Enquanto Você Dormia - Efeito...

By laribsss

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Quando você é enganado, traído e machucado até certo ponto, só existem duas opções: Esquecer e perdoar ou esp... More

AVISO
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Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45

Capítulo 28

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By laribsss

A viagem pra foi tranquila. Após Harry encher o saco, Liam deu um calmante a Melanie, que dormiu a viagem toda. Fora a queda de pressão de Madison na decolagem do avião, foi tudo tranquilo.

Aspen era o playground de inverno dos ricos, mas a mansão dos Styles era um caso a parte.

Se erguia, de madeira mogno, na frente de um lago e perto de duas montanha. A vista era linda: Você abria a janela e, ao horizonte, haviam duas montanhas cobertas de neve. Eram três andares luxuosos, com várias suítes, salas, varandas e tudo que havia de mais luxuoso. Não havia vizinhança; tudo ao alcance da vista era deles, cada arvore coberta de neve ao redor da casa, tudo.

Harry: Esse cachorro vai tirar meu juízo. - Disse, tirando Melanie da linha de fogo de Nate, Clair e Sorte, que passaram correndo. - NATE! Você já desfez suas malas?!

Nate: Já! - Mentiu, na maior cara lavada, sumindo no corredor.

Harry: Quatro anos e já tem cara de mentir pra mim. - Dispensou, balançando a cabeça. Melanie riu - Você gostou?

Melanie: É enorme. - Disse, e ele riu, apanhando a mão dela. Os dois caminharam e ele abriu uma porta.

Harry: Esse é o nosso quarto. - Apresentou, passagem a ela.

Ela entrou, olhando. As malas já haviam sido deixadas em um canto pelos empregados. As paredes eram em mogno, assim como o chão, a arquitetura aconchegante. A cama de casal estava coberta com um edredom cinza, grosso. Ela foi absorvendo aos poucos a luminária no teto, a janela que mostrava um campo de neve que terminava nas arvores, as cômodas, a lareira.

Harry: Você está bem? - Perguntou, observando-a calada.

Melanie: Estou, só estou com sono. Aquele suco estava forte. - Disse, coçando o cabelo. Liam lhe dera um copo de suco de maracujá, e ela, inocente, bebeu. Apagou no avião, abraçada a Harry na poltrona enquanto se preparavam pro vôo, e quando acordou estavam em casa.

Harry: Liam não é bom com sucos. - Ela sorriu - E então? - Apontou, indo até ela. Melanie caminhou até ele, sorrindo, preguiçosa. Ela olhou o tapete embaixo deles, branco, felpudo.

Melanie: Achei maravilhoso. - Disse, abraçando-o. Ela parou, olhando a lareira apagada. NY era fria, mas Aspen era gelada - Onde liga? - Ele riu

Harry: Essa não é como a de casa. Não dá pra acender com botão. - Ele apontou os acendedores - Demora um pouquinho mais, mas dá no mesmo. Posso mandar instalar botões aqui, pra da próxima vez que viermos, se você quiser. - Melanie negou com a cabeça.

Melanie: Depois quero fazer amor com você aqui. Nesse tapete, na frente da lareira. - Murmurou, agarrada na camisa dele, beijando-lhe o queixo. Ele riu, abraçando-a.

Harry: Devia ter te trazido antes. - Brincou, erguendo-a do chão, e ela gritou.

Melanie: Posso dormir um pouquinho? - Perguntou, fazendo manha.

Harry: Pode. Quer que eu fique com você? - Ela negou, preguiçosa. Ficara com sono do nada.

Melanie: Cuide de Nate. - Ele assentiu, sorrindo - Só vou ficar meia horinha.

Ele a colocou na cama, ajustou o aquecedor do quarto e quando saiu ela já havia dormido. Melanie dormiu pouco mais de uma hora, e quando acordou havia um bilhete dele avisando que todos estavam na varanda dos fundos. Ela escovou os dentes, se penteou, lavou o rosto e foi... Mas se perdeu. Terminou na porta da frente. Pra evitar se perder de novo, resolveu dar a volta por fora. As botas dela afundaram na neve quando ela desceu, e ela sorriu. Já havia visto a neve em NY. Observou o lago por um instante; as bordas já haviam congelado, criando uma pista de gelo...

Era uma menina, uma menina magrinha, magra demais pra idade, com um adulto. Ele sorria pra ela, segurando-a enquanto ela se equilibrava nos patins de gelo. Melanie se viu pequena, e a palavra "pai" veio em sua cabeça. Ela se sentia bem com ele. Feliz, segura. Ele brincava com ela na neve, ignorando os outros na pista publica, tratando-a como se ela fosse a única ali.

