Sette Poesie

By StrawberrySquad

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Todos dizem que sou um(a) Serial Killer, talvez eu seja, mas não mato por prazer, mato por necessidade. Não c... More

02 - Serial Killer
03 - A mágica de um hoterlã
04 - Bem vinda a Wonderland
05 - Eu quero os nomes
06 - Sete Corpos. Sete?
07 - NÃO PODE SER
Entre Duas Linhas

01 - Apenas Um Sete

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By StrawberrySquad

Assisti um filme chamado "Seven" e me apaixonei por ele, depois assisti uma serie chamada "Dexter" e resolvi que precisava escrever algo e deu em Sette Poesie.

Escrever uma fanfic é algo novo e diferente para mim. A pedidos fiz de Fifth Harmony. Espero que gostem e se tiver algo de errado me avisem, por favor.

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18 de Outubro de 2015

LAUREN JAUREGUI

Como sempre depois de um dia cansativo de muito trabalho, estávamos Papa, Mama, Tay e Chris sentados na aconchegante sala de estar, prontos para começarmos a jantar. Mama servia a comida para Papa, enquanto Tay e Chris - meus irmãos mais novos - disputavam para ver quem sentava na única cadeira azul de nossa sala - coisas de crianças. Tay tinha onze anos e Chris doze.

- Está uma delícia, mama - sorri para minha mãe que logo retribuiu o meu sorriso.

- Que bom, Laur! Fiz com muito cari...

Antes que minha mãe pudesse terminar a sua frase, um barulho já conhecido nos chamou atenção. Era o celular de papa. Ele sempre recebia ligações estranhas durante nossos encontros familiares, que não eram muitos. Fazia alguns anos que eu não morava mais com meus pais e meus irmãos, não que eu não gostasse do contato familiar, mas é que eu precisava do meu cantinho. A propósito, tenho vinte e sete anos, sai de casa com vinte três quando comecei a trabalhar e esse foi um dos motivos que me fizeram querer ter o meu cantinho. Mama nunca aceitou minha profissão.

- Preciso atender! - Papa tinha uma expressão assustada, aquilo estava me preocupando. Ele levantou da cadeira se retirando da sala de estar sem atender o aparelho em sua mão, que não parava de tocar, eu o acompanhei com o olhar.

- Laur, quando você vai sair dessa profissão. Sempre que você sai de casa meu coração fica na minha boca, nunca sei se você vai ficar bem - mama me fez perder a atenção de Papa e olhar para ela.

- Eu nasci para fazer o bem e acabar com o mal, mama. Não vamos discutir isso de novo - voltei a olhar para o meu prato intacto.

"- AQUI NÃO, PORRA!" - Papa gritou de onde estava.

Tay e Chris olharam para mama assustados, enquanto a velha e boa mulher retribuiu o meu olhar, eu já podia vê-la lacrimejar.

Mama sabia de algo, mas nunca quis me contar, eu fazia de tudo para entender o que se passava ali, até cheguei a investigar Michael - meu pai -, mas não descobri nada. De qualquer forma dessa vez eu saberia o que estava passando.

- Vou ver se Mike precisa de algo - mama fez menção de se levantar, mas a segurei pelo braço já me levantando.

- Pode deixar que eu vejo isso, a senhora ainda não acabou de comer.

- Laur, eu posso... - Ela ia dizer o que sempre dizia, que ela pode resolver, mas eu estava cansada disso.

- Mama, acho que Tay e Chris precisam de você - sorri da melhor maneira me retirando da sala.

Caminhei pelo corredor - que dividia a sala de estar dos quartos, banheiros e do escritório de Michael -, escutando alguns murmurinhos vindo do fundo do mesmo, onde ficava exatamente o escritório de papa, ou quem sabe seu "esconderijo".

- Hoje eu descubro o que você me esconde, Michael - sussurrei para mim mesma.

