Escolhida || Livro 2 da Trilo...

By gabsel_

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Em um futuro distante, Claire Roberts é forçada a enfrentar uma cidade apocalíptica em busca de uma vingança... More

Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítulo Dez
Capítulo Onze
Capítulo Doze
Capítulo Treze
Capítulo Quatorze
Capítulo Quinze
Capítulo Dezesseis
Capítulo Dezessete
Capítulo Dezoito
Capítulo Dezenove
Capítulo Vinte
Capítulo Vinte e Um
Capítulo Vinte e Dois
Capítulo Vinte e Três
Capítulo Vinte e Quatro
Capítulo Vinte e Cinco
Capítulo Vinte e Seis
Capítulo Vinte e Sete
Capítulo Vinte e Oito
Capítulo Vinte e Nove
Capítulo Trinta
Capítulo Trinta e Um
Capítulo Trinta e Dois
Capítulo Trinta e Três
Capítulo Trinta e Quatro
Capítulo Trinta e Cinco
Capítulo Trinta e Seis
Capítulo Trinta e Sete
Capítulo Trinta e Oito
Capítulo Trinta e Nove
Capítulo Quarenta e Um
Capítulo Quarenta e Dois
Capítulo Quarenta e Três
Capítulo Quarenta e Quatro
Capítulo Quarenta e Cinco
Capítulo Quarenta e Seis
Capítulo Quarenta e Sete
Capítulo Quarenta e Oito
Capítulo Quarenta e Nove
Capítulo Cinquenta
Capítulo Cinquenta e Um
Capítulo Cinquenta e Dois
Capítulo Cinquenta e Três
Capítulo Cinquenta e Quatro
Capítulo Cinquenta e Cinco
Capítulo Cinquenta e Seis
Capítulo Cinquenta e Sete
Capítulo Cinquenta e Oito - FINAL
Agradecimentos e Última Obra
ÚLTIMO LIVRO SAI HOJE

Capítulo Quarenta

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By gabsel_

*desculpa a demora gente, semana passada não foi nada fácil. E agora, minhas provas estão chegando e eu estou tentando deixar tudo em ordem*

Descemos do ônibus. O sol da manhã deixa tudo alaranjado. As ruas e os carros estão ensopados. Consigo ver alguns corpos no chão e tento evitar olhar para eles. É melhor pensar que são zumbis mortos do que Buscadores.

— Onde estão os outros? — pergunto.

— Eles estão abrigados em uma biblioteca.

Harry começa a seguir o caminho e eu o sigo. Olho para a destruição deixada pelos raios de ontem.

— Tomás, Demi, Ari... — digo.

— Eles estão bem. — Harry diz e eu sinto um alívio percorrer meu corpo.

Meus amigos continuam aqui. Continuam vivos. Continuam lutando.

Harry me guia para as escadas de um lugar que aparenta estar caindo aos pedaços. Há pedaços de concreto caídos no chão e uma enorme parte do teto parece ter sido arrancada.

Será que foi de ontem ou já estava assim?

Quando terminamos de subir as escadas, eu olho para a rua uma última vez. Agora que não está chovendo e que eu estou em um lugar um pouco mais alto, consigo ver um enorme avião caído no final da rua.

Sinto um arrepio só de pensar em quantos corpos devem estar mortos ali.

Entramos na biblioteca. Já na entrada, vejo algumas pessoas sentadas abraçadas aos seus joelhos e chorando. Vejo pessoas feridas sendo cuidadas por uma única pessoa. Muitos olhares são apontados para mim.

Sinto um enorme aperto no coração.

Vejo Mike sentado com as costas contra um pilar. Ele chora com as mãos no rosto.

Descemos dois degraus. Há uma pilha de concreto destruído aqui e a luz do sol entra pelo buraco no teto. Está uma enorme poça na biblioteca inteira que bate nos meus calcanhares. Vejo as prateleiras de livros caídas ou destruídas. Apenas duas estão — quase — intactas.

Vejo meus amigos reunidos em uma roda. Niall é o primeiro que me vê e corre para me abraçar. Nossos corpos se encontram e nos apertamos com força total. Sinto suas lágrimas molharem minha camisa.

Sou praticamente puxada de Niall e vou para os braços de Demi. Consigo sentir seu coração batendo.

— Você nos assustou! — ela fala.

Eu a aperto mais fortemente.

Nosso momento é brutalmente interrompido quando Tomás aparece e puxa Demi para longe de mim. Ele fica na minha frente. Parece furioso.

Meu coração dispara mais ainda.

— Estamos em 18 — ele fala. — Somos vulneráveis. Temos que continuar, não podemos perder tempo!

— Precisamos descansar — digo. — Nós lutamos muito ontem!

— Já descansamos bastante — ele não parece que vai mudar de ideia. — Vamos partir agora.

Pego no seu pulso. Ele está obcecado. Não está pensando direito. Eu mudei ele. Ele não é mais o mesmo Tomás.

A culpa é minha.

— Eu sei que você quer acabar com a LPB, mas não vamos conseguir assim — falo. — Olhe ao seu redor. Estamos todos acabados. Se continuarmos desse jeito, só mais pessoas morrerão.

Ele fica olhando para os meus olhos por um longo tempo. Consigo ver seu ódio e sua fúria. É como se ele tivesse olhos de chamas.

