Levava uma garrafa de vodka em cada mão e caminhava pelo corredor do hotel. Ia sozinha. Os outros já estavam no local da festa e a esta hora já tudo devia estar pronto. Uma festa num hotel em Vegas não poderia ser assim tão má e, se o fosse, era descer e caminhar pela iluminada Las Vegas Strip.
Bati à porta que logo se abriu. O rapaz, acho eu que é o Tiago, sorriu e deu-me espaço para entrar. Levantei as garrafas na mão e pousei na mesa das bebidas, começando a dançar até ao sofá.
- Eles são simpáticos vão ver –declarei e olhei para El –miúda, eu já os avisei que namoras mas eles não resistem a uma boa bailarina –pisquei o olho a Thomas e gargalhei.
Eleanor gargalhou. Thomas protestou e os rapazes confirmaram o que dissera.
- Aproveitem a noite, vá –desliguei as luzes deixando apenas os candeeiros.
- Espera Jennifer –Tiago pediu e eu voltei a acender a luz –não me digam que têm aquelas luzes das festas?
- Claro! –Tiago deu sinal para apagar as luzes depois de acabar de montar o equipamento e o ambiente festivo aumentou.
- Como bons portugueses que são, eles têm tudo! –falei para ninguém em especial e fui até às mesa das bebidas –cerveja?
- Só se beberes de uma só vez –um português que não me era conhecido falou. Estava confirmado que o Lourenço falou mais do que devia acerca de mim com os seus amigos.
- Dá duas. Ela aceita beber de uma só vez –Mason falou ao meu lado
(...)
Nunca pensei que isto pudesse correr tão bem! Se no início da festa mal havia interacção agora é o contrário, já não há desconhecidos. Há tudo o que uma boa festa tem e até chegaram mais umas raparigas que eles conheceram na piscina, não havendo agora tanta desigualdade em relação aos sexos.
Alguns já beberam a sua parte, outros já estão aos beijos e outros completamente sóbrios. Todos falamos inglês, embora haja britânicos, portugueses e espanholas. Sim, elas são espanholas e são umas tolas! É gente desta que se quer.
- Estás a gostar? –pousei o copo na beira da janela e olhei para Jack
- Eles são fantásticos! E elas...-ele trinca o lábio levando-me a soltar uma gargalhada –está a ser bom!
- Eu avisei que não ia ser assim tão mau –sorri ao ver que o pessoal se divertia. Graças aos deuses que sempre me apoiam não ia ser culpada por uma má noite em Vegas!
- Peço desculpa por interromper –Lourenço falou à nossa frente –Jenny ainda te lembras de kizomba?
Eu e o Lourenço, na avaliação de educação física de dança tivemos de apresentar uma dança de kizomba. Dança que acabei por esquecer ao longo dos anos apesar de ter passado dias a treinar com o meu par que já na altura era apetecível! Assumi que ainda me lembrava embora já não dançasse há um tempo.
- A senhora dá-me a honra desta dança? –ele esticou a mão e olhou para Jack –ela chega inteira
- Olha que eu vou ficar a ver –Jack ameaçou e os dois riram-se
- Então aproveita bem! –Lourenço piscou-lhe olho
Talvez Jack já tenha bebido o suficiente para estar desinibido e talvez eu tenha bebido a minha parte para ficar lamechas.
- Já não danço isto há muito ok? –olhei-o
- Sim pé de chumbo, eu não vou reclamar –ele sorriu-me descontraidamente
Não tardou a começarmos a dançar ao ritmo da nova música de kizomba. Agora o seu corpo era maior, igualmente tonificado e sabia agarrar sem medo.
- Não perdeste o jeito –falei ao sentir a sua respiração. Lourenço deu uma leve gargalhada e o seu membro tocou em mim. –parece que algo também está maior...
Ri-me do meu comentário. Com menos cerveja tu não dirias isto.