Continuei caminhando até o final do corredor, toquei a maçaneta da porta do escritório sentindo meu coração saltar como sempre fazia quando eu estava prestes a ver alguma das vítimas, mas uma voz não conhecida me fez parar, eu não conseguia identificar o que ela dizia, então me aproximei encostando meu ouvido na porta na tentativa de escutar o que estava se passando.

"- Eu só preciso de uma última oportunidade." - Essa voz pude conhecer, era a de Michael.

"-Você teve sua chance, Jauregui. Você sabe que ninguém pode errar, que quando uma pessoa erra, ela precisa pagar por isso, esse é o motivo dos Seven ainda existirem." - Dessa vez não reconheci a voz, mas concluí que papa não estava sozinho.

Seven. Eu já tinha escutado sobre eles, não foi um dos meus casos, mas eu via o quanto Dinah se descabelava para poder entender o que se passava com eles. Soube por alto ser uma seita de assassinos de alugueis, eram setes homens ou mulheres, ninguém sabia ao certo, eles não tinham identidades, andavam disfarçados ou apenas eram eles no meio da população, era isso que os mantinham fortes ou talvez vivos, era como se fossem infiltrados, se alguém descobrisse algo sobre eles o chefão, mandava matar um, mas parece que isso ficou apenas no papel, eles nunca tinham precisado matar nenhum deles.

Isso foi tudo que Dinah chegou a me contar, ela não gostava de me preocupar com esses tipos de casos, sabia que a minha especialidade era outra.

Peguei meu celular e mandei uma mensagem para ela contando sobre o que eu tinha acabado de escutar. Dinah por sua vez disse que estava a dez minutos da minha casa, pediu para que eu a esperasse. Eu até poderia esperar, era o certo a se fazer, mas algo estava agarrado em minha garganta, eu precisava olhar na cara dele e dizer tudo o que eu tinha para dizer e eu não sei se conseguiria esperar dez minutos.

"- Vocês não podem fazer isso comigo, há três a Seven só existe por minha causa. Eu sempre acobertei todas as fugidas de vocês. Se a policia nunca pegou todos nós, não foi por causa daqueles incompetentes, mas sim por mim, porque eu sempre passei todas as informações."

Se eu tinha alguma dúvida de invadir aquele cômodo, aquela dúvida tinha ido embora. Saber que meu pai me usou para defender aqueles malditos, acabou com o pouco de sanidade que eu tinha.

Girei a maçaneta com raiva em meu olhar, saber que papa podia ser um dos Seven tinha revirado o meu estômago, uma vontade louca de vomitar se fez presente, mas eu não deixaria aquilo me torna fraca. Adentrei a sala sem nem mesmo pedir permissão encontrando Michael com os olhos vermelhos de quem estava chorando e um homem alto, com a barba feita e o cabelo grisalho, totalmente diferente do que o que eu tinha imaginado.

- Eu não acredito que você faz parte dessa merda dessa seita - encarei Michael que me olhava assustado.

- Lauren, saí daqui! - Michael disse me empurrando em direção a porta.

- Tarde demais, Jauregui - o ser alto fechou a porta fazendo com que todos nós parássemos em nossos lugares. - Essa cadela sabe demais - ele apontou a arma em minha direção.

- Não, por favor. Ela não - Michael entrou em minha frente me abraçando de costas.

- Me solta, seu verme! - Dei um passo para trás sentindo todo o meu sangue ferver.

- Eu vim aqui para acabar apenas com você, - o assassino nojento apontou a arma para Michael - mas agora vou ter que acabar com os dois. - Voltou a apontar para mim.

- Lauren, me perdoe! - Michael ignorou o sujeito e se virou para mim. - Eu não sei o que aconteceu comigo, não sei quando eu entrei nisso, quando vi já estava com eles, metido nisso tudo.

- CALA A BOCA, JAUREGUI! - O homem gritou, mas Michael o ignorou novamente.

- Me perdoe! Isso virou como um vício para mim, no começo era só pelo dinheiro, para ajudar a vocês, depois se tornou uma droga, uma necessidade. Eu te amo, filha. Me perd... - Michael foi interrompido.

