Escolhida || Livro 2 da Trilo...

By gabsel_

173K 18.7K 2.6K

Em um futuro distante, Claire Roberts é forçada a enfrentar uma cidade apocalíptica em busca de uma vingança... More

Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítulo Dez
Capítulo Onze
Capítulo Doze
Capítulo Treze
Capítulo Quatorze
Capítulo Quinze
Capítulo Dezesseis
Capítulo Dezessete
Capítulo Dezoito
Capítulo Dezenove
Capítulo Vinte
Capítulo Vinte e Um
Capítulo Vinte e Dois
Capítulo Vinte e Três
Capítulo Vinte e Quatro
Capítulo Vinte e Cinco
Capítulo Vinte e Seis
Capítulo Vinte e Sete
Capítulo Vinte e Oito
Capítulo Vinte e Nove
Capítulo Trinta
Capítulo Trinta e Um
Capítulo Trinta e Dois
Capítulo Trinta e Três
Capítulo Trinta e Quatro
Capítulo Trinta e Cinco
Capítulo Trinta e Seis
Capítulo Trinta e Sete
Capítulo Trinta e Oito
Capítulo Quarenta
Capítulo Quarenta e Um
Capítulo Quarenta e Dois
Capítulo Quarenta e Três
Capítulo Quarenta e Quatro
Capítulo Quarenta e Cinco
Capítulo Quarenta e Seis
Capítulo Quarenta e Sete
Capítulo Quarenta e Oito
Capítulo Quarenta e Nove
Capítulo Cinquenta
Capítulo Cinquenta e Um
Capítulo Cinquenta e Dois
Capítulo Cinquenta e Três
Capítulo Cinquenta e Quatro
Capítulo Cinquenta e Cinco
Capítulo Cinquenta e Seis
Capítulo Cinquenta e Sete
Capítulo Cinquenta e Oito - FINAL
Agradecimentos e Última Obra
ÚLTIMO LIVRO SAI HOJE

Capítulo Trinta e Nove

2.1K 274 37
By gabsel_

Olhe para o rastro de morte que você deixou para trás, Claire.

Não me culpe por você ser uma assassina. A culpa é sua. É sempre sua. Você matou milhares de pessoas.

Você não vai ganhar isso. Não vai ter o que quer. Eu sou a Claire. Você é apenas algo que a LPB implantou em mim.

Você está errada. Você irá perder e assistirá todos os seus amigos morrerem. Um. Por. Um. Isso se eles já não estiverem mortos.

Piso na grama. Estou em um parque. Não é o Ibirapuera. É outro. Eu costumava vir aqui com a minha irmã. E lá está ela. Correndo atrás das borboletas.

Bia, por favor, fique viva. Eu não sei se vou conseguir sem você.

— Sua prioridade número um — diz uma voz atrás de mim. Eu me assusto e quando olho para trás, me vejo com os olhos cor de sangue. — Ela é uma adolescente. Era uma jovem criança quando tudo começou. Mas em um mundo como esse, não existem crianças. Não existe... Inocência...

O sol está forte. Feixes de luz passam pelos galhos e pelas folhas.

— Quando eu acabar com a LPB, ela vai estar segura. Todos nós vamos. — Falo.

— Está se esquecendo de mim. O que pretende fazer? Acabar com tudo isso e depois continuar com alguém tentando dominar seu corpo para o resto da vida? Se não fosse por mim, você estaria morta.

— Então eu deveria te agradecer?

Ela suspira. É um milagre estarmos lado a lado e não estarmos nos batendo. Não estou com forças para isso.

Bia para de caçar borboletas e quando eu olho para trás, não vejo mais a outra de mim. Olho para frente novamente e vejo minha irmã se aproximar.

— Você sabe que eu estou sofrendo, Claire — ela diz. — Me ajude.

Ela começa a chorar. Percebo que a luz do sol não passa mais pelas árvores, já que o céu está tampado por uma enorme nuvem cinza. Vejo as roupas de Bia começarem a rasgar. Seu rosto começa a ficar cheio de sujeira e fuligem. Percebo que alguns cortes são se formando na bochecha, os rasgos nas roupas vão se tornando maiores e seu nariz começa a sangrar. Sangue e lágrimas misturados em um rosto cheio de fuligem.

— Eu estou tentando — falo. — Estou fazendo o máximo que eu consigo, Bia...

— Não é o suficiente.

Ela encosta a sua mão em mim e desaparece junto com o parque.

Estou em cima de um carro na chuva horrível de uma noite fria. A água me atinge com força e os raios caem em sequência. Olho ao redor e vejo Demi, Harry, Dylan, Niall, Ariana e Louis em cima dos carros a minha volta.

