A Outra! - REVISANDO

By moonblackye

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[ original | álcool | sexo | palavras impróprias | romance | drama | +18 | chefe | triângulo amoroso ] {-} H... More

NOVA VERSÃO EBOOK EM BREVE
Personagens!
B O O K T R A I L E R
Prólogo!
Capítulo Um!
Capítulo Dois!
Capítulo Três!
Capítulo Cinco!

Capítulo Quatro!

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By moonblackye

EDITADO: 01/05/2024

A luz pálida do fim de tarde entrava pelas amplas janelas do escritório, lançando sombras longas sobre o piso de mármore que refletia a tensão do dia. Sentada em minha mesa, os dedos tamborilavam levemente sobre o teclado enquanto a minha mente se debatia com as revelações e os segredos não ditos que pairavam no ar como o sutil perfume de outono que se infiltrava pelo sistema de ventilação.

Amélia estava no escritório de Daniel, uma ocorrência que se tornara estranhamente frequente nos últimos dias. A presença dela ali, ao invés da minha, deixava um amargo resquício de desconfiança que eu tentava dissipar com ligações e tarefas administrativas.

- Olá! - A voz que soou atrás de mim era suave e inesperada, fazendo-me saltar ligeiramente na cadeira. Virei-me para encontrar uma mulher loira com olhos azuis e uma expressão de candura que quase a fazia parecer etérea.

- Desculpe, não queria assustar você. - Ela sorriu, e sua simplicidade trouxe uma brisa de calma ao ambiente carregado.

- Não há problema. - Forcei um sorriso. - Posso ajudar?

- Por favor, me chame de Christine! - disse ela, e o choque da familiaridade com esse nome me golpeou como uma onda fria.

- Christine... claro. - Tentei manter a voz neutra. - Sou Hellen. O que a traz aqui?

- Estou aqui para ver o Sr. Delavounne. - Sua resposta confirmou minhas suspeitas de que algo estava acontecendo sem o meu conhecimento. Christine havia subido até nosso andar presidencial sem um aviso prévio, uma indicação clara de que Daniel tinha permitido sua entrada. Um procedimento não usual que ele, por alguma razão, não comunicou a mim, sua assistente pessoal.

- Vou verificar se ele pode recebê-la agora. - Disquei o ramal de Daniel, controlando a inquietação que crescia dentro de mim.

- Diga! - Daniel atendeu com uma brevidade que não disfarçava seu habitual tom autoritário.

- Sr. Delavounne, a senhorita Christine deseja vê-lo. - Comuniquei, tentando suprimir a irritação que borbulhava sob minha calma aparente.

O silêncio do outro lado da linha foi seguido por um clique abrupto - uma resposta implícita que me obrigou a aceitar a situação como estava.

- Ele a receberá agora. - Indiquei o caminho para Christine com um gesto, enquanto meu coração batia um compasso de dúvidas e suposições.

Logo que a porta se fechou atrás dela, as paredes do escritório pareciam absorver o eco de sua partida. Voltei-me para a janela, observando o crepúsculo que agora pintava o céu de cores melancólicas. O reflexo do meu rosto no vidro mostrava uma mulher dividida entre o dever e o tumulto emocional que Daniel inadvertidamente havia instilado em mim.

Amelia retornou do escritório de Daniel com uma expressão pensativa, seu retorno me puxando de volta à realidade do escritório. Ela se aproximou, uma sombra de preocupação cruzando seu rosto jovial.

- Hellen, você está bem? Parece um pouco... perdida. - Sua voz continha uma mistura de curiosidade e cautela.

- Estou apenas refletindo sobre alguns assuntos. - Respondi, tentando esconder minha agitação interna. - Como foi lá dentro?

- Ele parece... diferente. Mais sério, eu acho. E você, está se sentindo bem mesmo? - Amelia pegou seu café, o vapor subindo como o nevoeiro de minhas próprias incertezas.

- Sim, estou bem. Obrigada por perguntar. - Forcei um sorriso. O simples ato de manter as aparências me exigia um esforço considerável.

- Bem, se precisar conversar... - Amelia deixou a oferta no ar, um lembrete de que, apesar de tudo, eu não estava completamente sozinha.

