SEGREDOS SUBMERSOS - REVISANDO

By bellscolors

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Amber Hunger, Amélia Torn e Anika Suen são amigas inseparáveis desde a 5º série. Criaram laços impossíveis de... More

| Trailer |
Prólogo
Capítulo 1 | Festa
Capítulo 2 | Suspeitos
Capítulo 4 | Descoberta
Capítulo 5 | Encontros
Capítulo 6 | Paranoia
Capítulo Bônus - Festa
Capítulo 7 | Inércia
Capítulo Bônus - Paranoia
Capítulo 08 | Amélia
Capítulo 09 | Confissão
Capítulo 10 | Assassina (Parte 1)
Capítulo 10 | Assassina (Parte 2)
Epílogo
AGRADECIMENTOS
Prólogo (Olhos de Vidro)

Capítulo 3 | Pistas

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By bellscolors

Uma risada alta tomou conta do lugar silencioso de minutos atrás.

Amélia chegou a lagrimar de tanto que ria. Esperei seu "ataque de riso" passar, para então falar:

— Qual a graça?

— Você, oras. — Ela limpava o canto dos olhos recuperando-se. — Sage suspeito. Está ficando louca é? Daqui a pouco me põe nessa lista também.

— Lógico que nunca te colocaria. — A fitei para que visse isso em meus olhos. — Mas pense comigo, Sage sumiu no momento que Anika também sumiu. Meio suspeito, não acha?

Lembro que fui atrás de Amélia para que ela me ajudasse a procurar Anika, ela havia reclamado que Sage estava demorando muito no banheiro. Na hora aquilo nem teve importância para mim, mas agora, depois de pensar em tudo com clareza, posso apostar que ele não estava naquele banheiro.

— Ele foi ao banheiro! Isso o torna culpado? — ela esbravejou abrindo os abraços. Estava brava, não precisava lhe conhecer a fundo para saber disso.

— Não, Amélia, claro que não — expliquei tentando manter o nível de voz moderado. Não queria que minha mãe nos ouvisse. — Não estou dizendo que ele é culpado, apenas suspeito por seu sumiço repentino. Você mesma afirmou que ele estava demorando muito para sair de lá.

Então sua expressão mudou um pouco, foi de brava para complacente. Tinha chego em um ponto importante.

— Sim, ele estava demorando mesmo, mas isso não quer dizer nada. — Sua voz firme mostrava o quanto confiava nele. Mas notei um resquício de dúvida no fim.

— Não, não quer. Só estou tentando juntar as peças, eliminar suspeitos. Entende? Sei que Sage é inocente, mas só quero entender o que houve para ele demorar tanto.

Amélia respirou fundo coçando o alto da cabeça, depois me olhou como se estivesse escondendo algo.

— O que foi? Lembrou de algo? — indaguei curiosa.

— Sim. — Ela cruzou as mãos sobre a mesa. — Depois que voltei para festa, quando você decidiu se embrenhar por aquela mata, fui até o banheiro. Não havia ninguém lá, pensei que Sage já tivesse saído. Então o vi descer as escadas, perguntei onde estava e ele respondeu que havia ido ao banheiro.

Seus olhos não me fitaram, estavam presos a mesa.

— Mas eu podia jurar que ele tinha ido na direção do banheiro que fica no térreo e não o do primeiro andar. Isso não quer dizer nada, né? — disse por fim me fitando.

Por um segundo não soube o que responder, eram evidências contra demais. Mas era Sage, o garoto que conhecíamos há anos, o namorado da minha melhor amiga, nosso amigo também.

— Claro que não, você estava um pouco alta. Pode ter ouvido errado — consegui dizer, só esperava não ter demorado tempo demais. Ela não precisava saber que minha desconfiança tinha duplicado depois do que ela havia dito.

— Certo. — Ajeitou os cabelos atrás das orelhas e virou-se totalmente para mim. — O que faremos agora? Falo com o Sage?

— Não — neguei rapidamente. — Precisamos ir com calma, sinto que essa lista — apontei para o bloco — só irá aumentar. Precisamos investigar.

