Droga, droga, droga.
Entro na casa dos meus pais e vou direto ao mini bar que fica na sala de estar. Preparo uma dose de uísque, tiro o paletó e me sento largado no sofá. Onde eu estava com a cabeça quando decidi aceitar a proposta do meu pai e do meu tio?
Sei exatamente onde, estava na mulher que povoou minha mente durante os cinco anos que morei em Londres, no fundo eu sabia que algo dentro de mim ainda nutria um sentimento por ela. Nos anos que eu fiquei fora vim pouquíssimas vezes aos Estados Unidos, posso realmente contar nos dedos, eu dava desculpas de trabalho, depois foi o namoro e assim fui enrolando meus pais e fazendo com que eles sempre fossem até lá me visitar.
Em uma dessas viagens minha irmã Amanda chegou dias depois dos meu pais terem pisado na Inglaterra, perguntei porque não veio com eles e ela me informou que era porque estava viajando com as amigas, haviam tirado um tempo só pra elas e resolveram ficar uma semana no Brasil. Ela começou a me mostrar algumas fotografias e foi então que eu a vi, Paloma Bianki, ela estava linda, alta e com um corpo perfeito: quadris largos, seios fartos, coxas grossas e cintura fina, os cabelos estavam compridos e com alguns fios louros, na foto ela posava com as mãos no quadril com a praia ao fundo e um pôr-do-sol maravilhoso que acentuava mais ainda sua beleza. Ela havia crescido e se tornado uma bela mulher, aquela menina não existia mais.
Aquela imagem ficou gravada por meses na minha memória, era como se algo tivesse reacendido dentro de mim, eu me vi pensando nela com freqüência, e com esses pensamentos me rondando eu acabei decidindo que voltaria pra Nova York, mas antes de comunicar meus pais a minha decisão eu recebi uma ligação do meu pai me convidando para retornar ao país e me oferecendo um cargo de gerente de Projetos, porém eu deveria dividir o meu cargo com outra pessoa, pois era uma área que crescia cada vez mais e uma pessoa só não daria conta, eu claro aceitei.
Mas imagina qual foi a minha surpresa ao saber que a pessoa com a qual eu dividiria meu cargo seria a Paloma. Fiquei radiante, era a chance que eu precisava pra me reaproximar dela, mas essa alegria escorreu pelas minhas mãos hoje a noite, porque percebi que a raiva que ela sentia de mim era bem maior do que o que eu imaginava.
- Filho, acordado ainda a essa hora ? – Desperto ao ver meu pai entrando na sala.
- Oi papai, cheguei agora pouco do jantar que fui e resolvi ficar aqui relaxando um pouco. – Eu disse levantando o copo de uísque.
- Quer conversar sobre o que está te incomodando? – Vai logo sentando-se.
- Acho melhor não pai.
- Ah filho, se abre, somos fomos amigos e você sempre contou tudo, porque não diz logo o que está te incomodando ?
- Papai eu fiz uma grande merda com uma mulher, a magoei e percebi que não tem como consertar.
- Está arrependido de ter vindo pra Nova York sem ela e quer voltar ? – Ele me lança um olhar preocupado. – Sabe que se for isso não tem porque se prender ao Adam ou a mim, o que importa é sua felicidade.
- Não pai, ela é daqui mesmo. Eu a abandonei a cinco anos atrás, fui embora sem me despedir e ela ainda está magoada comigo. Se tornou uma mulher forte e independente e não quer nem saber de mim.
- Pela sua cara ela deve ser importante. Alguém que nós conhecemos? – Ele pergunta curioso.
- Não – Minto.
- Bom filho o que posso dizer é: se gosta dela de verdade lute, não desista e lembre-se que no amor e na guerra vale tudo. Não será fácil, mas se ela nutre algum sentimento por você com o tempo ela vai te perdoar e vocês ficarão juntos.
- Mas e se não der certo ?
- É porque não era pra ser. Pra sua mãe e eu ficarmos juntos tivemos alguns desencontros, mas no final valeu a pena lutar, vocês são o que tenho de melhor. Vou dormir filho, pense no que eu falei. Boa noite.
Meu pai sai e pensando em tudo que ele me disse eu tenho uma certeza: Quero Paloma Bianki e vou lutar por ela, se vocês estão pensando "mas e o babaca do Josh?", esse é o primeiro que vou tirar do meu caminho.
Paloma, você será minha novamente, custe o que custar.