Amizade, Amor e Você - Degust...

By LKWiatrow

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Com 28 anos, formada em medicina e sem nunca ter tido um namorado, Rebecca, está cansada de todos os seus amo... More

Amizade, Amor e Você
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Bônus Aninha
Capítulo 14
Comunicado

Capítulo 9

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By LKWiatrow


Promessa Feita é Promessa Cumprida!

Aproveitem sem moderação! ;)


Sinto ele caminhar de um lado para o outro no quarto, escuto barulho de roupas e, depois do que parece uma eternidade, sinto a cama afundar ao meu lado.

Continuo fingindo estar dormindo.

Ele vira para um lado, vira para o outro. Respira fundo. Vira de novo.

— Rebecca — sua voz é apenas um suspiro. — Rebecca, você está dormindo?

Sinto o hálito fresco no meu ouvido e minha pele arrepia, traidora.

— Sim, Cássio, estou dormindo.

— Não gosto de mal-entendidos, então apenas queria deixar claro que a gente dormir juntos, não muda a situação — ele parece receoso quando fala. — Não quero que você fique fantasiando sobre isso.

— Se você não quer que eu fique fantasiando, é melhor não ficar encostando teu corpo quente no meu.

Mal termino de fala e ele já não está mais ao meu lado. Escuto ele amaldiçoando Deus e o mundo o mais longe da cama possível. Minha vontade de rir é enorme, mas seguro com todas as minhas forças.

Tento ficar prestando atenção no que o Cássio está fazendo, ele continua caminhando de um lado para o outro. Quando ele senta quieto na poltrona ao lado da cama e mantém um silêncio absurdo, meu sono é maior que eu, durmo em pouco tempo.

— Rebecca — sinto uma mão me chacoalhando. — Rebecca, já estamos atrasados.

A Letícia está muito perto do meu rosto, mas vejo apenas um borrão, sei que é ela pela voz.

— Aqui — sinto os óculos no meu rosto e consigo entender que o Cássio está os colocando. — Ela não enxerga muito sem eles.

Sento na cama e os dois já estão vestidos e prontos para partir.

— Você parecia estar dormindo tão bem que achamos melhor não acordá-la — a Letícia fala procurando alguma coisa dentro da minha mala. — Está tudo pronto na praia, vou ir até lá com o carro do Cássio e vocês vão avisar o Cléo para ir até o local que arrumamos tudo.

Concordo com a cabeça, ainda estou dormindo.

— Coloca esse vestido, o dia está prometendo sol e calor — a Letícia me alcança um vestido verde e levanto para me trocar no banheiro. — Uau! Essa camisola é quente como o inferno!

Fico sem graça na hora, não acredito que ela falou isso. Não olho para eles, mas escuto o Cássio resmungando.

Faço minha higiene matinal e quando volto para o quarto a Letícia já saiu. O Cássio está com a chave do meu carro e as malas ao lado da porta para irmos. Não falo nada, apenas o sigo.

Ele abre a porta do carro para mim como se o carro fosse dele. Mais uma vez senta no banco ao meu lado e começa ajustar tudo para o seu tamanho. Estou com muita preguiça para discutir.

Tenho certeza que se a casa não fosse tão perto eu teria dormido no caminho.

Ele estaciona na garagem atrás do carro dele. Se a Letícia iria vir até a casa dele, por que ela não veio comigo?

— Achei que a Letícia iria deixar o carro na praia, não entendi o motivo de eu ter que vir com você — ele mal termina de falar e sua expressão demonstra que percebeu o motivo. — Droga! Ela falou com você, não foi?

Ele não me olha, apenas aperta o volante com força e parece fuzilar a Letícia mentalmente.

— Sim.

— Eu amo a Letí, mas quero que saiba que ela é louca, muito louca — ele cria coragem e me olha. O azul celeste dos seus olhos está arrebatador. — Esqueça tudo o que ela disse.

Antes que eu consiga falar alguma coisa, ele desce do carro, pega minha mala e abre a porta do carro para eu descer.

— Vamos, vou te mostrar o quarto que você pode ficar, ainda está muito cedo.

A casa de praia do Cássio é enorme e muito bonita. Tudo parece no lugar certo, como se fosse uma casa familiar, não a casa de um homem solteiro.

Ele começa a subir as escadas e o sigo, ele para apenas quando chegamos em um corredor não muito longo.

— Pode ficar naquele quarto, o meu é no fim do corredor — ele fala colocando minhas coisas no chão e apontando para portas opostas. — Vou tomar uma banho e depois procurar alguma coisa para comer.

