Letters To Camila - Segunda T...

By switch5hearts

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[FINALIZADA] Muitas pessoas sonham em serem grandes e terem seus sonhos realizados, porém fortuna e sucesso n... More

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Old Lauren
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Talk, Game and Letter
Another One
A Rude Reply
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Here We Go Again
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The Truth
Brave, Honest, Beautiful
Goodnight
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Dinner For Two
Be Honest
Sorry, Sweetie
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Show Time
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Jaureguers and Camila
The New Old House
I'm Gonna Kill You, Dinah
Welcome Back, Tori
Like a Sledgehammer
The Losers
Personal
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Jaureguers
Our Day
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Keep Calm
You're Not Alone
Better Together
Take Care
Music, Pijamas and Kisses
We Have a Problem
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Short Hair
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Bad News?
Friends and Roses
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Letters

Our Family

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By switch5hearts

Gente quase que eu não apareço aqui esse final de semana, eu tava sem o meu pc kakaka Dei os meus pulos para estar aqui, então não custa nada vocês fazerem um esforcinho para votar e comentar nesse capítulo, né?!

Três capítulos para o final e eu já estou chorando.



Nós estávamos em Los Angeles, a tarde acabamos indo no Kids Choice Awards, eu só havia ido para a premiação nos dois primeiros anos da minha carreira para que meu trabalho fosse extremamente bem divulgado, aquele ano estava indo por não poder sair com Grace sem sermos incomodadas em LA e porque eu iria receber o prêmio da noite.

No último ano, por ter nossa filha morando conosco, Camila e eu havíamos decidido desacelerar um pouco as coisas e eu acabei chegando à conclusão que seria excelente parar um pouco com a minha música para focar completamente em minha família, mas é claro que eu não poderia ficar sem fazer absolutamente nada.

Minha filha ia para a escola e eu fazia duas coisas: ou compunha novas músicas para vende-las, ou então focava toda a minha atenção na campanha do One For All, que havia voltado com tudo. Acabei estudando muito e fazendo diversas palestras instigando pessoas investirem e auxiliarem hospitais que não tinham tantos recursos como os particulares, além de uma nova linha de roupas e até mesmo sendo garota propaganda instigando tanto mulheres quanto homens fazerem seus exames anualmente para combater a doença. Nos últimos meses estava sendo jurada no The X Factor com o Simon, pegando a categoria das meninas.

- Nós vamos comer em casa, não é mamãe? – Olho pelo retrovisor e vejo Grace agarrada em Nala, seu bicho de pelúcia.

- Vamos, meu anjo, suas tias ficaram lá esperando a pizza chegar. – Estaciono o carro e tiro o meu cinto – Está animada para ver sua mama Camila? – Abro a porta do carro e logo vejo Travor e Rick andando em minha direção.

- Eu estou com muitas saudades dela. – Suspira enquanto eu a pegava no colo - Posso dormir com ela, mamãe? Só hoje, eu prometo. – Sorrio.

- Você quer dormir entre nós? – Concorda com a cabeça – Tudo bem, mas só hoje, ok?

- Tudo bem. – Sorri largo e rodeia meu pescoço com a mão que ela não segurava o bicho.

- Oi, Lauren. – Automaticamente paro de sorrir.

Haviam alguns fotógrafos por ali, assim como algumas pessoas sem malas ou carrinhos, apenas celulares em mãos para tirarem fotos. Como muitas celebridades haviam viajado para Los Angeles apenas para participar da premiação, muitas que não moravam lá optavam por ir embora na mesma noite, já que a premiação infantil não era tão longa e foi exatamente o que minha cunhada Tori optou por fazer. Provavelmente as pessoas paradas ali tentavam fotografar ou levar alguma recordação das celebridades que estavam indo embora, entretanto eu apenas estava indo buscar minha esposa no aeroporto.

Parei apenas para tirar foto com alguns fãs que estavam ali, como Grace estava agarrada em meu pescoço, o que a fez sair algumas das fotos com os olhos curiosos e no caso da terceira foto com um sorriso quando a menina perguntou o nome do seu bicho de pelúcia. Nós apenas acenamos para eles e meus seguranças fizeram questão de ficarem ao nosso redor apenas para que chegássemos em segurança ao portão de desembarque.

Camila não havia voado conosco na quinta por conta de precisar trabalhar, ela finalmente havia se tornado uma oncologista formada, o que gerou um enorme orgulho e felicidade de toda a família. Agora minha esposa tinha horários fixos, ela trabalhava todos os dias das oito da manhã até as seis da tarde, podia atender chamadas de emergência durante a noite e a madrugada caso algum de seus pacientes precisassem. O hospital era grande fã do modo de Camila trabalhar, porque além de se preocupar com seus próprios pacientes, minha esposa também gostava de apresentar ideias que renovavam o modo de colegas de trabalho e a própria direção do hospital de comandar o hospital e cuidar dos pacientes, ela era uma médica prodígio, poderíamos assim dizer.

- Aqui, mamãe, vamos ficar aqui. – Grace abraça uma de minhas pernas e fica olhando fixamente para a saída.

- Tudo bem, querida, o avião dela acabou de pousar. – Aponto para o quadro de horários, Camila havia optado por pegar um voo comum, se recusando a usar o jatinho.

- Por que nós não temos plaquinha? – Questiona quando vê algumas pessoas ao nosso lado com algumas plaquinhas em mãos.

- Eu esqueci de pensar nisso, da próxima nós fazemos uma. – Sorrio de canto e acaricio seus cabelos, que estavam maiores, mais enrolados e dourados.

A conversa sobre fazer uma plaquinha continuou até o momento que as pessoas começaram a sair com suas malas. Minha filha agarrava o seu animal com os braços e ficava na ponta dos pés para tentar enxergar melhor, e ela realmente conseguiu enxergar melhor estando nas pontas dos pés. Assim que avistou Camila minha filha começou a pular animadamente e quando viu que a distância era segura, correu em direção aos braços de Camila, que havia soltado sua mala e tinha os braços abertos para receber Grace.