A tarde deslizou para a noite enquanto eu continuava meu trabalho, cada tarefa concluída um pequeno triunfo sobre o caos que ameaçava dominar meu pensamento. Ainda assim, a imagem de Daniel e Christine, oculta atrás das portas fechadas do escritório, girava em minha mente, um carrossel de possibilidades que eu temia enfrentar, mas sabia que, inevitavelmente, teria que encarar.
Com um gole de café recém buscado por Amélia, tentei me ancorar no momento presente, mas minha mente vagava, preocupada com a dinâmica entre Daniel e Christine e as implicações para nosso próprio acordo.

- O que você acha dela, Hellen? - Amélia perguntou de repente, me tirando de meus devaneios. Ela estava inclinada sobre minha mesa, uma expressão curiosa estampada em seu rosto.

- Ela é... impressionante. Quase etérea, eu diria. - Respondi, tentando disfarçar minha inquietação com um tom leve.

Amélia não parecia satisfeita com minha resposta superficial.

- Não é isso que quero saber. Quero dizer sobre ela e o Delavounne. Ele pareceu diferente quando a viu...

Refleti por um momento, forçando-me a considerar a possibilidade que eu mais temia.

- É, talvez haja algo mais ali. - Admiti relutantemente.

- Notei que ele quase sorriu quando você mencionou que ela estava aqui. Mas depois ele viu que eu estava olhando e rapidamente voltou à seriedade. - Amélia observou, uma ponta de diversão em sua voz.

A possibilidade de Daniel estar envolvido com outra pessoa me atingiu com mais força do que esperava. A sensação de ciúme era uma novidade desconfortável, e lutei para mantê-la sob controle.

- Talvez seja bom para ele, se estiverem juntos. Ele já tem trinta e poucos anos, e como você disse, faz tempo que não se envolve seriamente com alguém. - Amélia continuou, aparentemente alheia ao tumulto emocional que suas palavras provocavam.

Eu forcei um sorriso.

- Sim, quem sabe isso explique seu comportamento recente.

- Quem sabe... - Amélia se levantou, seu café em mãos, pronta para voltar ao trabalho. - Ele precisa de alguém que o faça feliz, não acha?

As palavras de Amélia deixaram um eco na sala agora silenciosa. Ela se afastou da minha mesa e eu fiquei sozinha com um turbilhão de pensamentos que não esperava enfrentar hoje.

Sentei-me novamente, pressionando as costas contra a cadeira enquanto o peso da realidade descia sobre mim. Daniel e eu tínhamos sido claros desde o início sobre o que era nosso relacionamento: uma conveniência mutualmente satisfatória, descompromissada e pragmática. Sempre foi suficiente saber que não havia promessas de futuro ou expectativas de fidelidade emocional. Ao menos, era o que eu pensava.

A possibilidade de Daniel estar envolvido com outra pessoa, no entanto, trouxe um sentimento estranho, uma mistura desconfortável de curiosidade e desconforto que não conseguia nomear. Por que isso me incomodava? Afinal, não deveria importar se ele encontrasse companhia ou conforto em outros braços. Esse era o acordo, não era?

Suspirei, olhando para o vazio do escritório. Nunca havia experimentado ciúmes ou qualquer coisa parecida antes; sempre me orgulhei de minha independência e da facilidade com que mantinha as emoções à distância nos relacionamentos. No entanto, as palavras de Amélia abriram uma pequena fenda na armadura que eu nem sabia que havia construído ao redor dos meus sentimentos.

'E se ele realmente estiver feliz com ela?' A pergunta surgiu em minha mente, não como uma ameaça, mas como uma pontada de algo que não conseguia identificar completamente. Não era dor, nem raiva; era mais complexo, mais enraizado. Era como se, sem minha permissão, uma parte de mim desejasse que ele encontrasse essa felicidade, mas que também temesse o que isso significaria para o que compartilhávamos.

Respirei fundo, tentando ordenar os pensamentos. Era crucial não deixar essas emoções indefinidas atrapalharem o que tínhamos. Nossa relação, embora casual, era importante para mim, mais do que eu havia reconhecido até esse momento. Precisava de autocontrole, precisava lembrar que o que tínhamos era suficiente.