Alexandre: Quer um chocolate quente? - Perguntou, se abaixando.

Melanie: Quero. - Ele sorriu, se levantando, e ela segurou a mão dele - Papai... Você vai viajar de novo?

Alexandre: Não por esses dias. - Respondeu, estranhando, e ela sorriu - Porque, princesa?

Melanie: Nada, eu... Eu sinto sua falta. - Disse, dando de ombros. A Melanie adulta percebeu que havia mais que aquilo, só que ela não conseguia lembrar o quê. Ela só ficou muito feliz porque ele ia ficar.

Alexandre: Eu também, bebê. - Ele se abaixou, apanhando-a no colo. Melanie sorriu, feliz. Alexandre deslizou pra fora da pista, e após se livrarem dos patins os dois foram até a cafeteria, perto dali. Ele fez o pedido e ela esperou, tranquila, segurando o braço dele. Só que...

Samantha: Alexandre! - Chamou, entrando, e o pai dela se virou. Melanie virou também, então inconscientemente se agarrou ao braço do pai. Samantha vinha com um adolescente junto com ela; alto, as mãos nos bolsos, usando um casaco preto. - Até que fim encontrei você. - Melanie se encolheu perto do pai, a boca amarga, toda a felicidade extirpada. O garoto olhou pra ela de relance, divertido, e ela escondeu o rosto no braço do pai.

A pulseira estalou, trazendo Melanie de volta a realidade, e ela cambaleou, se segurando na lateral da casa. Não sabia o que aquele garoto representava, mas ele a apavorara. Estava tremula, gelada, um bolo gigante no estomago.

Harry: Melanie? - Chamou, se aproximando. Fora checá-la no quarto, não encontrou e saiu procurando. Ela não conseguiu responder. Não conseguia encontrar sua voz. Sua cabeça latejava, como se estivesse se comprimindo, prendendo algo, alguma verdade que tentava vir a tona.

Ele acelerou o passo, indo até ela, mas antes de chegar ela se curvou, vomitando na neve. Seu estomago estava travado, como se um punho de ferro estivesse apertando-o. Ela não sabia porque, mas sabia que aquele garoto significava algo ruim, muito ruim...

Harry: Liam! - Rugiu, tirando os cabelos dela do rosto, mas o vomito foi só o primeiro impulso; não havia náusea em si. Melanie arfava, tremendo - Deus, o que foi? Liam!

Liam: O que?! - Perguntou, e ele ouviu as cadeiras se arrastando na varanda dos fundos.

Melanie: Tem algo ruim... Algo ruim que eu não me lembro, mas... - Ele arregalou os olhos, segurando-a em seus braços. Melanie tremia, agarrada a ele - Eu não consigo, mas eu olhei pra neve e eu vi o meu pai, era meu pai, então uma mulher e havia um garoto com ela... Eu não sei porque, mas ele olhou pra mim e riu e eu me sinto... Eu...

Liam: O que foi? - Perguntou, após chegar perto. Ele olhou a situação e apanhou o pulso dela, tateando a veia e olhando pra frente - A pressão dela está baixa. Baixa demais, não é o frio. Você está tonta? - Melanie assentiu.

Harry: Olhe pra mim. - Disse, puxando o rosto dela - O que mais você lembrou? - Perguntou, desesperado.

Melanie: Nada, eu puxei a pulseira, e acabou, mas eu me sinto estranha. - Liam olhou Harry, mas o outro apenas soltou um suspiro de um alivio bruto, a preocupação dividindo espaço com a determinação.

Liam: Ela precisa sair do frio. Se continuar assim vai desmaiar. - Alertou.

Harry: NATHANIEL! - Gritou o filho, fazendo Melanie se sobressaltar. Ele se abaixou, apanhando-a no colo. - Liam, ache Nathaniel e mande ele ir pro meu quarto agora. - Disse, começando a andar.

Louis: O que você está fazendo? - Perguntou, exasperado, chegando a cena.

Harry: Vamos voltar. Vamos voltar pra Nova York, agora. - Disse, decidido, subindo os degraus da frente, apressado, com ela no colo. Se Aspen fazia ela se lembrar daquilo, então Aspen não era mais uma opção.

E, quando parecia que os problemas estavam contidos, se descobre que eles apenas estavam se preparando pra voltarem... Infinitamente piores.

**

- Harry, seja racional, pelo amor de Deus!