Nossa filha estava agarrada em Camila e lotava o rosto dela de beijos, o que me fez sorrir largo e o que fez minha esposa rir. Haviam sido apenas dois dias, mas o suficiente para Grace ficar com saudades de Camz. Minha esposa a levantou do chão conforme eu me aproximava, peguei sua mala do chão e me curvei para colar nossos lábios rapidamente, o que a deixou um sorriso ainda maior e encheu o meu coração de alegria.

- Como foi a viagem? – Questiono curiosa.

- Cansativa, eu tive que trabalhar um pouco hoje e tentei dormir no avião, mas tinha uma mulher ao meu lado chorando compulsivamente por conta de ter terminado com o namorado, então não consegui. – Rio baixo e ela morde o lábio inferior, entrelaçando nossas mãos.

- O que é terminar com o namorado? – Grace pergunta enquanto fazíamos o caminho de volta para o carro.

- É quando duas pessoas estão juntas e decidem que não querem mais estar. – Explico simplesmente e nossa filha me encara.

- Vocês podem terminar? – Camila a encara com o cenho franzido.

- Podemos, mas nós não vamos, meu anjo. – Beija a bochecha dela e Grace suspira aliviada.

- Isso é bom, porque eu quero vocês juntas para sempre e sempre. – Sorrio largo e beijo a têmpora de Camila.

- Esse é o meu plano, querida. – Camila me fuzila com o olhar e eu franzo o cenho.

- Nosso plano. – Corrige e eu sorrio satisfeita.

- Sem fotos. – Grace cobre o rosto quando os flashes começam – Não quero fotos, mama.

- Elas já vão parar, meu anjo. – Camila leva a mão para a cabeça de Grace e faz a mesma esconder o rosto em seu pescoço.

- Cara, se afasta. – Rick não deixa que um dos fotógrafos encoste em Camila – Não faça uma confusão, ok?

- Venha. – Coloco Camila em minha frente e destravo o carro, abrindo a porta de trás do mesmo para que minha esposa ajeitasse Grace na cadeirinha – Você quer entrar e durante o caminho você aperta o cinto? – Sugiro e ela prontamente se afasta e fecha a porta.

- Já acabei. – Sussurra, abrindo a porta da frente – Você esqueceu que eu sempre consigo prender o cinto mil vezes mais rápido que você?! – Sorrio de canto e a ajudo subir no carro.

- Nós vamos direto para a casa, bom descanso e boa noite. – Sorrio para Travor e Rick, fechando a porta de Camila.

- Espero que a pizza esteja gostosa! – Sorrio, entrando no carro.

Minhas partes favoritas de ter uma família era quando podíamos fazer coisas normais sem terem repercussões, ou poder agir como se nada houvesse acontecido depois de acontecimentos invasivos como o de instantes atrás.

Naquele momento Camila puxou assunto com Grace como se nada houvesse acontecido, apenas para ter certeza que tudo estava certo. Minha filha pouco se importou com o acontecimento de instantes atrás, começando a falar rapidamente sobre a tarde do dia de ontem e a tarde agradável daquele dia, incluindo o seu encontro com o Bob Esponja gigante.

Era indescritível ver a ligação forte que Camila tinha com a nossa filha, elas são como confidentes e melhores amigas, minha esposa ao seu lado quase sempre perde a pose de mãe durona e acaba ficando toda derretida, não resistindo aos encantos da pequena, que sempre faz questão de expor o seu charme.

Assim que abri a porta da garagem que dava para a casa, Grace começou a gritar por Ally, entrando em casa com passos apressados. Aproveitei o momento de distração de nossa filha para envolver a cintura de minha esposa, a puxando para um beijo de verdade. Camila envolveu meu pescoço com seus braços e suspirou contra os meus lábios, mas não pudemos prolongar muito o momento graças a minha filha que voltou para ver o porquê de estarmos demorando.

Ally e Troy estavam pondo a mesa enquanto as duas pizzas estavam no centro da grande mesa redonda, Normani estava na cozinha para pegar alguns copos, Grace não demorou nada para puxar sua cadeira e ocupar um dos acentos, apontando para o acento do lado para que Camila sentasse ao lado, minha espoa prontamente ocupou o lugar, me fazendo ocupar o outro ao seu lado.

- Lauren perdeu o lugar para a filha. – Normani brinca e eu dou de ombros.

- Aceito perder para ela!

- Estamos jogando? – Grace franze o cenho – Em qual jogo eu ganhei? – Camila ri, começando a cortar em pequenos pedaços a fatia de nossa filha.

- Nenhum, querida, sua tia está apenas brincando com Lauren. – Concorda com a cabeça.

- Vocês vão montar o quebra-cabeça comigo?

- Claro que sim, nós podemos até pintar antes. – Ally beija a cabeça dela e ocupa o lugar ao meu lado.

- Você trouxe seu quebra-cabeça para cá? – Camila questiona interessada.

- Não, mama. – Fala como se fosse obvio – Tio Troy me deu um bem legal, ele tem cem peças. Cem peças. – Repete e todas nós rimos.

- São muitas peças, vocês acham que eu posso ajudar? – Ally questiona interessada e minha filha concorda com a cabeça.

- Sua tia não é muito boa com isso, Grace. – Troy provoca e Ally arqueia as sobrancelhas, a encarando incrédula – Mas nós podemos ensina-la. – Minha filha apenas coloca um pedaço da pizza na boca e assente.

- Só dando instruções para Ally montar um quebra-cabeça. – Normani enfia um pedaço de pizza na boca e todo mundo ri.

Meus amigos sempre faziam questão de mudarem os alvos do grupo para fazer as piadinhas.