Um barulho alto e bem conhecido por mim o calou. Encarei o homem com a testa enrugada, mordi meu lábio inferior com força, podendo sentir o gosto de sangue em minha boca. Uma enorme mancha vermelha tomou conta da camisa de Michael. Ele virou em direção ao assassino maldito, caminhou até ele e mais um barulho tomou conta do cômodo. Michael deu mais um passo para frente caindo em seguida, derrubando o homem que tinha uma expressão forte. Encarei aquela cena sentindo minha respiração ofegar.

Michael sempre foi um homem bom, ou pelo menos era o que eu imaginava, ele sempre cuidou bem dos meus irmãos, de mim, da nossa família, nunca nós deixou faltar nada, nem mesmo quando mama estava doente e não tínhamos dinheiro, ele deu um jeito e conseguiu pagar todos seus remédios e ali estava a resposta pelo dinheiro rápido e repentino.

- Desgraçado! - A voz do homem me fez despertar de meus devaneios.

Ele empurrava Michael para o lado tentando se limpar do sangue, continuei encarando-o com os olhos fervendo de raiva, assim que nossos olhares se encontraram o homem jogou Michael completamente para o lado e engatinhou em direção ao objeto prata que tinha caído da sua mão após a sua queda.

Corri em direção ao mesmo objeto, chutando-o para longe. Vi a arma prata escorregar para de baixo da escrivania, o homem me encarou furioso, se apoiou na parede com um pouco de dificuldade para poder se levantar.

Pisquei algumas vezes e tudo parecia lento, como se estivesse em câmera lenta. Olhei para Michael no chão sentindo uma única lágrima escorrer pelo meu rosto, virei meu rosto para o lado e encontrei a mesa dele, em cima dela um bloco de papeis, sua pasta, um porta canetas e seu punhal.

Ele tinha uma paixão louca pelo seu punhal, nunca deixou que ninguém tocasse nele, era como seu amuleto, ele sempre ficava em cima da sua mesa.

Senti um suor percorrer pelo meu rosto, passando pelo meu pescoço, descendo pelo vão de meus seios. E de repente não tinha mais câmera lenta. Foi tudo muito rápido dessa vez.

Com o punhal em minha mão direita, caminhei em direção ao homem que ainda se levantava com muita dificuldade, cravei a primeira facada em sua barriga, fazendo-o curvar-se para frente. Tirei o punhal e novamente o cravei na carne do homem, dessa vez em seu peito, o que o fez cambalear em direção a parede. Novamente tirei o punhal de sua carne, pressionei o homem na parede para apunhalá-lo novamente e mais uma vez... Outra vez... Mais uma... Mais outra... Foram tantas as vezes que eu não pude contar.

Só parei quando senti alguém tirar o punhal de minha mão, envolver minha cintura em um abraço forte e me puxar para trás.

- ME SOLTA, ME SOLTA. EU VOU ACABAR COM ESSE VAGABUNDO! - Eu gritava enquanto me remexi nos braços daquele ser que insistia em me abraçar com força. Eu podia sentir o gosto sujo da vingança, a adrenalina em seu sangue, o suor em meu rosto.

- Lauren, se acalme por favor! - A voz um tanto conhecida de Dinah sussurrava em meu ouvido.

- ME SOLTA, DINAH. EU PRECISO... E-EU... E-EU PRECISO - gaguejei já perdendo a força e cedendo aos poucos.

- Laur, por favor - Senti as mãos de Dinah acariciarem o meu rosto, fui escorregando de seu abraço, caindo no chão, mas ela não me abandonou, sentou ao meu lado. Alguns policiais começaram a andar pelo local me fazendo enxergar o que estava acontecendo, me trazendo de volta a realidade.

Já não tinha mais vontade de vingança, meus olhos já não ferviam, uma angústia tomava conta do meu interior, meus olhos se enchiam de lágrimas que teimavam em sair, até pensei em me segurar. Mentira! Não pensei em nada, não conseguia pensar, deixei que o meu choro viesse. Um choro forte, rápido, alto... Doloroso.


