Analiso cada detalhe, apesar de ainda não ter muitos Posts, devo admitir que é um tanto assustador, mas houve uma época na escola que os garotos costumavam criar Bloggues sobre as meninas, apenas por brincadeira, deve ser apenas isso.
" Sabe quem mandou? "
" Não, o Email é Anônimo. Mas posso tentar rastrear, se quiser."
" Não precisa, não deve ser nada demais. "
" Ok, mas caso precise, estou aqui ;) "
Logo encerramos o assunto e nos despedimos, afinal, foi bom saber que Matt está bem.
Apesar deste pequeno alívio, algo ainda me preocupa. A incerteza sobre o caráter de Luke e sobre realmente aconteceu naquela Biblioteca não me deixam espaço para pensar em mais nada, nem ninguém.
Apesar de ainda ser relativamente cedo, deito-me sob as cobertas e tento relaxar, a brisa fria da estação apenas contribui para meu "curto" cochilo.
(...)
- Skye. - Sinto algo tocar meu ombro. - Skye, acorda! - A voz da minha mãe chama.
- Hum. - Resmungo, virando para o outro lado da cama.
- Anda, levanta! - Chama outra vez, já impaciente.
- Tá, já levantei. - Se quer havia me movido, apenas suspirei cansada.
- Eu e Thomas vamos ao Hospital, sua tia ligou e, ao que parece, sua prima está dando à luz! - Em sua voz havia um misto de animação e ansiedade, mas não é para menos.
- Mackenzie? - Abro os olhos, não acredito que já se passaram nove meses.
- É claro! - Fala como se fosse óbvio. - E eu preciso que você fique em casa para receber seu pai, quando ele chegar.
-O.k. - Sussurro.
- Ótimo, estamos indo. - Ela caminha até a porta, enquanto sua saia de linho fino balança de acordo com seus passos. Minha mãe sempre está bem vestida a onde quer que vá, algo que com certeza não temos em comum.
- Ah, e bom dia, querida. - Com um sorriso, ela deixa o quarto.
Suspiro pesado enquanto deslizo para fora da cama, como se ficar de pé fosse a tarefa mais difícil naquele momento.
Vou ao banheiro e lavo o rosto com água fria, para poder despertar. Acho que já deu para percer a minha "relação" com o sono. O inverno está próximo, por isso a estação está começando a esfriar, o que pede roupas mais quentes, como calça de Moletom e camisa de mangas longas, por exemplo.
Desço as escadas até a cozinha e preparo maça para panquecas, após colocar na frigideira vou para a sala, ligando a TV.
Mal consigo sentar e ouço alguém bater à porta, reviro os olhos e caminho até lá. Abro-a lentamente e encontro Harry de pé, seu rosto aparentava estar levemente abatido, suas bochechas coradas entravam em contraste com os olhos claros e pele um tanto bronzeada. Se não o conhecesse, diria que se trata de um anjo.
- Harry? - Pergunto, coçando os olhos.
- Bom-dia, Skye. Você pode me fazer um favor? - Ele parecia calmo, o que é raro pela manhã.
- O que é? - Me apoio na porta.
- Eu esqueci as chaves no galpão, e agora não consigo abrir a portão. Vocês teriam uma cópia?
- Provavelmente. - Dou de ombros. - Entre, está frio aí fora.
Ele logo assente e entra, fecho a porta evvou até a estante procurar a chave extra. Abro a primeira gaveta a procura do que preciso, mas não encontro, então continuo buscando.
Vejo Harry sentar-se no sofá e tirar o chapéu, e nossa, que cabelo maravilhoso! Eu não sou do tipo que repara nessas coisas, mas acho que nunca havia o visto sem esse chapéu tão sério.
- Harry, posso fazer uma pergunta? -Interrogo, sem olha-lo.
- Acho justo. - Responde.
- Você está chegando à essa hora?
- Sim.
