Enquanto Você Dormia - Efeito...

By laribsss

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Quando você é enganado, traído e machucado até certo ponto, só existem duas opções: Esquecer e perdoar ou esp... More

AVISO
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Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45

Capítulo 37

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By laribsss

Liam mediu os batimentos do bebê e a de Melanie, mas ainda assim Harry insistiu que fossem ao hospital. Lá ele fez ela passar por um check up completo da gravidez, terminando com uma ultrassom que mostrou a menina muito bem, obrigada, na barriga da mãe. No lugar onde a bola bateu ficou uma marca rosa, pela pancada, mas de resto foi só o susto. Ao voltarem pra torre Branca, Melanie ainda estava de cara fechada, e ele resolveu deixar lá.

Clair: Tio Harry? - Chamou, pequenininha perto dele, e ele, que estivera sentado conversando com Louis, sorriu, trazendo-a pro seu colo.

Harry: Oi, linda. - Disse, após acomodá-la - O que foi?

Clair: Eu... Bem... - Ela hesitou. Harry franziu o cenho. Madison criara Clair com o costume de dizer as coisas sem rodeios e Niall completara, lhe ensinando a ter coragem - É que o tio Greg está estudando e eu não tenho com quem brincar. - Explicou, torcendo as mãozinhas - Será que o Nate podia sair um pouquinho só? - Pediu, bonitinha.

Greg estava nas vésperas de prestar vestibular, logo metera a cara nos estudos. Não queria ser aceito por ser um Styles; queria seu mérito. Harry olhou a menina, tirando a franjinha molhada dela da testa. Juliet se aproximou, toda bonitinha (aprendera a andar a pouco), se agarrando a perna dele. Não sabia como formular o pedido como Clair fazia, mas a intenção nos olhinhos pedintes era bem clara.

Niall: Aterrorize minha filha e eu estrangulo você. - Murmurou só pra Harry, sorrindo de canto, enquanto passava por eles. Harry revirou os olhos.

Harry: Desculpe, pequena. Nate não pode sair. - Clair suspirou, frustrada.

Louis: Existem pessoas exageradas e existe você. - Suspirou, cansado.

Clair: Eu posso ficar com ele, então? - Barganhou, inteligente. Louis ergueu as sobrancelhas e Harry riu de leve com a tentativa dela, olhando Louis por um instante.

Louis: Não nega o sangue dos pais. - Justificou, deliciado. - Se você demorar mais um pouco, Juliet vai pedir também. - Avisou. A bebê, sentindo a negação, parecia pensar consigo mesma em como ajudar.

Harry: Desculpe, mas não. Nate está de castigo. Precisa ficar sozinho pra pensar no que fez. - Explicou.

Clair: Mas foi sem querer! - Suspirou, exasperada

Harry: Sem querer, ele podia ter machucado a irmã dele. - Disse, tocando o nariz dela. A menina suspirou, derrotada.

Melanie: Posso conversar com você?- Perguntou, parada atrás dele. Usava um vestido leve, branco, o cabelo preso em um coque. Clair sorriu, tendo outra idéia, e pulou do colo do tio, indo até Melanie e puxando o braço dela. Juliet, sentindo a mudança de clima, foi atrás da prima. Melanie se abaixou e Clair colocou a mão em concha no rosto dela, cochichando em seu ouvido.

Clair: Tia Mel. - Começou, na ponta do pé. Melanie tinha o cenho franzido, meio curvada pra frente pra poder ouvi-la, segurando a barriga - Pede pro Nate sair e depois dá um beijo nele. Ele sempre atende quando você dá beijo. - Sussurrou, esperta. Melanie sorriu. Louis uivou de rir, recostado na cadeira.

Harry: Definitivamente é o sangue dos pais. - Confirmou, exasperado e achando graça - Ei, eu posso ouvir você daqui, sabe? - Clair corou, mas não retirou o pedido.

