Infected

By groupinfected

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Vencedor The Wattys 2016, na categoria "Inovação". #4 em Aventura (21/01/2017) SAGA INFECTED - LIVRO I Nu... More

Recado do Group Infected para você
Prólogo
Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo IV
Capítulo V
Capítulo VI
Capítulo VII
Capítulo VIII
Capítulo IX
Capítulo X
Capítulo XI
Um (novo!) convite do Group Infected para você
Capítulo XIII
Capítulo XIV
Capítulo XV
Capítulo XVI
Capítulo XVII
Capítulo XVIII
Capítulo XIX
Capítulo XX
Capítulo XXI
Capítulo XXII
Capítulo XXIII
Capítulo XXIV
Capítulo XXV
Capítulo XXVI
Epílogo
Agradecimentos
No próximo livro...
Aguenta Coração!
É amanhã! (e não é pegadinha de 1º de abril)
Wanted no ar!
Todo nosso amor
5 anos de Infected com novidades!
Antes tarde do que... bem, do que mais tarde
"Nosso" canal no YouTube

Capítulo XII

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By groupinfected

Vladimir Gregorovitch

Que droga de missão.

Certamente os meus planos para hoje não eram vir pra uma mata fechada, mas pelo visto não tenho opção.

Vejo a Malika um pouco atrás de mim, segurando firme a sua arma, olhando para todos os lados.

Pela minha percepção inicial, a floresta não é tão grande assim, e o risco de perdermos a trilha é pequeno, ela é bem sinalizada. O que significa que ela é usada frequentemente, e seus usuários devem conhecê-la bem.

Precisamos ter cuidado.

Também temos nossos comunicadores, e só me lembro de dois números dos comunicadores privados, 03 da Anippe e 06 da Sophia, então posso pedir ajuda caso a coisa fique feia.

Andamos por mais alguns metros e chegamos a uma clareira, que obviamente foi feita de propósito. Paramos ali para observar nossa situação e descansar.

Que erro horrível.

Menos de dois minutos depois de nos sentarmos, aqueles que nós estávamos perseguindo voltam com reforços.

— O que vocês querem? – um deles diz.

— Foi mal pessoal, mas vocês não podem continuar roubando desse jeito, essa comida pertence a outras pessoas - respondo.

— Vocês não sabem de nada, cães da organização! – outro grita.

— Se nós somos cães, então vocês não vão querer ver nossos dentes – respondo.

O que deu em mim pra dizer isso?

De qualquer forma, eles atacam.

Aproximo-me da Malika para que eles não consigam nos separar durante a luta. O rifle é grande demais para se usar em uma luta de curto alcance, então pego a Colt e miro.

São por volta de 15 pessoas, três já estão bem perto de nós, e as outras estão correndo em nossa direção.

Miro a arma no estômago de um deles, atiro, e o vejo ser destroçado no meio pela bala e pelo meu poder.

É, até que o treinamento valeu a pena.

Os outros dois mais próximos ficam incrédulos ao ver o que aconteceu com o companheiro deles, mas não tem tempo de revidar antes da Malika pegar o braço de um e o congelar completamente.

Aproveito o embalo e dou uma coronhada na cabeça do outro.

Pronto, três a menos.

— Bom trabalho! – digo para a Malika.

— Erm... Obrigada - responde ela, meio sem graça.

Um grupo de quatro dos ladrões se separa do resto e corre na direção oposta à nossa, em direção a algumas árvores.

Com uma força nada normal (mas quem tem força normal hoje em dia?) erguem duas árvores enormes e as arremessam na nossa direção.

Ótimo, tem duas árvores voando na nossa direção de um lado, e um grupo de pessoas querendo nos matar do outro.

Estamos cercados.

Faço as árvores flutuarem, assim ganhamos algum tempo, mas elas continuam voando direto para nós, e sinto que não vou aguentar por muito mais tempo.

— Você consegue congelar as coisas à distância? – pergunto para a Malika.

— Posso tentar – responde ela.

— Ótimo, congele os dois troncos – falo.

— São muito grandes, e pra que? – ela responde.

— Tenho uma ideia – falo, displicentemente.

Ela assente e levanta as mãos. Um jato branco sai das mãos dela e atinge o primeiro tronco. Vejo-o ficar branco e ir congelando. Assim que o primeiro está totalmente coberto de gelo, ela atinge o segundo e o efeito se repete.

