Fogo e Escamas (Em processo d...

By NMCMsama

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Lendas e mitos antigos falavam sobre seres místicos capazes de destruir vilas inteiras. Sua forma era semelha... More

O Jantar (editado)
Dragão Púrpura (editado)
O ataque (editado)
Dragões existem (editado)
Café da manhã
Território e Dragões vermelhos
Chegada ao churrasco
Ceremônia da Carne
Reunião e dança
Início da rotina
Signficado do beijo?
O plano de Felix -Part 1
O plano de Felix -Part 2
Fim do plano e um novo dragão?
Dragão Branco
Temores
510-n
Seu nome é Sion
Conversa na cozinha
A adição de um novo membro a família
Dragões vs Dragões
Buscado seu lugar na família
Provando suas habilidades
Ligação
O despertar da donzela em perigo
Bomm!
Gelo
Dragões: Aliados x inimigos
Desculpas
O passado e o presente
Eliminando a culpa
Reunião
Problemas e mais Problemas!
Cruzar!
A conversa
Conseguindo o Alíbi
Dragão Marrom
Camuflagem e Camuflagem
Rival?
O despertar
O grande Cezar
Rituais e Festivais
Degustação!
Treinamento
O Grande Plano
Epílogo
Entendendo sobre os dragões

Pesadelo ou lembrança

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By NMCMsama


Sentia frio?

Sabia que deveria tremer, mas ao contrário, se sentia bem... Não queria ter que admitir mas aquele clima frio do Alasca não lhe parecia extremo e inóspito como os documentários faziam crer. Inspirou fundo e suspirou, bruma branca foi expelida de seus pulmões, riu do efeito.

–Vai continuar fazendo o boneco ou não? –Uma garota de cabelos escuros e vibrantes olhos azuis o encarou, emburrada, seu rosto parecia só ter aquela expressão. Aquela era sua prima, Jennifer, apesar de ser dois anos mais nova que ele a menina era bastante esperta e independente que as vezes pensava que de fato ela era a mais velha.

–Sim. Já irie continuar. –Falou resignado, brincavam de fazer bonecos de neve, já estavam fazendo isso a horas mas sua prima parecia não se cansar nunca.

–Acho que vai começar a nevar...-Comentou.

–Aqui sempre neva. - Contestou a menina –Somos dragões azuis, isso não é justificativa para pararmos.

–Eu não sou um dragão azul, pelo menos não totalmente... –Resmungou.

–Não tente buscar uma desculpa para não trabalhar!

O garoto fez uma careta e recomeçou a refazer o boneco. O vento frio os atingiu, fazendo o cachecol do garoto voar no céu. A menina riu alto, contudo ele não achou nada engraçado. Uma coceira se fez em seu nariz, um incomodo que culminou em um sonoro espirro.

–OHH! –A sua prima soltou uma grande exclamação.

– O que...- Ele abriu os olhos, que foram fechados, por instinto, durante o espirro, e logo entendeu a surpresa da sua colega de brincadeiras. Diante de si, onde deveria estar o boneco de neve incompleto que fazia, estava uma espécie de estaca de gelo.

–Quem... –Balbuciou tocando levemente a cortante estaca que literalmente tinha matado o boneco.

–Você fez isso! –Completou afoita a garota –Você tem a habilidade igual a do meu pai! Que legal e que inveja! Eu ainda não consegui desenvolver a minha...

–Minha habilidade...- Ele olhou para as próprias mãos, totalmente ignorando o tagarelar da prima, um sorriso se formou em seus lábios. Sentia-se forte... Talvez com aquele poder poderia, finalmente, se juntar ao seu pai, provar que não precisaria de proteção e que assim, poderiam lutar lado a lado.

–Alex! –A voz alarmante de sua mãe o fez despertar de sua alegria momentânea.

–Mãe! Veja o que...- A mulher de longos cabelos negros presos como uma trança, vestindo o que parecia roupa de ski nem o deixou completar a frase.

–Temos que ir, agora! –Falou segurando o pulso do garoto e o puxando, não, praticamente o arrastado pela neve.

–Tia? –A pergunta de sua prima foi ignorada enquanto se distanciavam.

–Mãe...O que está ocorrendo? A mansão é do outro lado!

–Nós não iremos a mansão, vamos embora! Seu pai irá chegar em breve...