Melanie: Eu acho muito difícil seu tio ganhar um beijo agora. - Respondeu, acariciando o cabelo da menina. O sorriso de Harry morreu, e ela o encarou de novo - Então?

Ele suspirou, se levantando, e ela deu as costas, voltando pra mansão, e ele a seguiu. Clair podia ter sido fácil de desviar, mas Melanie já era uma história totalmente diferente.

**

Zayn: Mas vem cá, era só isso que você ia fazer pra ela perder o bebê? - Perguntou, largado na cama dela, coberto até a cintura pelo lençol. Perrie estava sentada na poltrona do quarto, de roupão, com um laptop no colo.

Perrie: Sinceramente, se fosse o primogênito eu até me empenharia mais. Mas a praga do Nathaniel já existe, então um filho, dois filhos... - Ela deu de ombros - Meu foco é fazê-la lembrar. Estou trabalhando nisso. Não pense que desisti.

Zayn: Annabella não foi lá de muita ajuda, não é? - Perguntou, sonolento.

Perrie: Seria, se estivesse livre, talvez. - Especulou, desinteressada, digitando algo - A empresa que ela trabalha em Londres abriu uma filial aqui, ela pediu transferência, está se mudando de volta, todo aquele processo... - Gesticulou, parando pra ler algo.

Zayn: Desistiu da amiga pelo trabalho de novo? - Perguntou, divertido.

Perrie: Isso e o fato de que ela ganhou a antipatia de Madison quando chegou. Sério, se tem uma pessoa no mundo a qual você não quer a antipatia, é aquela mulher. - Disse, divertida - Pelo que eu soube por Gemma, Madison estava tornando a vida de Bella impossível desde que as duas se bateram. Só parou há algumas semanas, quando parou de trabalhar também. Acho que vai ter o bebê logo.

Zayn: Madison é assim tão amiga de Melanie? - Perguntou, tentando acompanhar.

Perrie: Sim. E ela é, essencialmente, ciumenta. Possessiva quando se trata de Niall. É capaz de rasgar a jugular de alguém com os dentes por causa dele. - Disse, distraída, digitando.

Zayn: Ela tem ciúme de Bella? - Perguntou, achando graça - Achei que vocês, os Styles, superiores ao resto da humanidade, não passassem por isso. - Perrie revirou os olhos, sorrindo.

Perrie: Nós temos poder pra esmagar o que quer que apareça no caminho, mas não quer dizer que vamos sair atirando a torto e a esquerda. Madison seria capaz de qualquer coisa por Niall, sempre foi assim, então é claro que ela tem ciúme, mas isso não significa que ela vá abrir guerra imediatamente. Não antes de esgotar todos os outros recursos. - Explicou

Zayn: Niall conhece Bella? - Perguntou, coçando o olho. Perrie riu de leve. - Que?

Perrie: É curioso, mas Niall já namorou Bella. - Zayn ergueu as sobrancelhas - No colegial, em segredo. Só que ela era popular demais pra ele. Quando ele percebeu que ela não ia assumir, chutou ela. Madison não sabe disso, é claro.

Zayn: E você ainda não contou porque...? - Perguntou, divertido.

Perrie: Não tenho porque fazer isso. - Disse, com o cenho franzido - Niall é meu primo. Não tenho nada contra ele, nem porque atacar o casamento dele; ele ama o chão que aquela mulher pisa. Mas que seria um inferno, ah, seria. - Ela riu de novo, os olhos no laptop.

Zayn: Ok. - Disse, sorrindo - Então Madison está infernizando Bella? - Perrie assentiu, confirmando - Porque não tomou logo o emprego dela, se ela o preza tanto?

Perrie: Porque torturar é mais divertido que matar. Ela está fazendo Bella encontrar um problema em cada esquina, como um rato preso em uma caixa de vidro. Tomar o emprego dela, ou a casa, algo assim, tiraria a graça do jogo. - Ela sorriu, escrevendo - O bom é vê-la se debater. Conseguir avançar em algo pra em seguida fracassar em outra coisa. - Zayn assentiu.

