Escolhida || Livro 2 da Trilo...

By gabsel_

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Em um futuro distante, Claire Roberts é forçada a enfrentar uma cidade apocalíptica em busca de uma vingança... More

Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítulo Dez
Capítulo Onze
Capítulo Doze
Capítulo Treze
Capítulo Quatorze
Capítulo Quinze
Capítulo Dezesseis
Capítulo Dezessete
Capítulo Dezoito
Capítulo Dezenove
Capítulo Vinte
Capítulo Vinte e Um
Capítulo Vinte e Dois
Capítulo Vinte e Três
Capítulo Vinte e Quatro
Capítulo Vinte e Cinco
Capítulo Vinte e Seis
Capítulo Vinte e Sete
Capítulo Vinte e Oito
Capítulo Trinta
Capítulo Trinta e Um
Capítulo Trinta e Dois
Capítulo Trinta e Três
Capítulo Trinta e Quatro
Capítulo Trinta e Cinco
Capítulo Trinta e Seis
Capítulo Trinta e Sete
Capítulo Trinta e Oito
Capítulo Trinta e Nove
Capítulo Quarenta
Capítulo Quarenta e Um
Capítulo Quarenta e Dois
Capítulo Quarenta e Três
Capítulo Quarenta e Quatro
Capítulo Quarenta e Cinco
Capítulo Quarenta e Seis
Capítulo Quarenta e Sete
Capítulo Quarenta e Oito
Capítulo Quarenta e Nove
Capítulo Cinquenta
Capítulo Cinquenta e Um
Capítulo Cinquenta e Dois
Capítulo Cinquenta e Três
Capítulo Cinquenta e Quatro
Capítulo Cinquenta e Cinco
Capítulo Cinquenta e Seis
Capítulo Cinquenta e Sete
Capítulo Cinquenta e Oito - FINAL
Agradecimentos e Última Obra
ÚLTIMO LIVRO SAI HOJE

Capítulo Vinte e Nove

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By gabsel_

*desculpa a demora, pessoal. Eu estava trabalhando em uma coisa...*

O que um vírus zumbi faz com as pessoas?

Primeiro, o vírus se espalha por todo o organismo da pessoa infectada e corrompe todas as células presente, assasinado cada uma delas até que a pessoa caia no chão sem vinda alguma.

Em seguida, o processo que envolve a Planta 23 começa. O vírus revive todas as células que matou e faz o cérebro voltar a funcionar, deixando o corpo sem sua alma. Deixando um corpo morto de pé. Um corpo com apenas o cérebro funcionando. É por isso que precisamos atirar na cabeça. Para destruir a única coisa que ainda funciona.

E por fim, o corpo morto-vivo cambaleia em busca do que lhe fortaleça. Ou seja, alimentos. Ou seja, qualquer coisa que seus dentes conseguem arrancar.

Mas o vírus não mexe apenas com quem se infectou com ele. Ele mexe com as pessoas ao redor.

Luiz é um exemplo disso. Ele tem 14 anos e foi forçado a encarar o rosto da mãe pálido enquanto avançava para arrancar um pedaço de sua carne. Ele matou a mãe zumbi.

Que outra escolha tinha? Era matar ou ser devorado. Ele fez a escolha certa, por mais que tenha que conviver o resto de sua vida com isso.

Mas isso mexeu muito com ele. É por isso que ele não tem medo. Luiz não tem medo de morrer porque não tem nada para perder.

No momento que ele me contou que matou sua própria mãe, eu surtei. Eu me assustei. Eu me senti estranha.

Luiz está corrompido. Ele é uma vítima da LPB. Todos nós somos. Mas, Luiz...

Agora eu consigo ver o verdadeiro apocalipse. Não é nada comparado ao que eu via antes.

Voltamos para o parque e eu me despedi dos outros. Estava preocupada de Demi ter acordado e ter ficado preocupada com meu desaparecimento de manhã. Mas quando cheguei na barraca, ela ainda estava dormindo.

As barracas do pátio já estavam distribuindo comida do café da manhã, pessoas estavam começando a acordar e eu percebi que nós não ficamos muito tempo lá fora. Pareceram horas, mas talvez não tenha passado de uma hora e meia ou até mesmo menos que isso.

Depois que tomo banho, vou em direção ao pátio onde as barracas servem o café. Não estou com muita fome, mas ninguém que conheço está acordado e eu não vejo outra coisa para fazer.

No meio do caminho, Anne surge caminhando atrás de mim. Ela corre um pouco para me alcançar e começa a andar do meu lado.

— É verdade que você saiu com os Buscadores e salvou Luiz? — ela pergunta.

Sinto uma sensação nostálgica quando lembro que as notícias do condomínio se espalhavam na mesma rapidez que as daqui parecem se espalhar.

