Escolhida || Livro 2 da Trilo...

By gabsel_

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Em um futuro distante, Claire Roberts é forçada a enfrentar uma cidade apocalíptica em busca de uma vingança... More

Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítulo Dez
Capítulo Onze
Capítulo Doze
Capítulo Treze
Capítulo Quatorze
Capítulo Quinze
Capítulo Dezesseis
Capítulo Dezessete
Capítulo Dezoito
Capítulo Dezenove
Capítulo Vinte
Capítulo Vinte e Um
Capítulo Vinte e Dois
Capítulo Vinte e Três
Capítulo Vinte e Quatro
Capítulo Vinte e Cinco
Capítulo Vinte e Seis
Capítulo Vinte e Oito
Capítulo Vinte e Nove
Capítulo Trinta
Capítulo Trinta e Um
Capítulo Trinta e Dois
Capítulo Trinta e Três
Capítulo Trinta e Quatro
Capítulo Trinta e Cinco
Capítulo Trinta e Seis
Capítulo Trinta e Sete
Capítulo Trinta e Oito
Capítulo Trinta e Nove
Capítulo Quarenta
Capítulo Quarenta e Um
Capítulo Quarenta e Dois
Capítulo Quarenta e Três
Capítulo Quarenta e Quatro
Capítulo Quarenta e Cinco
Capítulo Quarenta e Seis
Capítulo Quarenta e Sete
Capítulo Quarenta e Oito
Capítulo Quarenta e Nove
Capítulo Cinquenta
Capítulo Cinquenta e Um
Capítulo Cinquenta e Dois
Capítulo Cinquenta e Três
Capítulo Cinquenta e Quatro
Capítulo Cinquenta e Cinco
Capítulo Cinquenta e Seis
Capítulo Cinquenta e Sete
Capítulo Cinquenta e Oito - FINAL
Agradecimentos e Última Obra
ÚLTIMO LIVRO SAI HOJE

Capítulo Vinte e Sete

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By gabsel_

Vejo cacos de vidro por várias partes do chão. Há diversos documentos, que um dia já foram importantes, jogados no chão e sujos com marcas de sapatos e sangue. Vejo um corpo praticamente triturado espatifado no chão enquanto moscas sobrevoam acima dele. As janelas estão cobertas por cortinas enormes e que impendem a luz de entrar. É um lugar escuro.

Vejo uma bancada de recepção e cadeiras caídas atrás dela. Não sei exatamente do que esse edifício se trata, mas vejo o nome da empresa que o utilizava estampado na bancada "FoxWorld".

- Temos que subir - fala Mike, indo em direção à porta das escadas.

Todos vamos atrás dele. Sinto uma forte nostalgia ao lembrar de como era no condomínio com os Sinistros. Saíamos atrás de Louis e ele sempre dizia o que íamos fazer. A única coisa que Mike não fez até agora foi nos separar em duplas, me escolher para ir com ele, se tornar um grande amigo meu, me beijar enquanto estou na beira de um prédio e depois me empurrou numa tentativa de me matar.

Espero que essa parte possa nunca existir. Não quero reviver o que vivi com Louis.

Subimos as escadas até o quarto andar. Mesmo se precisássemos subir mais um andar, não íamos conseguir. Há uma pilha de entulhos bloqueando o resto da escada.

Passamos pela porta e entramos em um escritório cheio de mesas e cadeiras - a maioria está de pé. A enorme janela é a única coisa que ilumina a sala.

Vejo a enorme quantidade de sangue no chão e me assusto ao ver três corpos deformados empilhados um em cima do outro. Há bilhões de moscas rodeando a pilha de corpos. Sinto uma vontade forte de vomitar vendo aquilo. Isso é muito desconfortável.

- Os Infernus fazem isso? - pergunto.

- Eles empilham os corpos em alguns lugares para saberem onde encontrar depois quando ficarem com fome de novo. - Mike explica.

Eles economizam carne. Isso me surpreende um pouco. Provavelmente, eles também devem fazer estoque de corpos e até disputarem para conseguir carne. São muito inteligentes. Não estou acostumada com tanta inteligência. Se eu tinha um pouco de dificuldade em matar zumbis, imagina com Infernus.

Continuamos andando. Vamos até o outro lado da sala e passamos por uma porta que nos leva a um enorme corredor. Percebo que mais para frente, há passagens para outros corredores e portas para outras salas. O corredor é bem escuro, mas não é impossível de se enxergar. Percebo mais quatro corpos empilhados em um canto.

Engulo o seco. Tenho um pouco de medo do que vamos enfrentar, ainda mais por estarmos no escuro.

- E agora? - pergunta alguém. - Esse cara devia ficar esperando a gente no segundo andar para ser mais fácil!

- Ele está preso - fala Mike. - Os Infernus estavam no corredor da sala que ele está na última vez que conseguimos contato com ele. Ele está na sala de telemarketing.