Quando os dois troncos congelados passam por cima de nós, atiro nos dois e desativo o meu poder.

O resultado... Bom, uma chuva de estilhaços de madeira congelada.

A maior parte dos adversários estava no raio de alcance, então agora só temos que nos preocupar com os quatro que lançaram os troncos, mas quando nos viramos, eles não estão mais lá.

— Droga, eles escaparam – digo.

— Não vamos atrás deles? – Malika pergunta.

— Só me deixa descansar um pouco...  – respondo, já com a voz falhando.

Caio de joelhos e minha cabeça começa a latejar.

— Vlad! Você tá bem? – ela pergunta, assustada.

— Realmente... Dois troncos de árvore ainda são uma carga um pouco pesada para a minha cabeça – respondo.

— Você precisa descansar.

— Sim, mas aqui somos um alvo fácil. Vamos para um lugar mais alto.

— Tudo bem – ela concorda.

***

Não sei quanto tempo andamos, acho que não muito, mas agora estamos perto da beirada de uma cachoeira. A vista aqui é linda, e depois do contato da Sophia, fiquei mais feliz também.

Sentamos um pouco e eu começo a recuperar minha vertigem, quando ouvimos vozes conhecidas. Quando vemos os dois, não consigo deixar de sorrir um pouco.

Sophia e Bernard chegam onde estamos. Sophia abre um sorriso quando olha pra mim, e eu retribuo com um maior ainda, já Bernard... Não sei o que aquele cara tem, ele olha esquisito pra mim, e se aproxima um pouco mais da Sophia. Cara estranho, nem fiz nada pra ele ficar assim.

Sophia para perto de mim, com Bernard quase como uma sombra dela, mudando o olhar dela pra mim com uma expressão estranha.

— Você tá bem? – Sophia pergunta.

— Fora minha cabeça quase explodindo, estou sim – falo, com um sorriso fraco.

— O que aconteceu? – ela pergunta, com uma expressão preocupada. – Você se machucou?

— Não, eu... Abusei um pouco da minha habilidade – respondo.

— O que você fez? – ela pergunta.

— Fora ter destroçado um cara e feito dois troncos enormes voarem? Nada demais — Malika respondeu.

— Sem você teria sido impossível derrotar todos – falo pra ela.

Malika vira o rosto e resmunga um "obrigada".

Passamos alguns minutos em um silêncio desconfortável até que a Malika o quebra.

— O que é aquilo? É fumaça?

— Eu acho que sim – falo. — Será que eles seriam burros o bastante para montar um acampamento?

— Bom... — O Bernard fala, olhando para a Malika, — nós não montamos porque temos apoio da organização para nos buscar.

— Verdade – Sophia concorda.

— Nós deveríamos ir atrás deles – Malika fala.

— Não sei se eu aguento andar muito agora não – digo. - Foi mal.

— Então – Bernard fala – Sophia, Malika e eu vamos...

— Eu vou ficar – Sophia diz.

— Por quê? – Bernard pergunta, com uma expressão aflita.

— Não vamos deixar o Vlad aqui sozinho – ela retruca.

— A Malika pode ficar – Bernard responde.

— Eu já disse que vou ficar! – Sophia responde. — Por que você está insistindo tanto?

— Tudo bem. - ele responde, fazendo uma expressão normal, mas percebo o punho direito cerrado. – Volto logo.

— Ok – Sophia responde, com um sorriso fraco.

***

Sophia e eu ficamos em silêncio por alguns minutos, mas um silêncio agradável, daqueles que ocorrem quando não tem nada pra ser dito.

— E então... Quanto tempo tem que não conversamos? Três dias? – Sophia fala.

— Também senti saudades - respondo.

Quando ela não me responde, olho pra ela e vejo que o rosto dela está vermelho.

— Por que o seu rosto está vermelho? – pergunto.

— Você nunca corou?

— Não sei, eu não tinha aquela coisa que reflete nossa imagem, que fica pendurada na parede.

— Espelho? – ela pergunta.

— Deve ser esse o nome – respondo, dando de ombros.

— Onde você morava não tinha espelhos? – ela pergunta.

— Não. Onde eu morava só tinha escombros.

— Como era?

— Eu morava numa das torres de uma catedral, um lugar mais ou menos seguro... Ou pelo menos onde eles demorariam pra me alcançar, o que não tornava ele um bom lugar de morar. Quase morri de frio várias vezes. Tinha que sair para procurar minha comida, e pegava água no rio, quando ele não estava congelado. Quando estava, eu bebia neve mesmo.