— Ficou louca Amber? Se a polícia descobre podem suspeitar da gente. Ai meu Deus, não quero ser presa. — Esses dramas sem sentidos de Amélia me irritavam. Sempre que ficava acuada ou amedrontada fazia esse tipo de cena. Anika odiava leva-lá quando saíamos da escola em horário de aula. Por muitas vezes quase éramos pegas, porque Amélia inventava de ser uma boa moça, justo na hora da fuga.

— Calma. — Segurei seu braço de maneira forte. Precisava fazer ela calar a boca. — É só manter a boca fechada e ninguém saberá que estamos investigando, ou eu posso fazer isso sozinha, sem problema algum.

Talvez seria até melhor, já previa o quanto Amélia seria mais um empecilho do que ajuda.

Ela puxou seu braço, passando a mão sobre o vermelhão que meu aperto causou. A pedi desculpa com o olhar.

— Você e Anika sempre acharam que sou uma bebê chorona, né? Mas fique sabendo que não sou! — Sua postura era firme, em nada parecia com a garota de olhos arregalados e voz estridente de segundos atrás. — Sou apenas precavida, você se joga de cabeça nas coisas, não analisa tudo antes, assim como era Anika. Já pensou nas consequências desse seu ato de "justiça com as próprias mãos"?

Agora era a vez da Amélia Responsável, por pouco não revirei os olhos.

— Estava esperando que você me iluminasse nessa parte. — Forcei o sorriso propositalmente.

Soltou o ar deixando a pose decidida murchar um pouco. — Estou falando sério Amber.

— Sim, eu sei, vou tomar cuidado, prometo. Sei que as consequências são muitas e severas, mas não vou conseguir ficar parada. — Meu olhar era pesaroso. Não conseguia acreditar que ela não sentia essa mesma vontade que emanava do meu peito. Essa vontade de fazer justiça. Ainda mais quando a polícia estava dando passos de tartaruga nesse caso.

— Está comigo nessa ou não?

Ela olhou para o teto, franzindo os lábios e fazendo assim com que duas covinhas aparecessem em suas bochechas. Estava ponderando os prós e contra.

— Tudo bem, mas por favor, me diz que não iremos fazer nada perigoso. — Pediu juntando minhas mãos as suas.

— Prometo. — Levantei a mão direita em sinal de juramento.

— Tudo bem então. — Ela levantou-se indo em direção ao micro-ondas para pegar a pipoca. — E por onde começamos?

— Pelo quarto de Anika.

***

No dia seguinte lá estávamos nós, paradas em frente a porta da casa de Anika. Tínhamos uma desculpa pronta para seus pais: Queríamos pegar coisas que havíamos esquecido com Anika, e também matar um pouco da saudade que sentíamos por ela.

Não sabíamos se seus pais cairiam nessa, o jeito era arriscar e rezar para que sim.

Amélia tocou a campainha, estava nervosa, podia sentir isso pelo modo inquieto com que mexia no zíper de sua bolsa.

—Deixa que falo — informei tocando de leve em seu braço.

Ela apenas assentiu sorrindo fraco.

Não demorou muito para que uma mulher não tão velha e de cabelos loiros abrisse a porta, era mãe de Anika, dona Elizabeth, carinhosamente chamada por nós de tia Liza.

— Oi tia — eu e Amélia dissemos juntas. Ela esboçou um sorriso carinhoso e rapidamente nos abraçou forte.

Ficamos assim por algum tempo, nenhuma disse nada, não precisava dizer, as palavras estavam subentendidas naquele abraço.

— Entrem, entrem. — Liza chamou abrindo mais a porta para nos dar passagem.

A casa de Anika era grande, não como a de Amélia, mas era linda e aconchegante. Os móveis todos de madeira escura davam um ar envelhecido a casa. Anika costumava dizer que quando todos morressem sua casa seria tipo aqueles museus de casas antigas, mais vintage que aquilo não existia.

Nos sentamos no sofá em frente a lareira e aproveitamos um pouco do calor que emanava dela. O dia pretendia esfriar bastante até o fim da tarde.

