Diário de um psicolouco

By Larissaactress

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Ouço vozes.. Vozes que sussurram no meu ouvido dizendo que não sou capaz, que eu sou o fraco. O que seria fra... More

Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capitulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17 - Final

Capítulo 3

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By Larissaactress




7 anos se passaram , de dor e angustia. Meu pai que me espancava toda vez que estava alterado de bebida e drogas, a escola com as implicâncias que só aumentavam. Eu tinha vários apelidos, tanto por minha aparência quanto por meu nível intelectual avançado. Aprendia tudo muito rápido, e a aula de ciências era a que mais me interessava.

Com apenas 13 anos já conhecia muito de anatomia e química , apesar de não ensinarem muito na escola eu tinha meus meios de pesquisa. Livros didáticos antigos que as pessoas jogavam fora , eu pegava e os estudava. Pagina por página.

Acordei com os olhos doloridos no mesmo trailer de sempre, como se minha vida fosse um círculo vicioso e aquela tortura nunca fosse acabar. Levantei-me e olhei-me no espelho. Eu era um pré-adolescente magro , alto e com os olhos esverdeados grandes e expressivos. As olheiras não eram muito fortes , mas marcavam minha expressão como um garoto triste e revoltado.

Eu sabia que meu pai escondia dinheiro debaixo do colchão então não me importei em pegar "algumas" notas e gastar em roupas , já que as minhas eram trapos e o frio daquele ano parecia ter trazido as próprias geleiras para cidade. Coloquei um casaco preto , peguei meus cadernos e sai caminhando em direção à velha escola em que eu tinha o "prazer" de estudar.

___ Gabriel! Gabriel ! – ouvi Eloísie chamar o meu nome e seus passos se aproximando atrás de mim.

Continuei caminhando, ela era a única que falava comigo. Parecia não ligar para o meu jeito "mal-humorado" e sempre estava do meu lado quando as provocações eram muitas. Nunca soube como ela descobriu onde eu morava, mas lá estava ela , toda manhã quando eu estava a mais ou menos 10 minutos de caminhada para a escola , me alcançando e caminhando ao meu lado , mesmo ouvindo pouquíssimas palavras vindas de mim.

___ Gabriel... Está com os passos mais rápidos hoje. Casaco novo? – perguntou ela apontando para mim.

___ É ... Meu pai comprou para mim. – menti . Não queria expor o que eu passava em casa para ela, já bastava na escola.

***

Sentado no mesmo banco de sempre, no pátio da escola, tirei uma maça do bolso do casaco e uma faca partindo a fruta no meio. Enquanto comia, observava o bosque à frente.

O chamavam de Bosque dos mortos , pois muitos anos atrás, ali havia ocorrido uma chacina entre os colonizadores da cidade e os índios. Talvez essa seja uma das explicações para as dezenas de corvos que eu via levantar vôo das copas dos pinheiros, ninguém tinha coragem de se aventurar naquele lugar.

____ Olha o fracote comendo a maçazinha! – falou  Renato , um dos amigos do grupo da zombaria. Já vindo até mim com sua dose de rebaixamento matinal. – Papai que comprou pra você foi?

Eu apenas ergui os olhos para ele e levantei-me caminhando em direção ao bosque. Aquilo já era o suficiente, e aquela faca em minha mão parecia tentadora, ela tinha lâmina dupla e tudo o que eu precisava fazer era cravá-la no peito dele e seria um a menos me perturbando. Um a menos no grupinho que se reunia para arrastar meu rosto na terra do pátio.

____ Está fugindo , Nerd? Está indo para o bosque estudar as plantinhas? – continuava ele caminhando atrás de mim , enquanto eu adentrava no bosque trilhando caminho entre dos pinheiros.

Em certo ponto eu parei. Ergui a faca na direção dos meus olhos analisando a lâmina como uma pedra preciosa. Ouvia Renato se aproximar e virei-me subitamente cravando a faca embaixo da costela dele.

A sensação foi ótima, estava descontando ali todos os anos de insultos, e apenas cravar a faca não me pareceu o suficiente. Girei-a em seu peito o vendo agonizar e puxei até a garganta dele abrindo um corte em seu peito.

___ Quem é o fracote agora? – perguntei olhando nos olhos dele expressando todo o meu ódio. – Quem?! – gritei vendo ele expelir sangue pela boca e despencando ao chão morto e com o peito aberto.

Mesmo após tê-lo matado ainda sentia a falta de algo, como se a voz dele ainda continuasse em minha cabeça me chamando de "fraco...Fraco!". Então fiz uma última coisa antes de sair daquele bosque. Aglomerei folhas secas em acima do corpo e escrevi com sangue :

" Quem é o fraco agora?"

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