Levantei, a decisão fortalecida pela necessidade de manter tudo como estava. Não era hora de questionar sentimentos ou analisar emoções que eu não estava acostumada a enfrentar. Era hora de reforçar as barreiras, de proteger a dinâmica que Daniel e eu havíamos construído com tanto cuidado.

- Amélia, vou sair mais cedo hoje, por favor, avise a Daniel se ele perguntar. - Disse, recolhendo minhas coisas com pressa.

- Claro, Hellen. Espero que esteja tudo bem. - Ela me lançou um olhar preocupado.

- Está tudo sob controle, obrigada. - Menti, oferecendo-lhe um sorriso forçado antes de me dirigir ao elevador.

A caminhada até o elevador pareceu eterna, cada passo ecoando nos corredores quase vazios do escritório. Ao entrar no elevador, dei um suspiro de alívio, sentindo como se cada andar que descia me afastasse um pouco mais das complicações no andar de cima.

No estacionamento, entrei no meu carro e respirei fundo várias vezes, tentando acalmar o ritmo acelerado do meu coração. O relógio do painel marcava cinco horas da tarde - ainda cedo para uma noitada, mas eu já tinha enfrentado um dia inteiro de desafios e estava tudo bem tomar um vinho mais cedo.

Decidi que uma mudança de cenário era necessária. Peguei meu telefone e disquei o número de Andrea, pois ela sempre conseguia me distrair das tempestades da vida. Combinei de encontrá-la em nosso bar favorito, um lugar onde poderíamos conversar e eu poderia tentar esquecer, ao menos por algumas horas, as complicações do meu relacionamento com Daniel.

- Só me dê meia hora, Hellen. - Andrea respondeu, sua voz cheia de empatia.

- Estarei lá. - Garanti, desligando o telefone e encostando minha cabeça no encosto do banco, permitindo que a música suave do rádio me acalmasse enquanto eu esperava a hora passar.

Quando Andrea apareceu, a torre de chope que eu pedira já estava pela metade. Seu rosto iluminado contrastava drasticamente com a minha tensão visível.

- Você está um caco, Hellen! Parece que carregou o mundo nas costas hoje! - exclamou ela, me envolvendo em um abraço que eu mal retribuí.

- Um bom drink cura quase tudo - tentei sorrir, mas o esforço mal disfarçava meu desânimo. Andrea me estudou com uma expressão preocupada.

- O que realmente aconteceu? Você nunca fica assim. Eu conheço essa cara - insistiu, sentando-se à minha frente com um olhar inquisitivo.

- Só estou cansada. Cansada de tudo.- minha voz saiu mais amarga do que pretendia, e Andrea levantou as mãos em um gesto de paz.

- Talvez devêssemos pensar em largar tudo isso, sabe? Abrir aquele negócio que sempre falamos. - brincou ela, erguendo seu copo em um brinde solitário que correspondi mecanicamente.

A conversa desviou para suas novas aventuras amorosas. Andrea estava animada com um novo homem chamado Christian, que segundo ela, parecia esculpido por anjos. Eu forcei um sorriso, fechando os olhos para bloquear qualquer pensamento sobre Daniel. Quando os abri, concentrei-me totalmente nela, decidida a não deixar meus pensamentos vagarem.

Andrea era vibrante, com longos cabelos lisos que caíam sobre os ombros de sua silhueta curvilínea. Ela era magnética, capaz de atrair olhares por onde passava. Eu sempre brincava que se fosse para gostar de mulheres, ela seria minha escolha, dada a beleza dela e a força de sua personalidade.

Compartilhávamos histórias, mais sobre ela do que minhas, enquanto o chope fluía livremente. Andrea descrevia um encontro recente, suas palavras pintando uma imagem vívida de noites de ousadia e risadas, que me arrancavam do meu abismo momentaneamente.

- Ele quer me levar para viajar, mas estou presa com a conferência em Londres - ela lamentou entre goles.

A menção de Londres trouxe Daniel de volta à minha mente, e uma onda de raiva subiu inesperadamente.

