Cup of Tea

shaneoli द्वारा

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"Eu estava de volta. Aquela era minha vida mais uma vez. Eu havia tentado fugir, ser uma pessoa normal, mas f... अधिक

Sinopse & Breve Explicações
{Segunda} - O Segundo Copo
{Segunda} - Boa Noite
{Terça} - De Filósofos a Pintores
{Terça} - Não ria
{Quarta} - Amizade em Pratos Quebrados
{Quarta} - Carona
{Quarta} - Velhos Hábitos
{Quarta} - Até Logo
{Quinta} - Surpresa!
{Quinta} - Nada de Chá
{Quinta} - Óbvio Demais para se Chamar Epifania
{Sexta} - 3 Dias
{Sexta} - Entrega Especial
{Sexta} - Uma Nova Reunião
{Sábado} - Vs.
{Sábado} - Bicicletas
{Domingo} - (?)
{O fim}

{Uma Segunda} - De Volta a Copos de Café

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shaneoli द्वारा

Eu passava os discos antigos olhando um a um a procura de algo especial. Queria encontrar um presente perfeito.

O antiquário tinha o cheiro de velho, nada fora do esperado. As prateleiras tinham de utensílios domésticos a máquinas fotográficas que sequer conheciam todas as cores. O lugar era um pouco caótico, devo adimitir, mas quando passei pela frente da lojinha me senti atraída para dentro. Não eram só os livros, mas o ar de tantas décadas que ali estava guardado.

Puxei para fora um dos discos antigos contemplando sua capa desbotada. Aquele realmente pareci ter sido um dos primeiros discos a serem fabricados.

Devo admitir que ainda não havia aprendido a apreciar o som do vinil tanto quanto a facilidade de colocar meus fones de ouvido e escolher entre todas as musicas do mundo, mas, uma vez que a música começava a se espalhar saindo do disco girante, parecia como uma máquina do tempo.

Olhei o disco uma última vez tendo certeza de que era o certo, então o levei até a garota que trabalhava no caixa. Tirei algumas notas da carteira e paguei a garota que me olhava entediada.

Pensei em arrancar dela um sorriso, mas além do tédio em seus olhos havia uma certa impaciência. Decidi simplesmente pegar o disco e sair.

Voltei a andar pela rua sem um rumo certo. O céu brilhava azul naquele meio de verão. Era estranho lembrar como tudo estava diferente depois de um ano. Estável, sob meu e único controle.

Não haviam mais grandes preocupações. O peso que um dia estive fadada a carregar fora transferido para outros. A fusão foi um sucesso, Sr. Jacob ainda me agradece por tê-lo convencido a aceitar minha jogada extrema.

Não havia mais um corporação Ashworth, mas havia algo do qual eu me orgulhava ainda mais: Aurora Ashworth, escritora.

Eu estava fazendo o que amava, escrevendo sobre minha maravilhosa experiência naquele pequeno café perdido nas ruas de Londres.

Pareciam séculos se distância. Eu já não estava mais em Londres, não havia mais senhora Brooks. Nada de casas imensas que pareciam castelos, ou casas em lugares que eu visitava uma vez no ano.

Vendi quase tudo: casas, carros, o avião... Tudo que eu não precisava se tornou dinheiro em minha conta bancária que também incluía alguns números restituídos pela Sra. Brooks (Aparentemente, algumas coisas que ela vendeu não pertenciam a ela).

Minha tia malvada se tornou uma memória distante, pelos boatos que escutei, ela se casou mais uma vez. Tenho pena desse coitado que vai aturá-la. Gosto de pensar que ela casou com o pai da pequena Meg (garotinha terrível que conheci no Blue Cup), as duas formariam um bela dupla.

Mas enfim, quem realmente se importa com ela? Eu havia recomeçado como queria, talvez não recomeçado do zero, mas de alguns zeros. Era isso que eu queria, afinal. Uma parte de ambos os mundo em que vivi.

Ainda assim, nada disso foi tão importante quanto às pessoas que mantive por perto.

Em uma semana Alia estaria casando. Os preparativos demoraram muito mais do que planejaram, mas estava acontecendo. Nesse meio tempo, Aziz ficou noivo de uma bela indiana e Sam finalmente encontrou uma garota que realmente poderia apresentar a sua mãe como namorada.

Guardei cada uma dessas pessoas em minha vida, mas também dentro das minhas páginas, literalmente e metaforicamente.

Parei de súbito olhando para o livro exibido bem à frente da livraria na qual eu passava. Sorri vendo a coincidência.

Abri a porta com um pouco de hesitação escutando o pequeno sino soar anunciando minha entrada.

O lugar bem iluminado e arrumado tinha algumas pessoas folheando livros e conversando no pequeno café no fundo da loja.

Fui em direção à mesa do meio onde uma pilha de pequenos livros estava arrumando. O copo azul quase me arrancaria uma lágrima, se não tivesse minha própria cópia em casa.

Não era o meu livro que chamou minha atenção. Era o caderno que que dividia um lugar com ele. Não qualquer caderno, o meu caderno, um que não encontraria versão igual que não fosse naquela pequena livraria acolhedora.

Sr. Sforza. Ele parecia mais velho, mais linhas de expressão desenhavam seu rosto. Não achei que ele me reconheceria, mas o sorriso que se abriu mostrou o contrário.