Zayn: Até quando? - Perguntou, coçando o olho de novo.

Perrie: Ah, nós temos tempo. Nunca perde a graça. - Disse, sorrindo - É claro que se um dia Madison sonhar com a verdade, vai haver sangue no chão de Manhattan. Ela fez isso tudo por apenas ciúme, imagine o que vai fazer se souber que Bella já tocou seu precioso Niall.

Zayn: E sobre Melanie? - Perguntou, desistindo da conversa.

Perrie: Deixe eles vencerem essa rodada. Eu estou procurando por mais armas. Pode estar em qualquer lugar, é só uma questão de tempo. - Disse, tranquila - Durma, querido. Eu consigo trabalhar melhor quando você está calado. - Zayn riu, mas aceitou, abraçando o travesseiro do lado e se calando.

Quando você acha que está tudo bem...

**

A vida de Bella estava, de fato, impossível. Surgiam problemas de lugares onde ela não achava ser possível. Sua mudança se extraviou, sua conta no banco foi bloqueada, a companhia de energia deixou o apartamento dela sem luz (aparentemente sem explicação)... Isso só na ultima semana. Não tinha tempo nem pra respirar. Nessa brincadeira da casa no escuro, irritada com tudo, caíra no banheiro, torcendo a mão, o que a levou ao pronto socorro. Estava cansada de desastres, desde que voltara a Nova York sua vida era uma desgraça atrás da outra.

Médica: Repouso nessa mão, e em uma semana você volta para retirarmos o gesso. - Recomendou, terminando de enfaixar o pulso dela. - Aqui sua receita.

Bella: Só em caso de sentir dor, não é? - A médica assentiu - Obrigada.

Uma vez alguém citou que as vezes a vida era uma vadia, que gostava de pregar peças. E é mesmo. Bella estava indo embora, quando...

Edward: Bella? - Chamou, estranhando. Ela se virou, a expressão aborrecida sumindo do rosto e dando lugar a um sorriso surpreso.

Bella: Eddy? - Edward riu, se aproximando - Ah, meu Deus! - Disse, correndo pra abraçá-lo. Havia muita conversa pendente entre os dois... Além de uma pessoa em comum, como logo descobririam.

**

De volta a torre branca...

Melanie caminhou calada até a sala e Harry se preparou enquanto isso, se lembrando que nÌ podia fazer ela se alterar... Ela se virou e ele se preparou pro ataque...

Melanie: Você prometeu que não brigaríamos mais. - Lembrou, e ele suspirou, aliviado.

Harry: Eu sei, baby, eu me lembro. - Ela se sentou, aliviando o peso da barriga, e ele sentou na mesa de centro em frente a ela.

Melanie: Deixe Nate sair. - Pediu, acariciando o rosto dele. Harry negou com o rosto - Harry, foi um acidente!

Harry: Sim, mas eu conversei com ele inúmeras vezes, ele devia ter sido mais cuidadoso. - Ressaltou.

Melanie: A bola escapuliu da minha mão. Vamos, por favor. - Ele negou de novo, e ela suspirou - Olhe, se coloque no lugar dele.

Harry: Como assim? - Perguntou, observando-a.

Melanie: Depois que eu acordei ele sempre teve tudo. A mim, o tempo todo, a você, a tudo. Então eu fiquei grávida e as coisas começaram a mudar. Ele foi perdendo parte do tempo que dávamos a ele, parte da atenção, agora não podemos viajar... - Ela suspirou - Você gritou com ele. Gritou mesmo, assustou ele, e ainda o colocou de castigo.

Harry: Seu ponto é...?

Melanie: Meu ponto é que as mudanças negativas na cabecinha dele vieram depois que eu engravidei. Ele vai terminar não gostando da irmã por causa disso. Vai achar que é culpa dela. - Disse, obvia.