— Se ficarmos aqui, a LPB irá nos encontrar — ele diz.

— Ela irá nos encontrar em qualquer lugar que formos — falo. — Não há como fugir. Pense melhor, Tomás. O seu ódio está pensando por você. Tente se acalmar.

Ele suspira. Sua cabeça se abaixa e seus olhos ficam fora da minha vista. Pelo seu pulso, consigo sentir ele se acalmando.

— Claire está certa, Tomás — fala Harry. — Se continuarmos agora, podemos ficar mais exaustos do que já estamos. Além dos feridos que ainda estão se recuperando. Ontem foi um dia difícil para todos.

Seus olhos se abaixam e ele concorda com a cabeça.

— Tudo bem... vamos descansar um pouco.

Sorrio para ele e coloco a mão em seu ombro. Então, vou em direção aos outros.

— Está tudo acontecendo tão rápido... — fala Dylan.

— As coisas não parecem nada boas para nós. — Digo. — Temos que continuar fortes ou isso vai acabar conosco. O que aconteceu depois que eu apaguei?

— Eu fiquei com você em cima do ônibus até amanhecer — fala Harry. — A chuva foi passando aos poucos e quando acabou, Tomás guiou os que sobreviveram pra cá...

Suspiro. Os que sobreviveram. Isso dói.

Eu deveria ter evoluído depois de tantas coisas, mas parece que estou decaindo aos poucos. São pedaços que restam de mim, mas preciso me manter forte. Preciso deixar esses pedaços colados até tudo isso acabar.

— Chegaremos na estação hoje. Teríamos chegado ontem se não fosse pela tempestade. — Fala Demi.

Cruzo os braços. Parece que faz mil anos que dividíamos o apartamento.

— Espero que os trens ainda funcionem — fala Niall.

— É claro que eles funcionam! — fala Demi. — Eles são automáticos, não precisam de motorista para serem guiados. Além disso, a energia é transmitida pelos trilhos. Eles andam sozinhos.

— O problema é se eles não estiverem nos trilhos. — Fala Ari.

Ela tem razão. Não pensamos nisso. Tudo está tão destruído... por que os trens não estariam?

Analisando Ari, ela não parece nada com que eu conheci alguns dias atrás. Olheiras gigantes, olhos inchados, roupas rasgadas... ela parece destruída. Parece ser a mais destruída de nós. Me lembro de que ela e Justin eram uma dupla engraçada e sorridente. Mas sem Justin, Ari é um corpo sem alma. É como se ela fosse um zumbi.

Não posso deixar de lembrar quando estávamos naquele campo e Ari ficou sob os efeitos da Planta 23.

Ah... Ari... o que eu fiz com você?

— Esperamos que estejam — fala Harry. — Mas, se não estiverem, Tomás deve ter um plano B.

Olho para Tomás. Ele está sentado no chão, abraçando seus joelhos. Ele não parece ter um plano B. Consigo ver daqui seu nível alto de preocupação.

Quando olho para frente novamente, levo um susto. Nenhum dos meus amigos está aqui. Mas sim ela. A de olhos vermelhos.

Ela sorri.

Levo outro susto quando sinto uma mão no meu ombro. Com um impulso, eu desvio e dou passos rápidos para trás. Olho para o lado e vejo meus amigos novamente. A de olhos vermelhos sumiu.

— Você está bem, Claire? — pergunta Harry. Foi ele quem encostou no meu ombro. — Ficou pálida do nada...

Respiro fundo.

— Eu estou bem... — digo.

Não quero preocupa-lo. Já estamos todos muito preocupados com tudo isso.

Ele tosse e coloca a mão na boca. Disse que estava ficando doente. Depois dessa chuva, deve ter piorado.

— Está se sentindo bem? — pergunto.

Ele olha para mim depois de suas tosses.

— Podemos conversar? — ele fala. — Em particular.

Afirmo com a cabeça. Estranho um pouco.

Nós nos afastamos um pouco dos outros. Vamos para perto da parede, onde há uma janela com diversos furos e rachados. Piso em alguns cacos pequenos.

Será que algum dia São Paulo voltará a ser como era antes?

— O que aconteceu? — pergunto.

Ele suspira.

— Sinto falta de treinar com você... se lembra de quando treinávamos juntos? — ele força um sorriso.

Não sei por que, mas essa conversa está me assustando um pouco.

— É claro que eu lembro. Você era péssimo no arco. — Falo.

— Eu sinto falta daquilo... — ele poderia dizer de uma forma um pouco mais animada, para eu não ficar tão assusta quanto estou agora.

— Onde está querendo chegar? — falo.

— Eu... eu... — ele começa a tossir novamente.

Sua mão vai para sua boca. Tosse três vezes fortemente e quando tira sua mão da boca, vejo sangue nela.

Meu coçarão dispara. Seguro sua mão.

— Harry... seja lá o que tiver para dizer... diga agora.

Seus olhos se enchem de lágrimas.

— Eu estou com medo, Claire — ele diz. — Não sei o que está acontecendo comigo.

Olho para seus olhos. Então, para sua mão ensanguentada. Ele está tossindo sangue. Harry está tossindo sangue.

Isso com certeza não é um bom sinal.

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