Enquanto Você Dormia - Efeito...

By laribsss

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Quando você é enganado, traído e machucado até certo ponto, só existem duas opções: Esquecer e perdoar ou esp... More

AVISO
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Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45

Capítulo 41

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By laribsss

Ela levou um tempo no chão. Estava tremula, se sentia desorientada. Todo o seu senso de mundo – do seu mundo perfeito – fora por água abaixo. Ela não sabia o fazer, o que sentir... Apenas ficou se olhando no espelho por um bom tempo, se reencontrando. Ao contrário de quando fugira, anos atrás, agora seus cabelos estavam longos, bem tratados... Ela inteira estava. Cada pedaço dela estava saudável, bem cuidado... Porque ele quisera assim.

Ela se levantou, olhando no espelho de corpo todo. O roupão havia aberto na corrida dela, de forma que a lingerie escura estava exposta. Estava linda. Não havia nenhum roxo por uma briga recente ou algo desnutrido por briga por comida. Estava linda... Só que não se sentia assim.

Abaixou o rosto, abrindo torneira. A água fria pareceu clarear seus pensamentos. Escovou os dentes, molhando a nuca (o cabelo estava preso em um coque alto, ela ainda não o penteara), então se levantou, secando o rosto pálido. Foi então que viu. Em tinta preta, em letra cursiva, abaixo da linha do sutiã, tatuado em sua pele: "...Will Always Love You ."

As primeiras lembranças foram um tsunami, derrubando tudo o que ela havia construído de bonito. As que vieram agora eram a natureza puxando a água de volta do mar, reprimindo a escuridão dentro dela. Eram lembranças que ela nunca havia perdido, mas que precisavam ser colocadas na balança agora...

"Você me promete?

- Com a minha vida."

"...Não precisa. Eu estou aqui, vou proteger você. De tudo e qualquer coisa..."

"...Vou colocar meu mundo aos seus pés, Melanie..."

"...Não importa o que aconteça, nem o quanto as coisas mudem... Se lembre desse momento. Se lembre do que você sente agora. Se lembre que eu amo você, e sempre vou amar, incondicionalmente..."

"...Tenho medo que você me odeie. A sua inocência... Você não saber... Se você souber, vai me odiar. Eu não suportaria..."

"...Não imagino uma coisa que eu queira marcar no meu corpo pra sempre. Só você..."

"Gemma ainda acredita em contos de fadas. Ela acredita que Louis é o conto de fadas dela.

- Você não acredita?

"...Não acreditava, até que você acordou de volta pra mim. Agora eu acredito. Você é o meu "felizes para sempre"..."

"...Fui louco por você minha vida inteira, Melanie..."

"...Você é minha vida, Melanie. Você, Nate... Isso é tudo o que eu tenho. Se você se lembrar, se você me odiar outra vez, pode levar o dinheiro que eu tenho com você, pode levar tudo, não vai fazer diferença. Minha vida não vai ter mais sentido..."

"...Sempre acordo assustado, achando que isso é um sonho. Ai vejo você dormindo do meu lado e relaxo de novo..."

"...Você vai ser minha ruína, Melanie..."

"...Eu tinha raiva porque você não me amava de volta. Então eu optava por ser aquela pessoa horrível e magoar você..."

"Isso, Melanie... Ser seu marido e pai de Nate é tudo o que eu sei. Se perco isso, me torno inútil..."

Ela levou a mão ao rosto, secando as lagrimas. Não sabia o que estava sentindo; não sabia o que devia sentir. Se abaixou, lavando o rosto de novo e se secou, se recompondo. Ele chegaria logo, e ela precisaria estar pronta. Tomaria um copo d'água, acalmaria os nervos, ergueria a cabeça e o show continuaria. Exatamente como devia ser.

O plano deu errado quando ela passou pela sala, indo buscar água. O elevador apitou e abriu, Harry saindo dele. Ele sorriu ao vê-la ali.

Harry: Hey, baby. Desculpe a demora, Blair não queria ficar. – Explicou, vindo na direção dela e beijando-lhe o rosto. – Achei que você já estaria pronta.

Melanie apenas o encarava. Pensava em mil coisas, e ao mesmo tempo não conseguia se fixar em nada. No seu interior havia um ódio que amargava sua boca, mas não era a única coisa que ela sentia. Então ela apenas o olhou, os olhos azuis duros como duas pedras de gelo. Sua vida inteira dependia daquele momento, daquela conversa.