- O que eu te fazia...-ele disse-me ao ouvido. Os seus lábios passaram perto do meu pescoço e o queixo roçou levemente.
Lembra-te Jennifer, tens o Jack e ele está a ver. Lourenço olhava provocadoramente. Miúdo, devias ter vindo mais cedo! O seu membro estava novamente em contacto comigo, desta vez na minha perna e ambos mantínhamos a postura. Ele acabou a dança com o final da música e abraçamo-nos.
- Tive saudades –falei e ambos rimos com as nossas respirações irregulares.
Caminhei até Jack que estava de braços cruzados e olhei-o provocadoramente enquanto dançava. Lourenço seguia-me e Jack olhou-me a sorrir maliciosamente. Pendurei-me no seu pescoço e suspirei.
- Eu disse que ela chegava bem! –Lourenço deu um copo a Jack –aproveitaste?
- Parece-me é que não fui o único –Jack falou depois de dar um gole na nova bebida
- Ela nunca deixou alguém indiferente –Lourenço comentou e eu ri
Obrigado cerveja! Lourenço saiu, depois de me agradecer o momento, com uma espanhola loira que o viera chamar.
- Oh...pois é, ele adora loiras! –disse ao vê-lo dançar com a rapariga. Jack voltou a beber enquanto os observava. Retirei-lhe o copo e bebi o resto.
- Calma coisa boa –ele pousou o copo na beira da janela e ajeitou o cabelo, continuando a agarrar-me apenas com um braço
- Porque é que és tão sexy? –humedeci os lábios continuando a observá-lo
Ele olhou para os meus lábios e depois os meus olhos.
- Podes beijar-me? –pedi e ele fê-lo.
(...)
Vi as escadas de metal e virei-me para trás com um dedo na boca em sinal para fazerem pouco barulho. Thomas relembrou que isto não era correto e eu subi as escadas rindo-me em seguida. O álcool pões as pessoas a rir, demasiado! Empurrei a barra de ferro que faria a porta pesada e escura abrir e a adrenalina do que ia fazer e de onde estava prestes a entrar invadiu-me. Entramos no telhado e digamos que isto está preparado para pessoas andarem cá, se calha não para hospedes mas dá para estar cá. Pelo menos o chão é pavimentado e existe um pequeno muro, as condutas estão estrategicamente posicionadas e toda a cidade pode ser avistada. Talvez todos os cimos de hotéis sejam assim ou parecidos, todavia, este parecia habitável e um bom local para o resto da noite.
- Tenham cuidado, não quero ser notícia –William falou enquanto andamos pelo telhado do hotel
- Vamos jogar ao verdade ou consequência?- perguntei ao pousar a garrafa de cerveja no chão – estamos numa de amigos e era fixe descobrir os vossos podres
Ri e dirigi-me à beira do telhado. Ouvi-os concordar e agarrei El.
- Estás em Vegas com namorado, pelo menos faz uma loucura!
- Já as fiz –ela respondeu-me e eu olhei-a maliciosamente levando-a a gargalhar. Ela deveria ter tido umas óptimas noites (e não só!).
- Sentas-te comigo? – apontei para o muro do telhado
- Nem penses! –ela afastou-se – tem cuidado Jenny
Ok, ela tem medo de qualquer das maneiras.
- Jack –chamei-o –senta aqui comigo!
- Não estamos em condições de o fazer –ele disse e deu-me a mão. Fiz beicinho e olhei para ele.
- És um medricas! –acusei e sentei-me cuidadosamente
Ouvi Mason a reclamar levando-me a gargalhar. Dei a mão a Jack e olhei-o mais uma vez em convite. Ele sentou-se ao meu lado e sorriu nervoso.
- Aquela Jennifer...-ouvi Eleanor
- Ele ainda é pior! –William falou também –o que uma miúda faz
Levantei a mão e mostrei-lhes o dedo do meio, ele riu-se.