- Você me encontrou - disse ele se aproximando - Espero que seja para me dar uma versão autografada. Um mecenas sempre gosta de exibir o trabalho de seus artistas.

- Eu não consigo acreditar que encontrei esse lugar sem querer! - digo o cumprimentando com o abraço que daria a um velho amigo - Não era minha intenção chegar aqui, mas tenho que te agradecer. De uma forma tão aleatória como agora, você mudou minha vida por completo quando me deu aquele caderno.

- Não me dê tanto crédito - ele pegava uma das cópias do meu livro e entregou-me junto com uma caneta - O talento é seu como eu já disse. Fico feliz de ter tido um papel em sua obra e um capítulo.

Sorri ficando com as bochechas vermelhas. Não tinha o que dizer. Ele fora responsável por me mostrar um caminho que eu sequer sabia que amava. Não haviam agradecimentos suficientes que pudesse dar a ele.

Passei um tempo conversando com Sr. Sforza que ainda não quis saber o nome real. Ele ainda era meu mecenas e não queira perder isso.

Sai daquele lugar completamente feliz. Encontrar o Sr. Sforza não poderia ter sido mais gratificante. Foi como marcar um "feito" em minha grande lista de objetivos de vida.

Chamei o táxi que passava por mim e indiquei a ele o endereço. Em menos de quinze minutos cheguei ao meu destino. Desci do carro deixando uma boa gorjeta para o motorista.

Da calçada, parei por um instante admirando a fachada do lugar que já não me era novo, porém nunca me cansava de sua belezas. A arquitetura se destacava dos outros prédios rua naquela misturava de antigo e moderno sem que um sobressaísse o outro. 

Pela vitrine vi os quadros e esculturas que coloriam o lugar e criavam movimento.

Ri comigo mesma das feições das pessoas lá dentro. Tinham expressões diversas, algumas sorriam maravilhadas, outras tinham testas franzidas completamente intrigadas.

Entrei sentindo o ar condicionado refrescar o calor do dia. Com passos lentos, tentei manter o silêncio do lugar. Andei em direção ao garoto que falava sobre a peça de arte renascentista a uma possível cliente.

Ele parecia quase adulto, responsável, sério, mas sabia que não era bem assim.

Esperei que ele terminasse de falar e reparasse minha presença.

Em pouco tempo a mulher pareceu extasiada com a obra e sem mais delongas o olhar decidido a guiou em direção ao talão de cheques em sua bolsa. Ela era antiquada quanto a isso, mas não a deixava menos intrigante. Em minha mente estórias começavam a se formar.

Meu olhar se encontrou com o de Kenny. Não estava mais adulto, sério ou muito menos responsável. Ele era só a pessoa que eu amava.

O que tinha conseguido não teria sido o mesmo sem ele. Assim como em sua estória, fora ele quem me deu o diamante, entretanto o final não foi como ele escreveu, nem tanto como eu sugeri. Aquela personagem não ficou satisfeita com a pedra preciosa, ela precisava daquela pessoa que a fazia se sentir completa.

Tirei de dentro da bolsa o vinil e o segurei na minha sempre exibindo o presente. Arranco no mesmo instante um largo sorriso de Kenny.

- Você é incrível sabia disso? - ele veio em minha direção e me beijou delicadamente - Mas meu aniversário é só em uma semana.

- Você sabe que eu fui criada para não acreditar em aniversário. Esse presente é pela sua grande venda àquela mulher. Você conseguiu vender o quadro, não?

- Sim, eu consegui - ele disse rindo de mim - Já que estamos nos presenteado, tenho uma coisa para te mostrar.

Segui Kenny para os fundo onde várias outras obras estavam expostas. Uma delas no mesmo instante agarrou minha atenção.

- É do Craig - disse reconhecendo os traços do meu artista preferido - Mas tá completa.

- Na verdade, não - Kenny me corrigiu.

Olhei para a tela procurando onde ela não estava terminado. O cenário era uma mesa posta com o café da manhã. Um livro estava aberto em uma página onde somente as mãos de uma mulher aparecia o folheando. Conhecia as palavras escritas nas páginas, Bukowski.

- Não tem nada faltando. Esta perfeitamente terminada.

- Aurora, você não consegue ver, está claro, nas mãos dela.

Me aproximei buscando pelo que ele falava, mas não fui capaz de ver. Quando me virei pronta questionar do que ele falava, tive um choque.

- Esta faltando um diamante - Kenny disse de joelhos mostrando o anel que ele segurava.

Cobri minha boca contendo o grito que queria me escapar. Lágrimas de alegria encheram meus olhos, mas não deixei que elas caíssem. Eu não podia chorar. Corri para os braços dele não querendo largá-lo.

- Sim - sussurrei em seu ouvido incapaz de pensar em outra resposta.

Me afastei olhando para ele e o anel que ele colocava em meu dedo. Não conseguia conter o sorriso, não era o anel, mas o gesto. Ele me conhecia.

O quadro, o detalhe do inacabado, ninguém teria feito um pedido melhor. Por um instante, uma excitação me tocou, mas rapidamente passou. Eu não precisava me preocupar com mais nada, só deveria deixar que a vida seguisse seu curso. Continuaria a escrever, a imaginar a vida de pessoa em minha mente, porém o que me deixava completamente satisfeita naquele momento era saber que eu não poderia ter escrito aquele instante de uma forma melhor.

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