Melanie: Eu... Nate e Blair bagunçaram seus livros de novo, eu fui arrumar... – Ela nem sabia como começar aquilo.

Harry: Antes os livros que as paredes. Mas tudo bem, é melhor assim. – Ela respirou fundo – Tenho algo pra você.

Melanie: Escute, eu não quero presentes agora, nós precisamos... – Interrompida.

Harry: Eu terminei. – Ela parou no meio do caminho, confusa.

Melanie: Terminou o que? – Perguntou, meio débil. Se sentia esgotada.

Ele sorriu, apanhando a mão dela e os dois caminharam pros fundos do apartamento. Há anos aquela área não podia ser acessada por ninguém; ele não deixava, nem dizia porque.

Harry: Certo, eu ia te dar isso quando instalei a porta, mas eu queria que fosse algo feito por mim. – Começou, enfiando a mão no bolso. Ela o olhou, quieta, usando aquele tempo pra pensar. – Eu não sou arquiteto nem nada, e depois nós nos distraímos tanto, e veio Blair... Nem acredito que levei anos pra isso.

Melanie: O que é? – Perguntou, por fim. Ele abriu a porta, fazendo-a entrar. – Não era um quarto aqui? – Perguntou, olhando. Era um dos cômodos vazios que ficavam depois da academia. Sempre guardava caixas, coisas sem valor.

Agora tinha uma iluminação especial, e estava cheio... De flores. Era um jardim de inverno, dentro do apartamento. Ela deu dois passos pra dentro, olhando em volta. Haviam canteiros de todos os tipos de plantas, o chão era mesmo sobre grama artificial, vários tipos de flores. As paredes eram cobertas fileiras de arvores de vaso, as folhas cobrindo as paredes. Era muito bonito.

Melanie: Você fez um jardim pra mim? – Perguntou, mortificada, olhando em volta.

Harry: Bem, quando você acordou me perguntou se tínhamos um jardim. – Ela assentiu, olhando em volta – Mas não é bem isso...

Ele abriu a porta, fechando-a com um tranco... E a sala se encheu de cor. Borboletas de todas as cores e tamanhos saíram do meio das flores e das arvores, sobrevoando os dois, girando em torno dela. Ele se aproximou, sorrindo.

Harry: Você gostou tanto do de minha mãe, que eu me perguntei: Porque não? – Perguntou, abraçando-a.

E ela caiu no choro. Ele passara anos montando ele mesmo o borboletário perfeito pra ela; um jardim de inverno no topo de um arranha-céu. Era demais pra administrar, tudo se contradizia, ela não sabia o que pensar. Harry a olhou, confuso, virando-a pra si.

Harry: Ei! Baby, o que foi? – Perguntou, erguendo o rosto dela. Melanie apenas soluçou, negando com a cabeça – Você não gostou? Porque eu posso mandar tirarem daqui, não tem problema. – Ela negou com a cabeça.

Melanie: Não. Eu adorei. – Ela respirou fundo, tentando se recompor – É lindo.

Harry: E porque está chorando? – Perguntou, secando o rosto dela com o dedão. Ela observou a atenção dele com ela, o cuidado.

Melanie: Porque você me surpreendeu. – Ele sorriu pra ela, lhe beijando a testa – Eu vou... Vou me arrumar.

Harry: Não precisamos sair se você não quiser. Podemos ficar. – Disse, pondo o cabelo dela atrás da orelha.

Melanie: Não, eu quero. – Decidiu, fungando – É lindo. Obrigada.

Ele franziu o cenho vendo ela olhar as borboletas mais uma vez e sair. Estava estranha. Melanie se amparou na parede do lado de fora, respirando a arfadas. Tudo o que conseguia sentir depois daquilo era dor, mas aceitaria sair mesmo assim. Talvez fora do apartamento ela conseguisse pensar melhor.

**

Zayn: A que estamos comemorando? – Perguntou, vendo-a preparar o jantar, sorrindo.

Perrie: Tentei algo hoje. Com Melanie. – Explicou – Acho que dessa vez vai funcionar.

Zayn: Quando você vai saber? – Perguntou, divertido. Era fascinante vê-la tentar e fracassar novamente, nunca desistindo, mesmo com o passar dos anos.

Perrie: Logo. – Disse, positiva, e voltou a cozinhar.