— Mate-nos — fala Demi. — É o que você faz de melhor.

— Você é a destruição, Claire — Harry fala. — Olhe ao redor. Veja quantas mortes causou.

— Ninguém deve confiar em você — fala Dylan. — Tantas pessoas que morreram por sua causa...

— Você acha que está fazendo o melhor atacando a LPB, mas sabe que só está piorando as coisas. — Niall. Por favor, não quero ver mais nada disso...

— Você me odeia, mas deveria odiar a si mesma. — diz Louis. — Olha para você, com todo esse sangue nas mãos. Talvez tivesse sido melhor para todos se você tivesse caído do prédio no dia que eu te empurrei.

Quando eu olho para as minhas mãos, percebo que elas estão cheias de sangue.

— Meu irmão pode estar morto e é tudo culpa sua — fala Ariana. — Tudo isso é culpa sua. Desista. Você só vai causar mais mortes.

— Você não é a salvação, Claire — fala Harry. — Você é a destruição. Você é o vírus. Você é a morte.

Percebo que estou chorando. Minhas lágrimas se misturam com a água fria que acerta meu rosto. Meu peito arde. Minha barriga dói. Preciso acordar disso. Preciso acordar desse pesadelo.

De repente, todos ao meu redor somem e Daniel aparece em cima de um carro. Me lembro da última cena que o vi. Meu peito se aperta. Ele me salvou.

— E você deixou eu morrer — ele fala. — É só colocar mais um nome na sua lista de mortos. Isso se couber nela, pois já está cheia.

Um vulto pula da água e o agarra, o levando para o fundo da enorme piscina que um dia já foi uma rua.

Fecho meus olhos e os aperto com as mãos. Preciso acordar. Preciso acordar. Preciso acordar. Acorde, Claire. Acorde!

BUM!

Caio para trás dentro de uma escuridão sem final ou começo. Sou levada para o nada além de um breu preto e infinito enquanto caio girando com as mãos tapando o rosto.

Quando abro os olhos, percebo que não estou no escuro. Está até claro demais. Percebo que estou completamente molhada e deitada em algo extremamente frio. O sol bate contra meu rosto e eu fico praticamente cega com tanta claridade.

Coloco meus dedos no meu rosto e percebo que estava chorando. Me sento e olho em volta.

Minha visão está um pouco embaçada, mas eu consigo ver os carros molhados e destruídos na rua. Vejo que está tudo muito molhado ainda, mas nenhum sinal das nuvens da tempestade que estava acontecendo quando eu apaguei.

Quando olho para outro lado, vejo Harry sentado de costas. Ele também está todo molhado. Percebo que estamos em cima do ônibus tombado.

Uma sensação de alívio percorre meu corpo e eu me sinto como se estivesse tudo bem. Harry está vivo. Ele está vivo. Vivo. Preciso me certificar de que isto não é outro pesadelo. Não posso ser enganada por ela de novo. É tão bom vê-lo bem. Vê-lo vivo.

Ele estava aqui esse tempo todo me esperando acordar?

Ele vira sua cabeça para mim e percebe que eu acordei. Ver seus olhos novamente é uma sensação tão... Reconfortante...

Ele vem até mim com os olhos cheios de lágrimas. Eu não posso evitar de chorar também.

— Você está bem! — ele fala. — Eu... eu pensei que você... pensei que tinha perdido você. Eu não posso perder você. Não agora.

Choro em seus ombros.

— Você não vai me perder. Nunca. — Falo, soluçando.

Seu toque é uma coisa que me relaxa. É uma coisa que faz com que eu me sinta espetacular. A melhor pessoa do mundo. Eu não quero soltá-lo. Toda vez que nos soltamos algo ruim acontece e eu já estou de saco cheio de coisas ruins acontecendo.

— Não me assuste assim... — ele fala. — Nunca!

Ficamos por mais um tempo abraçados e depois ele se afasta um pouco.

— Eu... eu não posso... — digo.

Ele me encara confuso e eu me esforço para não começar um ataque de soluços. Meu peito dói tanto. Tudo que eu quero agora é poder andar abraçada com Bia no parque. Eu quero ter minha vida de volta. Eu quero ser a Claire antiga de novo.

— Eu não consigo suportar mais isso! — falo. Percebo que estou tremendo. — São tantas mortes... Tanta... Luta... Harry, eu não consigo mais. Eu tento e tento, mas eu fracasso. Eu sempre tento salvar todo mundo, mas sempre acabo matando todo mundo...

— Claire, você não matou ninguém...