Levou algum tempo pra Melanie se acalmar. Tempo suficiente pra Harry ligar, mandar prepararem o avião, mandar os empregados colocarem as malas de volta no carro e agasalhar um Nate confuso. Nesse meio tempo, Anne deu um anti-acido a Melanie, seguido por um copo de água com açúcar. Após escovar os dentes e lavar a nuca e o rosto, ela bebeu, e aos poucos se acalmou.

Agora metade dos Styles estava na cozinha, a outra metade na varanda dos fundos.

Harry: Estou sendo racional, estou ouvindo vocês, ouvindo demais até! - Disse, debochado. Queria pegar Melanie e Nate e ir embora.

Madison: Fugir não é solução. - Avisou, alfinetando.

Harry: Não estou fugindo. - Rosnou, ultrajado - Estou protegendo ela, Cristo!

Liam: Está nevando em Nova York também. Ela já havia visto a neve incontáveis vezes e a lembrança só veio agora, logo, não significa que é a neve que está fazendo ela lembrar de nada. - Disse, obvio. Harry suspirou, desgostoso.

Sophia: Ela está bem. Ir embora agora só faria alvoroço, faria ela dar mais atenção a um assunto que devia estar esquecido. - Tentou, apoiada na bancada - Olhe.

Os 5 viraram e olharam. Pela porta de vidro se via Melanie sentada em uma cadeira de balanço com Juliet no colo. Aos seus pés um Nate, pronto pra viajar, brincava com sorte e Clair. Louis dizia alguma coisa que fazia Melanie rir e Gemma e Niall fazerem careta. Melanie estava tranquila e conversava, risonha, enquanto brincava com a bebê. Não parecia abatida nem nada.

Anne: Querido, ela está bem. - Tranquilizou, pondo a mão no ombro dela.

Madison: Não vamos fazer alarde. Foi um mal estar, passou, acabou. A situação está sob controle. - Sophia assentiu - Ela está há mais de meia hora lá fora, vendo a neve, vendo tudo, e não lembrou de mais nada. O caso está encerrado.

Liam: É o melhor a fazer. Voltar a Nova York agora a faria infeliz, ela ia se sentir culpada, triste, e ia ganhar tempo pra pensar na lembrança que teve. - Harry suspirou, derrotado - Eu vou ligar pro aeroporto e dispensar o avião. - Concluiu. Harry não teve o que dizer, e o irmão saiu.

Ele parou um instante, com a cabeça nas mãos, amparado na bancada da cozinha enorme, enquanto Anne o acariciava. Pensou que estava tudo bem agora, ai ela lembrava daquilo. Ele preferia perdê-la ao vê-la sofrer com aquele tipo de lembrança. Por fim, com a expressão cansada, ele foi até os fundos. Melanie sorriu ao vê-lo, o rosto se iluminando.

Nate: Papai, posso tirar isso? - Perguntou, incomodado. Fora o agasalho de frio Harry o fizera vestir uma jaqueta pra viagem e sapatos fechados.

Harry: Pode. Peça a sua avó pra te ajudar, e te dar botas de gelo também. - Nate assentiu e saiu correndo, todo bonitinho. Sorte ficou em duvida se ia atrás do menino ou se ficava com Clair, então no fim decidiu ir atrás de Nate, se embolou e caiu, fazendo todos rirem. - Você está bem? - Perguntou, sorrindo. O riso de Melanie era como um balsamo pra essa situação toda.

Melanie: Estou. - Disse, achando graça ainda - Você sabia que Louis é campeão de tiro ao alvo? - Perguntou, e Harry fez uma careta.

Gemma: É sério, você precisa parar de acreditar em tudo o que ele fala. - Disse, exasperada.

Louis: Do que está falando? Eu ganhei um concurso! - Niall riu, debochado - Garota, eu sou do Texas. - Gemma gemeu, afundando o rosto na mão.

Niall: Se eu fosse você, não sairia contando mentiras aleatoriamente. Sempre podem te desmentir. - Avisou, satisfeito.

Louis: Quem, por exemplo? - Desafiou, divertido.

Madison: A mulher dele, que não ganhou "concurso" nenhum mas tem uma boa pontaria. - Completou, empurrando a cabeça de Louis, enquanto ia pegar Juliet com Melanie.

Louis: Você? Você sabe atirar? - Perguntou, debochado.

Madison: Um pouco com armas de fogo. Sou boa com arco e flecha. - Disse, ninando a menina, que se esticou, querendo ir pro tapete com Clair. Madison se abaixou, pondo ela com a filha.

