Laicus

Par JMBeraldo

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É 1810. Dois anos atrás a família real portuguesa fugiu de Napoleão e instalou-se no Rio de Janeiro, virado a... Plus

Prólogo
Capítulo 2

Capítulo 1

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Par JMBeraldo

56 anos depois

Bernardo estava sonhando com ossos espalhados pelo chão de uma igreja quando o disparo do canhão o despertou. Por um instante pensou estar nas trincheiras de Portugal enfrentando os exércitos de Napoleão. Sentiu primeiro o balanço da rede, então o cheiro do mar. Portugal e a guerra tinham ficado para trás.

Tocou o bolso costurado no interior da jaqueta, sentindo lá o pequeno livro que o levou a abandonar seus companheiros e atravessar o Atlântico. Suspirou. Talvez com o fim da viagem chegasse também ao fim os pesadelos sobre aquela fatídica noite que cristão nenhum deveria ter vivido. Saltou para o assoalho de madeira, respirou fundo. Meses abordo e ainda não se sentia inteiramente bem. Subiu a escada apoiado nas anteparas, fechou os olhos ao ser atingido pelo sol enfurecido. Em algum lugar distante outro canhão disparava.

Passou-se um momento de pânico. Cego pela claridade, não via onde estavam nem a origem dos disparos. Cobriu o rosto com as mãos, forçou-se a enxergar. Percebeu, aliviado, que não ouvia sons de correria ou ordens gritadas, não além do normal em um navio como aquele.

Alguém deu-lhe um tapa amigável nas costas. Ouvi a voz do imediato genovês.

- Estão saudando sua chegada, - disse Sérgio com um tom de humor. - Muitas e muitas vezes.

Um terceiro disparo era feito quando Bernardo começava a distinguir detalhes. Estavam no interior de uma baía de águas azuis. Para todos os lados havia montanhas verdes. Algumas poucas ilhas salpicavam as águas do mar. Um grupo de golfinhos saltitava paralelo ao navio, como se competindo com ele. Longe dali, outros navios iam e vinham do único porto visível àquela distância.

Um quarto disparo. Bernardo identificou o forte à sua esquerda, na ponta mais extrema da cidade que era seu destino. Mesmo distante podia ver dezenas de capelas e igrejas, as paredes brancas e as cruzes altas destacadas sobre os telhados das casas coloridas. Na ponta direita um outro forte abria fogo. Perto dali havia uma outra grande construção, talvez um mosteiro.

- Pensei que estivéssemos sendo atacados.

Sérgio riu e balançou a cabeça. Coçou a barba grisalha rala.

- Provavelmente têm algum tipo de cota mensal de pólvora a gastar, para justificar seus salários. Disparam à esmo todo os dias para saudar aqueles que vêm e vão.

E não eram poucos os navios trafegando pela baía. Era de se esperar de uma cidade subitamente feita tão importante naquela terra selvagem. Com a abertura dos portos a colônia tornava-se importante. Importante o suficiente para servir de refúgio para a família real.

- A se julgar pelas bandeiras acreditaria estar aportando na colônia errada.

Sérgio grunhiu algo que parecia significar que concordava. Bernardo quase quis que o capitão tivesse perdido-se e ido parar mais ao norte, nas colônias britânicas. Ao menos isso explicaria porque tantos navios traziam a bandeira do Rei George III ao invés daquela de Dona Maria I.

O som de algo batendo no mar atraiu a atenção de Bernardo. Caminhou até a amurada, apoiando-se. Segurou-se firme com ambas as mãos, temendo perder o equilíbrio ao olhar as águas lá embaixo. Um pequeno bote a remo se afastava das cordas do navio na direção de uma ilha onde um grande número de navios havia atracado.

- Eles informarão de sua chegada, - explicou Sérgio.

Bernardo concordo com a cabeça, os olhos ainda nas bandeiras dos navios. Sentiu calafrios ao lembrar-se das tropas de Napoleão invadindo Portugal.

- Estão por toda a parte, - disse Sérgio, cospindo sobre a amurada.

- Como disse?