Olho pra ela e a vejo boquiaberta.

— Como você conseguiu sobreviver? Eu achava a vida no orfanato difícil – ela fala.

— Essa é uma ótima pergunta. Não sei a resposta, nem quero saber. Vamos falar de outra coisa — e dirijo a ela o meu melhor sorriso.

— Como está indo o treinamento? – Ela pergunta, com um semblante mais alegre.

— Se você me mostrar, eu te mostro – retruco, com um sorriso desafiador.

— Claro – ela aceita, com um sorrisinho.

Ela fica parada, e surgem 5 clones no entorno, que começam a correr de um lado para o outro, junto com ela.

Quando todas se reorganizam de novo, todas falam:

— E aí? Qual é a verdadeira?

Eu dou um tapa no chão, elas ficam pesadas e todas se desmaterializam, exceto uma.

— Isso não foi justo! — ela fala, levantando o lábio inferior. — Você não estava cansado demais pra ir embora? Ou isso foi mentira?

— Esse truque foi como dar um soco na minha própria cabeça – respondo. — E que expressão é essa?

— Expressão? Você não consegue mesmo né? Essa cara que eu estou fazendo se chama fazer beicinho. Você nunca tinha visto?

— Ouço alguns funcionários da organização falando algumas coisas, mas esse "fazer beicinho" — digo, fazendo as aspas com as mãos —, não, nunca.

— Tudo bem, mas trato é trato, agora você – ela diz.

— Ok. Só alguns minutos para eu me recuperar.

Depois de alguns minutos, me levanto, e caminho em direção à borda ao lado da cachoeira. Ativo minha habilidade, e quando encosto na borda, dou um empurrão de leve.

Ouço Sophia correndo atrás de mim, mas ela estaca quando me vê flutuando, alguns centímetros para fora da plataforma de pedra.

— Nunca mais me dê um susto desses — ela fala, arfando. — Achei que você fosse morrer!

— É, hoje não – respondo. — Quer subir?

— O quê?

— Subir nos meus pés. Aguento mais uma pessoa.

— Não é perigoso não?

— É só você se segurar – respondo.

Ela pisa em um dos meus pés, me abraça e coloca o pé dela no outro.

— Pronto. Agora estamos flutuando — digo.

— Estamos flutuando abraçados com uma queda enorme debaixo dos nossos pés.

— Então essa é a palavra em inglês para isso? – falo. — Abraçar?

— Sim. Por quê?

— Lá na organização uma mulher falou com um garoto que se você está abraçado, e gosta da pessoa pode beijar ela. Mas o que é beijar?

Sophia fica calada por um momento, e vejo o rosto dela ficar vermelho de novo.

Em seguida, ela fala:

— Eu vou te mostrar.

Ela encosta os lábios dela nos meus, e eu ajo por instinto, correspondendo, abrindo minha boca e apenas obedecendo o meu corpo. Não consigo deixar de sorrir, uma felicidade imensa dentro de mim.

Ok, esse é o melhor dia da minha vida.

***

Malika Sirhan

Bernard e eu nos vamos em direção à fumaça, entrando na floresta novamente. Ele tem uma expressão diferente no rosto, um misto de decepção e irritação. Suspeito que seja por Sophia preferir ficar com Vladimir a vir conosco. Acho melhor não tocar no assunto, então seguimos calados.

Queria que estivéssemos seguindo para fora daqui. Essa missão já durou demais. Tento pensar em como estamos fazendo algo bom e como aquelas pessoas são criminosas, mas ainda sim tudo parece muito cruel. Atacá-los desta forma, de surpresa, praticamente sem dar uma chance de defesa. Nada faz parecer tudo isso justificável.

Os flashes da luta se repetem em minha mente enquanto caminhamos e me sinto insegura. Por maior que seja nossa vantagem sobre os rebeldes, só estamos eu e Bernard. Somos só dois e não sabemos quantos rebeldes estão por aqui. Precisamos de mais gente. Porém, Vladimir estava claramente impossibilitado. Sei também que Akira levou um tiro, o que o tira da jogada. Além do que nenhum deles pode ficar sozinho nesse estado, portanto Sophia e provavelmente Aisha estarão cuidando deles.

O que nos deixa uma única opção de ajuda.

Paro de andar, Bernard faz o mesmo e me observa. Aperto o botão de número 3 no aparelho.