Harry: Porque? - Perguntou, exasperado.

Madison: Tem uma longa linhagem de bons caçadores entre os Salvatore - Família materna de Mad - um deles era meu avô. Me ensinou quando eu era garota, eu pratiquei por alguns anos, mas não gosto de caçar. - Dispensou, com uma careta - Quero dizer, na hora tem toda aquela adrenalina, mas depois você olha um cervo morto e se lembra do Bambi, e fica imaginando a família que está esperando ele em casa... - Ela suspirou - Não é pra mim.

Gemma: É sério isso? - Perguntou, surpresa.

Niall: Porque é que você acha que eu nunca brigo a sério com ela? - Perguntou, puxando Madison pro seu colo, e todos riram.

Louis: Sei. - Disse, ainda rindo.

Madison: Amanhã de manhã vou fazer você pagar a sua língua. - Disse, divertida, e Niall assoviou. Melanie sorria, acompanhando a conversa. Harry se sentara em uma cadeira do lado dela.

Harry: Bem? - Confirmou, e ela sorriu pra ele.

Melanie: Muito. - Assentiu, selando os lábios com os dele.

Suficiente, pelo menos por hora.

**

A noite, durante o jantar, Melanie nem parecia lembrar do ocorrido. Harry ainda estava meio tenso, mas o jeito foi relaxar. Após o jantar todos foram pra sala, onde Nate foi pro colo da mãe, cansado.

Nate: Você passou mal? - Perguntou, encolhidinho no colo dela, que o mimava. Estava sonolento, mas os olhinhos azuis estavam atentos nela. Harry olhou de relance, sem ouvir a conversa; apenas gostava da imagem.

Melanie: Porque você acha que eu passei mal? - Perguntou, tirando os cabelos dele do rosto. Era sempre Melanie que colocava Nate pra dormir: Ele conversava com ela até cansar e depois, sob os mimos da mãe, caía no sono.

Nate: Papai gritou bastante. Ele não grita no normal. - Justificou. Melanie riu.

Melanie: Verdade. Não foi nada demais, seu tio me deu um suco estragado e seu pai teve um ataque. - Nate riu, divertido. Sorte se aproximou, sentando nos pés de Melanie. Usava um suéter de lã listrado de vermelho e dourado, estava bonitinho - Não precisa se preocupar. - Nate assentiu, coçando o olho.

Nate: Quer fazer um boneco de neve amanhã? - Chamou, os olhinhos quebrados de sono - Eu e Clair vamos fazer um, e se você quiser pode vir com a gente.

Melanie: Quero. - Nate sorriu, satisfeito - Descanse. - Disse, aconchegando o menino no colo - Não vou a lugar algum. - Prometeu.

Todas as noites ela dizia isso. Era o modo dela de assegurar a ele que estaria lá de manhã, e assim ele dormia bem.

Após alguns minutos ele caiu no sono e ela ficou ninando-o, fazendo cafuné, até que Harry se aproximou. Todos estavam indo se deitar, e ele a ajudou com o menino, carregando-o pro quarto. Sorte se deitou nos pés da cama, solene, e Harry ergueu a sobrancelha pro cachorro de suéter enquanto cobria o filho.

Harry: É, boa noite pra você também. - Disse, achando graça, enquanto regulava o aquecedor do quarto. O cachorro o observou e só depois que ele saiu se aconchegou e dormiu nos pés do dono.

Caía um temporal lá fora, se via muito pouco pela janela, só vários redemoinhos de neve. Quando Harry chegou ao quarto teve que rir: Melanie quase que fizera uma cabana em volta dela, afundada em cobertores até o pescoço.

Harry: Não está frio aqui. - Disse, fechando a porta e apontando a lareira acesa.

Melanie: Eu sei, mas a gente olha a neve e dá a impressão de que está. - Ele riu de novo, achando graça.

Harry: Está calor ai dentro. - Garantiu, empurrando os sapatos e regulando o aquecedor do quarto. Melanie analisou por um instante, então assentiu. Ele passou pro banheiro enquanto ela se desembrulhava.

Quando ele voltou, após tomar banho, escovar os dentes e se aprontar pra dormir, ela havia se embrulhado de novo e estava na janela, desviando da cortina e olhando a neve. Ele passou a mão no rosto, sorrindo, e foi até ela.

Harry: Achou alguma coisa? - Perguntou, abraçando-a. Não conseguiu senti-la; só o fofo do edredom. - Quantos lençóis tem aqui? - Perguntou, exasperado, e ela riu.