18 de Dezembro de 2015

Três meses se passaram, Dinah conseguiu capturar o chefe da Seven - Luis. O maldito gostava de jogos e não quis dizer o nome de todos os assassinos de alugueis de cara, ele disse que teríamos que jogar o jogo dele, no caso Dinah - a chefe do departamento - e sua equipe, pois ela me deixou de fora, mas mesmo de fora ela me deixava por dentro de tudo que estava acontecendo, sabia o quanto aquilo era importante para mim.

Segundo ela, o maldito apenas soltou que existiam mulheres e homens, que assim que Michael e Alejandro - o ser alto de barba feita e cabelos grisalhos - morreram, ele contratou mais  dois para o seu bando. Outra coisa que ele soltou é que esses assassinos estão mais perto do que podemos imaginar e eles usam um punhal como arma, respondendo porque Michael nunca deixou que nenhum de nós tocássemos em seu brinquedinho.

Fora isso ele não disse mais nada, pelo menos foi o que Dinah me contou. Sem nomes, sem idades, sem gêneros, sem endereços. Apenas setes indivíduos, sendo um preso e seis livres por Miami.

"- LAUREN, CHEGOU UMA ENCOMENDA PARA VOCÊ." - Mama gritou me fazendo despertar de meus devaneios. Depois que Michael - como eu resolvi chamá-lo depois daquele dia - morreu, prometi a mama que almoçaria com ela um dia sim e um dia não. Levantei de minha cama e caminhei até a sala, encontrando uma pequena caixa de papelão em cima da mesinha de centro.

Sem hesitar, abri o objeto que continha o meu nome completo, retirando primeiro a fita que o fechava e depois puxando para fora uma parte do papelão, em seguida a outra parte, e as outras duas, deixando a caixa completamente aberta.

Olhei para o objeto dentro da caixa e não pude acreditar. Quem poderia ter me enviado aquilo? Por que teria me enviado? Isso era um jogo? Eu gosto de jogos, por isso escolhi essa profissão.

Olhei de volta para caixa e vi um papel dobrado, bem abaixo do objeto da cor prata.

A chuva do lado de fora era forte, pessoas uniformizadas andavam de um lado para o outro. É engraçado o que vou dizer, mas nunca achei graça em usar esses tipos de uniformes, acho que foi por isso que não optei ser uma policial, preferia os terninhos básicos dos detetives, a claro, a única graça que aqueles uniformes tinham era quando eles serviam para uma outra coisa, que não vinha ao caso, não agora.

Continuei caminhando com a caixa de papelão na mão parando apenas em frente ao elevador, louca para ir para a minha parte favorita do prédio. A porta de aço se abriu revelando uma bela morena de corpo totalmente modelado.

- Boa tarde, Jauregui - Normani saiu do elevador sorrindo, provavelmente tirando sua hora de almoço.

- Boa tarde, Kordei - retribui o sorriso e entrei na caixa de metal apertando o botão do terceiro andar, meu andar favorito.

A porta de aço se abriu me permitindo sentir aquele cheiro que me possuía quase todos os dias, a temperatura quase negativa faziam os meus pelos se arrepiarem. Adentrei o andar voltando a caminhar, passei por alguns colegas de trabalho cumprimentando-os com um aceno de cabeça, apenas parei para cumprimentar a minha baixinha favorita.

- Boa tarde, Brooke. Estou sabendo que... - Eu ia fazendo minha piadinha de todos os dias, mas a mulher cortou todo o meu barato.

- Sem essa, Jauregui. Se eu fosse você corria para a sala da Hansen, fiquei sabendo que ela está com um caso novo que você vai amar - antes de se retirar a baixinha deu uma piscadela para mim.

- Um novo caso? - Perguntei para mim mesma.

Aquilo tudo parecia estranho, era como se alguém quisesse me presentear e vou confessar, adoro presentes.

