O Filho Da Empregada

By DryhSouzza

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Carolina Lafort morava a cinco anos fora, decidiu voltar pro Brasil a pouco menos de um mês. Deixou família... More

Capítulo 2 - Revendo os amigos.
Capítulo 3 - Reviravolta.

Capítulo 1 - A chegada.

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By DryhSouzza

- Voltar, eu precisava voltar. A vida em Londres fluia bem, eu tinha um bom cargo na empresa do meu pai, tinha um ótimo apartamento, a cidade é tão acolhedora que quando a gente vai pra lá não se sente estrangeiro, mas isso só não bastava. Faltava algo, faltava a brisa boa do Rio, as praias de lá... as minhas amigas principalmente ! Os amigos, as saídas. Tudo aqui me fazia recordar algo lá, nesses cinco anos tive sim vários amores, mas nenhum deles me ganhou como Miguel, meu antigo namorado-quase noivo que deixei no Brasil pra embarcar nessa nova fase da minha vida. Que valeu SIM MUITO A PENA, muito mesmo, posso dizer que sou uma outra pessoa, bem mais responsável. Uma profissional e tanto, mas eu necessito de um pão de queijo carioca, uma água de coco, uma cervejinha geladinha...fora a saudade que me consumia, quero abraçar, beijar, dar amor e carinho pros meus pais. Que sempre que dava, me visitavam bastante, mas ficavam dois, três dias ... Não passava disso! E só de lembrar da minha linda, minha amiga, minha irmã, minha prima Fani ! Eu necessito dela. Sério, não vejo a hora desse avião parar e eu poder ir correndo atrás deles ! - disse sorrindo para um gringo que me perguntou alguma coisa, mas eu não entendi muito bem. Então comecei a contar, colocar pra fora a felicidade que eu estava sentindo. O moço balançou a cabeça negativamente e voltou a ler seu livro.

Depois de mais umas horinhas CHEGAMOS !!! Como eu não avisei o dia exato da minha chegada, não tinha ninguém me esperando. Eu faria uma surpresa. Peguei minhas bagagens, chamei um táxi e seguimos para a Barra da Tijuca.

Chegamos em frente ao condomínio e pedi para o taxista esperar, alguém iria voltar pra pegar as malas.

Entrei no condomínio e várias pessoas me reconheceram de cara, algumas crianças que na época que sai daqui tinham uns dez anos, hoje mais velhas também me reconheceram e só ai vi que o tempo voa... O prédio ficou bem mais rigoroso pois Samuel queria por que queria me anúnciar. Insiste muito até ele liberar... falei com todos e logo entrei no elevador. Apertei os botões ansiosa, e só quando cheguei no meu andar lembrei das malas, esqueci de pedir pra Samuel pega-las no táxi. Assim que eu entrar, dou uma ligadinha.

Cheguei na frente do apartamento que eu cresci, será que mudou muitas coisas? Será que eles mexeram no meu quarto? será que está tudo como antes, ou tudo diferente ? Será que tem alguém em casa? Minhas dúvidas foram tiradas assim que apertei a companhia ...

- Quem é você?! - disse espantada, será que eles mudaram de apartamento? Ou eu que me confundi? ... um rapaz, alto, parecia ter 1,80, aparentemente forte, o cabelo dele é completamente liso e está meio jogado de lado, tem um rosto desenhado pelos anjos, corpo de dar inveja a qualquer um menino por ai. Me olhou despreocupado, de cima em baixo.
- Sou o Bruno, e tu quem é? - disse tranquilo.
- Carolina. Oque você está fazendo no apartamento dos meus pais? - disse o empurrando e entrando, olhei em volta, vi uma foto minha e dos meus pais na estante e estava comprovado, era mesmo o meu ap, joguei minha bolsa no sofá e prossegui. - afinal, quem é você?

Ele fechou a porta, e foi caminhando até a cozinha sem me dar bola, reparei que estava descalço, meio à vontade de mais pra um desconhecido. Fui atrás dele atrás de respostas. Ele estava pegando uma maçã, tinha uma mulher lá, essa ai também não conheço, mas como estava com um avental e estava preparando a comida, certamente é a empregada nova, ele deu um beijo na sua testa e mordeu sua maçã.

- Mãe essa ai é a tal Carolina ! - ele disse apontando pra mim, e ela parecesse ter sido pega de surpresa, correu e lavou as mãos, as enxugou e veio me cumprimentar.

- Oi dona Carolina, seja bem vinda ! - foi simpática.

- Oi. - sorri. - você trabalha aqui? - perguntei confusa.

- Sim, e esse é meu filho Bruno, a gente trabalha e mora aqui, a meu nome é Rosalinda, mas pode me chamar de Rosa viu ..- sorrio.

- Então você é filho dela? Certo, muito bom, Bruno querido, vai lá em baixo e busca minhas malas, por favor. - disse tranquila voltando pra sala, já que tudo estava esclarecido.

- Ah... - disse me virando. - vocês sabem dos meus pais?