— Eu matei! Matei sim! — quase grito. — A LPB está atrás de mim. Eles me querem. Eu só queria terminar isso. Eu só queria que todos conseguissem sair daqui... Ter uma vida melhor... Mas eu não vou conseguir. Eu sou fraca. Eu sou a destruição. Eles foram para o parque por minha causa. Tantas pessoas morreram... por... minha causa! Eu finjo ser forte e eu quero ser forte. Mas eu nunca vou conseguir. Eu deixei um rastro de mortes atrás de mim. Daniel, Mandy, Richard, Rodrigues, Adam... é uma lista que nunca acaba!

— Essas mortes não foram culpa sua.

— Foram — falo. — Todas foram. Eu sou uma assassina.

— Você não é a destruição, Claire. — ele fala. — As mortes vão acabar. Nós vamos acabar com isso. Vamos atacar de volta.

— Por quê? — falo. — Seria tão mais fácil se eu me entregasse. Eles não ficariam mais atrás de ninguém.

— Não — ele fica tenso. — Eu não vou deixar eles encostarem em você. Você é minha prioridade número um. Sempre foi.

— Eu sei... — falo. — Você provou isso milhares de vezes. Eu te amo, mas talvez esteja na hora de enfrentar o meu destino. Talvez esteja na hora de enfrentar o que estava programado para mim. Eu preciso me entregar.

— Se você fizer isso, todas essas mortes, todo esse sangue... Será em vão.

Eu o olho. Suas lágrimas escorrem em suas bochechas. Consigo ver o sofrimento nos seus olhos e ele provavelmente vê isso nos meus.

— Por favor, Claire... Você não pode me tirar a única coisa que eu tenho — meu coração está tão apertado. — Você.

E agora ele está mais ainda. É tão difícil fazer escolhas. A escolha de ficar aqui ou de ir para a LPB.

Lutamos tanto. Suamos tanto. Quase morremos o tempo todo. Será que esse é o nosso destino? Sofrer? Ver todos morrerem ao nosso redor?

Eu sou a destruição. Eu sou a salvação. Eu sou a morte. Eu sou a vida.

Eu sou o bem. Eu sou o mal.

Não sei mais o que fazer. Não sei mais qual caminho seguir. Não sei como prosseguir. Olho para todos os carros na rua e me lembro da ação que ocorreu ontem. Me lembro dos gritos. Me lembro dos raios. Os mortos. Os vivos. Minha cabeça dói tanto. Meu peito dói tanto.

Eu não sei o que fazer. Qual escolha seguir. Você não vai me perder. Nunca. Eu disse isso a ele. Mas será que é verdade? Será que eu vou conseguir ficar com ele até o fim disso tudo?

Suas mãos agarram as minhas. Eu olho para o fundo dos seus olhos.

— Por favor — ele diz.

Tantas coisas que aconteceram em apenas algumas semanas. Nunca imaginei que passaria por tudo isso quando fizesse dezoito anos. Um apocalipse zumbi. Quem imaginaria?

Eu tive certeza de que acabaria com eles. Mas eles estão acabando com a gente. Eu tive certeza que eles se arrependeriam por tudo que fizeram. Mas sei que tem sobreviventes pedindo perdões a Deus pelos pecados cometidos.

Será que Bia precisa mesmo de mim? Será que Harry precisa mesmo de mim? Seria tudo melhor se eu não estivesse aqui. Muitas mortes teriam sido evitadas se eu simplesmente saísse do condomínio pelos portões quando fui expulsa. Os Maléficos me pegariam e me levariam para o Centro e ninguém seria morto.

Tudo estaria bem. Tudo continuaria funcionando.

Harry aperta mais a minha mão. Lágrimas não param de sair dos meus olhos.

— Max não pode ter o que ele quer — ele fala.

— Vamos acabar com isso. — falo. — Juntos.

Eu o abraço e sinto seu aperto forte contra seu corpo.

Continue Reading

You'll Also Like

18.4K 1.5K 23
+Beauany ❝ Eu estava te olhando porque te achei bonita e não porque queria briga, sua maluca. ❞ Onde Josh conhece Any, a garota mais encrenqueira de...
32.2K 3K 35
Se você ouvir três batidas na porta, não abra! Me chamo Rebecca Dylan e relato essa infeliz história que aconteceu comigo e com meus amigos. É, parec...
5.3K 544 27
𝐒e apaixonar por Daryl Dixon é um caminho sem volta, e Scarlet Williams queria se perder. 𝐒carlet quer o mundo, mesmo sabendo o quanto ele é sujo. ...
29.9K 2.9K 101
Izuku não sabia quanto tempo ele ficou naquele telhado depois que All Might foi embora. O próprio herói número um havia dito a ele que ele não poderi...