Collide

By mari_tufa

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Como sustentar um sentimento tão real como o amor quando se está cercado por uma rede de farsas? A verdade é... More

Marissa
Marissa
Marissa
Harry
Marissa
Marissa
Marissa
Marissa
Marissa & Harry
Marissa
Marissa
Marissa
Marissa
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Marissa
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Marissa
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Marissa
Harry & Marissa
Marissa
Marissa
Marissa & Harry
Harry
Marissa
Epílogo
Epílogo²
Agradecimentos

Marissa

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By mari_tufa

Our passions are true phoenixes; when the old one is burnt out, a new one rises from its ashes.

Goethe.


Cafézinho. Eu não ingressei na CIA para servir cafézinho, mas aqui estou eu, com uma bandeja na mão, tentando abrir a porta do escritório do meu "chefe" para servir a ele e ao seu cliente. Fase 01 - Abrir a porta: Completada com sucesso.

Marissa: Com licença Sr. Fitzpatrick, trouxe um café para o senhor e o Sr. Albernathy.

Harry/ Peter: Obrigado.

Harry: Beatrice, eu já disse para me chamar de Harry, está trabalhando para mim há quase seis meses e temos praticamente a mesma idade!

Marissa: Eu prefiro chamá-lo de senhor, senhor. Com licença.

Harry: Toda.

Durante esses seis meses que venho "trabalhando" para o Harry tento manter o máximo de distância possível, não criar qualquer intimidade. No começo ele aceitava, mas agora parece que isso o incomoda, ele vem pedindo para eu chamá-lo pelo seu nome com maior frequência nesse último mês e fica cada vez mais difícil não atender a esse pedido...

Me retirei da sua sala, deixando que eles prosseguissem com a reunião e voltei para minha mesa que ficava logo a frente da sua sala e onde constava uma plaquinha com meu nome ou como acreditavam que era meu nome.

Miss Miles. Beatrice Miles mais precisamente era como Harold Fitzpatrick me conhecia. Para ele, eu era a sua doce e tímida secretária, funcionária modelo e símbolo de pró atividade. O que ele não sabia, é claro, é que na verdade eu era uma agente infiltrada da CIA, Central Intelligence Agency.

A CIA pertence ao governo dos Estados Unidos e é responsável por investigar e fornecer informações de segurança nacional, além de estar engajada em atividades secretas. Minha missão é cuidar da segurança do senhor Fitzpatrick e fornecer quaisquer informações que ele descobrir a respeito de seus possíveis clientes.

Harry Fitzpatrick é um advogado criminalista, não... Ele é o melhor advogado criminalista de Boston, não perdeu nenhuma causa desde que começou sua carreira. Mas ao contrário do que muitos podem pensar, ele não defende criminosos. Seu olhar crítico e seu sexto sentido criminal fazem com que ele investigue a fundo a ficha daqueles que procuram por sua ajuda. Ele pesquisa, remexe nos pobres e se houver algo, ele irá encontrar. Harry Fitzpatrick nunca é feito de trouxa.

Meu "chefe" é destemido e um dos homens mais corajosos que já conheci. Muitas vezes tive que segui-lo quando o mesmo ia atrás de uma pista ou informação que pudesse ajudá-lo em algum caso. Sua segurança era mais do que uma missão para mim, tinha sido um pedido de seu próprio pai. Bruce Fitzpatrick conhecia a personalidade do filho e sabia que sua curiosidade um dia o colocaria em perigo. Já dizia o ditado popular, a curiosidade matou o gato...

Então, aqui estou eu. Em horário comercial, Beatrice Miles, cuja doçura não condiz em nada com meu papel como agente undercover. Meu verdadeiro nome é Marissa Linn, mas podem me chamar de Agente Fênix.

Fênix é a tatuagem que possuo nas costas, logo abaixo do pescoço. A sua beleza esconde seu real significado, a superação de todas as dificuldades. É um pássaro que segundo a mitologia grega, quando morre entra em auto combustão, para então renascer de suas próprias cinzas. É assim que venho levando a minha vida, durante meus 24 anos. Não importa o quanto escura pareça a noite, o sol sempre se ergue no dia seguinte.

Durante meus dias mais obscuros, aqueles nos quais eu relembro minha infância sofrida ou os dias de treinamento torturantes para entrar na CIA, o Harry surge com um sorriso no rosto e um gesto amável, trazendo luz à escuridão. E quem começou sendo apenas minha mais nova missão, tornou-se o meu sol da meia noite. Eu não poderia ter me apaixonado, este é um sentimento que nós agentes não podemos nos dar ao luxo de sentir.

Saí dos meus desvaneios quando ouvi a porta do Harry se abrir. Ele acompanhou seu cliente até o elevador e depois se dirigiu a mim.

Harry: Beatrice, eu não irei almoçar hoje, tenho muitas coisas para resolver. Se quiser ir comer, pode ir.

Marissa: O senhor quer que eu traga alguma coisa?

Harry: Não, obrigado. Estou sem fome, mas se sentir eu vejo algum deliverie.

Marissa: Tem certeza, senhor?

Harry: Pelo amor de Deus! Eu estou tão velho assim? Você está vendo algum cabelo branco? Eu tenho só 26 anos!

Marissa: Me desculpe!

Harry: Você poderia começar a me chamar pelo meu nome, Beatrice!

Se ao menos ele me chamasse pelo meu. Eu odiava ter que ouvi-lo me chamando assim, quando tudo que eu queria era que suspirasse meu nome verdadeiro. Essa paixonite é tão errada, tenho que colocar minha mente e meu coração em ordem.

Marissa: Harold?!

Harry: NÃO!!

