Office-boy em Apuros

By marisback

618 26 0

Aguentar a constante perseguição de Plínio, supervisor dos boys do escritório, não é fácil! Mas isso é o de m... More

Ed Onda
Fígado com goiaba
As gêmeas mingau
Onde é que está o cisne?
O patrãozinho
Você já contou essa história
Eu sabia...
O convite, por favor
Um boy que caiu do céu
Um curativo bem temperado
As bolhas assassinas
Eugênio vai cair nas minhas mãos
O batismo de Eugênio
O senhor não gostou do bolo?
Quem vigia Edmundo?
Preciso tomar banho?
Um problema de português
Tarde de vento e de espanto
Coisas que a gente não sabe
Vou fazer tudo sozinho?
Quarta-feira negra
Cílios batendo feito leque
Justa causa
Tem vaga?
Fiz bobagem?!
Pai e filho
Esse negócio arde mesmo!
Situação difícil de explicar e de entender
A última aventura de Eugène Flammarion

Quem?!

12 1 0
By marisback

- Alô? - atenderam do outro lado da linha.

- A Maria Isabel está?

- Ela mesma quem está falando.

- Oi! Aqui é o Eugênio.

- Quem?!

- O primo do Plínio.

- Ah! Aquele do arroto.

- É...

- Algum recado do Plínio?

- Não. Liguei só pra conversar.

- Você me pegou no meio do trabalho.

- Eu sei.

- A doceria está cheia de gente. Não posso conversar agora.

- Eu também não. Por que a gente não se encontra depois? Você tem compromisso hoje?

- Tenho. Vou me encontrar com o Plínio.

- Que horas?

- Pra que você quer saber?

- Ele vai passar ainda pra pegar você?

- Não. Vai me pegar na escola.

- Eu podia levar você, então?

Houve um silêncio do outro lado da linha.
- Você é mesmo primo do Plínio?

- Sou.

- Filho do doutor Ignácio?

- Sou...

Mais um instante de silêncio.

- Está bem. Largo às sete. Mas não se atrase que eu não posso esperar. Preciso desligar. Tchau.

O sinal de ocupado ficou zunindo. Eugênio ainda estava com o telefone na mão. Suando. Não conseguia parar de tremer. O que tinha feito? Fora ele mesmo? Ou outro? Estava acordado?

De repente, ouviu passos no corredor. Pousou o telefone no gancho e fechou a agenda que estava à sua frente. Plínio entrou, resmungando:

- Não consigo encontrar meu caderninho de telefones. Você viu?

Eugênio apenas balançou a cabeça negativamente. Não podia nem piscar. Plínio bateu o olho sobre a mesa, avistando o que procurava. Olhou desconfiado para Eugênio. Perguntou:

- Você mexeu?

Eugênio encarou o primo. Sem pestanejar:

- O que é que eu ia querer com seu caderninho de telefones?

Plínio pensou um momento. Sem muita convicção, saiu.

Logo que o primo fechou a porta, Eugênio soltou:

- Rrrooooaaargh!

E desmontou na cadeira, feliz da vida. Eugène Flammarion se sentiria orgulhoso da sua reação diante do perigo, pensou.

Mas olhou o relógio e começou a tremedeira. Faltava menos de uma hora para o encontro. Sua imaginação trabalhou rapidamente, e ele se viu na frente da garota. Mudo. Perguntou-se: "O que foi que eu vim fazer aqui?"

Nesse instante, entrou Edmundo. Tinha tomado banho na firma mesmo. De lá, ia a um encontro. Vistia-se com roupa mova: jaquetão vermelho que batia na metade da coxa; com quatro botões de cada lado; e uma gola avantajada. Adornando o pescoço, um babado de renda. Em tudo lembrava um cavalheiro inglês do século XVII. Menos o cabelo: espivetado para o alto, feito chama.

- Comeu alguma coisa estragada? - perguntou o boy, ao perceber Eugênio tremendo.

- Não...

- Foi o churrasco grego.

- Nada disso!

- Quer uma força?

- Acho que não.

- Mas o que foi?!

- Fiz bobagem.

- Da feia?

- É...

- Fala - insistiu Edmundo.

- Marquei um encontro com uma garota.

- E aí?

- Estou morrendo de medo.

- Eugênio. Vou fazer uma pergunta séria: você está com vontade de arrotar?

- Não...

- E os gases?

- Nem sinal.

- Então? Qual é o problema?

- A garota é namorada do Plínio.

- Quem?!

- Maria Isabel.

Edmundo não sabia o que pensar. Tinha sido esquecido. Trocado pelo "patrãozinho". Perguntou:

- Que horas?

- Sete.

- Ela não disse que tinha encontro?

- Com o Plínio. Mais tarde.

Um cansaço repentino tomou Edmundo. Seus ombros caíram, curvou-se um pouco. Era uma sensação estranha: tinha esperado tanto por aquela terça-feira; e a única coisa que desejava então era se enfiar na cama, esquecer o mundo.

- Melhor andar depressa - disse o boy, tirando o jaquetão e jogando-o sobre uma cadeira. - Vai acabar chegando atrasado.

- Não vou mais.

- Não vai?!

- De que adianta?

- Se liga, Eugênio!

- Eu sei que vou ficar mudo na frente dela.

Edmundo pensou um instante. De uma hora para outra, as faces do boy ficaram coradas. Maquinou que maquinou, e disse:

- E se eu for com você? Só pra dar uma força...

- Era o que queria pedir! - confessou Eugênio, vibrando. - mas estava sem coragem. Você vem comigo?!

- Claro que vou.

- Vai ser o máximo!

- Vai - respondeu Edmundo, sem prestar muita atenção no que dizia. Seu pensamento ia longe: queria só ver a cara dela quando chegassem os dois juntos. E ruminou: "Aquela embrulhona..."

Continue Reading

You'll Also Like

473K 7.3K 20
One shots Camren, venha apreciar essa delícia. Essa coletânea já foi postada antes só que a conta foi excluída, tô postando novamente. Mais detalhes...
350K 37.2K 37
Humor barato com base nos clichês desse site. 03/03/2018
75.6K 6.8K 28
Se os personagens de haikyuu tivessem redes sociais.
1M 63.7K 62
Ela sabia que corria risco de vida, mas ela não tinha nada a perder, a vida de merda que vivia valia a pena uma morte, sairia como heroína pelo menos...