–Meu pai? Ele irá vir me visitar? –Novamente a alegria preencheu o íntimo de Alex, já fazia mais de um ano que não via o seu pai, desejava estar ao seu lado, não queria ser sempre tratado como uma criança que necessitava de proteção... Queria ajudar!

"E agora eu tenho poder!" Pensou, ansioso para demonstrar suas novas habilidades.

Sua mãe se deteve por uns instantes e o mirou, aquilo era estranho, seu olhar havia um misto de medo e apreensão, mas mesmo assim, ela forçou um sorriso.

–Já está na hora de você viver ao lado de outros dragões negros...

–Sério? –Alex deveria ficar feliz com aquela noticia, sabia disso, não que odiasse viver ali com os dragões azuis, mas... Sentia saudade de locais mais quentes!

Continuaram caminhando, por mais alguns instantes, estavam alcançando uma estrada, quase que abandonada, ali estava estacionado um carro, parcialmente coberto de neve.

–Não irei nem ao menos me despedir? –Sua pergunta nunca seria respondida pois lanças de gelos surgiram do nada. Sua mãe o empurrou, fazendo com que Alex caísse em um monte de neve.

–Fugindo? Sem ao menos se despedir? O bastardo está certo... Deveria pelo menos dizer adeus. –Alex reconheceu aquela voz, levantou a cabeça e pode vê-lo. Seu tio, Marcus Frostiwig, chefe dos dragões azuis daquela região. Por que ele o tinha chamado de bastardo? Não parecia ser uma palavra boa...

–Marcus... Não se aproxime! –A voz de sua mãe estava trêmula, para a surpresa e assombro de Alex, notou que as lanças de gelo tinham a machucado, seu braço sangrava. O liquido vermelho contratava com a paisagem branca...

–Mãe...

–Quieto, Alex! –Mandou, firme.

O gelo começou a derreter em volta da mulher, o estado sólido transitava para o líquido. Esse era o poder de sua mãe. Logo góticas de água começavam a flutuar no ar, se unindo uma as outras, formando uma espécie de escudo d'água.

–Margaret, não seja tola. Eu te dei uma opção, não te culpo pelo fato de ter...-Marcus se aproximava, seus cabelos negros estavam penteados para trás, pareciam forma uma espécie de onda, algo que Alex sempre achara engraçado, mas agora, lhe parecia sinistro e assustador –Bem...As fêmeas de nossa raça tem que reproduzir, não é mesmo? Essa é a função biológica de vocês. Mas, sinto muito que nosso pai tenha permitido que você reproduzisse com um maldito dragão negro.

Pela a primeira vez, Alex sentiu frio. Aquelas palavras o fizeram despertar para a gravidade da situação: Seu tio era tal como os outros dragões que o perseguiam.

–Eu não me arrependo de ter conhecido Arthur, muito menos de ter tido um filho com ele! – Bradou sua mãe.

–Sabes que ele não te ama, não é? Você só foi um instrumento. Nosso pai pensava que deveríamos fazer uma aliança com os dragões negros... Velho tolo, ainda bem que morreu, pois agora, eu, como o seu herdeiro, farei a coisa certa. Limparei nossa linhagem de impurezas como...Ele.

Os olhos azuis de Marcus se fixaram na criança.

–Eu sei que não sou a parceira de Arthur. Mas ele é meu amigo e nós compartilhamos algo em comum... Amamos nosso filho! –Com um movimento com as mãos o escudo de água virou uma espécie de chicote –Irei protege-lo com a minha vida se for preciso.

–Então, acabou de assinar seu contrato com a morte. –Rosnou Marcus. Alex notou que seus olhos azuis pareciam faiscar. Em seus pés surgiram laminas de gelo. A visão da batalha era totalmente discrepante, de um lado a neve já não mais existia, gotículas de água ocupavam o ar, como se gotas de chuva estivessem paralisadas, esperando o momento certo para seguir a gravidade. Do outro lado, o gelo começava a dominar o ambiente. Árvores se congelava e explodiam, farpas de gelo surgiam de seu interior.

–...Uja...Alex! –O garoto estava tão assustado que nem notara que sua mãe tinha falado com ele.

–FUJA! –Rosnou ela, que naquele momento lançava um chicote d' água em direção a Marcus que tentou bloquear, fazendo levantar uma parede de gelo, contudo a água atingiu o obstáculo com uma força tremenda, rachando e por fim destruindo o gelo. O dragão azul é lançando para trás, afundando em monte de neve.

–E-eu posso ajudar! Eu também tenh...