Mike começa a andar. Nós o seguimos. Fico pensando em como ele fez contato com o abrigo. Talvez ele tenha encontrado algum rádio ou algo parecido. Como será que ele veio parar aqui?

Provavelmente ele estava fugindo dos Infernus ou de zumbis e acabou entrando nesse prédio, então subiu as escadas correndo com o objetivo de ornaste o último andar, viu os escombros que estavam bloqueando a passagem e seguiu seu caminho até chegar onde ele está agora. Mas será que ele ainda está vivo? Pelo que entendi, eles receberam esse pedido de ajuda ontem de madrugada e só estão vindo agora. As chances desse homem estar vivo agora são quase mínimas.

Mike para quando chegamos na primeira passagem para outro corredor. Ele analisa e tenta encontrar qualquer coisa que indique a sala que procuramos. Seus olhos vão parar direto em uma placa grudada na parede, onde apontam para a direção que o corredor segue.

Diretoria
Coordenação

Apenas esses nomes. Não é nesse corredor que temos que entrar. Continuamos a caminhar. Olhamos todas as portas que passamos, vendo os nomes estampados nas janelas delas. Criação A, Produção C, Criação B...

Paramos em outra passagem. Analisamos as placas do corredor. Antes mesmo de eu conseguir ver, Mike já pula de felicidade, mas logo depois se auto repreende colocando as mãos na boca.

- Merda, não podemos fazer barulho - fala ele quase sussurrando. - É aqui. Fiquem em silêncio.

Suspiro. Entramos no corredor e eu não deixo de ver as placas para ver se estamos mesmo no corredor certo. Me surpreendo com a quantidade de nomes que as placas apontam:

Mídia
Finanças
Produção G
Criação G
Telemarketing

Se a ordem desses setores estiver seguindo do mais perto ao mais longe, quer dizer que a sala de telemarketing é a última desse corredor.

Andamos em passos lentos e silenciosos. O mínimo de barulho é feito. Não queremos atrair nenhuma atenção desses Infernus.

Meu coração bate fortemente. Parece que faz séculos que não arrisco minha vida, sendo que anteontem eu estava em um tiroteio num parque.

De repente, bato contra algo. Me afasto um pouco e percebo que bati contra as costas de um garoto muito alto. O rapaz nem parece ligar para a colisão. Quando percebo, estamos todos parados. Passo na frente do garoto gigante e então vejo Mike com os braços abertos, nos impedindo de passar. Ele vira o rosto para nós e coloca o seu dedo contra os lábios, pedindo silêncio.

Não faço ideia do que esteja acontecendo, mas já começo a suar. Tento olhar além de Mike e então entendo o que está acontecendo. Um zumbi com pele cinza. Meu coração quase sai pela boca ao lembrar de que os Infernus são conhecidos como zumbis de pele cinza.

Ele usa roupas rasgadas, suas garras são enormes e seus pés estão descalços. Tem pouquíssimo cabelo saindo pelo seu crânio e ele mantém a boca aberta, exibindo seus dentes pontudos e enormes. Ele não nos vê, já que está virado de lado e andando em direção a outro corredor.

Mas algo acontece e ele para sua caminhada. Então, se vira para nós. Vejo seus olhos completamente vermelhos. Meu coração quase explode.

- Voltem - Mike diz com calma. Começamos a dar passos para trás.

O monstro solta um grito ensurdecedor. Ele fica gritando por vários segundos e alguns de nós somos forçados a colocar as mãos nos ouvidos.

- Voltem! - grita Mike, tentando soar mais alto que o grito do monstro.

Damos meia volta e começamos a correr para o lado que viemos, mas paramos. Tenho que ficar na ponta dos pés para ver o motivo para termos parado. E eu vejo um amontoado de corpos acinzentados vindo como um tsunami em nossa direção. Percebo que um deles até escala a parede e vai para o teto.

Damos meia volta de novo e eu pego uma flecha rapidamente da minha aljava. Vejo outro enorme amontoado de Infernus vir de trás do monstro que continua gritando. Estamos cercados.

Disparos começam. Milhões de disparos. Os tiros iluminam o ambiente e eu vejo os corpos nojentos dos Infernus caindo no chão. No meio do desespero, puxo a flecha no arco e disparo contra o amontoado de monstros na nossa frente. Vejo a flecha atingir o peito de um deles e cravar nele com a ponta saindo de suas costas. Um segundo depois, vejo a ponta se estilhaçar e voar para todos os lados. Logo em seguida, diversas explosões ocorrem no teto, nas paredes e no chão. Meu coração para.

É uma das flechas especiais... Eu tinha me esquecido disso!

Uma enorme nuvem de fumaça é formada e tampa a visão na nossa frente. Percebo que um enorme pedaço de concreto caiu do teto e uma das paredes se destruiu.