— Querem chocolate quente? Biscoitos? Preparo rapidinho — Sempre tão prestativa e preocupada com todos, eu a admirava.

Eu e Amélia nos entreolhamos rápido, e tomei a decisão.

— Sim, sim. — Fiquei de pé e Amélia me acompanhou. — Enquanto a senhora prepara o chocolate será que podemos ir até o quarto de Anika pegar algumas coisas que deixamos com ela?

Eu tinha medo que ela recusasse, medo que achasse que era invasão demais, mesmo para amigas de infância. Se recusasse não iria me opor.

Ela nos fitou parecendo pensar por cerca de segundos e rapidamente respondeu:

— Claro. — Sorriu nervosa, pude notar seus olhos brilhando por causa das lágrimas que insistiam em chegar. — Ainda não tive coragem de ir lá, talvez hoje seja o momento. Mais tarde talvez. Mas podem ir, vou preparar o chocolate quente.

Então desapareceu por entre a porta da cozinha, que ficava de frente para a sala.

Era difícil para ela, eu entendia que sim, talvez de certa forma a ajudamos a atravessar esse obstáculo que uma hora ou outra ela teria que enfrentar.

— Vamos? — perguntei a Amélia que fitava de forma compenetrada o porta-retrato da mesinha ao lado do sofá.

Era de Anika e sua família, sua mãe, seu pai Carl e sua irmã mais nova Anne, no último natal. Estavam todos sorridentes, deixando transparecer a alegria que sentiam.

— Sim.

Tínhamos que subir uma escada que dobrava a esquerda para chegar ao primeiro andar, onde ficava os quartos. O de Anika era o do canto direito. Pendurada a porta podia ser ler: Mantenham distância, sou perigosa!

Sorri ao lembrar de como ela tinha se inspirado em um livro que havia lido no verão para escrever a frase, quando estávamos no ensino fundamental, desde então jamais tinha tirado.

— Não sei se consigo, Amber. — Amélia parecia bem abalada, e nem tínhamos chego perto do quarto ainda.

Segurei firme em sua mão, precisávamos fazer isso juntas, não por nós, mas por Anika.

— Consegue sim, estarei do seu lado. — Então seguimos.

Virei a maçaneta e empurrei a porta. O quarto estava do jeito que Anika sempre o deixava: bagunçado.

Roupas espalhadas pelo chão, a cama em uma desordem só, papeis, livros, revistas, tudo jogado sobre sua mesa de estudo. Sua mãe realmente não havia entrado ali depois de sua morte.

— Minha nossa, é como se a qualquer hora ela fosse chegar e nos xingar por estarmos invadindo sua privacidade sem permissão. — Amélia tinha razão. Nossa querida amiga odiava quando sua privacidade era invadida, mesmo por nós. Ela dizia que havia limites, e que eles não deviam ser ultrapassados, nunca, por ninguém.

Me pergunto agora se tivesse ultrapassado só um pouco esse limite, ela não estaria viva hoje. Afasto o pensamento da cabeça indo em direção sua escrivaninha.

— Vou começar por aqui, que tal olhar no guarda-roupa? — sugeri a Amélia.

— Ok.

No dia do enterro quando entramos ali para pegar peças de suas roupas para usar, eu não tinha reparado em mais nada, meu único objetivo era entrar, pegar uma peça e sair. Sem nem ao mesmo me dar o luxo de captar mais nada ao meu redor. A dor estava pulsando, não que agora não doa, mas conseguia administrá-la melhor.

O computador e celular de Anika foram confiscados pela polícia, eles eram instrumentos importantes na investigação. Se houvesse qualquer indício que ela matinha contato com o assassino era por lá que iriam descobrir. Mas mesmo assim quis vim aqui, quem sabe não sobrou um fio solto? Algo que passou despercebido pelos olhos aguçados da polícia? Se houvesse, iríamos descobrir hoje.

Vinte minutos haviam passado e nada, não tínhamos achado nada que pudesse servir para algo, nenhuma pista se quer. Nossa falha me frustrou.