- Os britânicos, - apontou com o queixo na direção da ilha. - É impossível não encontrá-los em qualquer porto que se vá em qualquer canto do mundo. São reis do mundo e comportam-se como tal.

- Portugal tem muito a dever a eles.

Sérgio riu sem humor.

- Exatamente.

O marinheiro deixou Bernardo sozinho e foi gritar ordens com a tripulação. Preparavam-se para uma espera de ao menos uma hora enquanto o primeiro contato era feito no porto e permissão era dada para a aproximação final.

A espera durou bem mais. Bernardo contou o tempo em disparos de canhões. Perdeu a conta após a primeira dúzia.

Aportaram na Ilha das Cobras de onde podia ver claramente o edifício sobre a colina. Era, sim, um mosteiro no alto. Ouvia o som de sinos anunciando a hora da manhã. Abaixo da colina via uma grande quantidade de galeões até onde alcançava a vista.

O Rio de Janeiro parecia cercado por morros, todos eles ocupados de alguma forma. Além do morro do mosteiro um outro parecia repleto de casas. Um forte estava no topo, culpado por alguns dos muitos disparos. Outro ficava na ponta extrema, oposto ao mosteiro. Bernardo pensava ver lá outro mosteiro, ou talvez uma igreja. Nem os morros nem as árvores pareciam capazes de reduzir o calor que assolava aquele lugar.

O mesmo barco que levara a notícia de sua chegada levara ele e seus pertences na direção da cidade e, por um breve tempo, Bernardo ficou feliz em sentir a brisa do mar refrescando o corpo. Recusava-se a abrir a blusa como faziam os marinheiros, o que apenas tornava-a empapada de suor.

O barco desceu a costa passando pelos armazéns onde homens gritavam ordens em português, castelhano e inglês. Toneladas de fardos e caixas eram levadas de um lado para o outro. Na água outros barqueiros gritavam ordens para sair do caminho, não poucas em inglês. Sérgio respondia a altura com o palavreado típico dos marinheiros. Não recuou sequer uma vez, nem quando quase foram abalroados por um barco cheio de espanhóis mal encarados.

Atracaram nas escadas ao lado de um cais de pedra, diante de um chafariz que mais lembrava uma pequena casa. Negros recolhiam água em jarros e baldes, fazendo uma fila não muito ordeira. Espirravam água um no outro enquanto gritavam impropérios, rindo alto.

Um dos marinheiros saltou para os degraus de pedra às margens d'água e puxou o barco, segurando-o firme. Sérgio deu a ordem que tirassem de lá o baú com os poucos pertences do português, então ajudou-o a desembarcar. Bernardo sentiu que a bota ia escorregar na pedra molhada. Só lhe faltava passar todo esse tempo no Atlântico para mergulhar no mar ao por os pés em terra firme.

- Meu senhor?

Bernardo estacou surpreso ao ver o rapaz que o aguardava. Era um jovem de talvez vinte anos trajando as roupas da corte ligeiramente adaptadas ao clima da colônia americana. Usava um chapéu exagerado e uma jaqueta aberta, mostrando mais do peito do que se consideraria casto na terra mãe. Os olhos de Bernardo seguiram para o rosto do jovem. Tinha a pele escura, mas não negra. No entanto, tinha as feições de um branco e os olhos, verdes.

- Padre Bernardo Andrade?

Percebendo que estava encarando surpreso o jovem, Bernardo limpou a garganta e confirmou com um aceno da cabeça. Nem pensou em corrigi-lo a respeito do título.

- Fui enviado para buscá-lo.

Bernardo ficou incerto de como responder àquilo. Poderia ser um tipo de provocação? Enviar um mestiço para buscar após seis semanas de viagem? Bernardo olhou-o dos pés à cabeça. Ao menos parecia bem tratado demais para ser um escravo ou mesmo um liberto.

O rapaz tratou com Sérgio, confirmando para onde deveriam levar os pertences de Bernardo. O baú foi jogado nos degraus de pedra, fazendo a madeira estalar. Instintivamente Bernardo tocou o livro oculto no interior de suas roupas.