Harry: E por isso devemos mimá-lo mais ainda? - Perguntou, paciente com ela.

Melanie: Não é mimá-lo. Ele estuda a semana toda, faz tudo direitinho sem que a gente precise ficar pegando no pé, nós o trouxemos aqui hoje pra brincar, compensar o verão que prometemos e não vamos dar a ele. - Tentou, segurando as mãos dele - Ele se assustou por ter me machucado, e depois você o fez se fechar no escritório. Foi demais.

Harry: Melanie, eu entendo tudo o que você diz e respeito, mas Nate precisa obedecer minha autoridade. Eu fui criado assim, se meu pai dizia alguma coisa, eu abaixava a cabeça e obedecia. - Melanie esperou - Eu o alertei milhares de vezes sobre você, sobre o bebê, e ele se descuidou. O castigo é por não ter dado atenção quando eu falei.

Melanie: Ele só tem quatro anos, meu Deus! - Disse, exasperada. Estava se irritando de novo. - Você está sendo muito duro com ele. Harry, por favor.

Harry: Idade suficiente pra entender as coisas como elas são. - Continuou, paciente. Ela suspirou, soltando as mãos dele.

Melanie: É sua palavra final? - Ele assentiu.

Harry: Quando anoitecer ele sai do castigo. - Melanie assentiu e se levantou, dando as costas - Onde vai?

Melanie: Ficar com Nate. - Disse, decidida. Ele respirou fundo, indo atrás.

Harry: Não é castigo se você fica lá mimando ele. Não dá pra educá-lo direito se você passa por cima da minha palavra. - Disse, acompanhando-a. Ela parou por um instante, então se virou, claramente irritada.

Melanie: Ele é meu filho também. - Lembrou, dura - Não estou passando por cima da sua palavra; estou ditando a minha, de mãe. - Ela deu as costas, retomando o caminho dela.

Harry: Melanie, seja racional. - Pediu, inutilmente.

Melanie: Racional seria deixá-lo sair e brincar no sol com a prima. - Respondeu, sem nem olhá-lo. Então parou, pensativa - Aliás... Estou indo pro castigo também. - Disse, debochada.

Harry: É o que? - Perguntou, confuso.

Melanie: Você castigou Nate porque ele se descuidou e por isso eu levei a bolada, certo? - Perguntou, e Harry assentiu - Pois eu também me descuidei entrando na piscina pra brincar com ele, e foi da minha mão que a bola escapou. Logo minha culpa é maior, porque a grávida sou eu, e ao contrário de Nate, que é uma criança, eu sou adulta e respondo pelo que eu faço. - Cortou.

Harry: Melanie... - Suspirou, cansado.

Melanie: Vá ficar com seus irmãos, aproveitar o dia. Eu vou ficar de castigo com meu filho. - Disse, decidida, e deu as costas.

Ele a viu sumir no corredor em direção ao escritório e gemeu, esmurrando a parede. Ele se apavorara ao vê-la tomar a bolada; não é que ele estivesse menosprezando o filho, pelo amor de Deus! O problema é que, com Melanie em coma, ele se acostumara a ter controle total sobre Nate. O que ele dizia era lei, e ponto. Só que, aparentemente, as coisas iam começar a mudar em relação a isso.

**

A empregada já havia levado o almoço de Nate. O menino almoçou sozinho, em silencio, e depois a mesma empregada levou a bandeja. Ele ficara só sentado em uma cadeira, tristonho, as pernas balançando no ar enquanto esperava. Se surpreendeu quando a maçaneta girou... Pior ainda quando Melanie entrou.

Melanie: Essa casa tem dez mil escritórios. - Disse, exasperada, fechando a porta - Te procurei por toda a parte!

Nate: Você está bem?? - Perguntou, pulando da cadeira.

Melanie: Estou, não se preocupe. - Tranquilizou, indo até ele.

Nate: E a... O... - Ele olhou a barriga dela, gesticulando - O bebê?