–Alex! Você tem que fugir! –Havia desespero na voz de sua mãe, que agora se ajoelhava diante do filho –Siga a estrada, o seu pai vai estar te esperando.

–Mas...-Queria dizer que agora tinha habilidades de um dragão azul, poderia lutar. Não queria abandonar a sua mãe. Não era certo!

–Eu não vou deixar que ninguém escape! –O urro do seu tio foi ensurdecedor. Alex sentiu os braços de sua mãe o envolvendo. Por um momento pensou que ela o estivesse abraçando, talvez para se despedir... Mas então percebeu algo...

Calor...

Algo quente o envolvia...

–Alex...

O garoto levantou o rosto para fitar a sua mãe, algo vermelho escorria de sua boca. Um liquido rubro e quente. Tal líquido também manchava o seu ventre aonde uma estaca de gelo tinha se alojado. Aquilo era sangue.

–Fuja...-Ela forçou um sorriso, mas foi interrompido por mais uma lança de gelo que a acertou, perfurando agora o ombro. Um grito de dor foi emitido. Alex, vacilante, caiu para trás. Não conseguia falar... Suas pernas tremiam... Sua respiração se tornara rápida tal como as batidas de seu coração. Sua mãe ainda o olhava, mas o brilho dos seus olhos aos poucos se apagava.

–Fuja...-Continuou a repetir, até que seus olhos por fim se fecharam.

–Não...

–Menos um parasita. –Riu Marcus –Uma pena, ela poderia ser útil, como uma fêmea... Uma pena, de verdade.

Alex engatinhou até a mãe, tocou seus cabelos negros... Se não fosse pelo o sangue, poderia pensar que ela estava dormindo.

–Agora é sua vez, bastardo.

Fraco e impotente... Era isso que Alex sentia no momento. Não fora capaz de proteger sua mãe! Fechou os olhos e esperou pelo o seu fim, se resignando ao seu destino.

~~~~~***~~~~~

–Alex...

O rapaz abriu os olhos, lentamente. Por alguns instantes, ficou confuso. Espera se encontrar de novo rodeado pela a neve e que diante de si se encontraria com o seu algoz, o seu tio. Mas, o rosto preocupado do seu pai era o que o fitava. Não estava no Alaska, não era mais uma criança... O corpo de sua mãe não estava ao seu lado.

–Você estava chorando. –Arthur acariciou o seu rosto –Estava tendo aquele pesadelo novamente?

–Não é pesadelo...E sim lembrança. –Sussurrou, logo uma sensação de desespero o dominou –Amélia! Ela está bem? O dragão verde...Ele...-Tentou se sentar, mas seu corpo pesava toneladas... Sua cabeça rodou.

–Se acalme, você desmaiou por exaustão! –Repreendeu seu pai –E ela está bem... Você conseguiu a proteger.

Alex deu um sorriso cansado.

–Pelo menos desta vez eu pude proteger alguém...

–Alex... Não se machuque desta forma. O que ocorreu com a sua mãe não foi a sua culpa.

O rapaz nada disse, apenas soltou um grande suspiro.

–E mais uma coisa, parece que você conseguiu despertar sua habilidade de dragão negro.

Aquilo sim lhe chamou a atenção.

–Sério? –Inqueriu animado, finalmente, contudo não se sentia diferente e tão pouco se lembrava o que tinha feito. Isso o deixou parcialmente confuso e angustiado.

–Filho, creio que já está na hora de abraçar as suas duas naturezas... Você é um dragão negro e azul. Não pode fugir desta realidade. Se quer realmente ser forte e proteger aqueles que ama, terá que aceitar o seu poder de dragão azul! Por você tentar conte-lo, acaba por afetar suas outras habilidades, como a sua magia...

–Eu sei disso, pai. Mas...Não é fácil.

–Eu sei disso, por isso... Creio que já está na hora de retornar o nosso treinamento.

–Vais entrar na minha mente de novo?

Podia-se ver a expressão de dor em seu pai, sabia que ele não desejava fazer aquilo.

– Só farei o que você me permitir fazer. Você que deve escolher.

Alex cerrou o punho, fortemente. Quanto tempo iria ser o mesmo garoto assustado e indefeso do Alaska? Se tivesse maior controle teria protegido não só Amélia como também Felix! Não podia se esconder, para sempre, por trás daquele trauma...Daquela lembrança.

–Sim, pai...Eu quero retornar ao treinamento. –Disse, por fim, decidido.

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