Pego minhas coisas e sigo para o quarto indicado. Não me preocupo em bater na porta, apenas abro e ligo a luz, me assustando quando dou de cara com um Daniel sonolento.

— Sinto muito, Daniel — apago a luz rápido. — Não queria te acordar.

— Está tudo bem, Rebecca — ele liga uma luminária ao lado da cama, esfrega os olhos, ajusta o travesseiro e senta escorado na cabeceira. — Acredito que não há mais quartos vagos. Não me importo de dividir esse com você.

Fico em dúvida do que fazer. Conheci o Daniel ontem, não tenho intimidade para dividir um quarto, mesmo que seja apenas por algumas horas.

Ele pega uma camiseta que estava ao lado da cama e veste.

— Assim está melhor? Que horas são?

Começo a me sentir um pouco mais confortável com a situação. Fecho a porta, solto minhas coisas ao lado de uma poltrona e caminho para perto da cama.

— Cedo, muito cedo. O sol está apenas começando a nascer.

— Deus! Qual é o problema com essas pessoas? — Ele volta o travesseiro para a posição anterior e deita novamente. — Por que parecem um bando de zumbis que não dormem?

Sorrio com a ideia de ser um zumbi, meus colegas de profissão sempre falam isso.

— Minha desculpa é minha profissão, a desculpa deles eu não sei.

— Hoje é domingo! Quero dormir até o meio-dia, você não? — Descansar não seria uma má ideia. Ele parece entender meu pensamento. — Vamos lá, deita aqui e vamos dormir até o meio-dia.

— Vou procurar outro quarto, não quero atrapalhar.

— Se você não gritar, não roncar alto, não chutar enquanto dorme e nem abusar do meu corpo sem minha permissão, não vai atrapalhar — ele fala sorrindo. — É sério, o Cléo não quis atrapalhar a Alice e o Lucas, então também ficou aqui. Não deve ter quartos sobrando.

Não ter quartos sobrando seria uma boa desculpa para eu ter que ficar no quarto do Cássio, mas não é ele quem está me oferecendo um lugar na cama.

Tiro minha rasteirinha, coloco meus óculos na mesinha de cabeceira, onde eu posso pegar sozinha, e deito de vestido por cima do edredom. O Daniel apaga a luz, vira para o outro lado e dorme.

Escuto um barulho longe, não consigo identificar exatamente o que é. Acordo totalmente quando percebo alguém me observando de perto, muito perto. Consigo identificar os olhos azuis do Cássio, sinto sua respiração na minha pele e seus braços estão me segurando.

— Você deveria ter me avisado que o quarto estava ocupado — ele me ergue no colo e me carrega para fora da cama e do quarto.

Fizemos o caminho em silêncio, aproveito para me aconchegar no seu peito e sentir seu cheiro.

Ele me coloca numa cama enorme, vira as costas e sai.

Com certeza é o quarto dele.

Estou rindo para o nada, já que não consigo ver muito sem os óculos, quando o Cássio retorna.

— Não vai mais dormir? — Nem que eu quisesse iria conseguir pegar no sono agora. Faço que não com a cabeça. — Estou morrendo de fome.

Qual é a novidade?

Levanto com um pouco de sacrifício, gostaria de aproveitar mais a cama maravilhosa e cheirosa. Imediatamente ele me alcança os óculos e tudo fica melhor.

O quarto é enorme, uma parede toda de vidro permite ter um vista para o mar espetacular.

— Vamos para a cozinha, vou fazer alguma coisa para você comer.

O sorriso brilhante e iluminado do Cássio anima até a minha alma.

Chegamos na cozinha e encontramos o Daniel se arrastando de um lado para o outro.

— Não tem nada para comer nessa geladeira — ele vem até mim, beija minha bochecha. — Bom dia, Becca. Cássio.

Ele apenas dá um tapinha nas costas do Cássio falando o nome dele como cumprimento e passa indo para o outro lado da cozinha

— Podemos pegar algumas coisas na casa do Cléo, é aqui ao lado — o Cássio fala abrindo a geladeira para confirmar que não tem nada. — Do que vocês precisam?

— De qualquer coisa comestível — o Daniel responde antes de mim e o Cássio sai como um furacão.

— Ele vive com fome — falo rindo. — Como está o dia lá fora?

— Ensolarado e muito quente — ele abre a porta que dá acesso ao jardim e o sol invade o ambiente. — Nós podíamos entrar na piscina!

— Não trouxe biquíni.

— E quem precisa de biquíni?

Antes que eu possa entender o que o Daniel tem em mente, ele corre em minha direção, me pega no colo e corre para fora me largando apenas quando estamos na água.

— Você é doido! A água está gelada!