Melanie: Estamos bem. - Nate sorriu. - Só que eu estou cansada. - Disse, olhando em volta, procurando algo confortável. Achou o sofá de couro no canto da sala. Perfeito. - Venha.

Melanie se deitou no sofá, suspirando de alivio pela dor na coluna, e se ajeitou de modo que Nate se deitou com ela. Ficou apertado, dada a barriga dela, mas conseguiram. O menino tinha uma carinha mista entre incredulidade e alegria.

Nate: Papai vai brigar com você se souber que você veio aqui. - Disse, quietinho.

Melanie: Eu falei a ele que vinha. - Tranquilizou, passando a mão no cabelo dele, afastando-o da testa - Seus olhos são bem parecidos com os meus. - Disse, satisfeita com isso.

Nate: Eu sabia disso. Sabe, quando você estava dormindo, papai me contou. - Disse, todo orgulhoso - Ele deixou você vir?

Melanie: Não. Mas, cá entre nós, eu não devo obediência ao seu pai. - Sussurrou, e Nate riu, divertido.

Nate: Foi sem querer. - Repetiu, olhando ela, que sorriu de canto.

Melanie: Eu sei, meu neném. Seu pai também sabe. - Tranquilizou, fazendo cafuné nele.

Nate: Ele gritou. - Disse, encolhidinho.

Melanie: Ele se assustou. Ele teve medo de que machucasse o bebê. - Explicou - Quando eu estava esperando você, ele ficava plantado no pé da minha cama, e rosnava pra quem tentasse se aproximar. - Nate riu, achando graça - Seu tio Liam que me contou.

Nate: Tipo o Sorte? - Perguntou, ainda achando graça.

Melanie: Isso. Só que um pouco mais assustador e meio macabro, eu acho. - Disse, mentalizando Harry como cão de guarda. - Ele só quer proteger vocês. - Nate assentiu - Desculpe pelo verão.

Nate: Eu devia saber. - Disse, dando de ombros.

Melanie: Escute, não dou certeza no próximo inverno, porque pode ser cedo, mas no próximo verão, nós vamos pra onde você quiser. Qualquer lugar do mundo. - Nate sorriu - E olhe... Vou fazer seu pai comprar um banana boat de verdade pra gente. - Prometeu, e o menino arregalou os olhos.

Nate: Um dos grandes? - Ela assentiu, solene.

Melanie: Gigante. - Assinalou, feliz por tê-lo alegrado - Não vai dar nem pra poder andar na piscina, só no mar mesmo, talvez com a lancha do seu tio. Vamos prender ele no teto do carro e vamos pra onde você quiser. - Prometeu, se abaixando pra enchê-lo de mordidas, e Nate riu, deliciado.

Nate: Vamos colocar um salva vidas no Sorte e levar ele junto. - Disse, rindo e se esquivando das mordidas dela. Fazia cócegas.

Os dois passaram um bom tempo ali, juntos, conversando e fazendo planos. Não que ele já tivesse recebido muitos, mas em meio a tudo o que sentia agora, aquele era o melhor castigo que Nate já havia recebido na vida.

**

Harry mal almoçou. A comida podia bem ser palha. Clair, conformada, se sentara perto da mãe, que fazia cafuné nela. Ele não ouvia as conversas, estava alheio... E tinha certeza de que Juliet estava olhando feio pra ele. Odiava brigar com Nate. Com Melanie então nem se fala. A situação estava fugindo do controle dele, e isso o assustava. Primeiro o menino simplesmente se fechara, e por mais que ele tivesse tentado, e ele tentou de todas as formas possíveis, não voltava ao normal, depois aquilo... Por um instante, por um instante absurdo, passou na cabeça dele que a bolada fosse intencional. Por isso se descontrolara. Era nisso que dava passar a vida toda esperando ser atacado - por pessoas, por lembranças, até por lugares. Por fim ele se levantou, entrando em casa. Não sabia bem o que dizer, ou se devia dizer... Resolveu observar. Abriu um pouco a porta do escritório e sorriu, ouvindo o riso do filho misturado com o de Melanie.