Melanie: Lá fora deve estar frio. - Pensou, e ele pousou a cabeça no ombro dela.

Harry: Está. - Assentiu.

Melanie: Se colocássemos um pote de sorvete lá, derreteria? - Perguntou, pensativa, e ele riu, tirando-a de perto da janela.

Harry: Ok, testaremos sua teoria na próxima nevasca. - Melanie riu - Agora você precisa descansar. E sair desse iglu de lençóis. - Disse, achando graça. Ao chegar nos pés da cama ele se sentou e começou a desembrulhar ela, divertido. No fim, Melanie ficou com um moletom azul escuro e meias - Melhor assim. Está linda. - Disse, tocando o rosto dela. O azul do moletom ressaltava os olhos dela.

Melanie: Eu sempre estou. - Brincou, dando de ombros, e ele riu.

Harry: Bastante modesta também. - Melanie riu - Pra cama. - Mandou, puxando o bolo de lençóis dela do caminho, mas Melanie se inclinou, beijando-o. Ele retribuiu o carinho a inicio, mas quando durou mais que o esperado ele hesitou - Baby, não.

Melanie: Não? - Perguntou, desapontada.

Harry: Foi um dia cheio. Você precisa descansar. - Disse, acariciando o rosto dela, que o observava, não convencida - Ainda temos dias aqui pra aproveitar.

Melanie: Começando por hoje. Eu estou bem. - Garantiu, acariciando o cabelo dele.

Harry: É melhor dar um tempo hoje, deixar que você se acost... - Ela o beijou de novo. Ele riu entre o beijo, segurando o rosto dela - Melanie...

Melanie: Não quero dormir. - Decidiu. Definitivamente não queria. Se sentia quase febril de vontade dele. - Vamos, reaja... - Incitou, indo pra cima dele de novo, que riu.

Harry: Estou reagindo. - Respondeu, divertido. Estranhava até, mas a graça era maior - Estou perplexo. - Completou.

Melanie olhou pra ele, pensativa, então o apanhou pela camisa. Harry deixou ela guiá-lo; não ia fazer nada com ela depois do choque emocional que ela tivera, mas era divertido assistir. Ela o levantou e o puxou até o centro do tapete, onde o empurrou até derrubá-lo. Ela apanhou o controle, apagando as luzes do quarto.

Harry: Qual o problema com a cama? - Perguntou, dando corda.

Melanie: Disse que depois ia fazer amor com você aqui. - Lembrou, e ele ergueu as sobrancelhas - Nesse tapete, em frente à lareira. Sou uma mulher de palavra. - Disse, solene.

Harry: Claro que você é. - Respondeu, falsamente solene - E é teimosa também.

Melanie o beijou de novo. Ele suspirou, divertido, mas não a rejeitou, temendo magoá-la. Ela costumava ficar tímida quando rejeitada, mas a determinação dessa noite era fascinante. Ela apanhou a mão dele, pondo em suas costas por debaixo do moletom. A pele dela estava morninha pelo tempo debaixo dos cobertores, gostosa de tocar. Ela guiou a mão dele, fazendo-o senti-la, até chegar em um seio seu. Harry se deixou aproveitar o momento, tocado-a, sentindo o modo como o seio dela transbordava de sua mão, o modo como...

Harry: Hum... Melanie. - Cortou, agora sem a diversão na voz. Ela desceu o rosto pelo pescoço dele, beijando-o - Baby, assim não... - Pediu, torturado. Queria mesmo atender, mas a preocupação era maior.

Melanie: Eu estou bem. - Repetiu, perto da orelha dele, montado em seu colo. Harry a encarou, quieto. A única luminosidade do quarto era a lareira na frente dos dois. - Faça amor comigo. - Pediu, se inclinando pra selar os lábios dele demoradamente.

Harry suspirou, derrotado. Rejeitá-la nunca fora uma de suas qualidades mesmo. Melanie sorriu quando ele a abraçou, ajeitando-a em seu colo e a beijou. Aquele beijo sim tinha a intenção certa: Sabia onde queria chegar. Após alguns instantes ele baixou o rosto, beijando o queixo dela, o pescoço, enquanto as mãos buscavam o moletom pela aba. Uma vez que o moletom foi largado no chão os dois se encararam, sem se tocarem, apenas um olhando os olhos do outro, azul contra verde. Melanie ergueu a mão, tocando o rosto dele da têmpora até a maxilar, como se quisesse memorizar. O único som do quarto eram os estalos da madeira queimando.