Um fedor agressivo o fez esquecer seus pensamentos, revirando-lhe o estômago. Cobriu seu nariz com seu lenço de linho, procurando no Paço pela fonte daquele odor maligno. Encontrou-o na forma de um escravo, quase completamente despido se não por um par de calças curtas demais, descendo as escadarias de pedra. O escravo passou por Bernardo, seu corpo encurvado devido ao peso de um enorme barril carregado em suas costas. Um líquido marrom vazava do barril pelas costas e pernas do escravo, formando uma trilha que provavelmente iniciava na casa do seu senhor.

- É costume dos colonos levar suas fezes para passear?

O jovem mestiço olhou confuso por instantes antes de perceber o escravo. Parecia acostumado tanto ao odor quanto à visão daquela cena.

- Não há sistema de esgoto nas colônias, - ele explicou com tom de desculpas. - Todos os dias tigres carregam os refugos do lar em barris como aquele.

A expressão em seu rosto deve ter deixado claro ao mestiço que Bernardo não compreendia o que ele queria dizer. Ele apontou para as costas do escravo. O negro havia colocado o barril no último degrau do cais. Longas listras brancas marcavam sua pele negra, não muito diferente de verdadeiros tigres de Bengala. As listras não eram naturais, mas sim as marcas da mistura fétida que carregavam nas costas sob o sol infernal desse lugar.

Antes que Bernardo pudesse dizer qualquer coisa, o escravo se abaixou e virou o barril, despejando seu conteúdo na água. A maré empurrava água salgada, urina e fezes de volta aos pés do escravo, que parecia não se importar com o fato. Após enxaguar despreocupado o interior do barril, o negro colocou o barril novamente às costas listradas e fez o caminho de volta até o lar de seu senhor.

Tão somente terminou sua negociação com o imediato, o rapaz mestiço acenou para que o recém-chegado o seguisse escada acima para a grande praça que servia de Paço Real para a colônia do Brasil.

Edifícios formavam uma muralha em torno do Largo, uma clara inspiração no muito mais vistoso Largo do Paço em Lisboa. Mas era o povo que dava um ar de estranhamento ao lugar. Havia muitos gritos e muitas cores naquele lugar que devia servir como o centro da cidade mais importante do Reino de Portugal e Algarves.

Bernardo permaneceu em silêncio, limpado o suor que parecia brotar constantemente de sua testa, enquanto o mestiço o guiava até o edifício mais à esquerda.

Contara muito mais negros e mestiços do que brancos, e mesmo os brancos que via eram estranhos em sua forma de vestir e andar. Olhavam Bernardo apontando e cochichando de janelas nas casas coloridas. Vestiam-se de formas estranhas, muitas vezes exageradas. Bernardo teve dificuldades em controlar sua irritação. Como se já não bastasse o clima aterrador do Rio de Janeiro, os colonos o observavam como se fosse ele o ser estranho.

Pararam diante de um prédio de três andares aparentemente recém coberto de cal para esconder manchas e rachaduras. O jovem mestiço fez uma vênia e apontou para que Bernardo entrasse pela porta de madeira deixada aberta.

- A rainha está aqui? - questionou Bernardo sentindo um aperto no coração pelo que Dona Maria tivera de deixar para trás em troca daquele lugar. Não parecia nada digno da realeza.

O rapaz mordeu os lábios, os olhos verdes incapazes de fixarem-se no rosto do português.

- Tenho ordens do príncipe regente de levá-lo à sua presença.

Bernardo franziu a testa, curioso.

- Venho à mando da rainha. Pensei ter deixado claro isso ao marinheiro que aportou antes de mim.

O mestiço gaguejou, engoliu em seco, então respirou fundo e explicou-se.

- Eu compreendo, senhor. Mas a rainha... não está disponível.

Bernardo fechou os olhos, balançando a cabeça. Há quanto tempo não via a rainha? Dois, três anos? Teria ele levado tempo demais para cumprir sua missão? A simples ideia de que tivera feito tudo em vão o fez sentir-se mal do estômago.