**

Melanie usou o vestido e os diamantes que tinha separado. Foi em silencio no carro, até o restaurante em que eles haviam escolhido. Ao entrarem ela observou o modo protetor como ele se posicionava perto dela: Abrindo portas, puxando cadeiras, sempre na defensiva. Ela não olhou o nome mas o restaurante era bonito, sofisticado, evidentemente não era algo que alguém de classe B/C pudesse pagar. Os dois se sentaram e ele parou, observando-a.

Harry: O que você tem? – Perguntou, quieto.

Melanie: Muitas coisas e nada ao mesmo tempo. – Ele franziu o cenho.

Harry: Baby, eu sai e você estava bem, fazendo planos pra hoje, voltei e você está assim. Chorou, está calada, pensativa. Alguém esteve lá em casa enquanto eu estava fora? – Perguntou, observando-a. O garçom se aproximou, discreto – Sancerre pra mim e uma soda pra ela. – O garçom assentiu, saindo.

Melanie: Porque eu não posso tomar vinho também? – Harry a olhou, confuso.

Harry: Você quer vinho? – Perguntou, desconfiado.

Melanie: Na verdade não, mas você nem pensou no assunto. – Ele sorriu de canto, estranhando. Não estava gostando nada daquilo. Algo dentro dele tentava alertá-lo.

Harry: Você adora soda. – Assinalou, olhando-a.

Melanie: É verdade. – Respondeu, quieta.

Harry: ...Você não bebe. – Completou, e ela assentiu. O garçom chegou, servindo os dois, deixando a garrafa de vinho num balde de gelo e se retirando.

Melanie: E prostitutas não beijam na boca. – Citou, quieta, olhando-o.

Ele parou com o gole de vinho na boca, olhando a toalha da mesa. Podia ser vinagre em sua boca, ele não sentia. Sua cabeça pulsava, atacada com a verdade da qual ele tentara se proteger a tarde inteira. Ele ergueu os olhos e ela o estava encarando.

Melanie: Então... Só por curiosidade, por quanto tempo você achou que conseguiria me manter presa, garoto Styles? – Perguntou, tomando um gole da soda, sem desgrudar os olhos dele.

Estava nos olhos dela o tempo todo: A falta de inocência, a amargura, a crueldade, mas o instinto dele preferiu ignorar, porque a verdade em si era cruel demais: Sua Melanie não estava mais ali; se fora.

Harry: Não seja dramática, eu nunca te segurei em lugar algum. – Rebateu, se recostando na cadeira. Tudo o que conseguia sentir era a dor da perda.

Melanie: Eu sabia que te chamar pelo apelido ia tornar o momento mais dinâmico. – Disse, sorrindo de canto.

Harry: Como? – Perguntou, olhando-a.

Melanie: Eu achei o contrato. – Ele franziu o cenho, olhando-a.

Harry: Impossível. Eu queimei as três vias do contrato quando você acordou. Vi as cinzas. – Negou, resoluto.

Melanie: Eu tirei xerox de uma clausula pra poder provar que eu não era obrigada a cozinhar pra você. Só duas folhas. Se não me engano, antes do acidente eu coloquei dentro de um livro no meu quarto. – Esclareceu.

Harry: Eu dei fim em tudo que podia te lembrar algo, incluindo livros. – Cortou, duro. Não seria estúpido pra deixar aquele contrato atoa.

Melanie: Bem, não em todos. Estava no meio de um dos livros em que Blair estava pintando hoje. – Harry franziu o cenho, apanhando a taça de vinho e tomando um gole longo. Como aquilo era possível?

Harry: E agora? – Perguntou, derrotado.

Melanie: Não sei. – Admitiu, então sorriu, se inclinando na direção dele na mesa – Mas me chame de "baby" mais uma vez. Talvez me inspire. – Ele riu, olhando o vinho na taça.

Harry: Não acho que seja a ocasião. – Ela fez bico, voltando a se recostar. Ele tomou o resto do vinho e chamou o garçom, pedindo a conta.

Melanie: Já vamos? – Perguntou, falsamente surpresa. Harry revirou os olhos e viu ela se levantar – Venha, dance comigo.

Haviam outros casais na pista de dança no centro do restaurante. A musica era apenas instrumental, algo entre tango e bolero. Harry a acompanhou e os dois pararam no centro da pista. Ele a girou, olhando pra frente, e a posicionou. Ela pousou a mão no ombro dele, satisfeita.