Harry odiava que o chamassem assim, tinha incorporado seu apelido como nome. Já o ouvi dizendo para seu melhor amigo, Niall Lancaster, que era como seu pai o chamava quando ele aprontava alguma.

Marissa: Ok, Boss!

Harry: BOSS! Me chame de Boss, ficou bonitinho saindo da sua boca!

Deu uma piscadinha e voltou para sua sala, me deixando em perfeito transe. Anos de treinamento intensivo não foram capazes de me preparar para esse homem. Porque quando você é apaixonada por um destruidor de calcinhas, nem um tratamento de choque resolve. Eu poderia ser uma agente durona, poderia derrubar um homem 30 quilos mais pesado do que eu e não conseguia conter minhas pernas de tremerem toda vez que ele olhava para mim.

Já pensei várias vezes que eu não era a pessoa ideal para esse trabalho, meus sentimentos por ele me tornam vulnerável. Mas só de pensar em entregar essa missão para outra pessoa eu sinto meu coração se quebrar. Por Deus, estou virando uma florzinha. Se Zackary lesse meus pensamentos iria me zoar até meus últimos dias. Com certeza escreveria no meu túmulo: "Aqui jaz uma maricas!". Zackary Bennett é meu melhor amigo, entrou na CIA no mesmo ano que eu, passamos por toda a fase de iniciação e treinamento juntos. Ele é como um irmão, o mais próximo que eu chegava a ter do que chamam de família.

Balancei a cabeça e me levantei, levando comigo minha bolsa. Fui ao restaurante que ficava na esquina, depois de almoçar passei numa lanchonete que o Harry adora e peguei seu lanche e suco favoritos, pedindo para viagem. Sei que ele não pediu nada, mas saco vazio não para em pé!

Voltei para o escritório e bati na sua porta, me identificando. Ele respondeu rapidamente, me falando para entrar.

Marissa: Boss, eu trouxe seu almoço!

Harry: Beatrice, eu disse para não se incomodar...

Fomos interrompidos pelo roncar do seu estômago e eu acabei levantando uma sobrancelha para ele.

Harry: Mas como você pode ver, acabou salvando o dia! Passa pra cá!

Entreguei a sacolinha para ele, que tirou a comida de dentro e voltou seu olhar para mim, com brilho nos olhos.

Harry: Sanduíche de Pastrami com rúcula e tomate cereja?!

Marissa: Sim!

Harry: Suco de morango com acerola?!

Marissa: Sim!

Harry: Beatrice, você é um anjo! Meus preferidos! Me lembre de te dar um aumento depois!

Se ele soubesse que tenho uma ficha dizendo tudo que ele gosta e não gosta, suas alergias, sua programação dos dias úteis e dos finais de semana, ele não iria querer me dar um aumento e sim pedir um mandato oficial de distância! Mas a culpa não é minha, são ócios do ofício... Ninguém precisa saber que eu guardo uma cópia no meu quarto. Se Zackary lesse meus pensamentos já estaria perguntando se poderia colocar a trilha sonora. Tá bom, pode soltar a música Bennett: Every breath you take, every move you make, every bond you break, every step you take, I'll be watching you!!! É o hino dos perseguidores!

Harry: Beatrice?

Marissa: Hum?

Harry: Tudo bem ai?!!

Marissa: Sim, me desculpe, senhor! Vou voltar ao trabalho.

Harry: Ok, mas Beatrice...

Eu, que já estava me aproximando da porta, me virei para escutar o que ele tinha a dizer.

Harry: Pra você é Boss, esqueceu?!

Lá vem ele com essa piscadinha de novo, por que você faz isso Harry? Quer acabar com o pingo de auto controle e bom senso que eu ainda tenho?! Pisca mais uma vez e verás que Beatrice Miles não é pário para Marissa Linn!

Marissa: Não, Boss!

Harry: Que bom!

Ele sorriu e eu fiquei parada, perdida na forma como sua boca puxava para o canto direito e como seus olhos verdes ficavam espremidos. Maricas, sou totalmente maricas.

Harry: Beatrice, você esqueceu o caminho até sua mesa?!

Se ele estivesse sendo grosso, eu provavelmente pegaria aquela linda cabeça e meteria na mesa para ele aprender a me tratar bem. MAS ELE PISCOU DE NOVO. Ah, game on Boss! Você quer ver a Fênix pegar fogo né?!!! Marissa, você está trabalhando disfarçada, recomponha-se.

Marissa: Eu, hum... Até mais tarde, Boss. Volto com o relatório do caso Steven que me pediu de manhã.

Harry: Ok, Beatrice!

Passei o resto da tarde trabalhando no relatório, eu era uma ótima agente em campo e se era para estar undercover, eu fazia isso direito, mesmo que odiasse escrever esses relatórios intermináveis. Quando deu 05 pm, entreguei o material para o Harry e ele me dispensou mais cedo, mas eu esperei escondida até que ele saísse, o seguindo até em casa para garantir sua segurança. Trabalhávamos no quinto andar de um prédio comercial, então não era difícil me camuflar entre tantas pessoas que entravam e saíam no térreo.

Voltei para meu apartamento e liguei a torneira da banheira, hoje ostentaria e tomaria um belo banho de espuma. Me servi de uma taça de vinho, me despi e comecei minha sessão de relaxamento. Fingir ser uma pessoa que eu não era, usar terninhos e fazer coque no cabelo faziam do meu dia estressante. Mas o pior de tudo era ter que ouvir o homem que eu amo me chamando por outro nome. Eu tenho que descobrir um jeito de superar essa paixão, antes que a minha vida e a dele sejam postas em perigo.



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