- Sua saúde piorou?

O rapaz não sabia para onde olhar.

- Pode-se dizer que sim.

Retirando o chapéu e colocando-o sob o braço, Bernardo adentrou o prédio. Apesar da sombra, que impedia o contato direto com o sol, o interior do edifício era ainda abafado. Limpou mais uma vez a testa com o lenço enquanto caminhava pelo salão na direção de um grupo de pessoas que se aglomeravam próximo a um par de portas no lado oposto. A única luz do lugar proveniente de algumas janelas abertas permitia enxergar dois tronos postos diante das portas. Pareciam deslocados do resto da decoração do ambiente, provavelmente trazidos de Lisboa com a família real. Apenas um dos dois assentos estava ocupado.

Poucas vezes desde partir para o seminário Bernardo havia encontrado Dom João pessoalmente. Apesar de ser um filho devoto, o príncipe tinha pouco interesse pela vida na corte e normalmente permanecia discreto em qualquer evento, especialmente antes da rainha afastar-se da vida pública. João não deixava dúvidas sobre sua opinião a cerca de tornar-se regente.

O que Bernardo encontrou sentado no trono era o completo oposto do que vira em dúzias de outras cortes europeias durante suas inúmeras viagens. Curiosamente, isso não o surpreendia.

O Príncipe Regente Dom João de Orleans e Bragança era um homem obeso que gostava de roupas velhas. Segundo o que se dizia à boca pequena, o príncipe recusava-se a tirar suas roupas devido a alguma superstição estranha, de forma que seus serviçais eram obrigados a costurar buracos em suas roupas enquanto Dom João dormia. Considerando os muitos remendos visíveis de onde Bernardo estava, o recém-chegado estava inclinado a acreditar nessa história.

Diferente da mãe, sempre ativa no governo do reino, mesmo que para alguns ligada demais à Igreja, Dom João VI puxava ao avô Dom José I que deixara a administração do Estado nas mãos do seu primeiro ministro. A diferença era que Dom João não parecia ter ninguém ao nível de um Marquês de Pombal para governar em seu lugar. E talvez fosse melhor assim.

Dom João pescou uma coxa de galinha de um bolso escondido entre sua barriga avantajada e o braço do trono. Arrancou um naco grande de carne e a mastigou, manchando de gordura todos os três queixos antes de chupar o osso e jogá-lo no chão. Um serviçal caminhou letargicamente até o osso e o pegou com um pano sujo, voltando sem mudar a expressão do rosto para descartar o osso em uma cesta aparentemente cheia.

- Bernardo, - ele disse enquanto lambia os dedos engordurados. - Finalmente nos conhecemos.

Conheciam-se desde que Bernardo nascera. Quinze anos mais velho, o príncipe parecia jamais reconhecer a existência do garoto que a mãe tratava quase como filho mais novo. Ou talvez o fizesse por birra. Bernardo forçou-se a sorrir. Uma pessoa sensata não discute com um príncipe, mesmo um sem um reino de verdade para governar.

- Majestade, - disse Bernardo, curvando o corpo.

- Essa seria minha mãe, - ele respondeu, fazendo bico com os lábios. Bernardo teve dificuldade em entender o significado daquela expressão.

- Venho em resposta a um pedido da rainha feito antes de sua partida da capital.

Dom João rolou os olhos, acenando com uma mão para que os outros presentes, todos membros da corte transplantados de Lisboa, fossem embora. Cumprimentando o príncipe regente, afastaram-se. A maioria o fez olhando Bernardo com interesse. Os demais pareceram abertamente ofendidos pela sua chegada.

- Sempre um amigo devoto de minha mãe, cruzando o oceano para responder ao seu chamado.

Se havia malícia naquele comentário ela se perdeu com a aparência patética do príncipe. Bernardo forçou seu melhor sorriso e concordou com a cabeça.

- Eu sirvo à rainha da melhor forma que posso, - disse, cauteloso. - Temo que não possa ter vindo mais cedo.

- Oh, - disse o príncipe, deslizando o grande traseiro no trono. - Soube que esteve lutando sob o comando do Coronel Wellesley.

