— Eu não sou nenhum ladrão, assassino e libertino. Por Deus, senhorita, pode parar de ser tão desconfiada em relação a mim? — disse irritado.

— Não, não posso. — ela olhou ao redor. — E todos estão nos olhando discutir, até minhas irmãs.

— Ótimo. — George beijou a mão de Charlotte. — Tenho que ir embora. Espero poder revê-la. Adeus.

— Mas...

— Adeus. — fez uma vênia e se retirou.

George saiu do salão e foi procurar o cocheiro com sua carruagem. Quando o achou pediu para ir imediatamente para retornar ao palácio. Acabaria falando demais caso continuasse aquela dança com a senhorita Harrison, e isso deixaria seu pai bastante irado, coisa que ele não desejava naquele momento.

Quando olhou pela janela da carruagem, viu Charlotte no portão da mansão Lascelles, provavelmente procurando por ele, ou alguma carruagem com o brasão da família Smith, mas, sem sucesso, pois ele havia mandado retirar o emblema da família real da carruagem.

George não queria que ninguém soubesse que o príncipe herdeiro do trono estava no baile, pois seria algo desconfortável e desagradável.

Por todo caminho de volta ao palácio, não conseguia parar de pensar em um par de olhos azuis.

♛♛♛♛

Charlotte ficou olhando a carruagem em que provavelmente o senhor Smith estava, desaparecer pela rua; sem sucesso, não conseguiu ver o brasão da carruagem. O que aquele homem tinha de tão misterioso que não poderia dizer nada sobre ele. Sua cabeça começou a imaginar diversas coisas, e todas elas ruins demais. Voltou para dentro da mansão frustrada, e se acomodou mais uma vez ao lado da Sra. Turner, que olhou para ela desconfiada.

— Quem era aquele rapaz? E por que lhe pediu perdão?

— Ele se apresentou para a senhora. Porque ele foi mal-educado comigo no jardim. — deu de ombros.

— Ele era bastante bonito. Nunca o vi em nenhum baile. — sorriu maliciosamente.

— Nem eu. — cruzou os braços emburrada.

— Smith é a família da rainha, conheço todos os membros, exceto ele. O Sr. Smith comentou sobre algo?

— Ele ficou todo estranho quando perguntei. Ele deve ser louco. — Charlotte sugeriu.

— Pergunto-me muitas vezes onde se encontra a educação que eu lhe dei durante todos esses anos.

— Minha educação é usada apenas em ocasiões necessárias. — Charlotte riu.

— Ou seja, raramente. — Sra. Turner deu um meio sorriso.

Phoebe começou vir em direção a elas com um sorriso travesso.

— Quem era aquele homem dançando com você? — Phoebe chegou agarrando o braço de Charlotte.

— Senhor Alfie Smith. — respondeu Charlotte. — E você? Dançou muito? — mudou de assunto.

— Dancei com Simon Stewart, o visconde mais cobiçado do momento.

— Qual solteiro com ótima posição social não está cobiçado no momento? — Charlotte soltou uma risada debochada.

— Você é ridícula Charlotte, ridícula. — Phoebe respondeu irritada.

— Por favor, vamos embora! Meus pés estão doloridos. — Scarlett apareceu com uma expressão chateada.

— Foram as palavras mais belas que eu ouvi hoje. — disse com alívio em sua voz.

As irmãs Harrison e a Sra. Turner se retiraram para o lado de fora. A governanta foi buscar a carruagem, e quando ela chegou, entraram e se acomodaram imediatamente tirando os sapatos. Enquanto Phoebe, Scarlett e a Sra. Turner comentavam sobre o baile, Charlotte estava calada e pensativa.

Em nenhum momento ela conseguia parar de pensar em Alfie Smith. Aquele homem com olhos azuis penetrantes gélidos, com comportamento misterioso e bipolar não saia da sua mente. O que para Charlotte, era bastante perturbador e novo.

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