Todo o jantar foi cercado de risadas e perguntas vindas de Grace, mas assim que a pequena notou que suas tias e tio já haviam terminado de comer fez questão de intima-los para começar a montar o quebra-cabeça, assim fizeram. Camila e eu ficamos para trás, recolhendo e lavando a louça do jantar, quando terminamos fomos a sala onde todos estavam.

Tanto nosso apartamento em New York, como as casas de Miami e Los Angeles haviam sido adaptadas para que Grace pudesse circular sem maiores problemas e com total segurança, assim como nas outras duas casas ela havia ganhado um quarto legal. Cada quarto tinha uma temática diferente, entretanto o seu quarto no apartamento continuava sendo o seu favorito, o que era um grande alivio.

- Não tia, elas não vão encaixar. – Tira a peça da mão de Ally e Normani ri.

- Grace você não pode simplesmente tirar a peça da mão dela, é falta de educação. – Nos encara e depois encara Ally.

- Desculpa, tia Ally. – Fala visivelmente culpada.

- Não foi nada, querida. – Ri a puxando para o seu colo – Onde acha que a peça se encaixa?

- Aqui. – Prontamente encaixa no lugar correto e sorri orgulhosa.

- Eu falei que ela iria precisar de instruções. – Normani provoca e Ally joga uma almofada na mesma.

- TIA. – Grace grita – Isso é feio, não pode fazer isso. – Todo mundo começa a rir – Não é mamãe?

- Claro que sim, você fez certo de brigar com a sua tia. – Prendo a risada e Grace sorri, se curvando para voltar a montar o quebra-cabeça, estendendo uma das peças para Troy.

- Tenta essa, amor. – Normani estende uma peça e Grace prontamente a encaixa.

Optamos por deixa-las se divertirem sozinhas, Camila estava sentada entre minhas pernas e usando o meu corpo como apoio para recostar o seu corpo, aproveitei a posição para deixar alguns beijos em seu pescoço e sentir melhor o cheiro delicioso que suas mechas tinham, sentindo seu corpo se relaxar cada vez mais.

A hora foi passando e quando notei Ally dormia toda torta apoiada no sofá; Grace estava deitada de bruços tentando encaixar as últimas peças e Troy a ajudava, ambos enfrentando bravamente o sono; Normani mexia em seu e já havia derrubado o mesmo duas vezes em sua cara; Camila já havia dormido em meus braços a tempos atrás, o que me fazia permanecer acordada com medo de que eu dormisse lá e passássemos a noite inteira na sala.

Grace e Troy acordaram todos com a comemoração animada quando finalmente terminaram o quebra-cabeça, o que arrancou risadas altas minhas ao ver Ally e Normani levantarem em um salto completamente assustadas. Camila levantou sonolenta e informou que todas nós deveríamos dormir para que pudéssemos aproveitar a noite no dia seguinte, assim fizemos.

Troy e Ally decidiram ir para Los Angeles comigo para que pudéssemos passar um tempo juntos, assim como Normani, agora era difícil nós nos encontrarmos e sempre que possível e nós sempre davamos um jeito de estarmos reunidos. Tori havia ido para o Kids Choice Awards e ganhado dois prêmios, Hannah estava de férias e optou por acompanhar a esposa, mas ambas quiseram voltar para New York, ajeitar os últimos detalhes da mudança para um grande apartamento.

Minha filha tomou um banho rápido, escovou os dentes e colocou um pijama fresquinho, a noite estava bem quente, me seguindo até o meu quarto com Camila, a pequena prontamente subiu na cama e eu informei que iria tomar um banho. Entrei no banheiro quando Camila saia do banho, enrolada na toalha ela começou a escovar os dentes, enquanto eu fazia o mesmo embaixo do chuveiro e combinava sobre a conversa importante que teríamos com Grace aquela noite.

- Tudo bem, estou te esperando. – Sai do banheiro e eu sinto o meu coração acelerar.

Terminei rapidamente meu banho e vesti o meu pijama, desligando a luz do banheiro e entrando no quarto, dando de cara com Camila agarrada em nossa filha, que dormia profundamente.

- A conversa vai ter que ficar para amanhã. – Faço um bico frustrado e Camila ri.

- Ela sempre fica acordada até mais tarde quando dorme com a gente, justo hoje ela dorme?

- Vai ver ela teve um pressentimento. – Reviro os olhos e nos cubro melhor – Ela só está cansada, Lo, temos tempo para conversar sobre isso.

- Eu sei, só quero realmente saber a opinião dela sobre uma nova criança. – Sussurro, me ajeitando melhor na cama.

- Você vai saber amanhã, vamos brincar o dia todo e assim podemos amacia-la para a notícia.

- Você tem razão. – Grace se encolhe e então se agarra em Camila.

Acabei descobrindo no último ano que acordar com a voz de minha filha era uma das melhores coisas do mundo todo, foi exatamente o que aconteceu pela manhã. Grace estava reclamando de Camila limpando suas orelhas, enquanto ela só queria ir assistir televisão na sala. Minha filha rolou pela cama e deixou um beijo em minha bochecha, antes de pular na cama para depois pular para fora e sair andando para fora do quarto.

Depois de um bom banho e um café da manhã reforçado todo mundo optou por ficar conversando na mesa do café, rindo sobre coisas aleatórias e contando as novidades. Minha filha sempre gostava de ficar conosco naqueles momentos, mesmo não entendendo as conversas ela sempre acabava conseguindo atenção de alguém para lhe ajudar em seus desenhos ou brincar com seus brinquedos, mas não foi o que aconteceu.

Grace ficou até a hora do almoço vendo televisão, almoçou em completo silencio e então agarrou Nala, indo direto para o seu quarto. Foi impossível ninguém comentar sobre como a pequena estava triste e desanimada no dia, por esse motivo não demorou nada para que Camila e eu a seguíssemos para o seu quarto, apenas para tirar a história a limpo.