Olho para trás e vejo a outra enxurrada de Infernus se aproximarem. Sem pensar, corro em direção contrária à eles. Entro no meio da fumaça e da poeira que se levantou após a queda do concreto. Não vejo nada direito e acabo passando pela parede que destruí. Entro em uma sala com uma mesa e um computador. Vejo uma enorme janela atrás da mesa.

De repente, um vulto cinza sai do meio da fumaça e corre em minha direção. Solto um grito de susto sem querer. O Infernus agarra a gola da minha camisa e me joga contra a mesa. Bato as costas contra a madeira dura da mesa e acabo derrubando o computador com o arco em minha mão. O monstro tenta cravar seus dentes pontudos em meu pescoço, mas eu o chuto com toda a minha força, o fazendo me largar.

Pulo para o chão e o Infernus já corre em minha direção novamente. Desvio girando meu corpo e o vejo parar na frente da janela. Corro até ele e o ajo por instinto. Chuto suas costas, fazendo seu corpo ir contra a janela e transformar o vidro em pequenos cacos. Seu corpo acizentado cai para fora do prédio.

Me viro e me apoio na mesa de madeira. Respiro ofegantemente, tentando me manter de pé. Meu coração está muito acelerado.

Percebo que a fumaça já está se abaixando e eu vejo os outros lutando contra os Infernus no corredor. Eles correm seguindo a direção que estávamos indo antes.

Corro atrás deles. Quando olho para o mar de Infernus que se aproxima, tenho a impressão de ter aumentado.

Temos que passar por cima de milhares de corpos mortos dos monstros que vinham dessa direção. A flecha explosiva matou todos que bloqueavam nossa passagem e nos cercava, mas tenho certeza que só uma dessas não vai fazer o mesmo com os que estão vindo atrás de nós. Eles estão em maior número que os que estavam na nossa frente. Em muito maior número.

Vejo dois Infernus vindo do final do corredor. Mike dispara em um deles, mas o monstro consegue desviar da bala. Ele pula na parede e começa a vir com as presas grudadas no concreto. Alguém consegue acertar sua cabeça e ele abacá ficando pendurado na parede com apenas uma mão presa na parede.

O outro continha vindo em alta velocidade. Pego uma flecha e antes de ajeita-la, verifico se não é explosiva. Puxo ela no arco e a disparo. O monstro desvia da flecha, mas acaba indo em direção a uma bala disparada por Mike.

Pulamos por cima de seu corpo. Olho para trás e vejo que os Infernus estão quase nos alcançando. Preciso afasta-los.

Pego uma flecha no meio da corrida. Tenho sorte ao pegar uma explosiva de primeira. Paro de correr e ajeito a flecha no arco. Deixo todos me ultrapassarem. Puxo a flecha e miro no centro do amontoado de Infernus. Disparo a flecha e num piscar de olhos, as explosões ocorrem.

Mas dessa vez um problema ocorre. As explosões acontecem muito peto de mim.

Sou jogada para trás com a força da explosão. O arco acaba caindo atrás de mim. Estrondos horrorosos e extremamente altos ocorrem. Bato minha nuca no chão fortemente e sinto uma dor horrível. Levanto a cabeça e vejo a parede do corredor caindo no andar debaixo e uma gigantesca nuvem de fumaça se formar enquanto o chão começa a desabar.

Me sinto muito zonza, mas pego o arco e me levanto mesmo assim. Com o peito ardendo, a cabeça quase explodindo, o coração parando, as pálpebras quase fechando, eu me forço a correr o máximo que consigo para longe da destruição que comecei. O chão e o teto atrás de mim caem e vão transformando tudo em um enorme buraco.

Não vou conseguir continuar. Não consigo correr direito. Não consigo pensar direito. Vejo uma porta se aproximando e opto por pular para dentro dela. Abro a porta e caio com tudo contra o chão frio. Não consigo mais ficar de pé.

Percebo que a parede começa a se rachar e eu sou obrigada a me rastejar para longe de onde estou. Vou rastejando até o outro canto da sala. Vejo a parede e uma parte do teto cair para dentro da nuvem de fumaça e ir para os destroços do andar debaixo. O chão da sala começa a rachar e a porta cai dentro da sala.

Após isso, não acontece mais nada com a sala onde estou, mas ainda ouço o barulho ensurdecedor do concreto caindo. A poeira da destruição não me deixa ver como o corredor ficou após o estrago.

Sinto as dores começarem a me dominar. Estou lutando para me manter acordada.

- Oi - ouço alguém dizer.

Primeiro penso que é da minha imaginação. Mas quando olho para o lado, vejo um rapaz que provavelmente tem uns quatorze ou quinze anos.

- O que aconteceu? - ele pergunta. - Você é uma Buscadora?

Eu não entendo nada. Olho para os lados. Minha mente está completamente embaralhada por causa da dor. Quando olho para a porta caída no chão, vejo o nome Telemarketing estampado no vidro completamente rachado dela.

Ele é o sobrevivente que viemos buscar.

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