- Talvez eu nem vá a essa viagem... - murmurei, terminando meu chope de uma só vez.

- Mas você é a peça-chave lá, Hellen. Não pode simplesmente não ir!- Andrea me repreendeu, um tom maternal em sua voz.

- Daniel pode se virar. Não sou insubstituível. - rebati com uma leveza forçada.

- Pense bem, poderíamos aproveitar as noites livres para explorar Londres. Nada como um sotaque britânico para nos animar, não é? - ela brincou, tentando levantar meu ânimo.

A ideia de uma distração casual, longe de tudo, especialmente de Daniel, começou a parecer atraente. Uma escapada poderia ser exatamente o que eu precisava para colocar minha mente em ordem.

- Você pode ter razão. - concordei, um sorriso genuíno finalmente surgindo. - Um pouco de diversão não pode fazer mal.

O resto da noite se desenrolou em um borrão agradável de risadas e histórias irreverentes, com Andrea sempre sabendo como arrancar um sorriso meu, mesmo nas circunstâncias mais sombrias. Por algumas horas, consegui esquecer a dor que Daniel havia despertado em mim, mergulhando na promessa de novas experiências, talvez até um pouco de esquecimento temporário.

Após recusar a tentativa de dança de um rapaz visivelmente embriagado, ri da sua dificuldade em manter o equilíbrio e logo me afastei, percebendo que não seria uma boa companhia. Procurei Andrea pela nossa mesa e notei que nossos chopps tinham secado. Encontrei-a no bar, acenando para que eu me juntasse a ela.

- Um belo moreno, hein? - brincou Andrea, uma risada dançando em seus lábios.

- Bêbado demais para o meu gosto - respondi, sentando-me ao seu lado e desviando o olhar do rapaz.

- Pela forma como ele está bebendo, parece que está desesperado. - Ela observou, e eu me concentrei em seu rosto. - Ou ele está em apuros financeiros, ou está emocionalmente abalado. E agora está afogando as mágoas.

- Aposto que são mágoas. - sugeri, sinalizando para o garçom trazer uma vodka.

- Eu diria que sim. Você não vai repetir a dose do domingo, vai? - ela me lançou um olhar preocupado. - Foi um esforço e tanto te carregar para casa.

- Pelo menos foi você quem me carregou. Acordei pensando que tinha sido abduzida por alienígenas e devolvida só após uma festa louca no espaço. - brinquei, tentando aliviar a tensão. - Mas hoje, acho que vou ficar um pouco mais sóbria.

Andrea riu, mas antes que pudesse responder, seu celular tocou. Ela se afastou para atender, e eu aproveitei para verificar as horas no celular que ela deixara na mesa. O relógio marcava uma e meia da madrugada. Droga! Estava mais tarde do que imaginei.

Após uma rápida vodka, Andrea voltou, sorrindo.

- Preciso ir, meu boy está me esperando. - disse ela, ainda sorrindo.

- E eu preciso enfrentar o Delavounne e uma sala cheia de executivos chineses pela manhã. Maravilha. - Ironizei, sentindo o peso da noite longa que se anunciava.

- Oh, os Wang e Zhang estão na cidade? - Andrea perguntou, seus olhos brilhando com interesse.

- Não, não são eles desta vez - respondi enquanto nos levantávamos.

Nos despedimos com um abraço e promessas de repetir a noite em breve. Quando saí do bar e caminhei em direção ao meu carro, uma sensação estranha me invadiu. O ar frio da noite parecia carregar um peso, como se alguém me observasse de longe. Virei-me rapidamente, mas só vi as sombras dançando com o vento entre as luzes da rua.

Cheguei ao meu carro e respirei fundo, tentando sacudir a inquietação. Dirigi para casa, agradecendo internamente por não encontrar nenhuma blitz no caminho. Assim que cheguei, o silêncio do meu apartamento pareceu gritar, ecoando a solidão que a noite havia sublinhado. Era mais do que cansaço; era um vazio que eu não sabia como preencher. E com isso, a realidade das horas passadas começou a se assentar profundamente, deixando-me contemplar o que viria pela frente.

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