Perception (Real #1)

By Thansy

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Trilogia Real #2 Ao aceitar uma vaga em Princeton, os gêmeos Ayden e Ayvan Jones sabiam que suas vidas esta... More

Quando o Desconhecido Assusta
Quando o Diferente é Convitativo
Quando um Sorriso Encanta
Quando um Toque Fascina
Quando a Inocência Toca
Quando Amizades se Formam
Quando a Raiva faz Agir
Quando a Aceitação Acolhe
Quando Esconder Mostra a Resposta
Quando a Festa Chega ao Fim
Quando o Confronto Esclarece
Quando Esquecer não é Opcional
Quando o Cuidado Aquece
Quando o Dia Amanhece
Quando o Inesperado Acontece
Quando o Conhecimento é Falho
Quando o Apoio é Necessário
Quando o Escape é Oferecido
Quando o Passado Bate à Porta
Quando a Desconfiança é Clara
Quando o Ciúmes Provoca
Quando Máscaras Revelam Verdades
Quando Heróis se Ferem
Quando o Óbvio Passa Despercebido
Quando a Resposta Surpreende
Quando Sentimentos Transbordam
Quando a Surpresa Agrada
Quando Admitir é Preciso
Quando Agradecer é Essencial
Bônus: Keith e Summer

Quando a Confiança se Constrói

655 92 36
By Thansy



Um fato sobre relações interpessoais é que há sempre uma espécie de troca. Trocam-se palavras, trocam-se presentes, trocam-se mensagens, e é claro, trocam-se germes. Quando Ayvan ficou doente, duas semanas atrás, Ayden soube que seus dias saudáveis estavam contados. Assim que Ayvan melhorou, Ayden já estava gripado. Luna, meras vinte e quatro horas depois de seu momento de fraqueza com Ayvan na casa dos gêmeos já demonstrava os primeiros sintomas. A pobre Celeste não demorou muito a ser contaminada. Por esse motivo, demoraram exatamente duas semanas para que os quatro jovens estivessem juntos novamente durante o almoço na faculdade. 

"Vou enviar a conta para vocês." Celeste disse assim que se sentou para comer. Sendo ela a última contaminada, ela foi também a última a se recuperar. "Não quero nem saber quem vai pagar, mas saibam que os remédios para febre e dor no corpo não saem de graça."

"Bom saber que já está bem Celeste." Ayvan disse fingindo não saber do que ela falava. 

"Obrigada pela preocupação." Ela disse irônica e ele riu. Luna não ousou se pronunciar. 

Desde o momento em que ela acordou no apartamento dos gêmeos ela se recusava e encarar o acontecido de frente. Ayvan havia estado sonolento demais para dizer qualquer coisa significativa naquele momento, mas os gestos dele a deixaram sem reação.

Uma, duas, três tentativas. Luna grunhiu quando pela terceira vez ela não conseguiu se soltar do aperto de ferro dos braços que a cercavam e a mantinha presa no sofá . 

"Vamos Ayvan, preciso ir antes do Ayden voltar." Ela disse baixinho mesmo sabendo que ele não ouviria. 

"Fica." Foi a inesperada resposta dele. Os olhos de Luna se arregalaram ainda mais quando ele roçou a ponta do nariz entre os cabelos dela. 

"Agora eu sei como você convence as garotas, garanhão." Ela disse sorrindo e fazendo mais força para se levantar. Enfim, ele parecia estar acordado o suficiente para deixá-la sair. "Seu charme é difícil de resistir."

Ele sorriu um sorriso safado e ela não pode deixar de sorrir também. Sem dizer mais nada, ela se foi.

Duas semanas depois e nenhum dos dois havia esquecido a cena. Duas semanas depois e ninguém havia tocado no assunto. Até agora.

"Ayvan, esqueci de dizer mais cedo, mamãe ligou e disse que ela e o papai já estão de passagens compradas para o dia de Ação de Graças." Ayden disse tirando o irmão de seus devaneios. "Eles compraram com um mês de antecedência mas não vão poder ficar para o Natal."

"Achei que britânicos não comemorassem o dia de Ação de Graças." Celeste falou e foi Ayvan quem respondeu.

"Mamãe é americana. Se mudou para Londres alguns meses depois de a gente nascer."

"Quer dizer então que foi amor a primeira vista?" Luna disse parecendo curiosa devido a resposta de Ayvan.

"Na verdade, ela e o nosso pai demoraram um pouco para se entender. Ela costuma dizer que se apaixonou por nós primeiro. O velho Ethan Jones é que veio de brinde e não nós." Ayden disse e somente quando o silêncio após sua fala durou mais de um minuto inteiro é que ele levantou o olhar do seu hambúrguer para encarar os amigos à sua frente.

"Acho que eu me perdi um pouco na narrativa Ayden." Foi Celeste quem se pronunciou. Luna não demorou a entender o que a fala dos gêmeos significava, mas foi Ayvan quem confirmou as suspeitas dela.