- De fato. Fui membro da resistência à invasão francesa, - disse, completando com um pensamento: Diferente de você que fugiu deixando seu país órfão.

- E nós vencemos?

Bernardo piscou duas vezes, tentando compreender se a pergunta era realmente séria. O príncipe regente aproveitou o momento de surpresa para pescar mais uma coxa de galinha e enfiá-la na boca.

- Sim, - Bernardo finalmente disse. - O exército do General Junot era formado por recrutas e degenerados. Não esperavam uma reação tão dura de nossa parte. - Havia um brilho de esperança nos olhos do príncipe. Ou talvez fosse toda a gordura no seu rosto. - Mas as forças de Napoleão ainda estão ativas na região. A guerra continua.

Dom João suspirou, afundando no acolchoado do trono e em sua própria gordura. Ele permaneceu em silêncio, fazendo bico, sem piscar. Uma mosca pousou em sua testa. Por um momento Bernardo pensou ter matado o regente com a notícia.

- Os demônios que atormentam minha mãe estão mais fortes, - ele disse subitamente, sem se mover. - Ela se recolheu no Convento do Carmo nos fundos do Paço, onde ela se sente mais segura.

- A perda de sua terra natal e a vinda para o Brasil devem ter-lhe custado muito.

- Ela acredita que estamos no Inferno. - Dom João atacou a mosca com uma coxa de galinha, então limpou o suor na testa com a manga da roupa. - Alguma vezes estou inclinado a concordar.

O príncipe olhou fixo para o nada. Lambeu os lábios como se estivesse sonhando acordado. Soltou um arroto.

Bernardo limpou a garganta.

- Eu irei vê-la assim que tiver me estabelecido.

- Sim, sim, - disse o príncipe, ajeitando-se no trono que ainda não o pertencia. - Minha mãe confia em você, por alguma razão.

O comentário doeu. Bernardo olhou a sua volta. Os membros da corte estavam afastados, conversando em grupos, a maioria encarando-o com olhos cerrados. Dois Dragões Imperiais permaneciam atrás do trono. Olhavam sempre à frente, supostamente ignorando os afazeres do príncipe regente e as intrigas da corte.

Bernardo voltou a olhar para Dom João. Limpou o suor da testa com o lenço.

- Eu estive ao seu lado durante suas primeiras crises.

Dom João apontou com o osso da coxa de galinha.

- Você quer dizer quando os demônios começaram a persegui-la.

Bernardo lambeu os lábios, incomodado com a situação.

- Sim...

- Quando você ainda era um padre.

O recém-chegado encarou Dom João, tentando ler os pequenos olhos caídos do príncipe. Não conseguia ver alguém malicioso por trás daquela figura patética. Parecia mais um imbecil confirmando se o céu era azul e a grama, verde.

- Sim, - ele finalmente respondeu.

- Nunca entendi o amor de minha mãe por padres. Não que eu não seja tão devoto quanto o próximo.

- Claro.

- Mas gastou muito com igrejas e missas, como se precisasse recompensar os jesuítas pelo que fez o primeiro ministro de meu avô.

Bernardo olhou para os lados, incerto se deveria concordar ou negar. Preferiu ficar calado e evitar um problema futuro. A imagem do Marquês de Pombal já era suficientemente controversa nos dias de hoje e nada que Bernardo pudesse dizer a respeito cairia bem diante do príncipe-regente.

Dom João pareceu aceitar o silêncio como resposta. Balançou a cabeça e colocou os dedos gordos na bolsa, mas não encontrou mais coxa alguma. Imediatamente o príncipe regente pareceu cansado e entediado. Fez um sinal com a mão para que todos partissem, o corpo prostrado numa pose de alguém que preferia evitar o esforço.

Cumprimentando o príncipe, que voltava a admirar o nada, Bernardo afastou-se do trono e seguiu a passos largos para a saída do edifício. Percebeu-se sentindo saudades do tempo mais simples em que sua única preocupação era evitar patrulhas francesas e manter suas roupas secas.

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