- Anippe?

- Malika? Está tudo bem? Aconteceu alguma coisa? Sophia e Bernard foram procurar vocês.

- Sim, nós nos encontramos. Você consegue ver a fumaça daí?

- Não. O que está acontecendo? - O tom de preocupação dela é evidente.

- Também não sei. Bernard e Sophia nos encontraram em uma cachoeira. Foi de lá que avistamos a fumaça. Decidimos ir até lá. Só que o Vladimir não estava bem, então Sophia ficou lá com ele e eu e Bernard viemos.

Bernard suspira, e Anippe responde:

- Vocês dois não podem ir atrás daquelas pessoas sozinhos.

- Eu sei. – respondo. - Por isso eu te chamei. Sei que Akira levou um tiro e Aisha não vai deixá-lo sozinho.

- Claro. Estou indo até vocês. Sabe me dizer a localização?

- Espera, deixa-me ver.

Olho em volta e não vejo nada além de árvores. Olho para Bernard e ele dá de ombros. Vejo que ainda estamos distantes de origem da fumaça.

- Vamos continuar andando, descobrir algum ponto de referência ou algo assim.

Bernard e eu continuamos andando, atentos a qualquer sinal que nos mostre onde estamos, mas mesmo depois de vários minutos tudo continua igual. Cogitaria estarmos andando em círculos, se não fosse pela fumaça estar um pouco mais próxima. Paramos de novo.

- Viu alguma coisa de diferente? - pergunta Bernard.

- Não. E agora?

No momento em que ele se prepara para responder, surgem pessoas por trás das árvores. Elas nos atacam antes mesmo que eu me dê conta do que está acontecendo.

Bernard e eu começamos a lutar, mas quando olho em volta estamos completamente cercados. Giro a lança derrubando dois homens que vem na minha direção. Uso a lança para ferir o terceiro homem mais próximo, tentando manter uma distância segura entre aquelas pessoas e eu. Sinto alguém atrás de mim e me viro.

Nesse momento vejo Bernard cair no chão.

Desacordado ou morto. Não consigo dizer.

O desespero toma conta de mim.

Quando percebo, minha lança foi tomada e um homem vem me atacar. Caio no chão lutando com ele, tentando ficar o mais longe possível da faca que ele tem nas mãos. Eu o golpeio com o máximo de força que consigo reunir, até que sinto uma dor indescritível. Sinto sangue quente escorrer na minha barriga logo abaixo do lugar onde a faca ainda se encontra em mim. Minha visão escurece.

Abro os olhos e por alguns instantes não consigo saber onde estou. Tento me sentar, mas sinto uma dor horrível e me lembro de tudo o que aconteceu.

Olho ao redor e percebo que de alguma forma estou em um lugar diferente da parte da floresta onde eu estava. Tento me sentar novamente, e apesar da dor, eu consigo. Quando olho o local, vejo que a faca ainda está ali. Pego a faca para tirá-la, e acidentalmente toco minha pele. Ela está mais fria do que o normal.

Nesse momento entendo porque estou aqui. Pensaram que eu estava morta. De alguma forma eu consegui abaixar a temperatura do meu corpo depois da facada, fazendo parecer isso.

Então me lembro de Bernard. Olho ao redor, mas ele não está ali. Isso quer dizer que ainda tem alguma chance dele estar vivo. Reúno todas as minhas forças e me apoio na árvore mais próxima para levantar. Após um momento de tontura consigo me concentrar e me forçar a sair dali.

Preciso avisar os outros. Precisamos ir atrás de Bernard.

Continuo andando devagar e me escorando. Depois de algum tempo, mal tenho forças para me manter de pé. Sinto que posso desmaiar a qualquer momento. Paro um segundo, tentando me preparar para meus últimos esforços desesperados quando ouço passos.

Meu coração dispara. Os passos ficam cada vez mais próximos, mas não consigo ver ninguém. Um pensamento surge em minha mente, me dando uma ponta de esperança.

- Anippe?

De repente ela aparece próxima a mim e se vira em minha direção.

- Malika! Graças a Deus eu achei você. - Ela olha pra mim com uma cara de espanto. - O que aconteceu com você?

- Emboscada. Levaram. Bernard.


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GLOSSÁRIO

Colt: Pistola de uma mão de disparo automático.

Coronhada: Pancada com cabos de apoio de armas militares ou convencionais.






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