Dei duas batidas na porta, girando a maçaneta com cuidado para em seguida colocar apenas a minha cabeça do lado de dentro da sala.

- Posso entrar, detetive Hansen? - Perguntei da forma mais educada possível.

- Pode, mas já estou de saída, Laur - Dinah pegava algumas coisas em sua mesa e colocava dentro de seu bolso.

- Tenho uma coisa para você - fechei a porta atrás de mim e coloquei a caixa aberta em cima de sua mesa. - Chegou ainda agora na casa dos meus pais, mas não sei quem deixou - Dinah ameaçou a colocar a mão no objeto, mas eu dei um tapa nela. - Coloque as luvas, não vá deixar suas digitais nela.

- Jauregui, qual é o seu problema? - Dinah me encarou séria.

- Olha isso, Dinah! - Sorri para ela.

- Um punhal! E daí? - Ela cruzou os braços a baixo dos seios.

- Não é simplesmente um punhal, é o punhal - meu sorriso logo sumiu quando Dinah revirou os olhos - Droga! Onde está sua cabeça? Punhal, Seven, Luis.

- Agora eu entendi. Você acha que esse punhal pode ser da gangue do Luis? - Dinah tinha a testa enrugada.

- Não exatamente! O punhal que pegamos com o Luis tinha o símbolo da Seven e as iniciais dele, o do meu pai também, provavelmente todos devem ter. Esse é diferente, é alguém querendo dizer alguma coisa para a gente, uma peça do quebra cabeça. E junto a ele tinha esse bilhete.

Dinah pegou o papel dentro da caixa sem colocar as luvas o que me fez bufar em repreensão, mas ela me ignorou desdobrando o papel e revelando a seguinte frase:

"Eu sei que vou te amar.

Por toda a minha vida eu vou te amar...

Desesperadamente."

- O que isso significa? - Dinah voltou a me olhar.

- Além de ser uma música, poesia de Vinicius de Moraes e eu não faço ideia. Mas é mais uma peça do meu quebra cabeça.

- Ótimo! Eu preciso ver um caso e quando eu voltar nós conversamos - Dinah pegou seu blazer e começou a vesti-lo.

- Que caso é esse? - Perguntei intrigada.

- Lauren... - Dinah fechou os olhos e eu já sabia que ela queria me enrolar.

- Não começa! Eu estou cansada de ficar dentro desse escritório, eu quero ir para rua, quero ter contato, mesmo que não seja um caso do jeito que eu gosto.

- Laur, não é isso. É só que... - Ela ainda queria me enrolar.

- Só que nada! Já se passaram três meses, eu já estou pronta. Confia em mim? - Toquei seu ombro em um gesto de apelo.

- Mataram com um punhal e deixaram-o com o símbolo da Seven na cena do crime.

- Então é isso. Por isso me enviaram um punhal - soltei Dinah e olhei para o chão buscando na memória algo que pudesse ligar tudo aquilo - O assassino me quer nesse caso.

- Lauren, é melhor eu ficar com esse caso - ela suspirou.

- Não - Voltei a olhar para Dinah - me deixa ficar com esse.

- Lauren...

- Por favor! - Continuei a olhando e ela apenas assentiu com a cabeça.

Era tudo muito perfeito. Eu sabia que aquele caso tinha que ser meu, que aquilo era para mim e eu precisava provar a todos.

- Ele é muito inteligente. Olha como ele desenhou toda essa cena. Uma quarto intocável, tudo parece estar perfeitamente em seu lugar, as persianas limpas, o tapete branco impecável, o espelho perfeitamente colocado em direção a cama, como se a pessoa gostasse de se olhar durante todo o tempo que se mantinha nessa cômodo, já que o espelho cobre toda a essa parede. Com toda a certeza o crime não foi feito aqui - observei a jovem deitada perfeitamente na cama, seu cabelos desenhavam em seu travesseiro, poderia pintar um quadro com ela naquela cama, ela parecia ser linda, exceto por duas marcas. Brooke a analisava de perto.