Harry: O que você quer, Melanie? – Perguntou, encarando-a.

Melanie: Pra começar, eu quero meus filhos. – Disse, enlaçando uma das pernas com as dele em um movimento da dança. Harry riu – Não ria, eu vou tomá-los.

Harry: Escute, esse não é o melhor caminho a tomar. Brigar comigo é esmurrar uma faca, você já devia saber. – Disse, simples, guiando os dois pelo salão.

Melanie: Você continua convencido. – Disse, sorrindo de canto.

Harry: Melanie, sinceramente, me mostre um juiz nesse continente que fosse se atrever a tomar a guarda dos meus filhos de mim, só um, e eu dou eles pra você de mão beijada. – Disse, confiante, e o sorriso dela se fechou.

Melanie: Prepotente. – Concluiu, e se abaixou, uma das pernas dobradas e uma esticada pro lado. Ele segurou os braços dela, primeiro acariciando-a e depois trazendo-a de volta.

Harry: Não precisamos brigar. Se brigarmos, você perde. Se você perde, magoa eles no processo. – Lembrou – Reveja seus passos, nós não somos os únicos envolvidos nisso.

Melanie: O que quer que eu faça, deixe eles pra você? – Perguntou, fazendo a volta por ele, a mão passando primeiro pela barriga por cima da camisa, depois pelas costas por cima do terno enquanto ela voltava pra sua frente.

Harry: Não vá. – Disse, simples. Ela parou na frente dele, encarando-o, e ele a apanhou pela cintura, guiando a dança novamente.

Melanie: Desculpe? – Perguntou, encarando-o.

Harry: Nós temos uma família, somos felizes. Não precisamos despedaçar isso. Melanie, fique. – Disse, os olhos verdes perfurando os dela – Fique na nossa casa, com os nossos filhos. Fique comigo.

Melanie: Eu não acredito que estou ouvindo isso. – Disse, rindo de leve.

Harry: Se eu acreditasse por um segundo que você deixou de me amar no momento em que recuperou suas memórias, ajudaria você a fazer as malas. – Disse, seguro – Mas não é o caso. Não temos porque retomar essa guerra sendo que só fazemos nos ferir. – Disse, obvio.

Melanie: Você está sendo absurdo. – Disse, irritada. Como ele podia falar de amor com ela? – Depois de tudo, você quer fingir que está tudo bem?

Harry: Se é pra catalogar, eu preciso lembrar que você tentou me matar. – Disse, sorrindo e girando-a em seus braços.

Melanie: Você conseguiu. – Lembrou, embolada nos braços dele. – Logo depois de me trair e ameaçar matar meu filho.

Harry: Nunca mataria nosso filho e não trai você, tampouco. Apesar do seu ciúme ser bonitinho. – Brincou, achando graça enquanto ela girava pra fora de seus braços.

Melanie: Devo ligar pra sua prima? – Perguntou, os dois se embalando pros lados.

Harry: Eu fiz você acreditar que estava te traindo, mas na verdade, depois que nos casamos, só transei com Perrie uma vez. – Disse, divertido. Manipulada de novo. O ódio de Melanie só fez crescer. Cresceu e explodiu.

Melanie: VOCÊ TROUXE ZAYN DE VOLTA! – Gritou, tirando os braços dele de perto dela. Estava com nojo. Isso ele não podia refutar; ela vira.

A musica parou e a maioria do restaurante olhou. Harry estava tentando manter a compostura, mas os indícios da rainha do St. Jude o estavam irritando, e Melanie estava furiosa, os dois se encarando como se estivessem prestes a se atacar. E agora, pra completar, mais essa. 

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ㅤ𝗗𝗮𝗻𝗱𝗲𝗹𝗶𝗼𝗻𝘀┋𝘨𝘳𝘢𝘱𝘩𝘪𝘤 𝘴𝘩𝘰𝘱 ㅤㅤㅤ𝘚𝘵𝘢𝘵𝘶𝘴: (𝙖𝙗𝙚𝙧𝙩𝙤) ㅤㅤㅤㅤㅤ𝘉𝘺: 𝘈𝘭𝘵𝘢𝘭𝘥𝘢𝘧𝘪𝘭𝘩𝘢𝘥𝘰𝘳𝘦𝘪 ㅤㅤㅤ❝ 𝓓𝓪𝓷𝓭𝓮𝓵𝓲𝓸𝓷...