- Grace? – Ela desvia o olhar do desenho para me encarar - O homem da piscina acabou de limpa-la, o que acha de nadar um pouco? – Ela encara os lápis coloridos e escolhe outro.

- Estou desenhando.

- Eu sei que sim, mas você sempre faz isso em casa, na nossa casa não tem piscina. – Me sento ao seu lado – O dia está lindo, vamos nadar um pouco, já passou uma hora depois de comermos e o sol não está mais tão forte. – Ela me anisa por alguns instantes.

- Mama Camila vai entrar? – Olho para trás e vejo Camila parada na porta.

- Com toda certeza. – Acaricio seus cabelos – Você parece tristinha, está se sentindo bem? – Camila prontamente entra no quarto e Grace abraça Nala.

- Vocês vão me mandar embora? – Franzo o cenho, completamente confusa.

- O que? – Camila a encara incrédula – É claro que não. Grace Marie Jauregui da onde você tirou isso? – Pergunta firmemente.

- Vocês disseram que vão ter uma nova criança. – Arregalo os olhos, ela não havia dormido completamente na noite passada – Vocês vão me mandar embora!

- Grace, é claro que não. – Seus olhos estavam cheios de lágrimas.

- Eu não sou uma boa menina? Por isso vocês querem uma nova filha? – Meu coração se aperta ao ouvir aquelas palavras.

Por mais que nós fossemos extremamente carinhosas e presentes Grace continuava com a enorme insegurança de que iriamos abandona-la algum dia. Era desesperador pensar que nossa filha ainda tivesse medo de ser abandonada mais uma vez, nós jamais seriamos iguais as pessoas que a abandonaram. Não queria que ela ousasse a pensar que tira-la de nossa vida fosse uma opção.

- Não, meu anjo, é claro que não. – A puxo para o meu colo e ela prontamente se encolhe no mesmo, começando a chorar, Camila se aproxima e abraça nós duas – Você é a melhor coisa que já nos aconteceu.

- Nós não queremos uma nova criança para colocar em seu lugar, Grace. – Camila acaricia seus cabelos – Nós queremos dar uma nova criança para brincar com você, para você nos ajudar a cuidar e para que você tenha um novo amiguinho ou amiguinha.

- Então eu não vou embora? – Sussurra ainda manhosa.

- Jamais. – Camila limpa as lágrimas que rolavam pelas suas bochechas – Você vai estar sempre conosco, recebendo muito amor e muitas... COSQUINHAS. – Os dedos da minha esposa correm pela barriga de Grace, arrancando uma gargalhada gostosa em meio as lágrimas.

- Nunca mais diga isso, querida. – Sussurro a abraçando – Nós vamos sempre te querer por perto, porque senão quem vai dar os melhores beijos do mundo? – Grace abre um largo sorriso e eu beijo sua bochecha – Ou quem vai me ajudar a fazer deliciosos cafés da manhã nos finais de semana?

- Ou quem vai me ajudar a assustar sua mãe Lauren? – Grace sorri e eu rio baixinho.

- Então eu não vou embora?

- Não. – Respondo prontamente – Você nunca vai embora e nós nunca vamos te deixar, não pense nunca mais nisso, ok? – Ela concorda com a cabeça – Somos nós e você contra o mundo, para sempre...

- E sempre. – Me abraça e eu rio – Mama, você também tem que estar no abraço. – Prontamente puxa Camila, que me ajuda esmagar nossa filha em um abraço.

- Então... você gostaria de ter um irmãozinho? Ou uma irmãzinha? – Camila acaricia as costas dela, se afastando lentamente.

Grace pareceu refletir por um longo momento. Então as perguntas vieram em sequência, como o bebê seria feito, onde ele iria dormir, se ele(a) iria roubar o lugar dela e coisas do tipo, perguntas que Camila e eu tivemos toda a paciência do mundo para responder. No final da série de perguntas Grace deu sua permissão para que nós aumentássemos a família.

Para desviar um pouco do assunto, Camila e eu sugerimos novamente que entrássemos na piscina, algo que Grace já estava acostumada –graças suas aulas de natação-, minha filha não estava animada com a ideia, porém quando Normani parou na porta de seu quarto já vestindo um biquíni ela se animou ao saber que poderia brincar com Normani, então não demorou nada para se trocar.

Minha filha era branca como eu, então nós sempre precisávamos lota-la de protetor solar, o que a deixou incomodada por ter que esperar do lado de fora enquanto Normani e Troy já estavam dentro da piscina, quando Camila autorizou sua entrada minha filha não demorou nada para pular, emergindo logo em seguida para se agarrar em Mani e ter um apoio dentro da água.

Era engraçado ver Grace nadando, porque ela estava na fase de querer nadar sozinha, mesmo que não conseguisse isso perfeitamente. Nossa filha começou as aulas de natação para melhorar ainda mais a sua asma, o que adiantou muito, o bônus foi que ela sabia se virar bem sozinha na água, mas sempre precisava de alguém por perto, obviamente.

Depois de bons minutos eu optei por entrar na água com ela, minha filha não demorou nada para nadar em minha direção e se agarrar em mim, abri um largo sorriso e lotei ela de beijos, que apenas riu e fez questão de molhar meu cabelo.

- Mama. – Camila estava nas espreguiçadeiras – Mama você disse que iria entrar comigo. – Faz um bico e eu rio.

- Eu estou esperando o meu protetor solar secar, coisa que sua mãe Lauren não fez.

- Eu fiz... por cinco minutos. – Pego Grace no colo e a lanço longe, escutando sua risada logo em seguida.

- MAMÃE NÃO PODE FAZER ISSO. – Ela se agarra em Troy, que estava abraçado com Ally.

- Mas eu achei que você ia gostar! – Tento me defender, podia notar que ela estava prendendo a risada e tentando se fazer de brava – Eu fazia isso com sua tia Taylor e ela gostava. – Normani me encara com um pequeno sorriso, abraçando uma das boias da piscina.