- Não tenhas medo –sorri-lhe confiante –se morrer fica a saber que foste das melhores coisas que me aconteceu –balancei as pernas e olhei para baixo
- Contigo sinto-me seguro –ele disse e virou o meu queixo para ele
- Isso foi tão gay –ambos rimos
- Pensei que estivesses mais amável!
- Pensei que tu fosses o homem da relação! –dei-lhe um beijo no pescoço e sorri ao vê-lo atrapalhado
(...)
Jack deitou-me na cama e desapertou-me as calças enquanto me beijava mais uma vez. A sua mão passou no fundo da minha barriga e os seus lábios trabalharam no meu pescoço, excitando-me mais. O jogo do verdade ou consequência trouxe-nos até aqui. Não bem até aqui. Mas deixou o Jack com demasiados ciúmes para não me trazer até quarto e mostrar o que é capaz de fazer. Beijamo-nos calorosamente e as minhas calças deslizaram pelas minhas pernas enquanto ele me sorria maliciosamente.
Se tivesse umas cervejas a menos estaria a contrariá-lo ou impediria que fizesse tal coisa apenas para mostrar que me consegue por a gemer o seu nome. Todavia eu estou a gostar. Demasiado. Ele beijou-me o peito e fez um trilho até ao fim do decote, e, sabendo que eu estava sem sutiã, analisou-me e sorriu orgulhoso ao ver os meus mamilos salientes através da fina seda preta. As minhas mãos passaram da sua nuca para o cabelo e trouxe-o até mim. Os nossos lábios uniram-se, desta vez sem língua, e a sua mão direita percorreu a minha perna esquerda parando no cimo da coxa forçando-a. Trincou-me o lábio e olhou-me nos olhos por momentos. Há uns minutos atrás diria que dançar kizomba daquela maneira com o Mason, ou então ter deixado o Chris beijar-me o pescoço até me arrepiar, ou ainda ter dito que o Jack não aguentaria uma noite de prazer teria sido um enorme erro; no entanto, agora acho que foram óptimas escolhas. Senti a mão do Jack na minha cintura e outra a dedilhar a bainha das cuecas enquanto beijava a minha pele. Em seguida, já sem cuecas, ele afastou as minhas pernas e beijou uma perna ao mesmo tempo que as suas mãos descobriam novos pontos nestas. Suspirei profundamente e quase pode ouvir o seu sorriso. A sua boca foi até à minha intimidade e dedicou-se a dar-me prazer até atingir o meu ponto máximo. Gemi o seu nome, várias vezes até.
- Espero que te tenhas arrependido –ele subiu vitorioso, assim como o seu sorriso
- Nem um bocado –falei lentamente. Jack humedeceu os seus lábios e eu trinquei o meu enquanto me arrastava para fora da cama.
- Nem penses Jen –agarrei nas minhas cuecas e vestias mantendo o contacto visual.
Ele ajeitou o cabelo e esperou receoso do que eu ia fazer. Não tão receoso. Mais curioso. Não podia deixá-lo vencer mas também não podia dar o que ele queria, necessitava e merecia. Olhei para o volume formado nas suas calças e fui até ele sem perder o contacto visual. Desapertei-lhe as calças e beijei-o provocadoramente, afastando-me em seguida. Jack agarrou-me o braço e quando me ia puxar até ele eu soltei-me.
- Jennifer, vem cá...-ele pediu e eu gargalhei
Quem diria que fazer ciúmes a Jack poderia trazer-me tanto prazer.
*Jack a narrar*
Mesmo depois de dar um belo orgasmo a Jennifer, ela continua sem dar parte fraca. Esta miúda não existe mesmo! Deitei-me na cama e suspirei, estava excitado, demasiado para não continuar e ela sabia-o. Sabia que eu queria-a e que queria continuar. Ela própria desapertou-me as calças trazendo-me algum alívio. No entanto, depois de me provocar ela deixou-me sem nada. Ela ainda podia voltar.
Eu necessito dela.
***
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