Olho os alunos ao redor e todos estavam com a mesma expectativa que eu. Nós encaramos a escola e, ao invés de acontecer uma explosão cinematográfica, saí um homem com a farda do Esquadrão Anti-Bomba.
Todos ao meu redor suspiram, decepcionados. Alguns alunos resmungam por ter que voltar aos estudos, e até mesmo os professores pareciam não estar muito felizes pela escola ter "sobrevivido".
A supervisora, senhora Harrison, sobe em um banco em frente à escola e bate palmas para chamar nossa atenção. Assim que todos olhamos para ela, a mesma começa a falar:
- Tudo bem, alunos, o dia não foi dos mais fáceis, então estão liberados por hoje! - Ela anúncia, fazendo todos comemorarem.
Aos poucos todos começam a se dispersar, porém enquanto a multidão se afasta, vejo algo que me deixa curiosa. Um dos policiais estava falando com a vice-diretora, senhorita Ledge. Ela parece não acreditar no que ouve, mas logo chama a senhora Harrison para que esta fique a par do assunto.
Decido ignorar aquilo e seguir em frente, afinal minha curiosidade geralmente só me coloca em encrenca!
Caminho de volta para casa, apesar de não querer estar lá nesse momento. Andando devagar, consigo perceber o quão lindo está o dia, apesar do pequeno susto mais cedo.
Ao me aproximar de casa, respiro fundo e subo na pequena varanda, sentando em um balanço de madeira. Polso minha mochila ao meu lado e pego o celular, e coloco meus fones, ouvindo "Rocks At My Window", uma das minhas músicas favoritas no momento.
Fecho os olhos e inclino a cabeça para trás, me concentrando em ouvir a música e cantarolar algumas partes.
- We can runaway from the weekend, but i'm here alone, wish you'd go throwing rocks at my window... - Sussurro, movendo as mãos no ritmo da música.
- Bela música! - Uma voz masculina me assusta, fazendo com que eu abra os olhos e veja Harry de pé.
- Você me assustou! - Bufo.
- Desculpe, não foi minha intenção. - Ele dar de ombros, sentando-se ao meu lado. - Mas o que você faz em casa? Não deveria estar na escola?
- Obrigado pela preocupação, mas fomos liberados mais cedo. - Por algum motivo, isso soa irônico, deixando Harry visivelmente desconfortável.
- Claro. - Ele passa sua mão na própria nuca.
- Mas, e você, o que faz aqui?
- Estava voltando para casa e vi você, então quis saber como estava após essa manhã.
- Melhor. - Encolho os ombros.
- Que bom. - Ele assente.
- Você não parecia muito assutado com o que aconteceu, por que? - Franzo a testa.
- Não havia motivo para temer, tenho certeza que ele não vai voltar. - Ele fala confiante, enquanto tira um maço de cigarros do bolso.
- Não sabia que você fuma. - Levanto as sobrancelhas.
- Não é um hábito, raramente faço isso. - Garante.
- Não gosto que fumem perto de mim, já basta Luke. - Resmungo, falando automaticamente.
Harry me encara surpreso e olha para o cigarro, em seguida guarda a caixa de volta no bolso e suspira.
- Bem, então não o farei. - Ele sorrir.
- Obrigado. - Retribuo o gesto.
Logo, para a minha surpresa, ele pede um lado do meu fone e eu lhe dou. E assim ficamos por longos minutos. Devo admitir que gostei de estar assim com ele, como verdadeiros amigos.
Assim que começa a anoitecer acho melhor ir para dentro, então me despeço de Harry e vou para casa. Ao me ver, minha mãe corre em minha direção e me abraça, mesmo que eu não entenda o porquê.
- Graças a Deus você está bem. - Ela suspira aliviada, enquanto me analisa por completo.
- Calma, o que aconteceu? - Pergunto, ainda um pouco confusa.
- Eu vi pela TV o que houve na escola, fiquei tão preocupada por você ter demorado para chegar. - Ela ainda me encara, como se não tivesse acontecido nada nos últimos dias. Pelo menos para alguma coisa serviu aquela bomba.