- Talvez eu tenha gostado um pouquinho. – Faz o sinal com a mão e todo mundo ri.

- Eu não jogo mais, venha aqui. – Ela prontamente nada em minha direção.

- Vamos para perto da tia Normani. – Assim faço e Grace prontamente vai para o colo de Mani e abraça a mesma – Tia você sabia que elas querem me dar alguém para brincar! – Exclama animada e Mani me encara confusa – Mama Camila disse que eu vou poder ajudar a cuidar.

- Uma nova criança? – Minha amiga sussurra – Eu vou ser tia de novo?

- Nós ainda estamos decidindo, não é nada certo. – Passo a mão pelos cabelos – Nós queremos, mas ainda não temos certeza, gostamos de ter Grace somente para nós e....

- Mais tarde nós falamos sobre isso. – Camila surge e Grace prontamente se joga na água, começando a nadar até minha esposa, que afastava de propósito para que nossa filha nadasse ainda mais.

- MAMA NÃO FAÇA ISSO. – Camz prontamente a pega no colo – Eu não gostei dessa brincadeira.

- Era só para ver se você conseguia nadar bastante. – Grace levanta a cabeça do ombro de Camz e analisa minha esposa longamente – E você se saiu muito bem. – Beija a bochecha da minha filha, que solta uma gargalhada gostosa quando vê que Camila prolonga o ato.

- Agora que Camila está com ela você pode me contar direitinho essa história. – Sussurra e eu encaro Grace e Camila, que estavam perto de Ally e Troy, sendo distrações perfeitas.

Acontece que agora a vida profissional de Camila realmente havia se acalmado e ela tinha um excelente tempo para passar com a família, o que era muito bom. Nos últimos dias, mesmo Grace arrastando uma boa quantidade de amiguinhos para a nossa casa, Camila e eu sabíamos que ainda faltava alguma coisa e acabamos chegando a mesma conclusão depois de um jantar que tivemos quando Grace estava na casa de David.

Dessa vez não queríamos adotar, nós realmente queríamos gerar uma criança e para isso seria necessário uma série de exames mais consultas, mesmo que engravidar me apavorasse um pouco a naquela altura do campeonato, ainda mais depois de ouvir Ashley e Veronica reclamarem incansavelmente sobre as dores que sentiram enquanto estavam gravidas.

Entretanto depois da conversa que minha esposa e eu tivemos com Grace depois do almoço me deixou ciente que talvez ainda fosse um pouco cedo para que nossa filha tivesse alguma companhia, ela poderia facilmente sentir-se deslocada e até mesmo substituída, como achou que iria acontecer. Não queria fazer nada que fosse deixar Grace pouco à vontade.

Depois de nadarmos por um bom tempo, Camila optou por sair da água e fazer Grace se sentar do lado de fora da piscina, enrolada em um robe verde água, minha esposa picou algumas frutas e deixou que nossa filha comesse sozinha ao lado de Normani, que devorava um pedaço suculento de melancia.

- Vamos lá, gracinha, você tem que tomar um banho. – Grace coçava os olhos e parecia extremamente sonolenta.

- Eu posso dormir, só um pouquinho? – Questiona quando eu a pego no colo.

- Claro que pode, mas depois do banho. – Ela deita a cabeça em meu ombro e eu arrasto a porta do quarto, entrando no mesmo.

- Não ligue o ar, ontem nós não fizemos a inalação e eu não acho que isso vai ser bom. – Camila comenta, abrindo a mala para separar uma roupa para a pequena.

- Pode deixar. – Abro a porta do banheiro e começo a tirar o biquíni que Grace – Vamos lá, porquinha, você está fedida.

- Claro que não. – Ela faz um biquinho adorável – Eu estava na água, como posso estar fedida? – Não consigo evitar a risada, aquela era uma ótima pergunta.

- Você está fedida porque está cheirando água de piscina, e piscina sempre tem cheiro de cloro, você está até se coçando, é claro que está fedida! – Grace prontamente para de se coçar e entra debaixo da água.

- Eu sou muito cheirosa. – Abre um sorriso sapeca – Mama Camila sempre fala isso. – Pego o sabonete e lhe estendo, a vendo começar a passar pelo corpo.

- Tudo bem, Sra. Cheirosa, quero ver você ficar ainda mais cheirosa. – Delicadamente molho seu cabelo novamente.

O banho de Grace foi mais demorado que o previsto, graças ao seu cabelo, que precisou ser lavado duas vezes. Minha filha se recusou a vestir a roupa, alegando que ficaria daquela maneira apenas até eu secar o seu cabelo, assim fiz. Assim que terminamos ela prontamente correu do banheiro até o quarto, se jogando na enorme cama que havíamos dormido na noite passada, ligando a televisão e se sentando no centro da mesma.

- Sua mãe vai brigar com nós duas se te ver sem roupa! – Ela nem desvia o olhar da televisão – Grace eu estou falando com você. – Aumento um pouco o tom e ela prontamente me encara.

- Vista ao menos a blusa. – Minha filha prontamente deita na cama e finge que está dormindo, o que me faz prender a risada – Anda, mocinha, você sabe como a sua Mama Camila é.

- E como eu sou? – Arregalo os olhos e me viro parcialmente – Grace porque você ainda não vestiu a blusa? – Minha filha abre apenas um olho para dar uma espiada – Anda, eu sei que você não está dormindo.

- Mas mama, está calor. – Se esparrama ainda mais na cama e eu mordo o lábio inferior.

- Tudo bem. – Suspira e eu encaro Camila, Grace abre um largo sorriso e volta a se sentar para assistir o desenho – Agora é a sua vez de tomar um banho. – Aponta para mim e eu arqueio minhas sobrancelhas, ganhando um beijo – Eu fico com ela. – Concordo com a cabeça e roubo um novo beijo de Camila, indo para o banheiro.