Melanie: Não vale! - Protestou, indignada.

Nate: Vale sim! - Descartou, rindo.

Melanie: Você vive falando, mas isso é que é sujeira! - Acusou. Harry espiou e viu que eles tinham um jogo de tabuleiro na mão.

Nate: Não estou roubando, você perdeu, e foi limpo. - Disse, orgulhoso.

Melanie: Acho que foi seu pai parado na porta faz meia hora que me desconcentrou. - Entregou e Nate ergueu o rosto, olhando. Harry ergueu as sobrancelhas, abrindo a porta.

Harry: Quem disse que a sutileza morreu? - Perguntou, debochado.

Melanie: Nunca te disseram que espiar é feio? - Harry ergueu a sobrancelha e ela mostrou a língua pra ele, que revirou os olhos.

Harry hesitou, então se aproximou, puxando a cadeira da mesa. Nate, sentado ao lado de Melanie, estava quietinho, apreensivo. Harry o assustara.

Harry: Filho? - Nate o olhou, quieto - Desculpe ter gritado com você. Eu me assustei, me irritei, mas ainda assim não devia ter gritado. Eu sinto muito. - Pediu, calmo, olhando o menino, e Melanie conteve o sorriso.

Nate: Foi sem querer. - Disse, quieto, olhando o pai.

Harry: Eu sei que foi. Mas eu me preocupo muito com o bebê, assim como me preocupo com você. É minha obrigação manter vocês seguros, você entende? - Nate assentiu - E depois você vem se comportando estranho esse tempo todo, eu reagi mal com tudo.

Melanie: É, você bem que podia nos contar o que é, não é, meu amor? - Perguntou, acariciando o cabelo do menino.

Nate olhou os pais, quieto. No normal ele já teria achado um modo de se esquivar, mas as horas a sós com a mãe o... Amaciaram.

Nate: Vocês não gostam mais de mim por causa do bebê. - Entregou.

Melanie: Claro que não! - Exclamou, franzindo o cenho.

Harry: De onde você tirou isso? - Perguntou, olhando-o.

Nate: Mamãe não pode mais ficar comigo. Você está sempre ao redor dela. - Ele deu de ombros.

Harry: Nunca te deixamos de lado. Só que agora precisamos nos dividir. - Explicou.

Melanie: Você me disse que queria um irmãozinho. - Lembrou, acariciando o cabelo dele - Na praia, você disse que queria ter um irmãozinho pra brincar conosco.

Harry: Clair vai ter um irmão também, antes de você, e ela está feliz com isso. - Ressaltou.

Nate: Sim, eu disse, mas isso era depois. - Explicou, e Harry franziu o cenho.

Melanie: Depois de que? - Perguntou, paciente.

Nate: Depois, sei lá, quando eu fosse como Clair. - Disse, tentando se fazer entender. Não funcionou.

Harry: Ainda não entendemos. - Admitiu, e Melanie assentiu.

Nate: Clair é grande. Eu não. - Explicou, e Harry assentiu.

Harry: Você queria ter um irmão quando fosse mais velho? - Tentou, e Nate torceu os dedos.

Nate: É só que... Eu esperei por você o tempo todo. - Entregou, olhando a mãe - Eu ia lá no hospital ver você, e eu tive que te esperar um tempão. Não tô reclamando, sei que não é sua culpa, mas esse bebê não vai ter que esperar por nada. Quando ele nascer você já vai estar aqui. Não é justo.

Um silencio pesado seguiu aquilo. Não havia o que dizer. Melanie olhou Harry, com o coração na mão, esperando que ele dissesse algo, mas ele parecia no mesmo estado que ele.