— Você precisa apenas se acostumar — ele segura minha mão e coloca meus óculos nela. — Seus óculos.

A lente está toda molhada.

— Não que eu consiga ver muita coisa sem os óculos, mas com a lente assim...

— Relaxa, você não precisa ver nada, apenas aproveitar a piscina.

O Daniel tem razão, nunca entro na água justamente por me preocupar tanto com os óculos, agora que estão molhados, preciso apenas aproveitar.

— Faz tempo que você conhece eles? — Pergunto tentando entender como todos se conhecem.

— Conheço o Lucas, a Alice e a Letí da faculdade. O Cléo e o Cássio faz pouco tempo. Não saio muito com eles, sou meio tranquilo. Gosto de ficar em casa, assistir filmes, ler um livro...

— Amo ler!

— Sou louco por seriados. Você assiste algum?

— Estou assistindo Game of Thrones — oculto que comecei a ver Chicago P.D. por causa do Cássio.

— Não brinca! Esse seriado é bom pra caralho! Comecei a acompanhar Fargo, você já assistiu?

— Estão se divertindo? — A voz do Cássio consegue ser mais gélida que a água da piscina.

Viro para vê-lo parado ao lado da piscina com vários mantimentos em uma sacola.

— Estamos sim, obrigado por nos receber — o Daniel fala não percebendo o tom de sarcasmo. — Estamos falando de seriados. Você assiste Fargo, Cássio?

— Não, não assisto — ele olha para mim diferente. Algo está errado. — Vou dar uma volta.

— Você não vai esperar o café? — O Daniel pergunta saindo da piscina.

— Não estou mais com fome — ele responde sumindo dentro da casa.

— Você ainda quer café, Rebecca?

— Sim — respondo indo para as escadas da piscina para sair. Preciso entrar na casa e ver o que o Cássio está fazendo.

— Espera que vou pegar uma toalha para você. Aqui fora está mais frio que aí dentro — o Daniel fala e quando vai entrar na casa encontra o Cássio saindo.

— Já peguei — o Cássio entrega uma toalha para o Daniel e vem em minha direção com outra na mão. — Da próxima vez, tira pelo menos o vestido. Não é saudável ficar com a roupa molhada.

Saio da piscina e ele me envolve numa toalha enorme e começa a secar meus cabelos.

— Vou fazer nosso café da manhã, Rebecca — escuto o Daniel falando.

Não consigo vê-lo, o Cássio está na minha frente, tampando meu campo de visão.

— Agora sobe e toma um banho quente — ele enrola a toalha em mim e não espera eu me movimentar para sair.

Como um bom cachorrinho, subo para tomar banho.

Entro no quarto, tranco a porta e separo outro vestido. Antes de entrar no chuveiro lembro que o quarto não é meu, destranco a porta do quarto e deixo a do banheiro aberta. Não custa sonhar com o Cássio entrando e tomando banho comigo.

O cheiro de comida que me atinge quando chego na cozinha é delicioso.

— Não sei o que você fez, mas o cheiro está ótimo — falo indo em direção ao Daniel. — Quer ajuda?

— Não, está quase tudo pronto.

Dou uma olhada por todos os lados para encontrar o Cássio sentado no sofá da sala assistindo uma luta.

— Você prefere comer aqui ou na sala de jantar? — O Daniel pergunta me alcançando um copo de suco.

— Aqui está ótimo — sento virada para a sala, quero poder tomar meu café admirando o Cássio, mesmo ele estando de costas. — Então, o que vamos ter para comer?

— Estou fazendo omelete, suco e torradas — ele responde se movimentando com agilidade pela cozinha. — Você falou que gosta de ler, o que está lendo?

A conversa com o Daniel é fácil e leve. Falo dos livros que estou lendo, do meu trabalho no hospital e da minha obsessão por Senhor dos Anéis. Rimos juntos quando ele conta que também odeia academias.

Nossa conversa é tão agradável que fico sem jeito de dizer que não vou comer a omelete, ele colocou presunto.

— Você não vai comer, Becca?

Antes de eu conseguir responder o Cássio entra na cozinha, me alcança um iogurte e responde por mim.

— Ela tem alergia.

— Você deveria ter me avisado — o Daniel fica todo sem jeito. O Cássio sai da cozinha e me deixa sozinha com a situação constrangedora. — Eu não sabia, desculpa. Quer que eu faça outra coisa?

— Você não tinha como adivinhar. Estou bem, vou tomar o iogurte.

A Alice e o Lucas entram na cozinha e o clima volta a ficar descontraído.

Todos estão felizes com o noivado e não param de falar como a Letícia e o Cléo foram feitos um para o outro.