Acredito que Camila e eu estávamos nos saindo melhor do que o esperado, tínhamos uma excelente relação com a nossa filha e priorizávamos passar valores que gostaríamos que todos passassem para seus filhos. Grace é uma criança muito fácil de lidar e ensinar, ela tem uma mente aberta e está sempre a disposta a descobrir mais sobre tudo, ser mãe já é algo indescritível, mas ser mãe de Grace é algo que supera a fácil compreensão de qualquer sentimento.

(...)

Abro a pasta e começo a observar algumas partituras antigas, eu queria compor alguma coisa, mas não estava muito no clima para fazer tal, mesmo que a gravadora estivesse pedindo algumas coisas.

- MAMÃE. – Me viro assustada e Grace corre em minha direção, agarrando minhas pernas.

- Hey. – Me abaixo e recebo seu abraço apertado – Como foi na escola? – Grace prontamente solta a mochila no chão e abre a mesma, começando a procurar algo – O que é isso?

- A Sra. McKinley pediu para que eu escrevesse meu próprio nome, veja! – Abre o caderno e mostra o seu nome escrito de uma forma legível e um pouco grande demais.

- Ah isso é incrível. – Abro um largo sorriso e ela sorri ainda mais largo – Hoje eu te ajudo com o seu dever, você vai ter que escrever mais coisas?

- O nome de todos os meus amigos! – Exclama arregalando os olhos e eu rio – São muito nomes, mamãe.

- Nós vamos conseguir, tenho certeza, agora vá para o seu quarto e me espero no banheiro, você tem que tomar um banho. – Concorda com a cabeça, pegando a mochila e saindo da sala de música.

Assim que olhei pela porta observei minha esposa em uma linda roupa social, eram raras as vezes que Camila saia mais cedo do hospital e pegava Grace na escola, quando isso acontecia nossa filha só faltava sair gritando para todos verem que era Camila lhe buscando. Hoje minha esposa havia feito tal ato porque havia motivo muito especial.

Camila caminhou até mim, fazendo seus saltos fazerem um barulhinho contra o piso da sala, a saia azul marinha colada e a camisa branca perfeitamente abotoada com as mangas dobradas até o seu antebraço davam um ar tão maduro e sensual para ela que chegava a ser um crime, o sorriso malicioso brincava em seus lábios e seu bom humor era contagiante.

Seus braços envolveram o meu pescoço e os meus envolveram sua cintura fina, dando um apertão gostoso que a fez sorrir e aproximar ainda mais os nossos lábios até que eles finalmente estivessem colados. A língua de Camila não demorou nada para que se encontrar com a minha e nós duas finalmente nos rendêssemos aquela saudade esmagadora que havíamos sentido durante todo o dia, descontando naquele beijo.

Beijar Camila provavelmente nunca perderia a graça, provavelmente porque sempre que nos beijávamos era como se fosse a primeira vez, os mesmos sentimentos eram sempre despertados e aquela sensação reconfortante sempre possuía meu corpo, mostrando que meus lugares sempre seriam em seus braços.

- MAMÃE. – Prontamente me afasto de Camila e nós duas olhamos para uma Grace completamente nua parada na porta, cobrindo os olhos – Eu estava te esperando e você não veio.

- Desculpa, querida, eu estava conversando com a sua mãe. – Camila passa a língua pelos lábios e se afasta um pouco.

- Você estava a beijando. – Continua com a mão sobre os olhos – Não se pode conversar quando as bocas estão grudadas! Você não poderia me dar banho se você estava a beijando. – Camila ri baixinho e eu suspiro, prendendo a risada.

- E você pode ficar gripada se continuar pelada. – Ela finalmente tira as mãozinhas dos olhos, nos encarando desconfiada – Ande, vá tomar banho. – Camila caminha em sua direção e a instiga a começar a andar.

Não pude evitar de rir quando vi ambas de costas para mim, Grace principalmente, afinal minha filha estava completamente nua e sua bunda redondinha tinha a capacidade de deixa-la ainda mais adorável. Minha esposa e eu permanecemos em silencio, apenas acompanhando nossa filha em direção ao banheiro, mas antes que eu pensasse em me abaixar para dar banho em Grace, Camila pediu para que eu fosse até o quarto escolher um pijama e ver se o jantar estava quase pronto.

Era o que minha esposa mais fazia nos últimos dias, me impedia de levantar peso, me abaixar muito ou ter noites mal dormidas, apenas para assegurar que nossos planos dessem certo e acabou que haviam dado, agora nós precisávamos continuar com os cuidados para que nos próximos meses tudo ocorresse perfeitamente bem.

Ajeitei a mesa e não demorei absolutamente nada para escutar a voz de Grace e Camila, ambas desceram as escadas e Grace prontamente correu em direção a Lea, abraçando a governanta para ocupar o seu acento na mesa logo em seguida.

Nossa filha acabou a disparar a falar sobre o seu dia na escola, principalmente sobre as aulas que teve, isso incluía a de Espanhol, fazendo questão de falar algumas palavras para Camila, que respondeu prontamente na mesma língua e arrancou um largo sorriso de Grace. Logo em seguida começou a implorar se uma amiga sua, Beth poderia vir dormir em nossa casa algum dia.

- Você nunca falou de Beth. – Comento bebendo o suco.

- Ela é nova. – Fala levando comida em sua boca – Seus pais não moram mais juntos e agora ela mudou de escola. – Camila a olha feio.

- Grace não fale de boca cheia, nós já falamos sobre isso. – Nossa filha encolhe os olhos.

- Mama estava conversando com o pai de Beth hoje. – Olho para Camila, que fica com as bochechas vermelhas e eu prontamente arqueio as sobrancelhas.

- Estava? – Questiono interessada – Interessante.

- Ele estava perguntando sobre um restaurante. – Camila prontamente comenta.