- E... onde estava? - Não queria parecer ousada, estava apenas curiosa.
- Nenhum lugar interessante.
-O.k. Claro. - Assinto.
Continuo procurando por mais alguns instantes, até que Harry oferece sua ajuda, que logo aceito. Eu não tinha certeza de onde minha mãe havia colocado o chaveiro, o que apenas dificultava nosso trabalho.
Logo sinto um cheiro diferente, porém ignoro e sigo abrindo as gavetas, até que uma fumaça clara preenche o ar, me fazendo lembrar o que eu havia deixado no forno.
- O que é isso? - Harry tosse, enquanto tenta afastar a fumaça com as mãos.
- As panquecas! - Grito alto, mas não alto o bastante para que ele ouça.
Corro paraba cozinha e ouço o "pi-pi-pi" do Detector de Fumaça, que estava prestes a disparar e caso isso aconteça, irá molhar a casa inteira.
Desligo o fogão e jogo a frigideira na pia, em seguida pegando um pano qualquer e girando-o no ar, também tendo ajuda para abrir as portas e janelas.
Quando a fumaça começa a sair, deixo meu corpo relaxar e cair ao chão, escondendo o rosto entre as mãos.
- Você está bem? - Harry pergunta, então quando olho em seu rosto posso ver um ar de diversão.
- Eu quase coloquei fogo na casa. - Suspiro. - Estou ótima! - Falo ironicamente.
- Ao menos é uma maneira divertida de começar o dia. - Sorrir, encolhendo os ombros.
O encaro e retribuo a expressão. Contanto que ninguém saiba o que acabou de acontecer, acho que foi divertido.
Ouço o toque outra vez, penso que pode ser o Dector de Fumaça, porém percebo se tratar, na verdade, do meu celular. Levanto e caminho até a sala, onde o havia deixado.
- Skye? - Ouço a voz de Luke falar, assim que atendo.
- Luke, onde você está? - Sussurro, não deixando Harry ouvir.
- Em casa. Cheguei ontem à noite e o zelador disse que você esteve aqui, o que houve? - Ele realmente parecia preocupado. Será que não fazia idéia do que estava acontecendo?
- Eu preciso falar com você. Fica bem aí, já estou indo! - Aviso, desligando o celular e o guardando no bolso.
Subo as escadas e vou ao quarto, pegando um par de botas e um casaco. Pego a chave de casa e volto para a sala, abrindo a porta, porém, antes de sair ouço Harry me chamar;
- Onde você vai? - Ele pergunta.
- Preciso fazer uma coisa. - Admito que o esqueci por um momento, mas não sei se devo contar.
- Mas como vou voltar para o galpão? - Me segue enquanto eu saio e tranco a porta.
- Eu... - Penso por alguns segundos, mas ele tem razão. - Tudo bem, preciso ir ao apartamento de Luke.
- Por quê? Ele voltou?
- Sim. - Assinto.
- O.k, então vamos no meu carro. - Convida.
(...)
Após algumas batidas, Luke abre a porta. Ele hesita em permitir que Harry entre, mas este insiste. O apartamento estava do mesmo jeito que o deixei há alguns dias, o que me deixou feliz. Mas eu estou aqui com um único objetivo, não posso mais ser enganada, preciso saber quem é ele de verdade.
- Onde você esteve, onde? - Começo.
- Estava indo passar algum tempo com meus pais, na Irlanda, mas parece que houve uma tempestade lá e os vôos foram cancelados. - Explica. - Mas e você?
- Bem, eu fui chamada na delegacia, eles descobriram algo sobre Niall...
- O quê? - Me interrompe.
- Eles encontraram o cabelo de alguém na roupa dele. - Hesito. - O cabelo do irmão dele, e agora acham que você o matou.
- Talvez o cabelo fosse do irmão dele, mas não meu.
- Como assim? - Franzo o cenho.
- Skye... - Ele respira fundo antes de continuar. - O Niall era adotado.