Harry: Não dava pra ser justo. Você não queria que a sua mãe voltasse a dormir pra sua irmã poder se igualar a você, não é? - Perguntou, e Nate negou imediatamente.

Nate: Não! - Ele olhou Melanie, o rostinho em conflito - É só... Eu acabei de ganhar você, eu queria poder ter você pra mim por mais tempo, como Clair sempre teve a tia Mad, mas agora...

Melanie: Nate. - Ela respirou fundo, organizando a cabeça - Eu sei que foi difícil pra você, e Deus, eu sinto muito. Sei que as coisas mudaram depois da minha gravidez, mas... Eu sempre vou amar você, incondicionalmente. Eu posso ter me afastado agora, mas é porque carregar sua irmã não é fácil, mas depois que ela nascer as coisas vão melhorar, eu prometo.

Harry: Nós sempre vamos amar você, independente de quantos irmãos você tenha, ou de quanto tempo passe. Eu sei que está estranho agora, com tudo mudando, mas você vai ver como com o tempo as coisas vão se ajeitar. - Prometeu, paciente - Sua irmã logo vai nascer e ela vai precisar de você.

Nate: Precisar de mim pra que? - Perguntou, na defensiva.

Melanie: Pra ser o irmão mais velho dela. Pra protegê-la, pra cuidar dela... Pra amá-la, bebê, porque ela vai crescer tendo você como exemplo. - Explicou, e Nate considerou.

Harry: E quando ela crescer, e algum idiota partir o coraçãozinho dela, você dá conta dele. É isso que irmãos mais velhos fazem: Protegem. - Explicou.

Melanie: Harry! - Ralhou, exasperada. Nate riu.

Harry:...E não deixar que ela se case com babacas como seu tio Louis também. - Continuou, e Melanie gemeu - Eu não fui um bom irmão mais velho nessa parte, mas em minha defesa, o trabalho mesmo era de Liam. - Entregou.

Melanie: Pelo amor de Deus! - Exclamou, levando a mão ao rosto.

Harry: Logo ela vai nascer, toda pequenininha, toda frágil, e ela vai precisar de todos nós. - Continuou, ignorando Melanie - Tenho certeza de que você não vai deixar sua irmãzinha na mão, não é?

Nate nunca tinha pensado nesse aspecto. Até então Blair era apenas uma intrusa que estava roubando seus pais dele, e ele não podia fazer nada. Isso era diferente. Por fim ele assentiu: Um garoto com uma missão. Harry o apanhou, o abraçando, e Melanie abriu um sorriso radiante.

Harry: Você vai ser um ótimo irmão mais velho. - Disse, abraçado ao filho. Nate sorriu - Agora vá. Vá brincar lá fora. - Nate assentiu, e depois de dar um beijo estralado na mãe, saiu, alegre.

Melanie: Você é bom em pedir desculpas. - Disse, se fazendo, os braços cruzados sobre a barriga. Ele ergueu a sobrancelha pra ela.

Harry: Uma vida de prática. - Descartou, dando de ombros - Há possibilidade de eu ganhar um beijo agora?

Melanie: Sabe, eu não sei. - Disse, fazendo charme, e ele ergueu as sobrancelhas - Preciso pensar.

Harry: Pensar. - Repetiu, e ela assentiu - Venha aqui. - Rosnou, puxando-a pra beira do sofá e ela deu um gritinho, caindo no riso.

Ele a encheu de beijos, encerrando com um demorado, mais doce, mais terno. Um beijo de reconciliação. É como dizem: Tudo está bem quando termina bem.

**

À noite, depois do jantar, Nate era outro. Voltara a estar alegre e brincalhão. Niall ajudou Madison a se sentar, e todos terminaram na sala. Juliet ria, bonitinha com um vestidinho amarelo, acompanhando os primos. Melanie dividia uma poltrona com Harry, a discussão de todo esquecida.

Harry: Não, vão atazanar Louis agora. - Dispensou, satisfeito, e os meninos foram.