- Sim, eu estava na varanda. - Dou de ombros.
- Mas como aquilo foi para lá? Falaram algo sobre isso?
- Não sei, talvez falem amanhã. - Tiro a mochila das costas e jogo-a no sofá, me sentando ao lado.
- O importante é que você está bem. - Ela sorrir.
Ligo a TV e o jornal falava sobre o que aconteceu na escola, porém o título me deixou chocada, pois nele estava escrito; Diretor acusado de atentado terrorista.
" Após várias especulações, a polícia descobriu que a bomba encontrada no Bradford School, foi plantada propositalmente pelo diretor que atuava na instituição de ensino. O nome usado por ele era John Sparks, porém seu verdadeiro nome era Youseph Asaff, integrante de um grupo terrorista, que agora está sendo procurado pela INTERPOL. "
Antes que a repórter fale qualquer outra coisa, pego o acontrole remoto e desligo a TV. Não posso acreditar em tudo que acabei de ouvir, o senhor Sparks era tão bom para mim, o melhor diretor que aquela escola poderia ter.
- Você está bem? - Minha mãe pergunta, sabendo a admiração que eu nutria por ele.
- Estou, eu só preciso deitar um pouco. - Respondo, pegando a mochila e subindo a escada até meu quarto.
Ao chegar, me jogo na cama, encarando o teto, até que ouço o "plim" do meu notebook e sento-me o pegando e colocando em meu colo, em seguida o abro, vendo uma chamada de vídeo de Matt. Assim que atendo, o vejo.
- Hey, tudo bem? - Pergunto, tentando parecer bem.
- Comigo sim, e com você? Minha mãe me avisou o que aconteceu na escola, quem diria, não?
- Sim, mas foi só um susto, por sorte a bomba não detonou. - Dou de ombros.
- Jura que você não queria ver aquela escola explodir? - Matt me olha malicioso.
- Talvez um pouco... - Retribuo o olhar.
- Aha! Vemos que a Skye não é tão certinha. - Ele exclama alto, me fazendo sorrir.
- O.k, o.k, admito que seria legal umas semanas sem ver Chelsea. - Reviro os olhos.
- Aquela criatura continua te incomodando? - Ele pergunta, cansado.
- Sim, mas eu a ignoro, talvez assim ela me deixe em paz.
- Com sorte, talvez. - Ele suspira.
- Mas e você, como está sendo aí? - Pergunto, mudando de assunto.
- Tudo normal, meu pai já viajou e só estamos eu e minha mãe, mas está sendo bem divertido.
Quando estou pronta para responder, ouço um barulho e olho para os lados, mas não encontro nada. O barulho se repete e logo eu noto que alguém estava jogando pedras em minha janela.
- Matt, acho que tem alguém me chamando. Nos falamos depois, o.k? - Aviso.
- Claro, boa noite. - Ele pisca para mim.
Fecho o notebook e e me levanto, indo até a janela e abrindo-a. Para minha surpresa, era Luke quem estava à minha espera.
- Luke? - Pergunto confusa.
- Oi, amor! - Ele sorrir.
- O que você está fazendo aqui a essa hora?
- Quis ver como você está, a cidade toda está comentando sobre o que aconteceu na escola. - Ele me olha, realmente preocupado.
- Espera. - Falo.
Coloco os pés para fora da já é pulo para o telhado, em seguida vou até a escada e desço, abraçando Luke.
- Estou bem. Fico feliz que você não tenha ficado bravo comigo. - O encaro, ainda com receio.
- Não consigo ficar bravo com você. - Ele sorrir, colocando nossos lábios.
- Mas como você chegou aqui atrás? - Pergunto, notando que estamos no quintal.
- Pelo portão do lado. - Ele aponta, então lembro que é o mesmo lugar por onde Harry entra.
Nos abraçamos mais forte e nos beijamos calmamente, sem se preocupar com o fato de que qualquer pessoa poderia nos ver.
- Skye? - Ouço uma voz particularmente familiar me chamar. Assim que me afasto de Luke, noto Harry vindo com rapidez em nossa direção.