Melanie: Eu sempre vou amar você. - Murmurou, passando o dedo indicador no lábio dele.

Harry: Eu honestamente espero que sim. - Disse, beijando os dedos dela.

Ele beijou os dedos, a mão, o pulso, e logo os dois rolaram pelo tapete, ele passando pra cima dela. Havia calma, carinho e paciência, pra que aquele momento durasse. E ele duraria toda a noite.

**

A nevasca terminou pouco antes do amanhecer. O tempo ainda era frio, mas a neve parara, deixando um tapete branco cobrindo tudo em vista. A lenha da lareira acabou, deixando as cinzas e Melanie e Harry, que dormiam no tapete. As roupas estavam espalhadas pelo chão e os dois estavam cobertos pelo edredom. Harry dobrou um edredom e colocou embaixo da cabeça, fazendo de travesseiro, e os dois dormiram ali mesmo, ela em cima dele, os cachos cobrindo o carpete em volta. Ele, tendo o sono leve, acordou assim que houve movimentação no andar debaixo; estavam no chão, dava pra ouvir melhor. Olhou pra ela que dormia agarrada a ele, o rosto em seu peito. Sorriu, tirando o cabelo dela do rosto. Só simples fato dela estar ali, dormindo tão tranquilamente, sonhando, sem precisar de sedativo ou remédio algum, era um milagre ao qual agradecer. Ele ficou ali um bom tempo, acariciando o cabelo dela, assistindo-a. As lembranças da noite anterior ainda eram vividas; os dois ficaram acordados até a madrugada. Cada vez que parecia que ia terminar os dois paravam, ficavam apenas se acariciando, se beijando, até que os corpos se acalmassem e pudessem recomeçar de novo. Quando, por fim, foi demais, ele rolou, colocando-a por cima dele e guiando-a, mais forte e mais intenso do que vinha sendo, sem parar dessa vez. Ela entendeu, se amparando no peito dele e gozou chamando o nome dele, um orgasmo tão intenso que lhe arrancou lágrimas. As dez marcas de unha vermelho sangue, chegando a feridas em alguns pontos no peito dele eram uma prova disso. Ela caiu sob o peito dele, mole, e quando ele conseguiu o próprio orgasmo, ela gozou de novo, só pela sensação, gemendo fraca, tremula em cima dele. Os dois ficaram se encarando por um bom tempo, até que o cansaço e o sono venceram. Após algum tempo, mais ou menos uma hora e meia observando-a, ele se soltou dela com cuidado e foi pro banheiro. Estava todo quebrado da noite no chão. Quando tomou banho as marcas em seu peito queimaram com a água, o que o fez franzir o cenho a principio, mas sorrir depois. Por pouco ela não acertou a tatuagem ainda não totalmente cicatrizada. Escovou os dentes, se barbeou, se vestiu, e quando voltou Melanie continuava ferrada no sono, nem havia se mexido do lugar onde ele deixara.

Harry: Baby... - Chamou, se sentando do lado dela. Melanie balançou o rosto como se um inseto estivesse incomodando. Ele ergueu a sobrancelha, ultrajado - Melanie...

Melanie: Hum... - Gemeu, se abraçando a ele. Ela franziu o cenho, tateando o jeans dele, em seguida a lã do suéter. Ele deixou - Porque você está vestido? - Se queixou, abrindo um olho.

Harry: Porque já passam das 10h.  Você disse ontem que queria ver seja lá o que for que Madison vai fazer com Louis. - Lembrou, acariciando o cabelo dela, que gemeu de novo.

Melanie: Estou com sono. - Dispensou, se virando pro outro lado e dando as costas a ele. Harry observou a pele branca agora cheia de marcas de mão (não feridas, como o peito dele), como vergões, e tocou um deles. Melanie se contorceu como se tivesse uma formiga em suas costas e ele revirou os olhos, apanhando-a no colo - Que está fazendo?

Harry: Um banho e você melhora. - Garantiu, livrando ela dos lençóis e se levantando.

Melanie: Vai me dar banho? - Perguntou, animada, abrindo o olho de novo. Ele riu.

Harry: Não. Vou te colocar embaixo do chuveiro e desaparecer antes que você me molhe. - Melanie murchou e ele riu, divertido.