— Acho que aqui não vamos encontrar nada, Am — Amélia afirmou sentando-se na beirada da cama. Parecia tão frustrada quanto eu.

Estava encostada contra a janela, olhava o quarto como um todo, tentando encontrar algo que só seria visto de longe, como um quadro completo.

E eis então que encontrei.

— O lixo — exclamei indo em direção a latinha verde que fica por baixo da mesa do computador.

Ele ainda continuava lá, intacto.

— O que podemos encontrar aí que pode ser relevante? — Amélia fez cara de nojo.

— É o que vamos descobrir. — Virei a pequena lata de lixo no chão.

Uma caneta, com certeza sem tinta, embrulhos de biscoitos, de chicletes, e papeis, era todo o seu conteúdo.

— Então?

Abri os papeis que estavam amassados, eram no total de três. O primeiro era uma folha de papel sulfite, tinha uma pequena frase:

"O que eu era antes de você? O que me tornei depois? A primeira resposta eu tenho, mas a segunda só você possui"

— Anika estava apaixonada? — Amélia falou novamente, dessa vez, interessada.

Reli novamente a frase, dessa vez silenciosamente. Poderia ser qualquer coisa, uma frase de uma música, de um livro, um poema. Mas nada disso falava sobre paixão, amor.

— Não sei. Algum trabalho de Literatura? — perguntei dobrando a folha. Aquilo com toda certeza merecia uma melhor atenção.

— Não que eu me lembre. Estávamos no último ano, e esse lixo não deve estar aí há muito tempo, não é?

— Não temos como saber. De qualquer maneira, isso é importante. Guarde. — Lhe entreguei a folha.

— Ok.

Fui para o próximo, não era tão grande, tinha o tamanho de um retângulo e era uma folha de caderno. Dentro havia um recado:

"Precisamos conversar, por favor, Anika! "

— Está assinado?

Olhei frente e verso e nada encontrei.

— Não. — Fiquei fitando aquelas palavras, tentando decifrar de quem era aquela caligrafia, porque de uma coisa eu podia ter certeza, de Anika não era. — Reconhece?

Passei o papel para Amélia, ela o pegou relendo o recado, depois passou os dedos por cima, como para ajudar a lembrar, mas pela sua expressão frustrada deduzi que não.

— Não tenho a mínima ideia de quem seja. Mas é mais uma pista — ela disse colocando ele junto ao outro. — Agora vamos ao último.

Peguei o pedaço de papel, amassado assim como os outros dois, em seu interior havia um grande sinal de interrogação. Seu ponto não era um círculo, mas sim um coração.

— O que entende por isso? — Mostrei a Amélia.

— Não acredito que aquela piranha estava apaixonada e não nos contou.

— Você acha isso mesmo? — Eu ainda estava cética com esse fato de paixão.

— Está na cara Amber, por favor, é só somar 1 + 1. — Ela pegou o primeiro papel, que continha a frase. — Essas palavras são de alguém que mudou com a chegada de outra pessoa, geralmente isso acontece quando começamos a gostar de alguém. Já esse, — pegou o bilhete — é o bilhete da pessoa amada, mas pela súplica está claro que brigaram. E tudo isso bem de baixo dos nossos narizes.

Juntei todo o lixo e o joguei novamente na lixeira. Levantei-me ainda pensando sobre tudo que Amélia tinha dito, eram coisas óbvias, mas difíceis de entender, pelo menos para mim.

— E se não for nada disso? Eu creio que Anika teria nos dito se estivesse apaixonada. — Pelo menos eu achava que sim. Ela era tão cheia de limites, de esquisitices.

— Ou talvez quisesse manter tudo em segredo, como ela fez. Anika não nos considerava como achávamos. — Podia sentir pelo tom de sua voz que estava magoada, e bem no fundo eu também me sentia assim.

Amigas não dividem tudo? Não contam todos os seus segredos? Seus desejos? Amizade é confiar nas pessoas que você escolheu para ter ao seu lado. Se Anika nos escolheu por que nos excluir assim? E logo de algo tão importante?