- Encontrei um punhal, o espelho como pode ver está todo quebrado, dando uma visão caótica e nada de sangue pelo caminho, nada fora do normal. No corpo vi dois cortes, um no pulso e outro na testa, posso dizer que foram feitos por um punhal, não sei dizer bem se foi com esse - Brooke me mostrou o punhal dentro do saquinho de provas. - Acho melhor deixarmos isso com a Kordei, é a especialidade dela.

Allyson Brooke era a nossa perita criminal, ela cuidava apenas dos objetos na cena do crime, vestígios de sangues, coisas materiais, as partes que eram relacionadas ao corpo eram com Normani Kordei nossa médica legista, que costumava trabalhar apenas em seu "escritório", era difícil vê-la em uma cena de crime.

- Tudo bem, Brooke. Mas antes de levarem o corpo quero ver uma coisa que eu ainda não consegui entender - me aproximei do corpo devidamente deitado.

Uma mulher bem arrumada, cabelo e unhas feitas, pele bem maquiada, mesmo não parecendo ter necessidade para aquilo, expressão suave, com certeza ela não havia lutado contra sua morte. Usava um vestido azul marinho que modelava perfeitamente o seu corpo e a deixava ainda mais magra.

- Veja, Brooke. O corte em seu pulso me parece o número 1. As três retas são bem desenhadas e é nítido ver o número em seu corte perfeito. O que você acha? - Coloquei minhas luvas para logo segurar o pulso da mulher e analisar melhor o corte.

- Concordo com você, detetive - Brooke se limitou a dizer mais alguma coisa.

- Agora o que eu não entendo - soltei o pulso e fui em direção ao seu rosto, curvando meu corpo na direção da vítima e tocando de leve nos cortes presentes em sua testa. - O que são essas duas linhas na horizontal? - Era um corte suave, leve, bem calculado, um traço era maior que o outro, devia ter quase o dobro de cumprimento. - Eu poderia dizer que é um triângulo aberto, mas veja que esse é menor que o outro.

- Talvez seja apenas um 7 - Uma voz que eu nunca ouvi antes me fez parar a minha analise no corpo da vítima e analisar a pessoa a minha frente.

- Quem é você? - Voltei a ficar com o corpo ereto, franzindo as sobrancelhas e olhando fixamente nos olhos da morena bem arrumada.

Eu nunca tinha visto ela no departamento, nunca a tinha visto em minha vida. A mulher vestia um terno despojado, diferente de todos ali presente, sua calça social preta perfeitamente colada, uma camisa social da cor roxa escura de manga longa, com três botões abertos deixando parte do seu colo exposto, seus cabelos desgrenhados jogados por seus ombros. Eu poderia dizer que ela era ousada, mas por ser meter em minha analise o que me tirava do sério, eu achei melhor dizer que ela era um tanto vulgar.

- Detetive, Cabello - ela estendeu a mão sorrindo e só então reparei em seu distintivo pendurado em seu pescoço em forma de cordão, como todos os outros do departamento. Olhei para sua mão estendida e em seguida para minhas mão cobertas por minhas luvas e dei um sorriso de lamentação. - Dinah pediu para que eu viesse te ajudar.

- Brooke, - voltei a minha atenção para baixinha ao meu lado - vá para o departamento, passe tudo para a Kordei e diz que já estou indo, vou só analisar mais algumas coisas. - A perita não disse nada, balançou a cabeça em aprovação e se retirou.

- E você, - olhei para a mulher que analisava o corpo que se encontrava entre nós duas - diga a Dinah que eu não preciso de ninguém para me vigiar. - Comecei a tirar minhas luvas calmamente.

- Não estou aqui para te vigiar, Jauregui. Estou aqui para fazer o meu trabalho.

A mulher sorriu para mim, em seguida sacou o seu celular do bolso e se retirou do cômodo enquanto levava o objeto em direção ao seu ouvido.

MALDITA! Quem ela achava que era para falar comigo daquele jeito?

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