— Sim — respondo.

— Isso é demais! — ela parece entusiasmada. — Não me disse que era boa com arco e flecha! Você poderia me ensinar.

Engulo o seco. Você poderia me ensinar. Ensinei Harry a usar o arco. Me lembro das horas que ficávamos na sala de treinamento. Ele me ensinava a atirar facas e eu o ensinava a atirar flechas. Eu gostava de ter aqueles momentos com ele.

— Claro... — digo, sorrindo para ela.

Ela sorri de volta. Mas eu não ia ensina-la. Eu sei que não vou. Para aprender a atirar com flechas precisa de dias de treinamento. Nós não tínhamos esses dias.

Eu e os outros partiremos amanhã. Não podemos mais ficar aqui. Eu vou tentar convencer Tomás mais uma vez, mas se isso não der certo, eu terei que partir com as mesmas pessoas que me acompanham desde o início de tudo isso. Talvez Tomás nos ajude com armamento e com mais algumas informações sobre o Centro antes de partirmos.

De repente, minha atenção é voltada para um pouco mais para frente, onde um círculo de pessoas começa a se reunir aos poucos. Percebo que há duas pessoas no centro do círculo. Tomás e Mike.

— O que está acontecendo? — pergunto.

— Não sei, mas parece que Tomás está bravo com alguma coisa — diz Anne.

Nós corremos em direção ao círculo de pessoas. Nos juntamos a elas e assistimos a cena.

— ... foi irresponsável! — ouço Tomás dizer em um tom bravo. — Não deveria ter deixado ela ir!

— Ela nos ajudou — Mike fala em tom baixo. — Ela salvou Luiz e nos salvou também.

Eu não preciso ouvir mais para saber de que estão falando de mim. Tomás está bravo por eu ter ido com os Buscadores.

Ele está prestes a falar alguma coisa quando eu avanço para o meio da roda de pessoas e interrompo a discussão:

— Tomás, fui eu que pedi para ir com eles — digo. — Não culpe Mike...

Por um segundo, penso que ele nem notou minha presença, já que continua olhando para Mike, furioso.

— Foi irresponsabilidade dele deixar uma sobrevivente novata no abrigo ir com eles em uma missão arriscada como essa! — Tomás continua com o mesmo tom de antes.

Sinto-me um pouco mal por Mike levar uma bronca de Tomás. Por minha culpa.

— Tomás, deixe isso para lá — insiste Mike. — Voltamos todos vivos e ainda com o sobrevivente...

A discussão é interrompida e a atenção de todos é voltada para um grupo de três garotos vindo correndo desesperadamente em nossa direção. Eles atravessam as árvores do parque e correm incrivelmente rápido. Percebo que dois deles estão chorando e um está com lágrimas nos olhos, as segurando para dentro de si. Eles três tremem e parecem ter menos de 14 anos.

Meu coração falha uma batida ao pensar em uma coisa. Fico paralisada e prendo a respiração. Não sei exatamente o motivo de estar prendendo a respiração.

Sinto minha transpiração começar quando penso novamente no que pode estar acontecendo. LPB.

Então, os garotos chegam em nós arfando e colocam as mãos nos joelhos. O garoto que segurava o choro não resiste e começa a chorar.

— Ele está morto! — diz ele, tremendo tanto que penso que ele vai cair. — Eu o vi morto!

— O que está acontecendo? — pergunta Mike.

— O garoto está morto! — outro menino fala. — Ele se enforcou!

Me alívio um pouco por não ser a LPB. Mas me sinto desconfortável com a notícia.

Tomás olha para mim e para Mike. Sua expressão é como se ele estivesse falando "vamos".

Então, começamos a correr na direção em que as crianças vieram. Outras pessoas correm atrás de nós — Anne está entre elas. Nem precisamos perguntar onde os garotos viram o garoto morto. Um tumulto de pessoas já nos indica isso. Vejo que as pessoas estão ao redor de uma árvore e elas olham para cima. Algumas choram e outras parecem apavoradas.

Nós nos aproximamos e atravessamos diversas árvores. Quando chegamos a uma mais velha e grossa que as outras, vejo, em um de seus galhos, uma corda e uma pessoa com o pescoço amarrado nela. Levo um choque ao ver aquilo.

Ouço as pessoas cochichando e conversando ao redor da árvore. A pessoa está virada de costas para nós, mas a corda começa a girar e seu rosto vai ficando cada vez mais visível. Quando ele já está virado completamente para nós, eu levo outro choque.

Sinto meus pulmões perderem o ar. Meu coração quase sai pela boca. Mike e Tomás parecem tão surpresos quanto eu.

Não consigo segurar as lágrimas.

O garoto na corda é Luiz. Ele está morto.

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