O pessoal opta por ficar na piscina. Antes de me juntar a eles, percorro a casa procurando pelo Cássio.

Não o encontro, parece que ele aparece apenas nos momentos certos para me deixar desconfortável na frente do Daniel.

Estamos decidindo o que eu e o Daniel vamos fazer para o almoço quando a Letícia e o Cássio entram pelo portão.

Ela parece feliz, radiante e diferente.

— Cássio, as minhas coisas e as do Cléo já estão no nosso quarto? — Ela pergunta depois de receber os parabéns de todos. — Preciso de um banho urgente, estou cheia de areia.

— Sim, coloquei as coisas de todo mundo nos seus devidos lugares.

Ele responde para ela olhando para mim. Por muito pouco não me lanço nos seus braços e o beijo. Saber que ele considera o quarto dele o meu lugar, me deixa sorrindo como uma pateta.

Mal consigo prestar atenção quando o Cléo chega e o Daniel me convida para iniciar o almoço agora que todos estão em casa.

Optamos por fazer o almoço na casa do Cléo, que é praticamente encostada. A cozinha do Cássio não parece com uma cozinha de alguém que está sempre faminto, não é fácil encontrar algo comestível por lá.

Pico os legumes, lavo a salada, arrumo a mesa, respondo todas as perguntas do Daniel, enquanto cozinhamos, com uma alegria diferente. Não sei explicar, mas os pequenos gestos do Cássio, o cuidado que ele tem comigo, me fazem acreditar que ele se importa, pelo menos um pouquinho.

Estou contando sobre minha família quando o Cássio entra na cozinha. Não sei explicar, apenas as palavras param de sair da minha boca.

— Mais quinze minutos no máximo e a comida está pronta — o Daniel fala.

— Vou chamar a Letí e o Cléo — a voz do Cássio é quase ranzinza.

Parece demorar uma eternidade até eles chegarem.

A Letícia dá a desculpa de pegar um copo de água e me puxa para a cozinha com ela.

— O que está acontecendo?

A pergunta me pega de surpresa.

— Acontecendo? Como assim o que está acontecendo?

— O Cássio falou que é horrível ficar no mesmo espaço que você e o Daniel. Você não está flertando com o Daniel para fazer ciúmes nele, não é?

— Não, é claro que não! — O Cássio está com ciúmes? É impossível não perguntar. — O Cássio está com ciúmes?

— Rebecca, apenas não faça isso, não vá por esse caminho.

A expressão da Letícia é séria e a voz firme.

— Juro que não estou fazendo.

— Tudo bem, eu acredito em você. Você precisa demonstrar o teu amor, não fazer ciúmes — ela pega o copo de água e me puxa para a sala. — Vou buscar o Cléo, ele está demorando.

Fico pensando no que a Letícia me falou, ela conhece o Cássio melhor do que eu, se ela falou para eu ter cuidado, vou ter cuidado.

— Os noivos chegaram! — O Daniel grita e todos aplaudem quando a Letícia retorna com o Cléo. — Vamos sentar que estou morrendo de fome!

— Eu também e ainda temos que voltar. Amanhã todos começam a trabalhar cedo — a Alice fala sentando ao lado do Lucas, não deixando muitas opções para eu sentar.

Acabo de frente para o Cássio e ao lado do Daniel.

— Menos eu, tenho que estar no hospital hoje ainda.

Não sei o motivo de eu contar que vou trabalhar, parece que estou explicando o que vou fazer para o Cássio.

— Que pena, Rebecca. Pensei que podíamos ver aquela série que havia comentado contigo — o Daniel fala e o Cássio bufa. Será que ele está com ciúmes mesmo? — Podemos marcar para amanhã, o que acha?

— Nas noites de segunda a Rebecca vai ao Sal e Limão — o Cássio responde sem deixar tempo para eu falar alguma coisa.

— Todas as segundas?

Depois de eu ter passado o dia todo falando para o Daniel que adoro ficar em casa lendo, ele parece não acreditar que frequento um bar todas as segundas.

— Mais ou menos — não posso contar que vou sempre que quero encontrar com o Cássio. Tento uma desculpa. — É o bar que o pessoal do hospital se encontra.

Fico vermelha na hora, não sei mentir.

— Nunca vi ninguém com você, sempre está sozinha — o Cássio mais uma vez pensa rápido e fala me desarmando.

— Cássio, para de ser implicante — a Letícia parece uma mãe chamando atenção de um filho. — Se eu não tivesse compromisso amanhã, iria com você ao bar, Becca. Nas próximas segundas pode contar comigo e com a Alice.