- Saíram e só voltam mais tarde. - diz Rosa voltando a preparar a comida, Bruno saiu da cozinha indo em direção a sala, fui logo em seguida, ele estava deitado no sofá, DEITADO NO MEU SOFÁ.

- Bruno, qual parte do ' vai buscar minhas malas' você não entendeu?

- Qual parte do ' minha mãe trabalha aqui' você não entendeu? - ele tá mesmo falando desse jeito comigo?

- Eu entendi bem, por isso pedi pra você ir buscar as minhas malas ! - ele se levantou.

- Eu não trabalho pra você, nem pra ninguém. Quem trabalha aqui é minha mãe, e nem pense em pedir pra ela ir buscar suas coisas, trate você de ir pegar.

tô vendo que as coisas mudaram realmente por aqui viu, não respondi, preferi esperar meus pais chegarem, eu iria colocar um ponto final nesse mordomia toda dele. Liguei pro Samuel e em menos de cinco minutos ele trouxe minhas malas, disse que o taxista reclamou um pouco.

Levei minhas malas para o meu quarto e estava do jeitinho que deixei. Aproveitei o tempo que eu tinha, arrumei minhas coisas, tomei um baita banho e dei uma cochilada.

Meus pais só foram aparecer depois do jantar, eita povo animado pra sair. Eu estava vendo umas coisinhas no quarto da minha mãe, matando a saudade através dos objetos, quando ela entrou animada pelo quarto falando algo com o meu pai.

- A melhor parte foi quando ele te chamou de Seu Ro... Filha ! - minha mãe gritou ao me ver sentadinha na sua cama.

- Mãe ! - falei animada, meu pai ficou sem reação, nos abraçamos, um abraço que não temos a anos, todos juntos !

- Quando você chegou meu bem? - meu pai disse menos espantado.

- A pouco menos de quatro horas... - sorri e abracei minha mãe.

- Vamos lá na sala, vamos te apresentar o Bruno, um amor de pessoa filha ! - minha mãe disse animada.- e aproveita e nos fala tudo, tudo, tudo, tudo !

-Esse tal Bruno é um super mal educado que vi hoje mais cedo?! - disse me levantando.

- Como assim filha?! - meu pai falou sério.

- Pai, eu cheguei, e já não entendi porque ele estava aqui, todo a vontade. Depois descobri que ele é filho da Rosa, essa sim é um amor.- disse olhando minha mãe. - até ai tudo bem, eu ainda não estava entendendo oque o filho da empregada estava fazendo na minha casa tão a vontade, mas tá. - fiz uma pausa e me sentei.- dai eu só pedi pra ele buscar minhas malas lá em baixo, e ele simplesmente me ignorou ! E quando eu fui atrás dele, ele estava ESPARRAMADO no sofá pai, como se a casa fosse dele ! E ainda me disse poucas e boas, falando que não trabalha pra mim, e blablabla ... Um absurdo ! Não quero ver esse menino !

- Filha ... -meu pai disse calmo. - A cinco anos você foi embora, muitas coisas mudaram. - não estava entendendo o ritmo da conversa.

- Muitas coisas filhas, o Bruno foi uma delas.- minha mãe disse tranquila.

- Não estou entendendo vocês. - franzi a testa.

- Bom.. - meu pai começou a falar. - a mais ou menos três anos, Rosa surgiu, Bruno na época era tão moleque, tão espoleta, tinha apenas vinte e um anos e ainda não tinha a maturidade quem tem hoje em dia. Rosa precisava de um lugar pra morar, Bruno de um emprego. Demos isso tudo pra eles, ele passou a me ajudar na empresa, pois ele faz faculdade de administração e facilitou.

- Como ? - eu disse, pois se ele precisava de casa, como ele pagava a faculdade?

- Ele tinha trancado com a morte do seu pai, ele trabalhava com ele no lava-jato do pai dele. Rosa sempre foi empregada doméstica, nunca gostou de ficar parada, mesmo tendo boas condições. Eles não eram ricos, pois além de lucros o lava também tinha muitas dívidas. Quando conhecemos a Rosa, ela estava atolada de dívidas, o lava já não dava lucro algum, Bruno estava desempregado e acabou trancando a faculdade. Ajudei eles, paguei todas as dívidas, comprei o lava jato só pra eles ficarem com uma graninha guardada. Em troca eles vieram trabalhar comigo, Bruno no escritório e Rosa aqui em casa, eles precisavam de casa, eu os acolhi aqui, com muito gosto. Bruno hoje é como um filho pra mim.

- Isso não justifica o modo que ele me tratou pai, não justifica ! - meus pais querendo ou não, sabia que eu estava CERTA.

- Eu sei minha filha, mas os errados somos nós. - minha mãe disse. - devíamos ter te contando antes, bem antes. O Bruno tem toda a liberdade nessa casa, ele mora aqui.

- Eu estou cansada da viagem, vou dormir um pouco, amanhã vai ser um longo dia e eu preciso estar preparada.

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