"Kelly Jones não é nossa mãe biológica. Jhulia Cameron, nossa mãe biológica, abandonou o nosso pai assim que nascemos. Ela foi embora com o dono de uma agência de modelos umas duas semanas depois do nosso nascimento. Ela havia pousado para um catálogo de grávidas na agência dele e lá eles se conheceram. Mamãe, Kelly nesse caso, se mudou para Inglaterra por que conseguiu uma posição como assistente social na nossa cidade. Ethan Jones, pai solteiro e estudante Universitário foi o primeiro caso dela." Ayvan concluiu a narrativa e esperou a reação que logo viria. Era um assunto que não o incomodava mais. Toda a cidade onde eles costumavam morar sabia do caso. Nunca antes eles mesmos haviam tido que narrar a história, mas não era algo novo para eles. Era uma verdade que sempre lhes foi parte da vida.

"Gostaria muito de conhecer sua mãe." Luna disse, sem perguntas e sem exclamações de espanto. Somente uma única frase.

"Sorte de vocês ter uma oportunidade chegando então. Se vocês estiverem livres, a gente arruma uns lugares a mais na mesa para acomodar vocês." Ayden disse e se assustou ao perceber que realmente apreciaria a companhia das meninas em uma data tão especial. 

"A gente sempre passa na casa da Summer. Juliet faz questão." Luna respondeu dando de ombros.

"As duas serão bem vindas também." Ayvan falou. "Mas e quanto à família de vocês?"

"Moram longe demais e a maioria não vale o esforço ou o preço da gasolina." Luna disse desinteressada e Celeste riu da cara de susto dos dois rapazes.

"Eu fui criada pela nossa avó desde que meus pais se divorciaram quando eu era bebê. Mamãe arrumou um namorado jogador que viajava de mais e papai tem uma empresa para gerir e pouco tempo para desperdiçar. Sendo assim, vovó me criou desde bebê." Celeste disse com um tom que não demonstrava nada além de calma e naturalidade. "Ela é uma das poucas pessoas que valem a penas de volta para casa."

"Meus pais são donos de uma rede de supermercados. Morei na casa deles até o meu penúltimo ano do ensino médio. Passei o último ano com a minha avó e Celeste. Eles nunca estão em casa em época de feriado." Luna disse e mais uma vez deu de ombros.

Mesmo com os tons de desinteresse e as atitudes pouco preocupadas, todos eles sabiam que naquele momento um laço de confiança era formado entre eles. Luna não havia dito o motivo de sair de casa, mas a confissão sobre os pais já era um grande passo. Celeste não costumava falar sobre a família que a abandonou e os gêmeos não citavam Jhulia Cameron para qualquer um. Cada um à sua maneira, eles haviam estendido a bandeira da confiança na direção do outro. 

"Mas assim, Luna, explica para gente por que você quer tanto conhecer a mamãe..." Ayden disse e Luna cerrou os olhos. " Se bem que é bom mesmo que você esteja disposta a fazer do meu irmão um cara honesto." Ayvan se engasgou com a água que bebia, Luna soltou uma exclamação indignada. "Por que quando Kelly Jones souber que você anda abusando do inocente filho dela, ela vai querer retaliação." Quando ele terminou a frase, Celeste já estava rindo descontroladamente enquanto segurava uma Luna ensandecida que tentava alcançar Ayden do outro lado da mesa. Ayvan ainda não havia conseguido parar de tossir. 

"Ayden?" Uma voz de fora chamou e todos direcionaram a atenção à pessoa. Uma sorridente Sara Thompson encarava a todos com uma bandeja nas mãos. " Se importam se eu me sentar com vocês?" Ela disse direcionando a pergunta somente a ele.

"Ham...Claro." Ayden sorriu e viu ela puxar uma das cadeiras da mesa ao lado para se sentar ao seu lado. 

"Se importa Ayvan?" Ela perguntou tentando colocar a cadeira entre as dos gêmeos. 

Ayvan, sem ver o que ela estava tentando fazer, não entendeu o sentido da pergunta.

"Aqui, senta na minha cadeira. Eu já estava de saída." Celeste se levantou ao perceber o desconforto de Ayvan diante da situação. Sara não hesitou em ocupar o lugar dela, sem deixar de puxar a cadeira para mais perto de Ayden e mais longe de Luna. 

"Obrigada." Ela disse sorrindo para Celeste que apenas assentiu.

"Eu tinha mesmo que passar na biblioteca." Celeste disse baixinho mais não deixou de ser ouvida.

"Sério? Será que você poderia levar uns livros para devolver lá para mim? Eles tão' fazendo um peso enorme na minha bolsa desde cedo, mas eu tava' evitando a biblioteca." Sara disse e sem esperar a respostas de Celeste retirou dois livros de dentro de dua bolsa, nenhum dos dois realmente pesado, e os estendeu na direção dela. "Muito obrigada querida, você é um amor." Ela disse já voltando a se sentar. 

"Claro, querida." Celeste revirou os olhos e saiu. Não sem antes lançar um olhar incrédulo na direção de Ayden que apenas assistia à cena. 

O silêncio que se seguiu foi quase palpável. Sara comia usando apenas uma das mãos já que com a outra ela insistia em acariciar uma das coxas de Ayden por de baixo da mesa. 