Nate: Tio Louis! - Louis, que conversava com Liam, olhou, sorrindo - Conta uma história?

Louis: Uma história? - Perguntou, pensativo - Ok. Era uma vez um mexilhão feio... - Começou. Gemma gemeu, pondo a mão no rosto.

Niall: Ok, saia de perto da minha filha. - Disse, tirando Clair dali. Louis e Liam riam. - Princesa, quem te deu isso? - Perguntou, olhando a pulseirinha no braço da menina. Tinha um pequeno diamante nela.

Clair: Um colega da escola. - Disse, simples.

Sophia: Ok, isso vai ser interessante. - Disse, se posicionando.

Niall: Que colega? - Perguntou, virando o diamante nos dedos. Não era coisa pra uma criança dar de presente.

Nate: Foi o Benjamin Clearwater. - Entregou, satisfeito.

Clair: Fofoqueiro. - Acusou, e Nate sorriu, satisfeito.

Niall: Um garoto da escola dá um diamante a minha filha. O que eu devo entender disso? - Madison, com uma aparência cansada, dispensou com a mão.

Louis: Eu sei o que significa. - Disse, divertido.

Nate: Ben e Clair sentados numa arvore. - Cantarolou. Harry riu e Melanie sorriu - B-E-I-J-A-N-D-O. - Completou.

Niall: Você sentou na arvore com ele? - Perguntou, indignado.

Clair: Não! Ele fica atrás de mim mas eu nem dou bola, mas eu gostei dessa pulseira. Olhe, a pedrinha brilha igual as da mamãe. - Mostrou. Niall olhou direito.

Louis: A menina tem um namorado, supere. - Disse, satisfeito.

Niall: Minha filha não tem um namorado. - Cortou, duro.

Gemma: E quando ela vai poder ter? - Provocou, divertida.

Niall: QUANDO EU MORRER! - Encerrou, fazendo todos rirem - Uma semana depois, que é pra ter certeza de que eu morri mesmo. - Completou.

Clair: Papai, você vai morrer? - Perguntou, abalada. Clair e Niall tinham uma ligação inquebrável, forte, que nem Madison sabia explicar. Era do tipo que um completava a frase do outro, os dois tinham os mesmos trejeitos, as mesmas expressões, pensavam igual e só andavam juntos. Niall se abaixou, apanhando-a no colo, ignorando os risos em volta.

Niall: Não, minha princesa. - Tranquilizou, beijando-a - Mas na segunda feira você vai devolver essa pulseira, está bem?- Clair assentiu - Se você quer um diamante, eu te dou um. - Concluiu, satisfeito. Não houve tempo pra uma reação, porque...

Madison: CRISTO! - Gritou, olhando pro chão, sobressaltando os outros - Ok, eu menti o dia inteiro, eu não estou bem. - Cortou, direta.

Liam: O que você tem? - Perguntou, roubando as palavras de um Niall com um olhar preocupado.

Madison: Começou com um peso no pé da barriga, eu achei que ia passar. Hoje de tarde começaram umas cólicas, umas pontadas, e agora está realmente doendo. - Entregou. Niall colocou Clair no chão enquanto Liam ia até Madison.

Liam: Quando começou? - Perguntou, dando a mão a ela, ajudando-a a levantar.

Madison: Ontem à noite. Não dormi a noite inteira. - Entregou, desconfortável.

Liam: Niall, vá tirar o carro. - Ordenou, tocando a parte inferior da barriga dela.

Niall: O que há? - Perguntou, e Clair assentiu, olhando a mãe, aflita. Madison gemeu, se curvando, uma mão sobre a barriga

Como se fosse uma resposta pra ele algo liquido começou a molhar o moletom cinza que ela vestia, entre as pernas. Ele teria entrado em pânico se fosse sangue, mas não tinha cor.

Liam: Correndo o risco de ser obvio: Seu filho vai nascer. - Respondeu, debochado, ajudando-a a se sentar.

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