- Para você o acompanhar em um jantar? – Não consigo evitar a pergunta e Camila ri.

- Sim, para ser sincera. – A encaro incrédula – Mas fiquei muito feliz em mostrar minha aliança para ele e dizer que ando ocupada para jantar com a minha esposa. – Me limito a comer para ficar em silencio sobre aquele assunto, eu sabia ser extremamente possessiva quando queria.

- Mama? - Grace interrompe e nós duas a encaramos – Por que Beth tem um pai e eu não?

Eu sempre havia me preparado para aquela pergunta, para ser bem sincera, mesmo estando completamente preparada para uma pergunta como aquela eu não me sentia bem em responde-la, porque se Grace queria um pai significava que Camila e eu provavelmente deixávamos algum espaço vazio em sua vida que ela acredita que possa ser somente preenchido com uma figura masculina.

Um longo momento em silencio prevaleceu na mesa, Camila me encarou por longos instantes e quando notou que eu estava tão nervosa quanto ela, optou por tomar partido e finalmente responder à pergunta de nossa filha.

- Algumas pessoas não têm pai, querida. – Camila começou cuidadosamente.

- Por que elas não merecem? – Brinca com a comida em seu prato.

- Claro que não. – Me prontifico – Acontece que não podemos escolher quem vai ser o nosso pai ou a nossa mãe. – Olho para Camila, eu não sabia mesmo o que dizer, mesmo já tendo conversado com Camila sobre o que iriamos dizer caso um dia ela perguntasse aquilo – Eles apenas são.

- Veja bem, algumas pessoas têm dois pais.

- Como o Tommy. – Grace exclama.

- Sim, como o Tommy. – Camila sorri – Outras pessoas tem um pai e uma mãe, como o Hunter tem o tio David e a tia Ashley. – Grace tinha o olhar fixo em Camila, prestando atenção em cada palavra que saia da boca de sua mãe – E outras pessoas tem duas mães, como você. – Acaricio sua cabeça e ela continua prestando atenção – Em alguns casos são filhos apenas de uma pessoa, apenas uma mãe ou apenas um pai. Acontece que não importa quem seja, ou quantas pessoas sejam, o que importa é o amor que os pais têm pelos filhos. – Nossa filha continua nos encarando.

- Você quer ter um pai? – Pergunto delicadamente.

- Eu tenho que ter um pai? – Grace responde à pergunta com uma nova pergunta.

- É claro que não, duas mães não são boas o bastante? – Pela primeira vez senti medo na pergunta de Camila.

- São sim, mama. – Abre um largo sorriso e nós duas respiramos aliviadas – E eu não ia gostar de ter um pai, meninos como o pai de Beth tem barbas, e eu não gosto de barbas. Só da barba do Papai Noel e do vovô Mike. – Nós duas rimos e eu prontamente seguro a mão de Grace.

- Nós amamos você, Grace. – Falo seriamente – E é disso que você sempre precisa se lembrar, não existe certo ou errado quando existe o amor, ok?! – Ela concorda com a cabeça.

- Ok mamãe. – Sorri timidamente – É porque isso que sempre vamos ser todas nós juntas para sempre e...

- Sempre. – Respondemos juntas e Grace ri, assentindo.

Criamos o termo 'sempre e sempre' depois do primeiro surto que Grace teve achando que nós iriamos manda-la embora de casa, desde então esse havia sido a forma que todas nós havíamos encontrado de confirmarmos nossas palavras e firmarmos nosso amor com a nossa filha.

O restante do jantar ocorreu muito bem, inclusive quando fomos para a cozinha tomar sorvete. Depois do jantar nós subimos as escadas e Camila informou que iria tomar um banho, já que era a única que não havia feito isso ainda, fui até o quarto de Grace e nos sentamos em sua mesa pequena, para fazer sua lição de casa para o dia seguinte.

As tarefas de casa de Grace nunca eram complicadas de serem resolvidas para nós, entretanto eu podia ver que nossa filha realmente se esforçava em acompanhar o ensino de sua escola, que era o melhor da cidade. O dever daquela noite era simplesmente repassar os nomes dos colegas de classe, além de escreve-los ela tinha que ler em voz alta para ter certeza de que ela realmente sabia de quem era o nome da pessoa; em matemática ela estava aprendendo a sequência maior de números, chegando até o cem.

Quando terminamos o dever de Grace, minha filha fez questão de guardar todo o seu material e então abriu o seu guarda-roupa, pegando o seu uniforme para o dia seguinte e o deixando separado ao lado de sua mochila. Antes que saíssemos do quarto Camila apareceu sorrindo e com o rosto livre de qualquer maquiagem, chamou Grace dizendo que nós precisássemos conversar com ela.

Fomos todas para o meu quarto e o de Camila, subimos na cama e eu tirei o controle da mão de Grace antes que ela ligasse a televisão e isso tirasse a sua atenção, o que a deixou com um pequeno bico. Olhei para a minha esposa e ela se curvou, pegando um pequeno embrulho e entregando a Grace, que abriu um largo sorriso e começou a desembrulhar rapidamente.

- Você sabe ler o que está escrito aí? – Questiono interessada.

- Eu só sei ler "Eu vou ser..." – Franze o cenho e encara Camila, segurando a blusa novinha.

- "Uma irmã mais velha." – Camila termina de ler e ela arregala os olhos.

- O que? – Ela não sabia para quem olhar – O que você quer dizer com isso?

- Lembra que nós conversamos a alguns meses atrás quando nós viajamos para Los Angeles e fomos ver o Bob Esponja?! – Concorda com a cabeça – Então, sua mama Camila e eu esperamos mais alguns meses para tentar te dar um(a) parceiro(a) de brincadeiras! – Explico calmamente.

- Lauren fez os exames e descobrimos que ela está gravida. – Camila acaricia a perna de nossa filha.