— Pode ser o Brian. — Nem eu acreditava nisso.

— Com toda certeza — disse com ironia. — Você e eu sabemos que ali podia existir de tudo, menos amor.

Amélia saiu, permaneci mais um pouco, tentando encontrar mais alguma coisa, mas tudo já tinha sido visto e revisto. Respirei fundo e sai também. Eu a perdoava, eu a perdoei antes mesmo de saber disso. Era Anika acima de tudo, ela tinha seus segredos e tinha todo o direito de mantê-los. Da cozinha ouvi o tintilar de porcelana, encaminhei-me para lá.

— Amber, aqui seu chocolate quente. — Liza me passou uma caneca de porcelana branca. Encostei as mãos ao redor dela e deixei o calor do líquido escuro passar para elas.

— Obrigada.

Amélia e ela conversavam sobre algo, mas não prestei atenção. Tentava montar o quebra-cabeça, mas estava tudo tão difuso, ainda faltavam muitas peças. Onde Brian se encaixava nisso tudo? Desde o início do relacionamento dos dois, achamos aquilo bem estranho. Não por ele ser mais velho, mas por ser forçado demais, Anika odiava falar sobre ele ou até ser vista em sua companhia, do nada disse que estavam namorando e não havia passado nenhuma semana que estavam saindo. Eu e Amélia tentamos argumentar, mas Anika mostrou-se irredutível, então paramos, deixamos de lado.

Agora era preciso decidir o próximo lugar que iríamos investigar, e eu já o tinha em mente: a casa de Amélia.

***

Era um ruído que não tinha fim. Como a estática de um rádio, que por mais que tentássemos arrumar, não ia embora. Depois o silêncio. A escuridão.

Então eu estava na mata de novo.

Corria sem saber para onde ir, havia alguém atrás de mim. Alguém que queria me matar.

Estava aterrorizada, a sensação de medo tomava conta do meu corpo, se infiltrava em minhas veias tornando tudo negro.

Não conseguia parar de correr, não conseguia olhar para trás. Meu objetivo era escapar e nada mais. Senti mãos agarrarem meu tornozelo e gritei indo ao chão.

— Te peguei. — Virei-me reconhecendo àquela voz.

— Anika? — sussurrei. A voz era sua, mas a aparência era tão diferente. Seu rosto parecia envelhecido, sujo demais, ossos fora do lugar, pele demais, coisas se mexiam pelo seu cabelo, e sua mão tão pegajosa e ossuda.

Choraminguei tentando me livrar do seu aperto.

— Shii, hoje você será meu jantar — ela disse apertando mais forte meu tornozelo e puxando-me ao seu encontro.

Bem perto do seu rosto pude notar que no lugar de seus olhos existiam buracos negros sem fim.

Gritei ao acordar.

Liguei a luz do abajur e tentei regular a respiração que saía de forma esbaforida. Um pesadelo, fora apenas um pesadelo.

"Calma, Amber" repeti mentalmente tornando a deitar. Não desliguei a luz e permaneci de olhos abertos. A imagem de uma Anika zumbi ainda tomava conta dos meus pensamentos e toda vez que fechava os olhos era aterrorizada pelos buracos que tomavam conta de seus olhos.

Era normal ter pesadelos, certo? Passei por um evento traumático e pesadelos sempre são os primeiros sintomas. Mas porque sentia que não era isso? Que não era normal, e que nem fora um simples pesadelo?

Esfreguei o rosto com as mãos e fechei os olhos com força, ia esquecer isso e voltar a dormir. Era uma ordem!

Foi então que comecei a sentir um formigamento na ponta dos pés, que foi subindo lentamente, até eu abrir os olhos alarmada. Puxei o lençol e nada parecia diferente, o ruído de estática começou baixo e foi aumentando, até eu ter que tampar os ouvidos com as mãos.

Notei que o som vinha da janela, levantei indo em sua direção e estanquei no meio do caminho quando notei algo escrito no vidro, do lado contrário, mas fácil de ser decifrado mesmo do lado errado: Assassina.

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