Preciso encontrar uma forma de agradecer a Letícia, ela está me ajudando muito. Ela e o Cléo começam a implicar um com o outro e o foco sai de mim.

Como em silêncio e percebo o Cássio me observando.

Me ofereço para ajudar com a louça, o Cléo fala que a empregada vem no dia seguinte e não é necessário.

Volto para a casa do Cássio para arrumar minhas coisas e tenho a esperança de encontrá-lo, mas ele não aparece.

Estou colocando minha bagagem no porta-malas quando a Alice, o Lucas e o Daniel chegam na garagem.

— Também já está indo, Rebecca? — A Alice pergunta vindo me abraçar.

— Sim, preciso passar em casa antes de ir para o hospital.

— Foi muito bom te conhecer — o Daniel me abraça e deixa um beijo carinhoso na minha bochecha. — Vamos combinar de fazer alguma coisa um dia desses. Você tem meu número, me liga sempre que quiser.

— Se prepara, Rebecca — o Lucas fala rindo. — Ele só gosta de coisas estranhas.

Me despeço deles e fico na dúvida se devo apenas ir embora sem falar com os outros, ou se devo me despedir. Opto por me despedir da Letícia e do Cléo, não faço ideia onde o Cássio se meteu.

Bato na casa da piscina da casa do Cléo e entro com cuidado.

— Não queria atrapalhar, vim apenas me despedir. Quase todos já foram, mas como não os vejo todos os dias, não queria partir sem dar um abraço em vocês.

— Quem já foi?

A Letícia fala vindo em minha direção.

— O Daniel, a Alice e o Lucas.

— Você ainda está aqui? Achei que já tinha ido — o Cássio entra falando espantado quando me vê.

— Ela ainda não foi porque você vai ir com ela — a certeza na voz da Letícia é apavorante.

— De jeito nenhum!

— Por favor, Cássio. Empresta o carro para o Cléo e volta com a Rebecca, ela não vai se importar, não é Becca?

Apenas observo a Letícia com cara de súplica e o Cássio começando a respirar com dificuldade.

— De jeito nenhum, Letícia. Essa cara de poodle pode funcionar com o Idiota, comigo não.

— VOCÊ NÃO PODE CHAMAR MINHA ESPOSA DE POODLE!

Mais uma vez a confusão está armada. Nunca vi amigos que brigam e se amam tanto como eles.

— Não foi isso que eu quis dizer. Letí, você sabe que te adoro, nunca te chamaria de cadela, foi uma forma carinhosa de chamar de cachorrinho lindo — o Cássio está ao redor da Letícia tentando se explicar, chega a ser cômico. — Adoro o teu cabelo crespo e rebelde, adoro você inteira, faço qualquer coisa por você.

— Tudo bem, então você volta com a Becca e nós vamos com o teu carro — a afirmação da Letícia não deixa espaço para discussões.

Preciso muito encontrar uma forma de agradecer tudo o que a Letícia está fazendo por mim. Sei que pode não parecer muito, mas ficar apenas eu e ele num carro por algumas horas, parece muito bom.

Nos despedimos dos dois e ofereço a chave para o Cássio, apenas no dia que ele estava bêbado, dirigi meu próprio carro quando estamos juntos.

— Não vou voltar com você — ele fala virando de costas e indo em direção ao portão. — Vou pedir um carro emprestado para a Marina.

Quem é Marina?

Ele não pode estar falando sério. É tão ruim assim ficar perto de mim?

— Deixa de ser ridículo, Cássio — me arrependo de ter chamado ele de ridículo assim que termino de falar.

Ele vira, me fuzila com os olhos e caminha firme em minha direção.

— Agora eu sou o ridículo? — Seu rosto está muito próximo do meu. Posso sentir sua respiração acelerada na minha pele. — Você mentiu para mim!

Ele está muito puto da vida. Nunca menti para ele, falar que sou apaixonada por ele foi uma das coisas mais difíceis que falei, e mesmo assim, não menti.

— Está vendo? Você está fazendo de novo! — O Cássio respira fundo e continuo sem entender. — Você finge ser uma pessoa que não é quando estou perto. Fiquei observando você ser toda falante e sorridente com o Daniel o dia todo. Basta eu me aproximar e você para de falar e... e...

Ele parece frustrado, indignado e perdido.

— QUAL É O TEU PROBLEMA?

Ele pergunta gritando e encostando todo seu corpo em mim.

— Meu problema eu não sei, mas a solução com certeza é você!

Minha voz é calma, mas o beijo que dou nele não tem nada de calmo.

Meus lábios se movimentam com desejo e meu corpo corresponde com luxúria.



Próximo capítulo 09/09 no #CássioDay 






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