- Gravida? – Franze o cenho – A CEGONHA VAI TRAZER UMA IRMÃZINHA? – Grita animada e nós rimos, concordando com a cabeça.

- Pode ser um irmãozinho, também. – Grace começa a pular na cama.

- Quando eu vou poder ver vê-la? – Questiona extremamente interessada.

Acontece que durante todos esses meses que levamos nos preparando para aumentar a família usamos também para fazer Grace mudar de ideia e não sentir tanto medo quanto ao assunto de alguém novo entrar na família, por esse motivo fizemos de tudo para aumentar ainda mais a nossa ligação com ela e mostrar diversos exemplos de como era legal ter muitos irmãos.

A sua surpresa e animação em ter um novo integrante na família era completamente compreensível depois de nós termos mostrado como era legal ter um melhor amigo para todas as horas, Camila e eu acabamos usando exemplos próximos: nossos irmãos.

- Onde ela está? – Começa a procurar e eu rio.

- Aqui. – Camila levanta minha blusa e aponta para a minha barriga.

- Mas aí é muito pequeno para uma criança! – Franze o cenho – Eu não iria conseguir ficar ali, mama. – Nós duas caímos na risada e Camila sorri, mordendo o lábio inferior.

- Querida, o bebê é muito pequeno ainda, então ele está bem seguro e confortável aqui, na barriga da mamãe Lauren. – Camila acaricia minha barriga que ainda não dava sinais de que tinha um morador.

- Então a barriga da mamãe vai ficar grandona como a barriga de tia Vero era? – Questiona interessada e nós concordamos com a cabeça – Então vai vir uma pequena Quinn?

- Ou pode vir um pequeno Hunter. – Sussurro e Grace se abaixa, colando o ouvido contra a minha barriga.

- Mamãe eu não estou escutando ela chorar. – Nós rimos e ela sorri – Eu vou ouvir isso, não vou?! – Concordamos com a cabeça.

- Mas vai demorar um pouco para isso, querida.

- Mas não muito, porque eu quero ter uma amiga para brincar. – Começa a pular na cama e Camila a segura.

- Grace cuidado. – Minha filha cai sentada na cama – Agora vamos conversar sobre algumas coisas: sua mamãe Lauren não pode levar sustos, ela não vai poder mais te carregar tanto e ela não pode machucar a barriga, ok?! – A pequena a encara atentamente – Porque senão machuca o bebê e você não vai querer que isso aconteça, não é?! – Ela nega com a cabeça desesperadamente – Então você me ajuda a cuidar da mamãe Lauren?

- SEMPRE E SEMPRE. – Grita animada e eu rio, a beijando.

Uma das coisas que Grace mais tinha era um instinto protetor, principalmente com aqueles que ela ama, então quando Camila lhe disse aquelas coisas estava completamente ciente de que nossa filha faria o possível e o impossível para tornar minha gravidez ainda mais agradável.

Nunca achei que tantas perguntas sobre gravidez pudessem ser feitas, mas foi exatamente o que nossa filha fez, nos lotou de perguntas que Camila teve que apelar para o lado médico para conseguir responder algumas delas e mesmo que Grace não tivesse entendido tudo completamente, fingiu que entendeu.

Optamos por assistir um pouco de televisão, até que nossa filha começasse a ficar com sono, o que não demorou muito. Eu mesma me encarreguei de supervisionar Grace escovando os dentes e então se ajeitando na cama, coloquei sua máscara e Camila decidiu que iria ler para ela aquela noite, então acabei voltando para o nosso quarto para escovar meus dentes.

Agora nós tínhamos um modo diferente de ler para Grace, quando víamos que ela não estava gostando tanto da história optávamos por inventar o que iria acontecer nos outros capítulos, o que arrancava algumas risadas e a fazia nos ajudar a ter ideias para as histórias legais.

Depois de escovar os dentes liguei o ar condicionado e me acomodei na cama, liguei a televisão e comecei a prestar atenção no filme que passava na televisão. Instantes depois Camila entrou no quarto e foi direto para o banheiro, saindo depois de poucos minutos para entrar debaixo das cobertas e vir para perto de mim.

Minha esposa levou sua mão até a minha barriga, seu rosto ficou a centímetros do meu, ela acariciava a região onde estava com a mão e me encarava sem parar, mas meus olhos continuavam fixos na televisão. Para tentar conseguir a minha atenção os beijos no pescoço começaram a ser distribuídos.

- Amor... – Ela morde o lóbulo da minha orelha e eu continuo a ignorando – Você não tem o direito de ficar brava.

- Não estou brava. – Falo simplesmente.

- Está sim e eu sei o porquê... – Ri e eu trinco meu maxilar – Não existe motivo para ficar brava, além do mais não vamos brigar em uma noite especial como essa...

- Ele era bonito?

- Lauren eu sou lésbica. – Cruzo meus braços – Vagina. Eu gosto de vagina. – A encaro – Da sua em especial, e você sabe disso. – Não consigo prender a risada e ela sorri, ficando parcialmente sobre mim, apenas para começar a distribuir beijos sobre o meu rosto – E ele não era bonito, eu juro.

- Ótimo. – Sinto seu beijo em meu pescoço e estremeço – Camila...

- Apenas alguns beijos, estou com saudades... – Cola nossos lábios e eu suspiro.

Chegava a ser cômico a forma inútil que eu sempre tentava permanecer irritada ou brava com Camila, sempre acabava sendo impossível, ela tem essa mania de conseguir com que eu fique à mercê de seus beijos e de seu amor.


Obrigada a todo mundo que está comentando, divulgando e favoritando a fanfic, eu realmente aprecio todo o feedback que vocês me dão!!! Vou apreciar ainda mais se você tiver deixado um um comentário legal pelo capítulo ou me chamar no twitter (switch5Hearts) hehehe   

SÓ MAIS TRÊS CAPÍTULOS, PESSOAL!!!!!!!

Natália xX


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