"Tudo bem, foi um prazer passar este tempo maravilhoso com vocês, mas eu tenho que ir. Me acompanha até a minha sala Ayvan?" Luna disse quando as boas maneiras não lhe obrigavam mais a fingir que não estava incomodada com a presença da outra.

"Só se você me acompanhar até a minha depois, babe." Ele disse lançando um sorriso galante na direção dela. Luna não pode deixar de sorrir diante da piada auto depreciativa dele. 

"Foi um prazer  te conhecer Tara." Luna disse com falsa simpatia mas a garota, tão focada em acariciar Ayden que estava, mal notou seu tom.

"É Sara, querida." Sara corrigiu. " E você, qual o seu nome? Já nos esbarramos antes, mas não acredito que tenhamos sido apresentadas."

"Luna Sandres."

"Luna? Sandres?" Sara arregalou os olhos e finalmente desviou a atenção da caricia que fazia em Ayden. "Você por acaso não estudou em East High, Louisiana, estudou?"

Luna arregalou os olhos, mas imediatamente se obrigou a policiar sua expressão de volta para parecer entediada. "Vamos Ayvan." Ela disse segurando no braço dele mais para buscar apoio para si do que para oferecer apoio a ele, e fingiu não ouvir.

"É claro que estudou." Sara voltou a se pronunciar e Luna voltou a encará-la. "Eu vi suas fotos com as meninas dos pompons, você é a ex namorada do Corey. Sabia que ele saiu da cadeia meses depois de você se mudar?"

"Cala a boca." Luna disse entre dentes mas permaneceu imóvel, segurando firme no braço de Ayvan. "Você não sabe do que tá' falando."

"Claro que eu sei." Sara contrapôs. "Eu fui transferida para lá no meu último ano e todo mundo só falava sobre isso. Quando o pai dele conseguiu tirar ele da cadeia e ele soube que você tinha ido embora, ele disse que você tinha ido buscar clientela nova." 

Luna se moveu tão rápido que ninguém teve tempo de reagir. Ela se aproximou de Sara e logo estava quase tocando na garota. 

"Corey é um idiota. Você não me conhece e não sabe de merda nenhuma. Então cala a porra da boca antes que eu resolva te fazer calar." Ela disse tão baixo que a própria Sara quase não ouviu.

"Já chega Sara." Ayden disse puxando a garota para longe de Luna que ainda assim não moveu um músculo. 

"Mas Ayden, eu não disse nada de mais." Sara protestou entre os braços de Ayden. Ignorando os pedidos dela, Ayden a arrastou para longe, deixando um Ayvan ainda estupefado para lidar com Luna. 

 "Luna?" Ayvan chamou e quando ela ainda não se moveu para se aproximar dele, ele deu os passos que os separavam. Ao tocar no ombro dela, ele sentiu ela retesar para logo em seguida, relaxar um pouco sob o seu toque. "Vamos lá, você prometeu que ia me acompanhar até a minha sala."

"Para de fingir Ayvan. Pergunta vai. Eu sei que você quer." Ela disse com a voz embargada se virando para ficar de frente para ele. "Todo mundo em algum momento faz a mesma pergunta. O que houve Luna? Eu sei que você quer saber, então para de fingir que é perfeito e que não vai me forçar a falar nada só para eu me sentir no dever de te contar tudo, e pergunta logo de uma vez." Ela disse tudo em um fôlego só e ele apenas continuou a encarando, como se pudesse ver a confusão de emoções dentro dos olhos dela. 

"Eu quero ouvir tudo o que você quiser falar Luna." Ele disse simples e ela espalmou as mãos sobre os peito dele, como se não pudesse se decidir entre empurrá-lo ou segurá-lo com força.

"Para Ayvan!" A voz dela era suplicante. " Não me faz acreditar que você se importa, não faz isso comigo. Por que quando você decidir mostrar que é igual a todos os outros e virar as costas para mim eu não vou conseguir superar. Não de novo, não outra vez. Não você."

Ayvan ouviu a súplica na voz dela, o desespero mal escondido que ela se esforçava para não mostrar. As mãos dela agora agarravam a camisa dele como se fosse a única forma de ele conseguir se manter de pé. 

Luna Sandres não conseguiu se conter quando Ayvan Jones a puxou com força para si e envolveu seus ombros em um aperto de ferro que a forçou a apoiar a cabeça no ombro dele. Sem perguntas, sem palavras vazias, sem promessas rasas. Apenas um gesto. Um abraço. E então, Luna Sandres chorou. 

***

Olá, povo!

Me perdoem pela demora, estive enrolada de mais este fim de semana. Espero que a espera tenha valido à pena. 

IMPORTANTE: Vocês leram neste capítulo o resumo da história dos pais dos gêmeos. Então, eu tive essa ideia louca de querer escrever a história deles, com os gêmeos ainda bebês, como um spin-off desta história. Mas somente se algum de vocês tivesse interesse de ler. Então, me digam por favor, o que vocês acham da ideia? Algum de vocês leria?

Sem mais falação por hoje, obrigada por estarem aqui.

Se gostou, não esqueça de votar e comentar.

Beijo Beijo e fiquem com Deus!

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