Foi um processo colocá-la na água. Melanie se agarrou ao pescoço dele, dando um trabalho infernal pra soltar, depois se agarrou no box, sem querer entrar na água. Na mente dela veio uma cena solta, desconexa: Era o banheiro do quarto dos dois em casa, e os dois brigavam pra entrar no chuveiro... Havia alguma coisa sobre Gemma e um gato... Mas se perdeu em meio a brincadeira, sendo que ele a jogou no ombro e a levou pra dentro do box. Terminou se molhando, porém missão cumprida.

**

Madison: Onde? - Perguntou, com o arco na mão. Louis a encarou, sondando-a, então olhou em volta.

Louis: Lá. Aquele pinho. - Apontou. Havia um único pinho sobrevivente da nevasca, pendurado na arvore há vários metros de distancia.

Toda a família Styles assistia, sentados na varanda dos fundos. Madison e Louis estavam na neve, ambos carregando arcos e aljavas com flechas.

Clair estava no colo do pai, Juliet com Gemma, Sophia no colo de Liam, Nate no colo de Harry, Greg sentado com Melanie, ambos ansiosos, e Anne encostada na porta, divertida.

Não havia barulho algum, só o do vento. Madison puxou a flecha da aljava, prendendo-a no arco e mirou. Ela caminhou alguns passos pro lado, ainda fazendo mira, então parou. O cordão do arco tremia de tão esticado, e ela esperou, calma... Disparando em seguida. A flecha cortou o ar, acertando o pinho que voou longe.

Louis: Errou. - Dispensou, satisfeito.

Madison: É o que? - Perguntou, exasperada.

Louis: Não era aquela. - Disse, na maior cara de pau. - Olhe, acerte a lâmpada do poste, se é tão boa. - Desafiou. Todos olharam. Havia um poste bem distante, quase um kilometro, coberto de neve.

Sophia: Ok, vocês vão começar a destruir a propriedade agora? - Perguntou, exasperada.

Liam: Não se preocupe, Louis vai subir lá e repor quando quebrar. - Disse, brincando com Juliet, e Gemma riu.

Madison, atravessando Louis, pegou mais uma flecha, fazendo pontaria outra vez. Harry se inclinou pro lado, olhando se virando pro irmão.

Harry: Pensei que você fosse ser mais conservador com essa gravidez. - Niall cantara aos 4 ventos, depois que Clair nasceu, que quando Madison engravidasse de novo não ia trabalhar, não ia sair, não ia fazer nada que oferecesse risco ao bebê. Entretanto lá estava ela.

Niall: Eu estou sendo, mas não vejo risco nisso. - Admitiu. Clair torcia pela mãe, ignorando os tios - Veja como a barriga dela se sobressai quando ela faz pontaria. - Disse, orgulhoso. Madison vestia um conjunto de moletom grosso, cinza grafite. Com os braços erguidos o pequeno volume da gravidez ficava em evidencia. - Mas, se eu fosse ele, pararia de irritá-la. Ela está chegando na fase dos ataques de raiva. - Comentou, não tão feliz com isso.

Ela esperou, olhando, apenas dois dedos segurando a flecha... Então soltou, e após uns segundos veio o barulho do vidro quebrando. Clair gritou, batendo palmas e ela sorriu pra filha, piscando.

Louis: Sorte de principiante. - Madison parou um instante, então se virou pra Louis e puxou uma terceira flecha, dessa vez mirando pra ele.

Madison: Será que repete? - Perguntou, com um sorriso ameaçador.

Niall: Não disse? - Perguntou, apressado, pondo Clair no chão e descendo da varanda.

Gemma: Ok, eu sei que ele é irritante, mas eu preciso dele inteiro daqui há alguns meses. - Apartou, sorridente, e Madison abaixou o arco.

Nate: Mamãe? - Melanie olhou, sorrindo - Vamos fazer o boneco de neve? - Melanie assentiu, sorridente.

Logo Louis e Madison competiam, atirando em maçãs colocadas na neve, e Melanie, Clair, Nate e Greg foram fazer o boneco. Harry supervisionou a inicio, ajudando a fazer o corpo do boneco, mas foi chutado assim que a cabeça foi posta no lugar. Greg arrumou um cachecol dele, colocando no boneco. Clair roubou uma cenoura da cozinha e arrumou dois gravetos na neve, fazendo o nariz e os braços.

Melanie: Ele não tem olhos. - Disse, ajeitando o braço do boneco. Batia no peito dela.

Nate: Nem um chapéu. - Constatou, observando.

Clair: Nem boca. Não dá pra saber se ele está sorrindo ou triste. - Disse, bonitinha em sua roupa de frio, pondo as mãozinhas cobertas pelas luvas coloridas na cintura.

Sophia: É uma lista de problemas. - Disse, se aproximando. Harry olhou, tranquilo, da varanda. Era bom ali: Podia olhar a construção do boneco de neve e acompanhar o avanço da competição; com sorte Louis levaria uma flechada. - Eu tenho um gorro de Juliet, que ela estragou, pode servir. - Os 4 assentiram.

Greg: Podemos achar um pedacinho de madeira em formato de boca. - Disse, e Clair assentiu.

Nate: A gente coloca pinhos no lugar dos olhos, mamãe. - Melanie assentiu também.

A equipe se separou. Clair foi buscar o gorro com Sophia, Greg foi procurar entre os galhos caídos e Melanie e Nate foram procurar pinhos.

Foram na direção oposta a que estava voando flechas, conversando agora sobre fazer uma namorada pro boneco de neve ainda sem nome. Acharam alguns pinhos, mas queriam perfeitinhos e escuros, então continuaram procurando. Foi então que aconteceu.

Nate: Mas a gente precisa dar um nome pra ele. E devíamos ter feito mais perto da casa, porque se nevar de noite... Mamãe? - Melanie havia parado de procurar, e agora olhava pra frente.

Não era uma lembrança, nem nada parecido, só que a cabeça dela... Doía. Ela levou as mãos aos cabelos, os dedos cobertos pela luva branca comprimindo a cabeça. Era pulsante, como se o cérebro dela quisesse se expandir... Como se houvesse coisa demais presa. Ela cambaleou, e pra desespero do menino tombou na neve fofa, apagada.

Nate: MAMÃE! - Gritou, assustado, correndo até ela. Melanie usava um conjunto branco, calça de moletom e um suéter grosso bem folgado, que ia até as coxas, e botas cinza. Ela não respondeu, mesmo o menino sacudindo-a - Mamãe, acorda! - Pediu, angustiado.

O corpo dela apenas sacudia com os balanços dele, mole feito uma boneca, os cabelos esparramados na neve. O menino começou a chorar. Já havia visto ela assim antes. Ela estava esfriando, largada no gelo, os lábios sem cor, o rosto pálido. Após alguns instantes, já soluçando de chorar, ele decidiu ir buscar ajuda.

Louis: Quanto está o placar? - Perguntou, divertido.

Liam: 5 pra você, 8 pra ela. Está perdendo, senhor "vencedor do concurso". - Madison riu, fazendo mira em uma maçã na neve. Então franziu o cenho, parecendo tentar se concentrar em algo.

Louis: Pode se tirar tudo de um principiante, menos a sorte. - Madison se virou e a flecha voou, raspando o braço de Louis, que pulou pro lado - Que é isso, mulher?! - Perguntou, indignado. Harry gargalhou.

Niall: Mad, eu já disse, não atire nele. - Pediu, cansado. Harry deitou a cabeça pra trás, deliciado.

Madison: Não... - Ela olhava pra frente, o cenho franzido - Nate está chorando. Vocês não estão ouvindo?! - Harry parou de rir, olhando o boneco de neve. Se levantou de um pulo. O boneco estava lá, só que sozinho. Ele olhara um minuto atrás, e eles estavam lá.

Não deu nem tempo nem de chamar, nem nada, e o menino apareceu, chorando como Harry nunca o vira chorar daquele modo, tremendo e pálido, o rostinho vermelho marcado pelas lagrimas, soluçando abertamente. Harry pulou os degraus, indo até o menino, achando que tinha se machucado, mas estava bem. Os outros se aproximaram, igualmente confusos, mas um suor gelado correu pela espinha de Harry.

Harry: Onde está Melanie? - Murmurou pra si mesmo, sentindo as ondas de pânico o atingindo. Falou tão baixo que ninguém ouviu.

Madison: Nate. - Ela se ajoelhou, apanhando o rosto do menino, fazendo-o olhá-la. Estava gelado - Nate, o que foi?

Nate: Minha mamãe dormiu outra vez. - Disse, entre soluços, e abraçou Madison, inconsolável. Harry olhou o menino, os olhos verdes incrédulos, em choque.

**************

Olá, como estão?

As coisas aqui não andam muito bem </3 por isso eu não tenho publicado 3/4 capítulos como fazia, mas amanhã tem big update, e tenho quase certeza que até domingo esse livro da série Efeito Borboleta vai estar completo e irei começar o penúltimo *-*

Por favor, não desistam da fic, conto com vocês, ok?

Obrigada por cada voto, comentário e visualização, vocês são foda!!

bj, Lari <3

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